terça-feira, 24 de setembro de 2013

Déficit em conta corrente até agosto já ultrapassa total de 2012


Resultado das contas externas ficou negativo em agosto em 5,05 bilhões de dólares; no acumulado do ano, soma 57,9 bilhões de dólares

Dólares
Setor externo: déficit em conta corrente já é maior que o total de 2012 (Divulgação)


Além do recorde de gastos de brasileiros no exterior em agosto, o Banco Central mostrou ainda que o déficit em conta corrente do Brasil continua se ampliando. Ficou negativo em 5,05 bilhões de dólares em agosto, impactado, sobretudo, pela conta de serviços, que ficou 4,235 bilhões de dólares no vermelho. A balança comercial, que vinha impactando negativamente as transações correntes ao longo de 2013, teve saldo positivo em agosto, de 1,226 bilhão de dólares. 

A conta corrente, ou conta de transações correntes, reúne o saldo da balança comercial (exportações e importações) e o resultado da balança de serviços (transportes, seguros, remessas e recebimento de juros e lucros, rendas e transações unilaterais). Quando está deficitária, significa que o Brasil está tomando mais crédito externo do que recebendo investimentos.

No acumulado do ano, o déficit em conta corrente atinge 57,952 bilhões de dólares, o que representa 4,01% do Produto Interno Bruto (PIB). É o pior resultado para a série histórica do Banco Central nos oito primeiros meses do ano desde 1947.

O déficit acumulado em 2013 já é maior do que o resultado negativo total de 2012 (54,230 bilhões de dólares). No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, o saldo negativo está em 80,642 bilhões de dólares, ou 3,60% do PIB.

Dívida externa - O BC informou ainda que a estimativa para a dívida externa brasileira em agosto de 2013 ficou em 311,474 bilhões de dólares. Em junho, último dado verificado, a dívida estava em 318,043 bilhões de dólares. No fim de 2012, estava em 312,898 bilhões de dólares. A dívida externa de longo prazo atingiu 276,774 bilhões de dólares em agosto.

Estrangeiros - De acordo com o BC, o investimento estrangeiro direto somou 3,775 bilhões de dólares no mês passado, ante 5 bilhões de dólares em agosto do ano passado. Já o investimento estrangeiro em ações de empresas brasileiras ficou positivo em 882 milhões de dólares em agosto, ante superávit de 1,226 bilhão de dólares em agosto do ano passado. No acumulado do ano até agosto, o saldo está em 7,429 bilhões de dólares, acima do total de 4,125 bilhões de dólares vistos em igual período de 2012.

SIMPLIFICAÇÃO DAS CONTRATAÇÕES ATRAI PROFISSIONAIS QUALIFICADOS


 





Simplificação para contratar estrangeiros atrai profissionais qualificados. Conjunto de resoluções propõe a redução de burocracia na solicitação de visto.



Há alguns meses, a reclamação de grande parte das empresas brasileiras era por mão de obra qualificada. Entre os principais gargalos do mercado nacional, a ausência de profissionais capacitados poderia ser resolvida por meio da contratação de profissionais estrangeiros. Porém, a solução, em muitos casos virava um problema em função das dificuldades burocráticas de trazer um profissional de fora.
 
No entanto, no mês de maio, uma notícia animou as empresas interessadas em trazer profissionais do Exterior. Publicadas no Diário Oficial da União, as Resoluções Normativas do Conselho Nacional de Imigração representam a simplificação de procedimentos para que empresas estabelecidas no Brasil contratem mão de obra estrangeira de forma mais simples.
 
A medida, que ainda está em processo de adaptação das empresas, também vai impedir situações de ilegalidade ocorridas por uma espécie de vácuo jurídico. Segundo a advogada especializada na área trabalhista, Priscilla Carbone Martines, a mudança foi pouco sensível e está mais relacionada à listagem de documentos e a redução do prazo de tramitação de 120 para 60 dias.
 
Priscilla explica que antes das resoluções, o tempo de espera configurava a maior dificuldade. “As empresas quase nunca podiam esperar o prazo estipulado. Geralmente, eram profissionais que precisavam ser contratados em regime de emergência”. Agora, com prazo determinado e mais curto, as empresas vão conseguir contar com a possibilidade de trazer profissionais com mais facilidade.
 
