sábado, 14 de setembro de 2013

O mundo ainda não fez tudo para evitar que se repita o drama do Lehman Brothers



 
 O aperto das regras do sistema avança muito devagar NICHOLAS ROBERTS/AFP

 José Manuel da Rocha
 

Faz amanhã cinco anos que o banco norte-americano abriu falência, mas as intenções de mudar as regras são limitadas.

O mundo mudou muito desde que, há cinco anos, o banco norte-americano Lehman Brothers foi condenado à insolvência. As ondas de choque que se seguiram geraram uma depressão de que muitas economias ainda não recuperaram totalmente (a dos Estados Unidos, inclusive). Mas será que a lição do Lehman serviu para criar um ambiente regulatório que evite situações semelhantes no futuro? Aí, os avanços são ainda muito marginais.

As recentes perdas em operações de alto risco declaradas pelo banco JP Morgan, no caso que ficou conhecido como "a baleia de Londres", mostram que, apesar das boas intenções de muitos responsáveis políticos, a força do sistema financeiro continua a bloquear a entrada em vigor de muitos instrumentos legislativos que foram prometidos para evitar que houvesse bancos "demasiado grandes para cair", com o consequente risco para a totalidade do sistema.

Como dizia, esta semana, o editor de Economia da BBC, Robert Peston, o que foi feito foi mais "uma higienização do sistema existente e não uma mudança estrutural".

No seguimento da falência do Lehman Brothers, faz amanhã cinco anos, os contribuintes norte-americanos foram chamados a contribuir com 700 mil milhões de dólares para evitar o colapso do sistema bancário. Seguiu-se um gesto idêntico no Reino Unido para acudir a instituições financeiras que também se julgava intocáveis. Até em Portugal, os casos BPN e BPP vieram revelar as fragilidades de supervisão que acabaram por reverter em perdas para o erário público.

Passados cinco anos, há alguns avanços na criação de condições para que o passado não se repita, mas numa escala que é, ainda, muito limitada. Nos Estados Unidos, onde rebentou a crise, o plano legislativo elaborado pelos congressistas Barney Frank e Cristopher Dodd ainda só foi passado a lei numa parte ínfima do conjunto de propostas apresentadas - precisamente as que têm consequências mais brandas para os bancos.
É certo que os bancos norte-americanos têm, agora, níveis de capital muito mais exigentes, que os deixa mais protegidos face a situações de risco, mas um dos pontos centrais do plano Dodd-Frank, de separação de águas entre a banca de retalho e a banca de investimento - para impedir que o dinheiro dos depositantes seja aplicado em operações de risco -, ainda não foi por diante.

Um outro dado positivo resulta do facto de muitas instituições se terem desfeito de activos que não constituíam o seu objecto central de negócio.

Este movimento acabou por gerar uma completa reviravolta no top 10da banca mundial, com a China a assumir um maior protagonismo. Antes da crise, o HSBC liderava a lista, com um nível de capital de cem mil milhões de dólares e nos "dez mais" havia apenas duas instituições chinesas. Hoje, há quatro bancos da China neste ranking e a liderança também pertence à maior potência, a Ásia.

O escândalo dos bónus milionários dos banqueiros e dos seus traders (corretores) foi atenuado nos primeiros anos após a crise, mas no início do ano o The Wall Street Journal fez contas e titulou que, a este nível, se regressou ao business as usual. Mais grave ainda, os prémios de desempenho continuam a ser calculados na banca de investimento, todos os trimestres, o que pressiona os responsáveis a apostarem em resultados de curto prazo, que envolve mais riscos.

Do lado europeu, a crise teve um lado positivo, ao obrigar os bancos a reforçarem os seus níveis de capital e ao procederem a uma limpeza dos livros com base em novas regras, mais prudentes, de condução dos negócios.

A Comissão Europeia também decidiu avançar com a designada união bancária, que visa generalizar mecanismos únicos para exercer a função regulatória e de supervisão do sector. Mas, também aqui, acertar posições tem sido uma tarefa difícil, porque há países, nomeadamente a Alemanha, que não querem ver os seus bancos perderem a protecção nacional.

Ainda neste campo, recentemente, levantaram-se novos obstáculos à criação da chamada "taxa Tobin", uma colecta sobre as transacções financeiras que serviria para o sistema pagar parte das ajudas públicas que os Estados canalizaram na sequência da crise económica e financeira que eclodiu em 2008.

Esta semana, o Nobel da Economia Paul Krugman lembrava que as sequelas da crise aberta pela falência do Lehman Brothers mostraram respostas distintas nos Estados Unidos e na Europa. Na maior potência económica do mundo, e mesmo que tenha sido insuficiente, o plano de estímulo económico de Barack Obama "deteve a aterragem forçada da economia em 2009". Já a experiência europeia de contra-estímulos - as duras reduções de gasto impostas às nações devedoras - "provocou uma grave contracção económica", lembra Krugman.

