terça-feira, 24 de setembro de 2013

Poupadores são mais atraentes que gastadores, diz pesquisa


Do UOL, em São Paulo

  • Arte/UOL
Poupar uma parte do dinheiro que se ganha é uma das chaves do sucesso financeiro, proclamam todos os especialistas em finanças pessoais. Uma pesquisa divulgada recentemente nos Estados Unidos mostra que, além do campo das finanças, essa atitude pode ajudar também em outra área: a dos relacionamentos.

Segundo o estudo, feito pelo professor de marketing Scott Rick e pela estudante de doutorado em marketing Jenny G. Olson, da Universidade de Michigan, pessoas poupadoras são vistas como mais atraentes, até fisicamente, pelos outros.

O estudo "Penny Saved is a Partner Earned: The Romantic Appeal of Savers" (em tradução livre: "Um centavo que se poupa é um parceiro que se ganha: o apelo romântico dos poupadores") foi feito com a ajuda de voluntários, homens e mulheres. Eles foram convidados a avaliar perfis de potenciais parceiros.

As fotos mostradas aos voluntários eram de um homem e de uma mulher de beleza considerada mediana (para que a aparência física não fosse determinante na avaliação). A cada teste, uma característica era atribuída a eles pelos pesquisadores. Eles eram mostrados como "gastadores", "equilibrados" ou "poupadores".

A conclusão foi que as pessoas mostradas como econômicas pareciam mais interessantes quando o assunto era uma relação romântica. Em segundo lugar apareceram os equilibrados e, em último, os gastadores.
Para os pesquisadores, o resultado desmente a ideia de que ostentar bens, como um carro novo ou um imóvel de alto padrão, ajuda a atrair parceiros.
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Dinheiro e felicidade6 fotos

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Quem usa o dinheiro para fazer viagens ou presentear pessoas queridas pode ser mais feliz. É o que diz o livro "Happy money: the science of smarter spending" (algo como "Dinheiro feliz: a ciência de como gastar melhor"). Veja, a seguir, as dicas dos autores, a canadense Elizabeth Dunn e o americano Michael Norton Leia mais Thinkstock

Mais autocontrole e mais compromisso

Para os voluntários, os poupadores eram mais atraentes porque aparentavam ter mais autocontrole e, assim, pareciam ser mais capazes de levar a sério um compromisso.

A característica influenciou, até, na atração física exercida sobre os voluntários. Quem participou do teste considerou que os poupadores tinham mais disciplina para levar dietas adiante e fazer exercícios físicos regularmente. Assim, eles eram, também, fisicamente mais interessantes.

Os poupadores também foram vistos como menos aventureiros, divertidos e emocionantes do que os gastadores. Mas, para os voluntários, ainda assim eles eram mais interessantes.

Os pesquisadores fizeram apenas uma ressalva ao fim do estudo. A pesquisa foi feita num período em que os Estados Unidos enfrentam uma crise financeira. Não é possível saber, segundo os autores, se os poupadores continuariam parecendo tão interessantes em momentos econômicos mais tranquilos.

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Sete armadilhas de compras, dívidas e investimentos7 fotos

ACHAR QUE TODAS AS DECISÕES SÃO RACIONAIS - A psicanalista Márcia Tolotti diz que, quando tomamos decisões relacionadas ao dinheiro, sofremos duas interferências negativas: da má educação financeira e das emoções. É um erro, assim, achar que basta conhecimento técnico para se dar bem nos investimentos. É preciso também ter autoconhecimento emocional Leia mais Thinkstock

Degustador de café já chegou a provar mais de 3.500 xícaras em um único dia


Priscila Tieppo e Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em São Paulo e Belo Horizonte

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Degustadores de café usam o paladar para classificar grãos6 fotos

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Os degustadores de café avaliam a qualidade dos grãos e as características da bebida que estes podem produzir. A atuação dos profissionais é importante para os negócios com o produto, pois eles indicam o quanto vale cada lote de café. Na foto, xícaras especiais usadas por degustadores em provas de café. Conheça mais sobre a atividade clicando nas fotos acima Hugo Cordeiro/UOL
 
Francisco Donizete Cruz já chegou a experimentar mais de 3.500 xícaras de café num único dia, no auge da colheita em Minas Gerais. Degustador de café há 33 anos, ele é gerente de qualidade da cooperativa Cooxupé, em Guaxupé (MG).