Segundo Priscilla, a situação causava uma insegurança jurídica e em até muitas vezes forçando empresas a assumir riscos. “Toda vez que um profissional está no Brasil ele deve receber como empregado brasileiro e sob as condições trabalhistas daqui, mas sem uma legalização isso não acontece.”
 
A advogada lembra que já teve problemas com clientes que acabaram assumindo riscos em função da morosidade. “Uma empresa precisava trazer um profissional e como ele não tinha visto de trabalho, veio como turista, trabalhou e, infelizmente se acidentou. A empresa não pode contar com o benefício do INSS para bancar o acidente”. Além dos problemas diretos com os funcionários, a não legalização dos profissionais atuando no Brasil pode ser alvo de fiscalização.
 
 
Aumento de fluxo
 
 
Com o aumento na demanda por profissionais estrangeiros, Priscilla afirma que as empresas devem tomar alguns cuidados: em primeiro lugar, é necessário fazer uma solicitação junto ao Conselho Nacional de Migração no Ministério do Trabalho.
 
Das empresas que mais serão beneficiadas pelas normas em função da alta demanda estão as instituições financeiras. “Tínhamos certo desconforto por parte da autoridade brasileira em aceitar que um estrangeiro representasse uma instituição.” Agora, para esses profissionais existe a obrigação de ter uma procuração registrada em cartório.
 
Empresas de engenharia também sofriam, pois em função da alta demanda de obras precisavam sempre de profissionais qualificados. “Essas normas vieram em um momento que a discussão sobre mão de obra qualificada é grande.” Para a especialista, será questão de tempo para que a situação fique ideal. “Com o atraso e a burocracia perdem as empresas e também os profissionais”.
Informações sobre a contratação de mão de obra estrangeira:
 
(1) Autorização de Trabalho

Está sob responsabilidade do Ministério do Trabalho e permite que trabalhadores temporários ou permanentes atuem no Brasil.
 
(2) Obtenção do Visto

De responsabilidade do ministério das Relações Exteriores por meio da autorização de trabalho registrada no passaporte.
 
(3) Visto Temporário

Autorização concedida pelo Ministério das Relações Exteriores, por meio dos consulados brasileiros no Exterior, aos estrangeiros que pretendem vir ao Brasil em viagem de negócios ou de profissional temporário.
O Conselho Nacional de Imigração, órgão do Itamaraty, é responsável por esclarecer informações e intermediar empresas que precisam contratar profissionais estrangeiros. Informações estão disponiveis no site do MTE.
 
Luiz Gustavo Pacete
(IstoÉ Dinheiro – 24/09/2013)

Cade não foi notificado sobre negócio Vivo-TIM; Anatel não se pronuncia

Do UOL, em São Paulo

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ainda não foi notificado sobre a operação de aumento da participação da Telefónica na Telco, holding de controle da Telecom Italia, informou a assessoria de imprensa do órgão antitruste brasileiro nesta terça-feira.

O negócio tem implicações para o mercado brasileiro de telecomunicações porque a Telefónica é dona da Vivo no país, enquanto a Telecom Italia é controladora da TIM Participações.

Procurada, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que ainda não tem como se manifestar sobre o tema.

Mais cedo, o grupo espanhol Telefónica informou que está elevando sua participação na Telecom Italia sob um acordo complexo que fortalecerá a influência da companhia sobre uma importante rival na América do Sul.

(Com Reuters)

Saiba usar a comunicação para fidelizar seus clientes

Filomena Garcia

Colunista do UOL, em São Paulo

Em qual segmento atuar? Oferecer produtos ou serviços? Qual o melhor ponto comercial? Em quanto tempo começarei a ter lucro? Como contratar e treinar a equipe? Essas dúvidas estão sempre presentes na vida de um empreendedor, principalmente os de primeira viagem.

Um item que também deveria ser colocado nessa lista, e que muitas vezes é lembrado apenas quando o negócio não demonstra o desempenho esperado, é a fidelização do cliente.