Capacitação de portuários brasileiros se dará através de acordo com a Bélgica



 
O Ministro dos Portos, Leônidas Cristino, assinou, na embaixada da Bélgica, o Acordo de Cooperação Técnica entre a Secretaria de Portos (SEP) e o Centro de Treinamento do Porto de Antuérpia (APEC) com o objetivo de capacitar os trabalhadores portuários brasileiros, incluindo funcionários de escritório e trabalhadores portuários avulsos, com o oferecimento de cursos nas áreas de gestão, infraestrutura e obras portuárias, além do uso e manuseio de equipamentos portuários. 

Em uma primeira fase, o treinamento será destinado aos funcionários portuários de escritório dos órgãos públicos envolvidos com a matéria (SEP, ANTAQ, Docas e demais órgãos intervenientes), além das empresas privadas arrendatárias dos terminais portuários brasileiros. Esse treinamento será feito por professores Belgas da APEC que virão ao Brasil para disseminar, de maneira mais ampla em todo o País, as melhores práticas do setor portuário mundial.   

O treinamento destinado aos funcionários de escritório será organizado por intermédio de seminários de curto prazo, com previsão de 05 dias úteis, com início previsto para as 9h até, aproximadamente, 17h. Os cursos serão conduzidos em inglês. 

A segunda fase do programa incluirá o treinamento de professores brasileiros, a serem escolhidos pela SEP, nas instalações do Centro de Capacitação do Porto da Antuérpia - APEC, naquela Cidade Belga. Tais professores, quando de seu retorno, treinarão os trabalhadores portuários avulsos, principalmente com o uso de simuladores para movimentação de contêineres (transteineres e porteineres).   

O Acordo a ser assinado terá grande importância para o setor, na medida em que possibilitará maior interface entre os setores público e privado e permitirá o cumprimento de um dos artigos da nova Lei dos Portos que determina o treinamento, qualificação e certificação profissional dos trabalhadores portuários. 

Empresas estrangeiras buscam cada vez mais parcerias para se fixar no país



 

Empresas e indústrias estrangeiras, que costumam encontrar dificuldades para se instalar no país, principalmente em matéria de legislação e impedimentos burocráticos, buscam cada vez mais alianças com escritórios locais de apoio e assessoria para superar esses problemas.

Como uma possibilidade a mais de expandir seu raio de ação e com a segurança de contar com esse apoio fundamental, empresários, associações e escritórios de advogados buscam parcerias com consultores internacionais para facilitar a instalação de organizações estrangeiras no país.

A Associação Brasileira de Empresas Certificadas em Saúde (ABEC Saúde), por exemplo, assinou uma aliança com a especialista em assuntos reguladores Larissa D'Andrea, profissional com forte atuação em assuntos normativos da saúde e com experiência em grandes empresas internacionais.

A profissional em questão foi contratada para mediar o contato com empresas estrangeiras da área de equipes e produtos de saúde que desejam se instalar no país e que, é claro, possuíam dúvidas em relação às questões reguladoras, principalmente sobre prazos e regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com Ruth Khairallah (foto), presidente da ABEC Saúde, a entrada de novas empresas no país traz numerosos benefícios ao setor da saúde.

"O objetivo é diminuir a dependência que os estrangeiros têm de incubadoras de registro localizadas no país. Isso seria bom porque a empresa viria 
fisicamente ao Brasil, gerando empregos, pagando impostos e transferindo tecnologia para o país", explicou a presidente da ABEC Saúde à Agência Efe.

Segundo Evaristo Araújo, diretor administrativo da ABEC, a associação conta hoje com 120 associados e, de maneira indireta, teria auxiliado entre 20% e 30% deste número com assessoria e consultoria para multinacionais.

"Hoje, a demora em conseguir a regularização total na Anvisa é de cinco a sete anos. Queremos reduzir isso preparando as empresas nacionais para 
receber os estrangeiros como 'partnerships' (parceiros), fato que reduzirá o fluxo de tempo", afirmou.
Na área jurídica, a preocupação aborda empresários da Europa e do Japão, que desconhecem o sistema tributário brasileiro e necessitam de auxílio à 
hora de investir no país.

O sócio diretor da Abe Advogados, Marcos Abe, que assessora um importante grupo de companhias japonesas, apontou que as empresas estrangeiras buscam informações detalhadas sobre a abertura de fábricas não Brasil.

"Fizemos um mapa sobre o plano de negócios de empresas, de quais são as principais informações que elas necessitam nas áreas tributária e trabalhista, além de incentivos fiscais e riscos de uma mudança legislativa", completou.