Cabe a ele verificar as condições do café que chega das fazendas dos produtores associados à cooperativa, e avaliar as características da bebida preparada com o grão torrado e moído - dizer se é suave, forte, ácida, doce, etc.

"São mais de 40 tipos de café, fora os gourmets", afirma Cruz.

Os degustadores não engolem o café que experimentam, que é cuspido num recipiente antes que eles passem para outra xícara. Mesmo assim, parte da bebida é absorvida pelo organismo, através do contato com a boca e a língua.

Concurso de degustação de cafés

No pico da safra, entre julho e setembro, a cooperativa mineira, considerada a maior do país ligada ao café, recebe diariamente de 60 mil a 70 mil sacas de produto de seus associados.
O número de sacas dos lotes enviados pelos produtores varia. Mas a equipe de degustadores da cooperativa experimenta amostras de cada lote trazido.

Classificação depende do paladar

O trabalho realizado pelos degustadores é importante para cooperativas, torrefadoras -empresas que compram, torram e moem os grãos para vender no mercado- e exportadoras. É através das verificações que eles fazem nos grãos que se sabe quanto vale o café.

"Só com essa análise é possível separar os cafés de acordo com os padrões de qualidade internacionais", diz o degustador.

A primeira parte da análise é visual, feita com os grãos crus, logo que chegam à cooperativa. Cruz afirma que, "só de olhar", já sabe se o café tomou chuva, se caiu no chão, se fermentou, e, assim, pode separar lotes bons dos ruins e dar o preço para as sacas.

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Conheça alguns mitos e verdades sobre café18 fotos

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Café desidrata. PARCIALMENTE VERDADE: a cafeína reduz a produção de hormônios antidiuréticos, levando a um aumento da produção de urina, o que poderia levar à desidratação. "Porém seu consumo moderado não altera os níveis de hidratação nem de eletrólitos excretados pela urina", afirma Tatiane Muniz de Oliveira, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein Leia mais Shutterstock
 
Depois disso, vem a parte da degustação da bebida, que é quando o café receberá uma classificação para venda e exportação.

Uma amostra de cada lote é torrada e moída, e com ela se prepara a bebida, que é colocada em xícaras especiais para a prova dos degustadores. De cada lote, eles chegam a experimentar até sete xícaras, que ficam em mesas redondas de tampo giratório, para facilitar o processo.

Com uma colher parecida com uma pequena concha de cozinha, o degustador leva uma porção da bebida à boca e a suga com bastante força. Ao fazer isso, inspira o ar junto, fazendo um som característico, semelhante a um assobio.

O café é assim levado para o fundo da boca, para o profissional conseguir sentir a totalidade de seus aromas e paladar.

Às vezes, é preciso experimentar maior número de xícaras para saber com precisão como classificar cada lote.

Degustador deve evitar alimentos picantes e álcool

"O degustador de café precisa ter uma vida regrada: não pode comer alimentos picantes ou ácidos e deve evitar bebidas alcoólicas", afirma Cruz.

Mesmo degustando café como profissão, Francisco Cruz não dispensa o café por prazer. "Tomo bastante, umas cinco xícaras por dia. Quando estou em viagem sempre quero provar os cafés que tem na região. Sou louco por café", afirma.

Campeão de degustação vai representar o país na Austrália

Com a experiência de quem procura e prova cafés de qualidade desde a adolescência, o empresário Edimilson Batista Generoso, de Varginha (MG), é o atual campeão nacional de degustadores. Há duas semanas, ele venceu 17 concorrentes no 6º Campeonato Brasileiro de 'Cup Tasters' (provadores), durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte.

Os degustadores passavam por várias baterias de provas, nas quais havia sempre três xícaras contendo café. Duas apresentavam a mesma bebida, e o provador tinha que identificar a xícara com o café diferente.