Fidelizar o cliente é um trabalho diário, pois graças a essa manutenção constante a marca consegue cada vez mais estar presente na vida de quem realmente importa para sua permanência no mercado.

O empreendedor deve saber que produto, serviço, comunicação e relacionamento são os pontos mais significativos do negócio para a fidelização da marca.

Com o nível de expectativa cada vez maior dos clientes, oferecer produtos e serviços de ótima qualidade, pode até garantir que a sua marca será lembrada, mas não garante a fidelização.

Comunicação é uma das vertentes mais importantes quando falamos sobre fidelização. No entanto, muitos empreendedores a cortam, ou por não tê–la ou mesmo por falta de recursos. Sem comunicação, o mercado não saberá sobre a sua existência, sobre seus diferenciais, produtos ou serviços, e o quão bom você é.

Um bom exemplo de canal de comunicação, e que não requer altos investimentos, são as redes sociais.

Por meio delas, não só conseguimos nos comunicar com novos e atuais clientes, como conseguimos interagir e responder rapidamente as expectativas ou até mesmo saber o retorno de uma ação ou lançamento de um novo produto ou serviço.

Isso cria um relacionamento com o cliente, pois a comunicação é sempre de mão dupla. 

Investir neste e em outros tipos de relacionamento com o seu cliente, se torna cada vez mais fundamental. Pois, com a padronização cada vez maior de produtos e pontos de venda, você corre o risco de acabar se tornando apenas mais um aos olhos do consumidor.

Oferecer ao cliente uma experiência diferenciada na hora da compra é outro diferencial que pode ampliar muito a possibilidade de fidelizá-lo.

E, por fim, ofereça um ambiente físico agradável para que o cliente se sinta confortável e queira permanecer o maior tempo possível em sua loja. Se preocupe com os detalhes, como o visual da loja, vitrines, limpeza, organização, iluminação, estacionamento, música e sensações olfativas.

Obter sucesso fidelizando tanto os novos clientes quanto aqueles já conquistados, também é uma forma de empreender.


Filomena Garcia

Sócia-diretora da Franchise Store, é especialista em marketing e atua há 20 anos nas áreas de negócios , varejo e Franchising. Co-autora dos livros "Franchising - Uma estratégia para expansão de negócios e "Marketing para Franquias"


Poupadores são mais atraentes que gastadores, diz pesquisa


Do UOL, em São Paulo

  • Arte/UOL
Poupar uma parte do dinheiro que se ganha é uma das chaves do sucesso financeiro, proclamam todos os especialistas em finanças pessoais. Uma pesquisa divulgada recentemente nos Estados Unidos mostra que, além do campo das finanças, essa atitude pode ajudar também em outra área: a dos relacionamentos.

Segundo o estudo, feito pelo professor de marketing Scott Rick e pela estudante de doutorado em marketing Jenny G. Olson, da Universidade de Michigan, pessoas poupadoras são vistas como mais atraentes, até fisicamente, pelos outros.

O estudo "Penny Saved is a Partner Earned: The Romantic Appeal of Savers" (em tradução livre: "Um centavo que se poupa é um parceiro que se ganha: o apelo romântico dos poupadores") foi feito com a ajuda de voluntários, homens e mulheres. Eles foram convidados a avaliar perfis de potenciais parceiros.

As fotos mostradas aos voluntários eram de um homem e de uma mulher de beleza considerada mediana (para que a aparência física não fosse determinante na avaliação). A cada teste, uma característica era atribuída a eles pelos pesquisadores. Eles eram mostrados como "gastadores", "equilibrados" ou "poupadores".

A conclusão foi que as pessoas mostradas como econômicas pareciam mais interessantes quando o assunto era uma relação romântica. Em segundo lugar apareceram os equilibrados e, em último, os gastadores.
Para os pesquisadores, o resultado desmente a ideia de que ostentar bens, como um carro novo ou um imóvel de alto padrão, ajuda a atrair parceiros.
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Dinheiro e felicidade6 fotos

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Quem usa o dinheiro para fazer viagens ou presentear pessoas queridas pode ser mais feliz. É o que diz o livro "Happy money: the science of smarter spending" (algo como "Dinheiro feliz: a ciência de como gastar melhor"). Veja, a seguir, as dicas dos autores, a canadense Elizabeth Dunn e o americano Michael Norton Leia mais Thinkstock

Mais autocontrole e mais compromisso

Para os voluntários, os poupadores eram mais atraentes porque aparentavam ter mais autocontrole e, assim, pareciam ser mais capazes de levar a sério um compromisso.

