terça-feira, 9 de julho de 2013

Espionagem põe sob tensão negociações de livre comércio EUA-UE


 
 
 
As negociações entre EUA e a União Europeia (UE) em busca de um acordo de livre comércio prosseguem nesta terça-feira em Washington em um clima de tensão após as revelações de espionagem norte-americana. 
 
O representante do Comércio Exterior norte-americano, Michael Froman, e o chefe negociador europeu, Ignacio García Bercero, lideram esta rodada de discussões sobre uma das principais zonas de livre comércio do mundo, com 820 milhões de habitantes. 
 
O processo está cambaleante depois de ser revelada a espionagem norte-americana a seus sócios da UE; Paris ameaçou suspender as discussões antes da solução sugerida pela Alemanha, de lançar as conversações e exigir, ao mesmo tempo, esclarecimentos de Washington. 
 
"Os governos da UE poderão se opor um pouco aos EUA, mas isso não terá efeito a longo prazo sobre o acordo", estima Joshua Meltzer, da Brookings Institution de Washington.Gary Hufbauer, pesquisador do Peterson Institute, prevê fortes atritos em matéria de transferência de dados pessoais e particularmente bancários.As barreiras alfandegárias não são um problema: já são frágeis de ambos os lados, abaixo de 3% em média e sua eliminação é quase um consenso, apesar de alguns setores continuarem sendo protegidos (nos EUA as tarifas sobre o calçado possam atingir 50%, por exemplo).
 
As negociações devem se concentrar então nas regulamentações e normas que os produtos devem cumprir para que sua venda seja autorizada."Isso poderia marcar verdadeiramente uma diferença. É muito caro para uma empresa se adequar às regras exigidas por outros países e isto pode frear o comércio", considerou Hufbauer. 
 
A UE não renunciará facilmente a suas normas fitossanitárias e ao princípio de precaução invocado, por exemplo, para justificar a proibição de produção e consumo de produtos agrícolas norte-americanos geneticamente modificados.
 
Os EUA poderiam, por sua vez, valer-se de leis como as chamadas "Small Business Act" para pequenas empresas, ou "Buy American Act", que promove as compras de produtos norte-americanos, para reservar certos mercados públicos como prioritários para as empresas norte-americanas de pequeno porte.Com um acordo, os norte-americanos poderiam reduzir seu déficit comercial: em 2012 importaram US$ 380,8 bilhões de bens provenientes da Europa e exportaram muito menos, US$ 265,1 bilhões.
 
Contudo, recuperam terreno se for considerada a venda de serviços, em  particular financeiros e de informática.Para a UE o que está em jogo é ainda mais importante: uma possibilidade de combater a recessão que atinge a zona do euro há 18 meses e se beneficiar do moderado crescimento de seu sócio do outro lado do Atlântico.
  Fonte: redação com agências


 

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