Generoso errou pouco, e acabou vencendo a competição. Em maio do ano que vem, ele vai representar o Brasil no campeonato mundial da categoria, na Austrália.

Vencedor de concurso toma 15 xícaras de café por dia

O campeão é dono da torrefadora Alicerce, juntamente com os irmãos mais velhos Edivaldo e Elias. "Aprendi tudo que sei com eles, que me ensinaram a degustar e identificar os produtos", diz.

Ele afirma que, para fechar negócios para sua empresa, acompanha o processamento do café após a colheita, analisa o grão verde e o aroma no momento da torrefação. "Mas a verificação final para saber a qualidade do café é mesmo com a degustação. Não tem jeito".

Generoso diz que toma pouco café em casa, mas, na empresa, chega a beber 15 xícaras por dia, na maioria das vezes, com clientes. "O café me ajuda em tudo. Dá mais energia, penso mais rápido. É o meu estimulante", afirma.

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Conheça o plantio de café com mogno em Minas Gerais7 fotos

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Minas Gerais é pioneira nas lavouras de café com mogno africano (árvores mais altas); com o plantio duplo, os custos de produção são reduzidos já que ambas aproveitam as aplicações dos mesmos insumos como a adubação Leia mais  
 
Montesanto Tavares/Divulgação



Na ONU, Dilma diz que espionagem viola direitos humanos



JOANA CUNHA
DE NOVA YORK
GABRIELA MANZINI
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK

Atualizado às 11h13.

Em tom rígido, Dilma Rousseff levou nesta terça-feira à 68ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, as críticas do país ao governo americano, acusado de espionar inclusive as comunicações pessoais da presidente brasileira. 

Na plenária, Dilma qualificou o programa de inteligência dos EUA de "uma grave violação dos direitos humanos e das liberdades civis; de invasão e captura de informações sigilosas relativas a atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional".

Dilma afirmou que as denúncias causaram "indignação e repúdio" e que foram "ainda mais graves" no Brasil, "pois aparecemos como alvo dessa intrusão". Disse ainda que "governos e sociedades amigos, que buscam consolidar uma parceria efetivamente estratégica, como é o nosso caso, não podem permitir que ações ilegais, recorrentes, tenham curso como se fossem normais".
"Elas são inadmissíveis", completou. 


Timothy Clary/AFP
Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, Dilma Rousseff defende criação de marco de internet para evitar intrusão
Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, Dilma Rousseff defende criação de marco de internet para evitar intrusão 

Conforme a brasileira, o Brasil "fez saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão". 

Há uma semana, a presidente cancelou a visita de Estado que faria ao colega Barack Obama em outubro que vem, em Washington, por "falta de apuração" sobre as denúncias de que a inteligência americana espionou as comunicações pessoais da brasileira, além da Petrobras. 

Para ela, "imiscuir-se dessa forma na vida de outros países fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre elas, sobretudo entre nações amigas". 

Dilma também foi extraordinariamente dura ao rebater frontalmente o argumento americano de que a espionagem visa combater o terrorismo e, portanto, proteger cidadãos não só dos EUA como de todo o mundo. 

Para Dilma, o argumento "não se sustenta". "Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra. Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos fundamentais dos cidadãos de outro país." 

"O Brasil, senhor presidente [da Assembleia Geral], sabe proteger-se. Repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas", disse. 

No discurso, Dilma ainda fez referência ao seu passado de militante contra a ditadura brasileira. "Lutei contra o arbítrio e a censura e não posso deixar de defender a privacidade dos cidadãos e a soberania do nosso país", afirmou. 

O Brasil faz o discurso de abertura da reunião anual desde que o embaixador Oswaldo Aranha iniciou a tradição, em 1947. 


SÍRIA

 
Em relação ao confronto na Síria, Dilma mencionou que o Brasil possui "na ascendência síria um componente importante de nossa nacionalidade" e voltou a se posicionar contra uma eventual intervenção militar. 

Ela também criticou a disposição dos EUA e de seus aliados de agir sem apoio do Conselho de Segurança da ONU. "O abandono do multilateralismo é o prenúncio de guerras", disse.
Dilma conectou o assunto à reforma do conselho, uma das mais antigas reivindicações da diplomacia brasileira. 

Ela afirmou que a "polarização" entre os membros permanentes --ou seja, com direito a veto-- do conselho provocam um "imobilismo perigoso". Ela defendeu que sejam somadas ao órgão "vozes independentes e construtivas". 

"Só a ampliação do número de membros permanentes e não permanentes permitirá sanar o atual déficit de representatividade e legitimidade do conselho", disse. 


PROTESTOS

 
No seu discurso, a presidente brasileira também mencionou a onda de protestos ocorrida em junho passado. Disse que seu governo "não as reprimiu" porque também "veio das ruas". "Para nós, todos os avanços são sempre só um começo. Nossa estratégia de desenvolvimento exige mais, tal como querem todos os brasileiros e as brasileiras." 

Em relação à economia, ela afirmou que o país "está retomando o crescimento" graças a "políticas macroeconômicas" e que seu governo possui "compromisso com a estabilidade, com o controle da inflação, com a melhoria da qualidade do gasto público".

Anatel: TIM e Vivo juntas teriam perda de qualidade do serviço

  • Operação seria desafio à manutenção da qualidade dos serviços prestados no país
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BRASÍLIA - A eventual compra do controle da Telecom Italia pela Telefónica implicaria, além da complexa análise antitruste no Brasil, um desafio à manutenção da qualidade dos serviços prestados no país, afirmou à Reuters uma fonte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) nesta segunda-feira.
Pelas regras do setor de telecomunicações no Brasil, não pode haver sobreposições de outorga: ou seja, um mesmo grupo não pode ter duas empresas que atuam no Serviço Móvel Pessoal (telefonia móvel) em uma mesma região.

Se a Telefónica assumir o controle da Telecom Italia na Europa, será indiretamente a sócia majoritária da TIM no Brasil, onde já é dona da Vivo. Por isso, teria que se desfazer da outorga e das faixas de frequência de uma das duas operadoras, potencialmente unificando as bases de clientes de ambas as empresas em um único espectro.

Essa unificação, porém, segundo a fonte da Anatel, levaria a problemas na qualidade do serviço, já que a base de clientes que hoje usa faixas de duas operadoras seria “afunilada” nas frequências de apenas uma companhia.

“Se ela tiver devolvido as faixas de frequência de uma empresa e colocar os clientes dessa empresa nas faixas da outra, isso pode gerar problemas na qualidade. Mas é preciso ver o caso concreto. Acho que as empresas têm consciência das limitações e já devem ter algum tipo de solução”, disse a fonte da agência, que pediu anonimato.

Fontes na Itália afirmaram à Reuters que a Telefónica já teria chegado a um acordo para aumentar sua participação na Telco, holding que controla a Telecom Italia, inicialmente para 65% com a opção de estender para cerca de 70%.

No Brasil, a operação teria de ser submetida também ao Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade), onde seria analisada “com muito cuidado”, disse à Reuters uma fonte do órgão antitruste. “Não se trata de um caso trivial”, afirmou.

Segundo dados de julho da Anatel, a Vivo é a líder do mercado brasileiro de telefonia móvel e a TIM aparece em segundo lugar. Somadas, as empresas teriam mais de 55% de market share.

Em relatório divulgado nesta segunda-feira, o Morgan Stanley ponderou, entretanto, que, de uma maneira geral, os obstáculos regulatórios podem não ser tão grandes como se pensa para esse setor.

O relatório notou, por exemplo, que, no que se refere ao Cade, não haveria um patamar de market share que poderia levantar uma bandeira vermelha e amarela, e citou que a própria Vivo já tem mais de 60% do mercado em alguns Estados.