A característica influenciou, até, na atração física exercida sobre os voluntários. Quem participou do teste considerou que os poupadores tinham mais disciplina para levar dietas adiante e fazer exercícios físicos regularmente. Assim, eles eram, também, fisicamente mais interessantes.

Os poupadores também foram vistos como menos aventureiros, divertidos e emocionantes do que os gastadores. Mas, para os voluntários, ainda assim eles eram mais interessantes.

Os pesquisadores fizeram apenas uma ressalva ao fim do estudo. A pesquisa foi feita num período em que os Estados Unidos enfrentam uma crise financeira. Não é possível saber, segundo os autores, se os poupadores continuariam parecendo tão interessantes em momentos econômicos mais tranquilos.

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Sete armadilhas de compras, dívidas e investimentos7 fotos

ACHAR QUE TODAS AS DECISÕES SÃO RACIONAIS - A psicanalista Márcia Tolotti diz que, quando tomamos decisões relacionadas ao dinheiro, sofremos duas interferências negativas: da má educação financeira e das emoções. É um erro, assim, achar que basta conhecimento técnico para se dar bem nos investimentos. É preciso também ter autoconhecimento emocional Leia mais Thinkstock

Degustador de café já chegou a provar mais de 3.500 xícaras em um único dia


Priscila Tieppo e Carlos Eduardo Cherem
Do UOL, em São Paulo e Belo Horizonte

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Degustadores de café usam o paladar para classificar grãos6 fotos

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Os degustadores de café avaliam a qualidade dos grãos e as características da bebida que estes podem produzir. A atuação dos profissionais é importante para os negócios com o produto, pois eles indicam o quanto vale cada lote de café. Na foto, xícaras especiais usadas por degustadores em provas de café. Conheça mais sobre a atividade clicando nas fotos acima Hugo Cordeiro/UOL
 
Francisco Donizete Cruz já chegou a experimentar mais de 3.500 xícaras de café num único dia, no auge da colheita em Minas Gerais. Degustador de café há 33 anos, ele é gerente de qualidade da cooperativa Cooxupé, em Guaxupé (MG).

Cabe a ele verificar as condições do café que chega das fazendas dos produtores associados à cooperativa, e avaliar as características da bebida preparada com o grão torrado e moído - dizer se é suave, forte, ácida, doce, etc.

"São mais de 40 tipos de café, fora os gourmets", afirma Cruz.

Os degustadores não engolem o café que experimentam, que é cuspido num recipiente antes que eles passem para outra xícara. Mesmo assim, parte da bebida é absorvida pelo organismo, através do contato com a boca e a língua.

Concurso de degustação de cafés

No pico da safra, entre julho e setembro, a cooperativa mineira, considerada a maior do país ligada ao café, recebe diariamente de 60 mil a 70 mil sacas de produto de seus associados.
O número de sacas dos lotes enviados pelos produtores varia. Mas a equipe de degustadores da cooperativa experimenta amostras de cada lote trazido.

Classificação depende do paladar

O trabalho realizado pelos degustadores é importante para cooperativas, torrefadoras -empresas que compram, torram e moem os grãos para vender no mercado- e exportadoras. É através das verificações que eles fazem nos grãos que se sabe quanto vale o café.

"Só com essa análise é possível separar os cafés de acordo com os padrões de qualidade internacionais", diz o degustador.

A primeira parte da análise é visual, feita com os grãos crus, logo que chegam à cooperativa. Cruz afirma que, "só de olhar", já sabe se o café tomou chuva, se caiu no chão, se fermentou, e, assim, pode separar lotes bons dos ruins e dar o preço para as sacas.

