Apesar da alta do dólar, os gastos de brasileiros
no exterior bateram recorde em junho deste ano; o déficit nas contas
externas foi menor do que no mesmo mês de 2012, segundo dados do Banco
Central (BC), divulgados nesta terça-feira (23/7).
As despesas de
viagens internacionais chegaram a US$ 1,928 bilhão, o maior resultado para
meses de junho, na série histórica iniciada em 1969. No ano passado,
em junho, os gastos no exterior ficaram em US$ 1,683 bilhão.
De janeiro a junho, essas
despesas chegaram a US$ 12,328 bilhões, contra US$ 10,702 bilhões no
primeiro semestre de 2012.
Já as receitas de
estrangeiros no país ficaram em US$ 453 milhões, em junho, contra US$ 462
milhões em 2012. No primeiro semestre, essas receitas chegaram a US$
3,479 bilhões contra US$ 3,471 bilhões no seis primeiros meses do ano
passado.
Com esses resultados, o
déficit na conta de viagens internacionais (despesas de brasileiros no
exterior menos receitas de estrangeiros no Brasil) ficou em US$ 1,475
bilhão em junho e em US$ 8,849 bilhões no primeiro semestre.
O déficit em transações
correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços do país
com o resto do mundo, ficou em US$ 3,953 bilhões, em junho; no mesmo
mês do ano passado, o resultado negativo alcançou US$ 4,393 bilhões.
No primeiro semestre, o
saldo negativo das transações correntes ficou em US$ 43,478 bilhões, contra
US$ 25,244 bilhões em igual período de 2012.
O resultado no primeiro
trimestre correspondeu a 3,82% de tudo o que o país produz – Produto
Interno Bruto (PIB).
A balança comercial, que
integra a conta de transações correntes, registrou déficit de US$ 3,092
bilhões, no primeiro semestre. A conta de serviços (viagens
internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre
outros) ficou negativa em US$ 22,158 bilhões, enquanto a de
rendas (remessas de lucros e dividendos, pagamentos de juros e
salários) registrou déficit de US$ 19,770 bilhões, nos seis meses do ano.
O ingresso líquido de
transferências unilaterais correntes (doações e remessas de dólares que o
país faz para o exterior ou recebe de outros países, sem contrapartida
de serviços ou bens) ficou em US$ 1,542 bilhão, no primeiro semestre.
Os dados do BC mostram
que o investimento estrangeiro direto, que vai para o setor produtivo da
economia, chegou a US$ 7,170 bilhões, em junho, e a US$ 30,027
bilhões, nos seis meses do ano. Nos seis meses do ano, esses investimentos
não foram suficientes para cobrir completamente o saldo negativo em
transações correntes.
Apesar de o investimento
estrangeiro direto ser o mais adequado para financiar o déficit, porque é
de longo prazo, o país tem outras formas de financiar o resultado
negativo. Uma delas são os investimentos estrangeiros em ações negociadas
no Brasil e no exterior que registraram ingresso líquido de US$ 6,278
bilhões, nos seis meses do ano . Também houve investimentos em títulos de
renda fixa negociados no país, com ingresso líquido de US$ 11,038
bilhões.
Fonte: Agência Brasil
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário