Para número 2 do Fundo Monetário Internacional, Brasil segue tendência mundial e sugere que o governo amplie reformas para garantir crescimento
08 de julho de 2013 | 7h 36
Jamil Chade
GENEBRA - O Fundo Monetário Internacional e a Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) alertam para a
desaceleração da economia brasileira e sugerem que o governo amplie
reformas estruturais para garantir que a expansão do PIB possa voltar a
ocorrer.
Em declarações em Genebra, o número 2 do FMI, Min Zhu, deixou claro
que a situação no Brasil segue uma tendência mundial de perda de fôlego.
"Há uma desaceleração no Brasil", disse. Para ele, as políticas
adotadas pelo governo permitirão que haja uma estabilização da situação
no segundo semestre do ano.
Mas ele alerta que a volta de um crescimento robusto apenas viria com
novas reformas. "Vemos um crescimento estável nos próximos seis meses.
Mas é importante adotar novas políticas. Como um país emergente, o
Brasil precisa se preparar para uma queda na demanda doméstica", disse
Zhu.
No fim de semana, o FMI admitiu que está revisando para baixo o
crescimento da economia mundial. No início do ano, a projeção do Fundo
era de que o Brasil teria um crescimento de 3%. Mas o próprio Banco
Central já fala em uma taxa de apenas 2,5%. O governo chegou a garantir
que a expansão seria de mais de 4%.
Angel Gurria, secretário-geral da OCDE, também deixou claro que o
Brasil está sofrendo como resultado da queda da expansão na economia
mundial. "Ninguém está isento", disse. "Quando a corrente é contrária,
remar fica difícil e nesse caso há apenas uma solução, que é justamente
remar mais rápido", declarou o mexicano.
Hoje, um informe da OCDE revelou que Brasil e Rússia estão em uma
situação de desaceleração do crescimento entre as maiores economias do
mundo.
Questionado sobre o que o governo poderia fazer, Gurria insistiu que
apenas reformas profundas poderão dar espaço para uma nova taxa de
crescimento. "As reformas precisam ocorrer e cada vez mais", declarou.
Gurria ainda destacou as manifestações que tomaram as ruas do Brasil
nas últimas semanas. "A palavra manifestação diz tudo. O que ocorreu foi
a manifestação de algo que temos que passar a escutar com atenção",
alertou.
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