SÃO PAULO - As
ações da fabricante de aeronaves Embraer atingem o maior patamar desde
março de 2008, quando considerados valores em reais, corrigido pela
inflação. Sem correção, o preço seria o maior valor histórico do papel.
Os ativos estão entre as maiores altas neste ano da BM&FBovespa.
Em 2013 a companhia acumula uma valorização de quase 50%, enquanto o
Ibovespa recua quase 24%.
Hoje a Embraer divulgou dados de entregas e pedidos. No segundo
trimestre de 2013 a empresa registrou uma carteira de US$ 17,1 bilhões e
366 pedidos até junho, na comparação com 200 unidades no mesmo período
do ano passado, perfazendo US$ 12,9 bilhões. A reação do mercado era
positiva, com uma alta de 0,99% das ações ordinárias por volta das
15h50, a R$ 21,41.
A Embraer mostrou recuperação na sua carteira de pedidos firmes, na
opinião de analistas. Os números são destaque, na opinião da equipe de
análise da Concórdia. A corretora afirmou que a empresa tem apresentado
boa recuperação em sua carteira após o período de redução no valor
consolidado, que aconteceu em função da crise econômica global e
problemas enfrentados pelo setor aéreo.
“Além disso, a companhia segue focada no desenvolvimento de produtos e
serviços voltados ao segmento de defesa e segurança, que vem ganhando
representatividade em seu resultado consolidado e possui boas
perspectivas futuras”, afirma a corretora. A equipe lembra que a Embraer
tende a se beneficiar com a recente variação cambial, uma vez que sua
receita é auferida em dólares e apenas parte de seus gastos estão
expostos à moeda.
Segundo Sandra Peres, da Coinvalores, os dados vieram positivos e
ficaram acima do que era esperado. Para a analista, a surpresa ficou com
os jatos executivos. As entregas no segmento subiram 45% no trimestre e
avançaram 24,24% nos seis meses iniciais de 2013. Ela explica que o
desenvolvimento dos países emergentes está trazendo uma demanda maior
por jatos executivos, para realizar pontes aéreas sem depender da
aviação comercial.
O Citi está no lado mais pessimista e afirma que a qualidade das
entregas foi fraca, com de 22 jatos comerciais no trimestre, ante a
estimativa de 27 unidades pelo banco. O analista Stephen Trent afirma
que a dependência da empresa com uma única companhia aérea não tem
precedentes.
A Embraer, segundo o relatório do banco, tem 38% da sua carteira de
pedidos firmes na aviação comercial vindos da SkyWest, com grande parte
dessas ordens sem geração de receita por pelo menos sete anos. “Sete
anos é muito tempo para uma companhia aérea, é quase uma eternidade.”
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