Abe manifestou que "o sistema tributário brasileiro é muito complexo e burocrático, dificultando muito o entendimento para quem vem do exterior. Este é o principal impedimento para a instalação no país". 

Fonte: EFE



Para TV inglesa, brasileiro só gosta de ver sexo e sangue


Apresentadora de TV britânica vem ao Brasil para falar da programação da televisão nacional - "a alma de uma nação" - e fica chocada com o que vê


Deivis Horbach/Divulgação
Pânico na TV
Pânico na TV, um dos programas citados na reportagem britânica: "“no Brasil, o bumbum pode te levar a lugares”

São Paulo - “Eu tenho a teoria de que a televisão é a janela para a alma de uma nação”. É assim que começa o episódio sobre o Brasil do programa de televisão britânico “The Greatest Shows on Earth” (Os melhores programas do mundo, em tradução livre). 

Exibido em junho na TV britânica, só agora o episódio ganhou notoriedade entre brasileiros nas redes sociais

Se a teoria da apresentadora Daisy Donavon estiver correta, a alma do Brasil é uma mistura perversa de sexo e morte. Ou pelo menos é essa a conclusão a que ela chega após passar uma temporada no país, conhecendo alguns programas da TV aberta. 

“A televisão aqui valoriza o teatro do extremo, da beleza do corpo das mulheres a programas que exploram casos de polícia”, explica no começo da reportagem.

Daisy busca exemplos fortes para comprovar sua teoria. A competição “Miss Bumbum”, exibida por um canal da TV aberta, é alvo de detalhada análise. 

“Estou exposta a um festival da carne”, impressiona-se a apresentadora enquanto assiste à cena de um programa de auditório em que um cirurgião plástico descreve um bumbum perfeito. 

Ela chega a participar de uma pegadinha com uma das participantes para entender melhor o que motiva essas meninas a se exporem dessa forma. Conclusão: “no Brasil, o bumbum pode te levar a lugares”.

Uma das concorrentes, apesar de participar da competição, explica como funciona. “Para a gente entrar na TV e na mídia, muitas vezes a gente tem que entrar pela porta dos fundos. Temos que mostrar primeiro nossa beleza, pra depois mostrar o que temos por dentro e a capacidade intelectual”.

“O que me parece ser um programa degradante e sadomasoquista é transmitido, incrivelmente, às 21h de um sábado para 10 milhões de espectadores”, explica, incrédula, a apresentadora ao público inglês.


Sem limites


E ainda questiona: “se a televisão brasileira está disposta a tratar as mulheres dessa forma em sua busca por espectadores, existe algum limite que ela não cruzaria?”.

A resposta vem banhada em sangue. A jornalista britânica vai ao norte do país para conhecer melhor o que considera uma forma inesperada de entretenimento: os sangrentos programas policiais. “É isso que as pessoas assistem como entretenimento na hora do almoço?”

“Meu Deus, esse país não é para os de coração fraco”, conclui. 

Comissão debate nova Lei de Imigração brasileira


Ministério da Justiça e a Procuradoria-Geral fizeram a segunda audiência pública sobre a reformulação do Estatuto do Estrangeiro

Bruno Bocchini, da
Nelson Almeida/AFP
Imigrantes bolivianos trabalham em ateliê de roupas de Nova Odessa, em São Paulo
Imigrantes bolivianos trabalham em ateliê de roupas de Nova Odessa, em São Paulo


São Paulo – O Ministério da Justiça e a Procuradoria-Geral da República fizeram hoje (13) a segunda audiência pública sobre a reformulação do Estatuto do Estrangeiro (Lei nº 6.815/80, com as alterações da Lei 6.984/81). Para debater a questão e ouvir a sociedade, foi instituído um grupo de especialistas, instituído pela Secretaria Nacional de Justiça, com o objetivo de apresentar uma proposta de anteprojeto de lei.

“O que há de consenso no nosso grupo é que o atual quadro legislativo se calca em paradigmas que nós repudiamos severamente. É um paradigma defensivo, de proteção, xenófobo, de segurança nacional, criminalizante. Nós gostaríamos de substituí-lo por uma legislação cujo alicerce sejam princípios, direitos fundamentais, cooperação, e integração”, disse o professor de direito constitucional Tarcíso Dal Maso Jardim.

Imigrante boliviana, a advogada Ruth Camacho, representante do Centro Pastoral do Imigrante, acredita que a nova legislação deva ser construída com base nos direitos humanos. “A nossa preocupação, há muitos anos, é que a nova Lei de Imigração seja baseada efetivamente, com foco nos direitos humanos”, disse. “Ela deverá corresponder aos desafios e necessidade da realidade e dinâmica atual das imigrações e que possibilite a regularização migratória em diferente situações, particularmente sempre que esteja em jogo a proteção de direitos humanos do indivíduo, do trabalhador migrante, da família, dos grupos vulneráveis e outras circunstâncias”.

