terça-feira, 13 de agosto de 2013

Argentina regulamenta lei que permite intervenção em empresas abertas

Por Cesar Felício | Valor
 
BUENOS AIRES  -  A presidente argentina, Cristina Kirchner, regulamentou a lei que muda o mercado de capitais no pais, permitindo que o órgão regulador estatal intervenha em qualquer empresa com ações ou títulos negociados em bolsa.

O decreto, publicado nesta quinta-feira no diário oficial do país, normatizou o artigo 20 da lei. De acordo com o texto, a  Comissão Nacional de Valores (CNV), o equivalente local à brasileira CVM, poderá agir de ofício, sempre que entender que o interesse de um acionista minoritário ou de um proprietário de obrigações negociáveis está ameaçado.

A direção da empresa poderá ser afastada por até 180 dias e a CNV tomará o comando da companhia nomeando um interventor.

O decreto permite também que um acionista minoritário que tenha pelo menos 2% possa pedir a intervenção.

Especialistas no setor apostam que a primeira empresa a sofrer intervenção estatal será o grupo de mídia Clarín , que fatura cerca de US$ 1 bilhão e faz oposição ao governo. A autarquia governamental ANSES, que gerencia o sistema previdenciário no país, é dona de 9% das ações do grupo.

Entre as empresas com controle brasileiro que, em tese, podem ser atingidas pela disposição, estão a Petrobras Argentina, o Itaú, o Banco Patagônia, controlado pelo Banco do Brasil, e a cimenteira Loma Negra, controlada pela Camargo Correia. O Patagônia e a Loma Negra estão em processo de fechamento de capital no país, ainda não concluído.

Dólar volta a disparar e pressiona juros e Bovespa


Por Lucinda Pinto, José de Castro, Aline Cury Zampieri e Gabrielle Moreira | Valor
 
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SÃO PAULO  -  O mercado externo deu a deixa para um forte ajuste do dólar e dos juros nesta terça-feira, após a recente trégua observada nos negócios. A moeda americana disparou para mais de R$ 2,31, pressionada pelo movimento da divisa no exterior e sem que esse movimento acionasse qualquer intervenção do Banco Central (BC) por ora.

Em consequência, os juros futuros também foram a máximas há dias não vistas. Também contribui para essa alta o movimento dos títulos do Tesouro americano, cujos rendimentos avançam firmemente hoje. Além disso, há as declarações de ontem do diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, de que a inflação baixa vista em julho “é um ponto fora da curva”.

Depois de subir 6,06% em quatro pregões, o Ibovespa luta para cravar um quinto dia de ganhos, mas há dificuldades. Operadores comentam que há muitas forças em jogo neste pregão. Uma delas é a pressão do dólar, que não para de subir. Outra é o vencimento de opções sobre Ibovespa e índice futuro, que deve dar uma briga boa nos 50 mil pontos, segundo um profissional. Os estrangeiros reduziram drasticamente suas posições vendidas em Ibovespa futuro. 

O economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho, diz que a alta do Ibovespa em julho e neste começo de agosto surpreendeu, já que meses de férias no Hemisfério Norte tendem a trazer menos emoções às mesas de negociação. Mas os números da China melhores, reforça, dão um tom positivo aos mercados que vendem commodities, caso do Brasil. As perspectivas seguem incertas, já que, segundo ele, as divulgações chinesas têm sido erráticas, a exemplo dos números dos Estados Unidos. Se a recuperação se mantiver, significa mais fôlego para a Bovespa.

Perto de 14 horas, o Ibovespa subia 0,05%, para 50.325 pontos. Vale PNA avançava 0,67% e Petrobras PN recuava mais de 1%.

Em alta, o dólar alcançou o maior nível em quase uma semana. De acordo com operadores, em mais um dia sem atuação do BC, as compras hoje são uma continuação do movimento de ontem, quando a autoridade monetária não interveio mesmo com o dólar em alta. Isso funcionou como um “passe livre” para a recomposição de posições a favor da moeda americana, que ganha força nesta sessão pela valorização global do dólar.

As compras de dólares ocorrem em um dia de liquidez um pouco melhor - da ordem de US$ 870 milhões no mercado interbancário -, mas ainda abaixo da média para o horário, de pouco mais de US$ 1 bilhão. Isso acaba potencializando as variações, já que o mercado fica mais sensível a fluxos pontuais.

No mercado primário, operadores afirmam que os fluxos estão fracos, sem presença significante de importadores e exportadores. Do lado financeiro, o fluxo é negativo.

Segundo um especialista em câmbio, o mercado segue demandando dólares por ter entendido que o BC vem adotando uma postura errática em suas intervenções no câmbio.

“Ninguém esperava que ele atuasse na baixa. Ele atuou. Todo mundo espera que ele atue na alta. Mas nem ontem nem hoje ele atuou. Quem ficou com um pé atrás de comprar dólar no fim da semana passada nesta semana está tendo passe livre, já que o BC ainda não deu as caras”, diz o profissional, referindo-se à venda de US$ 1,625 bilhão em swaps cambiais tradicionais no fim da semana passada, mesmo com o dólar em queda.

Segundo ele, essa “imprevisibilidade” pode ser uma nova estratégia, já que assim o BC evitaria espe culação no câmbio. “Mas tem o outro lado da moeda. Quando o BC não atua com o dólar em alta, quem precisa da moeda para fazer hedge também é prejudicado. De qualquer forma, imprevisibilidade nunca é algo bom. Deixa o mercado mais tenso. E qu ando o mercado está tenso ele procura proteção. Ou seja, procura dólar.”

Próximo de 14 horas, o dólar comercial subia 0,83%, para R$ 2,305. Na máxima, a moeda foi a R$ 2,310 (+1,05%). É o maior nível intradia desde a última quarta-feira, quando o dólar chegou a ser cotado em R$ 2,315. No mercado futuro, o dólar para setembro ganhava 0,65%, a R$ 2,3125.
Na BM&F, DI janeiro/2017 projetava taxa de 11,20%, contra 10,95% no ajuste de ontem. O DI janeiro/2015 tinha taxa de 9,84%, ante 9,72% um dia antes.

Governo avalia pedido da Petrobras, mas não garante reajuste


Diretor financeiro da Petrobras afirmou que a estatal busca "intensamente alinhar os preços internos de derivados de petróleo aos internacionais"

Adam Berry/Getty Images
Tanque de combustível
Tanque de combustível: após valorização do dólar frente ao real, a Petrobras teve anulados os efeitos dos reajustes de combustíveis realizados no ano passado e no início deste ano

Brasília - O governo avalia pedido da Petrobras sobre reajuste de preços de combustíveis, mas isso não significa que a reivindicação da estatal será atendida pelo seu controlador, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a jornalistas em Brasília.

"A Petrobras está permanentemente pedindo aumentos de seus preços, até porque estão defasados há muitos anos. Mas isso não significa que se vá acordar (sobre o assunto)", afirmou Lobão.
Ele disse ainda que o governo está avaliando a situação.

"Vamos examinar pelo Ministério da Fazenda, pelo Conselho e pelo Ministério de Minas e Energia", completou. "Nós não estamos dizendo que se vai atender a reivindicação da Petrobras, estamos examinando." A preocupação do governo é com o impacto de eventuais aumentos de preços de combustíveis para a inflação. "Nenhum aumento de preço é bom", comentou Lobão.

Na segunda-feira, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, afirmou que a estatal busca "intensamente alinhar os preços internos de derivados de petróleo aos internacionais".

Após a valorização do dólar frente ao real, a Petrobras teve anulados os efeitos dos reajustes de combustíveis realizados no ano passado e no início deste ano. E a empresa continua vendendo combustíveis no Brasil a preços inferiores aos do mercado externo.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Siemens se preocupa com uso de investigação para “outro interesse”


Por Valor

SÃO PAULO  -  A Siemens, em comunicado publicado no domingo na primeira página do jornal “Folha de S.Paulo”, destacou sua preocupação com o uso para outros fins e interesses das investigações conduzidas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), relativas ao suposto cartel em obras de trem e metrô em São Paulo e no Distrito Federal. 

“Tendo-se em vista que as investigações ainda estão em andamento e a confidencialidade inerente ao caso, a Siemens não pode se manifestar publicamente quanto ao teor das matérias que têm sido publicadas pelos diversos veículos de comunicação. E espera que o assunto seja tratado com a devida seriedade e não como instrumento para qualquer outro uso ou interesse”, diz o comunicado, assinado pelo presidente da Siemens no Brasil, Paulo Stark.

Diante disso, a companhia refuta “quaisquer acusações que não sejam baseadas em provas validadas por órgãos oficiais competentes e que denigram a imagem, seja da empresa, de governos, partidos políticos, pessoas públicas ou privadas, ou qualquer integrante da sociedade”. O Valor apurou que a companhia está especialmente desconfortável com o impacto político da investigação, que tem sido ligada aos governos do PSDB no Estado de São Paulo.

No comunicado, a companhia lembra ainda que instituiu em 2007 um sistema de “compliance”, para detectar, corrigir e prevenir práticas ilícitas que eventualmente tenham sido ou pudessem ser executadas em sua estrutura global. “Infelizmente isso pode ser entendido de forma equivocada. Esse é o preço de um movimento transformador da sociedade. Não se trata de um discurso vazio ou estratégia publicitária. É um compromisso sério, que não admite desvios”, informa no comunicado.

A Siemens destaca ainda que acredita que “somente a concorrência leal e honesta pode assegurar um futuro sustentável para as empresas, governos e a sociedade como um todo”.

Petrobras: Maior parte do plano de venda de ativos ocorrerá em 2013


Por Rodrigo Polito, Marta Nogueira, Rafael Rosas e Cláudia Schüffner | Valor
 
Canal Petrobras

RIO  -  (Atualizada às 15h03) A maior parte do plano de desinvestimentos da Petrobras será executada neste ano, segundo o diretor-financeiro e de Relações com Investidores, Almir Barbassa. A companhia mantém a meta do plano, de se desfazer de US$ 9,9 bilhões em ativos em 2013.

“Temos trabalhado intensamente nesses projetos [de desinvestimentos] e esperamos que nós próximos meses possamos dar mais informações”, afirmou o executivo, durante teleconferência com analistas sobre os resultados do segundo trimestre de 2013.

Barbassa disse ainda que o caixa da companhia fechou o segundo trimestre em US$ 32,8 bilhões, o que é suficiente para garantir os investimentos necessários da companhia até o fim do ano.
“Poderíamos dizer que estamos com a captação do ano completa”, disse o diretor. “Qualquer nova captação seria destinada a pré-pagamento ou a pré-funding para o ano que vem.” A companhia realizou no segundo trimestre uma captação líquida de US$ 15,1 bilhões.


Preços internos


Barbassa comentou ainda que a Petrobras tenta negociar um reajuste do preço dos combustíveis no mercado interno. "Este é um assunto que estamos trabalhando intensamente, no sentido de buscar um ajuste ou alinhamento dos preços domésticos com internacionais”, afirmou.

Na hipótese de a estatal não conseguir aumentar o preço dos derivados no mercado doméstico, o diretor prevê que o nível de alavancagem da companhia deve crescer até o fim do ano, mesmo em condições estáveis de mercado.


Hedge e dividendos


O diretor-financeiro da Petrobras comentou também que não há expectativa de propor distribuição antecipada de dividendos no segundo semestre. “Não mudamos política de eventual antecipação de dividendos para o segundo semestre. Não há expectativa de propor distibuição ainda no segundo semestre. Vamos ver como fica a disponibilidade de caixa neste período de alavancagem crescente”, frisou, na teleconferência com analistas.

Ele notou, contudo, que a contabilidade de hedge (proteção) pode gerar um pagamento adicional de dividendos de R$ 600 milhões aos acionistas detentores de ações ordinárias. “Se tudo for mantido, e imaginando que tudo seja aprovado, nesse caso teremos uma distribuição adicional de R$ 600 milhões em dividendos para as ON”, disse.

Para Barbassa, a contabilidade de hedge “veio para ficar”. A medida, avalia, traz um benefício muito grande para a companhia e o resultado fica muito alinhado com a operação da empresa. “Quando tivermos agora um resultado, ele estará refletindo de fato a operação da companhia e não mais o efeito inesperado e incontrolável da variação cambial”, afirmou.

O diretor financeiro emendou que a venda de dois ativos no Golfo do México gerou R$ 250 milhões à companhia. Segundo ele, esse valor já foi incorporado no balanço do segundo trimestre deste ano.

Governo adia leilão do trem-bala em um ano

Por Daniel Rittner | Valor
 
BRASÍLIA  -  Atualizada às 16h50

O leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV) entre Rio de Janeiro-São Paulo-Campinas foi adiado mais uma vez. Não houve fixação de nova data. Em princípio, o adiamento será de “pelo menos um ano”, mas “é possível” que a concorrência fique para depois das eleições presidenciais de outubro de 2014. As informações foram passadas há pouco pelo ministro dos Transportes, César Borges.

“A principal razão (do adiamento) é o fato de que teríamos apenas um licitante”, afirmou Borges. Segundo ele, o consórcio francês – formado pela Alstom e pela operadora estatal SNCF – garantiu presença na disputa. A entrega de propostas estava marcada para sexta-feira.

De acordo com o ministro, dois outros grupos pediram o adiamento do leilão: os espanhóis (com Talgo e Renfe à frente) disseram de precisam de mais dois meses para apresentar uma oferta. Os alemães, que inicialmente pediram mais seis meses, levaram ao governo uma solicitação de 12 meses “por prudência” e para “ter certeza” de participação mais adiante. “O governo quis evitar uma concorrência para um único participante”, frisou Borges. “É mais prudente aguardar a formação de novos concorrentes”.

Borges disse que a investigação do Cade sobre um suposto cartel nos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal não foi "fundamental" para a decisão. "Eu diria que [as denúncias] não foram fundamentais. Não vamos nos pautar por isso que está acontecendo".

Segundo Borges, o governo não vai adiar o projeto de engenharia do TAV. O ministro destacou que a execução do projeto continua tendo o ano 2020 como limite para operação.

Três franquias são abertas por hora, diz pesquisa

Três franquias são abertas por hora, diz pesquisa

De acordo com pesquisa elaborada pela Rizzo Franchise, foram instaladas 4.591 franquias até junho deste ano


Luis Morais/EXAME.com
Shopping Midway Mall, em Natal
Shopping: mais de 70 novas redes surgiram neste semestre

São Paulo – Foram instaladas 4.591 franquias até junho deste ano, o que equivale a 765 inaugurações por mês, 25 por dia ou três por hora útil. Nos últimos seis meses, 76 novas marcas franqueadoras chegaram ao mercado. É o que mostra a pesquisa semestral “Impacto do Franchising na Economia Brasileira - 1º semestre de 2013”, da consultoria Rizzo Franchise.

As franquias de alimentação especializadas, como bebidas, chocolates, churrascaria e salgados, foram as que mais ganharam novos franqueadores no primeiro semestre deste ano. 
Saúde e beleza e negócios e serviços ocupam, respectivamente, o segundo e o terceiro lugar do ranking de crescimento no número de franqueadores. 

Além disso, a pesquisa tem outro ranking que mostra quantos novos franqueados entraram no mercado. Nesse caso, quem ocupa a primeira posição é o setor de negócios e serviços, com a adesão de 873 novos franqueados. 

Marcus Rizzo, sócio da Rizzo Franchise, afirma que o crescimento é consistente. “É um crescimento que tem sido gradativo nos últimos cinco anos. Para o mercado, ainda significa operações pouco consolidadas”, explica. Veja abaixo o documento com a pesquisa completa:
 
De acordo com Rizzo, o ranking teve como base 2.655 redes franqueadoras.

Franquias

 As  áreas de franquias que mais cresceram neste ano

Pesquisa da Rizzo Franchise mostrou quais setores mais cresceram em novas redes e em número de unidades no primeiro semestre deste ano.

 

 

Crescimento
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