Quanto à Anatel, o documento do Morgan Stanley avaliou que a agência pode estar propensa a aprovar consolidações se for convencida de que isso pode ajudar na qualidade dos serviços.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

COM NOVAS REGRAS, GOVERNO QUER ELEVAR DEFESA COMERCIAL



 


O decreto que prevê agilizar as investigações para a defesa comercial do Brasil, o qual entrará em vigor no próximo dia 1º, poderá zerar a diferença entre o que entra de pedidos no Departamento de Defesa Comercial (Decom), da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a abertura de investigação dessas demandas pelo setor privado.


Segundo o diretor do Decom, Felipe Hees, atualmente apenas em 50% das petições são abertas investigações, e dessas também, metade chega a uma definição. "Com o decreto podemos caminhar para que em 98% dos pedidos sejam iniciadas as análises, conforme acontece na Turquia, por exemplo. O que podemos afirmar é que os números devem aumentar", disse Hees, sem estabelecer prazo. Na última sexta-feira, ele esteve no seminário "A modernização da Defesa Comercial no Brasil", realizado pelo Grupo de Economia da Infraestrutura & Soluções Ambientais da Fundação Getulio Vargas (FGV).

A explicação dele é que pelo fato do governo estar em processo de contratação de novos funcionários para as investigações e pela qualidade das informações prestadas já no início conforme determinação desse novo decreto (8.058 de 2013) - que servem justamente para agilizar as análises dos 15 meses atuais, em média, para 10 meses - devem facilitar a abertura e as conclusões para aplicações de direitos, principalmente de antidumping que representam 95% das petições realizadas no País.


Para o diretor do Decom, outra mudança importante que entrará em vigor é a obrigatoriedade de determinações preliminares em 120 dias após o início da investigação. "Será uma conclusão provisória se existe ou não a existência de dumping em uma petição. É uma pré-condição para a Camex [Câmara de Comércio Exterior, também do MDIC] poder ampliar os direitos provisórios [conceder o direito de antidumping, por exemplo] e proteger a concorrência doméstica de práticas desleais. É o centro do novo decreto porque explica o que acontece na investigação [cronograma e recomendações do Decom para o direito provisório", afirmou Felipe Hees.

Interesse público

O diretor do Decom destacou, ainda, que o decreto deixará mais claro quando será e os efeitos das definições de Grupos de Interesses Públicos em algumas investigações. "Se, por exemplo, houver uma petição para investigação de dumping na importação de arroz, e este pedido tiver todas as comprovações de há prática desleal, mas se o grupo concluir que, com o direito aplicado, haverá um aumento do preço da cesta-básica, a decisão não será favorável ao peticionário", citou Hees ao ser questionado pelo DCI.

Ele comentou também que essa legislação visa amadurecer e modernizar as ações do Decom, além de trazer mais segurança tanto ao setor privado brasileiro, quanto ao estrangeiro, "ao assegurar o amplo direito de defesa".


Para Vera Kanas Grytz, diretora de comércio internacional do Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (Ibrac), o novo decreto promove a "celeridade e transparência" nas investigações para a defesa comercial no Brasil. "Porém, ainda temos limitações [para conceder direitos] devido aos acordos estabelecidos pela OMC [Organização Mundial do Comércio]. Além disso, devemos ter essa mesma discussão daqui um a dois anos para saber se, na prática, as determinações preliminares, por exemplo, não terão uma série de medidas provisórias depois. E se o mecanismo de avaliação do interesse público vai se tornar uma 'jurisprudência' para outros casos", disse durante o evento da FGV.


O embaixador Regis Arslanian questionou ainda se o decreto por ter 200 artigos, enquanto a norma anterior tinha 60, e o fato de todas as informações serem prestadas no primeiro momento, podem trazer mais sobrecarga ao peticionário, conforme críticas feitas por empresários, Hees respondeu que o trabalho será maior sim, mas só no começo da investigação, e isso tornará a conclusão mais rápida e que o aumento de artigos é para tornar as regras mais claras.


