Quem são os parceiros, fornecedores e clientes que também sentiriam os efeitos dos problemas que sufocam o empresário
São Paulo – Grandes grupos não operam no vácuo. Ao seu redor, forma-se
um verdadeiro ecossistema de fornecedores, clientes, investidores e
outros parceiros de negócio. A EBX, holding de Eike Batista, não é exceção, pois do sucesso de suas empresas depende também os planos de inúmeras companhias.
Por isso, a crise que atinge os negócios de Eike coloca em risco os projetos de parceiros do porte de uma Petrobras
e de uma Anglo American, por exemplo. Veja, a seguir, algumas
companhias que podem ser prejudicadas pelos problemas do empresário:
NKTF
A NKTF, uma das maiores fabricantes mundiais de tubos flexíveis para a
indústria do petróleo, alugou, em 2011, uma área no porto de Açu, em
construção pela LLX, para construir uma fábrica. O início da operação
está previsto para este ano. O principal cliente da NKTF é a Petrobras,
com quem assinou um contrato para fornecer até 694 quilômetros de tubos,
avaliados em 1,86 bilhão de dólares. A LLX espera receber cerca de 8
milhões de reais da NKTF por ano, entre taxas portuárias e o aluguel da
área. O contrato é de 20 anos, renováveis pelo mesmo prazo.
Intermoor
Também em 2011, a LLX alugou uma área de 52.300 metros quadrados para a
americana Intermoor, uma prestadora de serviços para o setor de óleo e
gás, no Porto de Açu. No local, a empresa pretende erguer uma base de
operações para atender clientes como Petrobras, Shell e OGX. As
operações da Intermoor estavam previstas para começar em 2013, e a LLX
projeta uma receita anual de 3,6 milhões de reais com o contrato, entre
tarifas portuárias e o aluguel da área. O contato é de 20 anos,
renováveis pelo mesmo prazo.
Technip
A empresa francesa Technip assinou, em 2011, o maior contrato de
locação no Porto de Açu, em construção pela LLX. Entre tarifas
portuárias e aluguel, LLX estima receber 22 milhões de reais por ano.
Especializada em projeto e construção de instalações de óleo e gás, a
Technip fechou um acordo de 25 anos, renováveis por mais 25.
Wärtsilä
Um dos contratos mais recentes assinados pela LLX foi com a finlandesa
Wärtsilä, que produz motores para navios e termelétricas. Fechado em
março deste ano, o contrato de 30 anos, renováveis, prevê o investimento
de 20 milhões de euros pela empresa para construir uma fábrica no Porto
de Açu.
General Electric
Uma das gigantes do capitalismo global, a General Electric (GE) também
assinou contrato para se instalar no Porto de Açu. Com 30 anos de
validade, renováveis, o acordo prevê a construção de uma fábrica da GE
com foco nas áreas de óleo e gás e geração de energia. Segundo a LLX, o
contrato foi assinado em 2012, mas só começa a vigorar em 2014.
V&M
No fim do ano passado, a francesa V&M, que pertence ao grupo
Vallourec, fechou um acordo de 20 anos, renováveis, para construir uma
fábrica no Porto de Açu, em construção pela LLX. A unidade vai armazenar
e fornecer tubos para o setor de óleo e gás.
Anglo American
A partir de julho de 2014, deve começar a valer um contrato assinado
entre a mineradora Anglo American e a LLX. Com prazo de 25 anos,
renováveis, o acordo prevê o escoamento de até 26,5 milhões de toneladas
por ano de minério, o que geraria uma receita de 190 milhões de dólares
para a empresa de Eike Batista.
Asco
Em fevereiro, a LLX assinou um contrato com a Asco, uma das maiores
empresas do mundo para prestação de serviços de logísticas para o setor
de óleo e gás. O objetivo, segundo a empresa de Eike, é oferecer às
companhias que se instalem no Porto de Açu um parceiro capaz de auxiliar
quem se instalar no polo petrolífero que a LLX pretende montar ao redor
do Açu.
Techint
A multinacional ítalo-argentina também pode ser atrapalhada pela crise
das empresas de Eike Batista. Na prática, a empresa viu seu contrato
para o desenvolvimento da plataforma fixa WHP 1 ser interrompido pela
OSX, o braço de construção naval e prestação de serviços da EBX. A
suspensão ocorreu depois que a petroleira do grupo, a OGX, suspendeu os
pedidos à OSX, alegando que não vai desenvolver alguns campos. A WHP 1
deveria entrar em operação em 2015, sendo capaz de perfurar até 30
poços.
Wisco
A chinesa Wuhan Iron and Steel Corp (Wisco) é sócia de Eike na
mineradora MMX, com uma fatia de 10,5%. Além da forte queda dos papéis
da mineradora, que ameaça pulverizar o investimento dos chineses, a
Wisco também assinou um contrato de 20 anos para comprar 50% da produção
de minério de ferro do Sistema Sudeste, cujo principal projeto, o de
Serra Azul, deve ser adiado de 2014 para 2017, segundo a coluna Radar
Online, de Veja.
SK Networks
A coreana SK Networks também é sócia de Eike na MMX, com uma
participação de 8,8%. Assim como a chinesa Wisco, a SK também assinou um
contrato de 20 anos para comprar 14% da produção de minério de ferro do
Sistema Sudeste. E, por isso, também pode ser prejudicada pelo
adiamento do projeto de Serra Azul.
MRS Logística
A MRS Logística é uma das maiores operadoras de ferrovias do Brasil. No
final de dezembro de 2011, a empresa assinou um contrato com a MMX para
transportar até 36 milhões de toneladas por ano de minério de ferro.
Nas apresentações, a MMX enfatizava a facilidade logística, pois a mina
de Serra Azul fica a apenas 10 quilômetros da linha férrea da MRS, que
se ligaria ao Porto de Açu. O problema é que Serra Azul pode ser adiado.
O contrato com a MRS vence apenas em 2026.
Hyundai Heavy Industries
Em fevereiro de 2010, a Hyundai Heavy Industries, do Grupo Hyundai,
anunciou uma parceria com a OSX, o braço de construção naval e prestação
de serviços para óleo e gás do Grupo EBX. Pelo acordo, os coreanos
compraram 10% da OSX e forneceriam a tecnologia para operar o estaleiro
da OSX em construção no Porto de Açu. O problema é que, com a suspensão
dos pedidos de plataformas da coirmã OGX, Eike estaria estudando fechar o
estaleiro.
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