Camila Baraldi, coordenadora de Políticas para Imigrantes Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, cita exemplos de problemas básicos que os imigrantes ainda enfrentam no Brasil. “Os problemas vão desde a expulsão, desse conceito de nocividade subjetivo, a questão da documentação. 

É totalmente decentralizada a emissão de diversos documentos, como a carteira de trabalho. É tudo sob a lógica de controle. O brasileiro pode fazer a carteira de trabalho em diversos locais e o estrangeiro não pode. Tem de fazer em uma superintendência regional específica e assinada por delegado”, exemplificou.

Universidades federais se negam a ajudar no Mais Médicos


Segundo o jornal Folha de S.Paulo, 13 universidades federais não indicaram tutores para acompanhar médicos estrangeiros

Elza Fiuza/ABr
Profissionais estrangeiros do Mais Médicos iniciam curso de preparação, com aulas sobre saúde pública brasileira e língua portuguesa
Profissionais estrangeiros do Mais Médicos: sem apoio de parte das universidades federais

São Paulo – Parte das universidades federais se recusou a colaborar com o programa Mais Médicos, criado pelo governo de Dilma Rousseff para suprir a carência de médicos no interior e nas periferias de grandes capitais.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, das 45 universidades federais com curso de medicina contatadas pela publicação, 13 afirmaram que não aderiram ao programa. Outras quatro ainda analisam sua participação; cinco não responderam. Já 23 instituições declararam que estão participando.

A função das universidades federais é indicar tutores e supervisores para os médicos estrangeiros. Os supervisores têm um papel mais administrativo, cabendo, por exemplo, verificar o cumprimento da carga de 40 horas de trabalho por semana.

Já os tutores têm uma função de acompanhamento acadêmico, sendo, ainda, chefes dos supervisores. Para tanto, recebem uma bolsa de 5.000 reais.

Segundo a Folha, entre os principais motivos para a falta de apoio, está a falta de revalidação do diploma dos médicos estrangeiros. Além disso, as universidades afirmam que não está claro o papel e as responsabilidades dos tutores no programa.

O jornal afirma que, nos Estados em que as universidades federais não aderiram ao programa, o governo federal deve procurar o apoio de instituições estaduais, municipais ou mesmo particulares.

Dilma diz esperar “grande deságio” em leilão de rodovias


Por Bruno Peres | Valor
Rodovias do Tietê/Divulgação


UBERLÂNDIA (MG)  -  A expectativa do governo federal é “muito boa” com o primeiro leilão de rodovias, marcado para quarta-feira da semana que vem, disse a presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira. A afirmação foi dada em entrevista a emissoras de rádio em Uberlândia (MG), por onde passa um dos trechos de estradas a serem concedidos à iniciativa privada (BR-050). 

“O primeiro leilão é justamente esse trecho e a nossa expectativa é muito boa”, disse a presidente. “Pretendemos que essa licitação seja muito bem sucedida, porque esse é um eixo de rodovia que serve para escoar toda a riqueza desse conjunto, tanto a parte paulista, quanto a mineira e a de Goiás, que está crescendo muito”, acrescentou Dilma.

A presidente destacou o interesse por parte do setor privado com as concessões e que, em função disso, o governo espera que a concorrência beneficie a população. “A gente espera que haja um grande deságio por conta que muitos empresários tiraram os dados para poder participar da licitação”, disse Dilma. “A gente espera que a concorrência entre eles leve a um deságio que vai baratear ainda mais o custo para a população”, completou. 

Dilma ressaltou que o governo federal sempre foi contra a cobrança de pedágio em região urbana, que o governo cobrará das empresas a conclusão dos empreendimentos o mais rapidamente possível “em um prazo mais restrito”.

A presidente aproveitou sua fala para alfinetar a gestão do PSDB, anterior à do governo petista, e disse que “no passado tinha um problema sério com concessão”, quando os processos não previam a obrigatoriedade de manutenção dos trechos concedidos. “Terá que manter a qualidade do serviço que recebeu”, disse Dilma.

Nesta sexta-feira, a presidente participa em Uberlândia de cerimônia de formatura alunos da região, participantes do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) - uma das principais vitrines da gestão Dilma Rousseff. Na entrevista, a presidente defendeu o programa e enfatizou a necessidade de qualificar jovens e adultos para o mercado de trabalho. 

“O Brasil precisa capacitar seus jovens e adultos e pessoas que vivem ainda em condições de pobreza”, disse Dilma.