Fonte: Diário do Comércio e Indústria

Vestida para matar: a mágica da estratégia “pretinho básico”

Nem muito curta, nem muito longa. Às vezes, um certo requinte cai bem. Em outros casos, qualquer coisa a mais é exagero. É de estratégia que estamos falando

 
 
Divulgação/ Filme Bonequinha de Luxo
Audrey Hepburn como Holly Golightly, em Bonequinha de Luxo


Em um dos livros menos cotados do Henry Mintzberg (convenhamos, a maioria só conhece esse autor pelos livros didáticos que os professores mandam ler), é feita a comparação da estratégia com um vestidinho preto. Como não uso vestido, tiro meu chapéu para a genialidade dessa comparação. Homens e mulheres, todos nós sabemos o efeito de um belo vestido preto.

Grande demais, ele cobre material demais, deixa pouco espaço para a imaginação, não seduz, não provoca a imaginação. Curto demais? Apesar de muitas pessoas caírem na armadilha do quanto menos tecido melhor, a verdade é que a coisa não é bem assim. Revele demais e a magia desaparece. É preciso deixar espaço para a imaginação completar o que o vestido não mostra. Um bom vestido precisa de detalhes nos lugares certos, e a falta deles transforma uma musa em participante de reality show. Mostra demais, perde a graça.

O vestido certo informa exatamente o que precisa ser informado. Chama a atenção para os lugares certos. Em vez de manter a atenção em decotes exagerados, fornece as informações necessárias para que possamos focar no que realmente importa. O vestido certo faz querermos nos esforçar mais para ver o que falta.

(pausa para uma ducha fria)

Saindo um pouco do mundo do vestuário, cansei de ver empreendedores, diretores e afins afogados em estratégias grandes demais, detalhadas demais, sufocados por material demais. Lembro, em uma de minhas consultorias, o caso de um diretor sufocado por um board que exigia análises e mais análises para fazer qualquer coisa. “Vamos ganhar tempo, marcamos a próxima reunião daqui a 3 meses e mostramos resultados”. Menos, e não mais material foi a solução desse caso.

Em outro caso, uma empresa de execução perfeita não conseguia se diferenciar da concorrência. O foco era no produto, na execução. Um pouco mais de pano e a estratégia chegou no tamanho certo.

Diferenciar-se não significa ser totalmente diferente dos outros, mas diferente o suficiente para chamar atenção. Você pode ver 20 garotas iguais em uma festa, mas quem sabe se diferenciar chama a atenção, mostrando exatamente o que quer que você veja.

E é essa, caro leitor, minha mensagem neste artigo. Assim como roupas, todos precisamos de uma estratégia. Temos gostos e necessidades diferentes. Há uma infinidade de estratégias diferentes, de formas de chegar a nossos objetivos. Você pode optar por fazer qualquer coisa, como se abrisse o armário e vestisse a primeira coisa que encontrasse. Vez por outra, no entanto, é preciso se esforçar. Vez por outra é preciso se vestir para matar.

Dilma desembarca em Nova York para abrir a 68ª Assembleia da ONU



 
 
   




A presidenta Dilma desembarcou nesta segunda-feira em Nova York, às 5h30, (horário local), de acordo com a assessoria da Presidência. Dilma fará o discurso de abertura da 68ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (24/9). 

A presidente usará o plenário da ONU para mostrar o descontentamento com a interceptação de dados realizada pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês). Denúncias de que o governo americano espionou ela própria, seus assessores e a Petrobras a levaram a presidenta a anunciar, na semana passada, o cancelamento da visita de Estado que faria aos EUA em outubro. No discurso, Dilma deve defender uma internet livre, destacando a importância da neutralidade da rede e da proibição de seu uso para espionagem.

Nesta terça-feira, Dilma terá uma reunião bilateral com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, antes do discurso na assembleia geral. À tarde, deverá participar da primeira sessão do Foro de Alto Nível para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, e se encontrará com o presidente da Telefónica, Cesar Alierta Izuel.

Na quarta-feira, Dilma participa de um seminário sobre oportunidades em infraestrutura no Brasil, promovido pelo Goldman Sachs, que terá a presença dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. Participarão desta conferência os presidentes do Banco Central, Alexandre Tombini, e do BNDES, Luciano Coutinho.

Fonte: Agência Brasildilma-ny