Aeroportos como Congonhas e Guarulhos são
“pântanos de contaminação eletrônica”, alerta o presidente da AirTight,
Fernando Neves.
O executivo escreveu o seguinte artigo sobre o assunto publicado pelo
portal Amanhã.
A febre da Internet móvel
é tanta que parece quase impensável, na atualidade, existir um aeroporto
que não supra seus frequentadores de banda larga abundante e fácil de
ser acessada.
Sem dúvida, se até o mais
simples fast-food já não pode viver sem rede Wi-Fi, o que dizer de um
aeroporto internacional, onde milhares de pessoas em trânsito – muitas
delas executivos, para os quais o tempo é ouro - são obrigadas a viver intermináveis
momentos e até jornadas diárias de espera improdutiva.
Mas, se oferecer o Wi-Fi
é obrigação básica, não há nisso uma garantia de que os provedores de tal
serviço (no caso, os aeroportos), garantam também a segurança do
usuário.
De fato, por sua grande
proliferação, e por sua grande quantidade de recursos online, os tablets e
smartphones apresentam alto potencial de perigo, sendo um saboroso
prato para os “lobos maus” do mundo virtual.
No ano passado, por
exemplo, os ataques do crime virtual aos dispositivos móveis tiveram
uma alta superior a 400%.
Ocorre que tais
dispositivos surgiram de forma tão rápida - e com uma exigência tão
implacável de acesso público à web - que a maior parte dos gestores
das novas áreas dotadas de Wi-Fi não teve sequer o tempo hábil para avaliar
estes riscos e adotar as proteções necessárias.
Em varreduras realizadas
em mais de 20 aeroportos mundiais, a fabricante global de redes sem fio
AirTight classificou estas áreas como verdadeiros pântanos de
contaminação eletrônica e perigosíssimos pontos de concentração de hackers
do mal.
A soma de alguns fatores torna os aeroportos
o local ideal para a prática de crimes.
Entre estes fatores
encontram-se a alta concentração de pessoas com dispositivos móveis, o
ambiente de acesso não protegido e a pressa. Os dois primeiros são fatores
ambientais. A pressa faz com que as poucas normas de segurança de
acesso – quando existem – sejam desrespeitadas, em virtude do pouco tempo
disponível para a realização de uma transferência bancária ou mesmo da
atualização em uma rede social.
No Brasil, não poderia
ser diferente. Em rápidas blitzes eletrônicas, feitas com a ajuda de um
farejador WIPS (Wireless Intrusion Prevention System), a AirTight
flagrou situações simplesmente explosivas em dois dos maiores aeroportos
brasileiros.
No aeroporto de
Congonhas, em São Paulo,
não precisou de mais de 40 minutos para a empresa identificar a existência
de 240 pontos de acesso sem fio sendo 86 deles totalmente abertos, sem
a exigência de senhas para acesso à internet e sem a mínima garantia de
segurança para o usuário do aeroporto.
Neste curto período de
tempo, nada menos que três dispositivos do ambiente foram pegos usando
estas redes inseguras para roubar senhas de usuários ou inocular
códigos maliciosos em seus tablets e smartphones. Tudo isto sem contar, é
claro, as possíveis dezenas ou centenas de caixas postais vasculhadas
ou senha de usuários decalcadas.
Em outra análise
idêntica, realizada no Aeroporto Internacional de Guarulhos (foto), a
AirTight constatou a existência de 470 clientes conectados às 77 redes moveis, em operação naquele período, e
identificou que 41 desses pontos estavam altamente vulneráveis ou sob
tentativa concreta de ataque.
Ciente desses problemas, os gestores de
redes públicas começam a se mexer, com a adoção de ferramentas capazes de
criar vigilância e auditoria online, identificando situações como a de
pontos de acesso clonados ou perigosos (levados dentro de malas oferecendo
internet gratuita “FALSA” para incautos), ou como dispositivos
oportunistas, que surfam na insegurança da rede bisbilhotando os demais.
A AirTight disponibiliza
acessos à redes WiFi seguras e já vem realizando a instalação em
diversos ambientes. Num futuro próximo será possível desfrutar de redes
WiFi rápidas e seguras.
Mas enquanto isto não acontece, o melhor é
evitar o Wi-Fi público, por menos eficientes que sejam as redes 3G dos
celulares, e por mais insuportável que seja a vida sem conexão em
plena chatice dos aeroportos.
Fonte: Amanhã
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