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Conheça alguns mitos e verdades sobre café18 fotos

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Café desidrata. PARCIALMENTE VERDADE: a cafeína reduz a produção de hormônios antidiuréticos, levando a um aumento da produção de urina, o que poderia levar à desidratação. "Porém seu consumo moderado não altera os níveis de hidratação nem de eletrólitos excretados pela urina", afirma Tatiane Muniz de Oliveira, nutricionista do Hospital Israelita Albert Einstein Leia mais Shutterstock
 
Depois disso, vem a parte da degustação da bebida, que é quando o café receberá uma classificação para venda e exportação.

Uma amostra de cada lote é torrada e moída, e com ela se prepara a bebida, que é colocada em xícaras especiais para a prova dos degustadores. De cada lote, eles chegam a experimentar até sete xícaras, que ficam em mesas redondas de tampo giratório, para facilitar o processo.

Com uma colher parecida com uma pequena concha de cozinha, o degustador leva uma porção da bebida à boca e a suga com bastante força. Ao fazer isso, inspira o ar junto, fazendo um som característico, semelhante a um assobio.

O café é assim levado para o fundo da boca, para o profissional conseguir sentir a totalidade de seus aromas e paladar.

Às vezes, é preciso experimentar maior número de xícaras para saber com precisão como classificar cada lote.

Degustador deve evitar alimentos picantes e álcool

"O degustador de café precisa ter uma vida regrada: não pode comer alimentos picantes ou ácidos e deve evitar bebidas alcoólicas", afirma Cruz.

Mesmo degustando café como profissão, Francisco Cruz não dispensa o café por prazer. "Tomo bastante, umas cinco xícaras por dia. Quando estou em viagem sempre quero provar os cafés que tem na região. Sou louco por café", afirma.

Campeão de degustação vai representar o país na Austrália

Com a experiência de quem procura e prova cafés de qualidade desde a adolescência, o empresário Edimilson Batista Generoso, de Varginha (MG), é o atual campeão nacional de degustadores. Há duas semanas, ele venceu 17 concorrentes no 6º Campeonato Brasileiro de 'Cup Tasters' (provadores), durante a Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte.

Os degustadores passavam por várias baterias de provas, nas quais havia sempre três xícaras contendo café. Duas apresentavam a mesma bebida, e o provador tinha que identificar a xícara com o café diferente.

Generoso errou pouco, e acabou vencendo a competição. Em maio do ano que vem, ele vai representar o Brasil no campeonato mundial da categoria, na Austrália.

Vencedor de concurso toma 15 xícaras de café por dia

O campeão é dono da torrefadora Alicerce, juntamente com os irmãos mais velhos Edivaldo e Elias. "Aprendi tudo que sei com eles, que me ensinaram a degustar e identificar os produtos", diz.

Ele afirma que, para fechar negócios para sua empresa, acompanha o processamento do café após a colheita, analisa o grão verde e o aroma no momento da torrefação. "Mas a verificação final para saber a qualidade do café é mesmo com a degustação. Não tem jeito".

Generoso diz que toma pouco café em casa, mas, na empresa, chega a beber 15 xícaras por dia, na maioria das vezes, com clientes. "O café me ajuda em tudo. Dá mais energia, penso mais rápido. É o meu estimulante", afirma.

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Conheça o plantio de café com mogno em Minas Gerais7 fotos

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Minas Gerais é pioneira nas lavouras de café com mogno africano (árvores mais altas); com o plantio duplo, os custos de produção são reduzidos já que ambas aproveitam as aplicações dos mesmos insumos como a adubação Leia mais  
 
Montesanto Tavares/Divulgação



Na ONU, Dilma diz que espionagem viola direitos humanos



JOANA CUNHA
DE NOVA YORK
GABRIELA MANZINI
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK

Atualizado às 11h13.

Em tom rígido, Dilma Rousseff levou nesta terça-feira à 68ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, as críticas do país ao governo americano, acusado de espionar inclusive as comunicações pessoais da presidente brasileira. 

Na plenária, Dilma qualificou o programa de inteligência dos EUA de "uma grave violação dos direitos humanos e das liberdades civis; de invasão e captura de informações sigilosas relativas a atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional".

Dilma afirmou que as denúncias causaram "indignação e repúdio" e que foram "ainda mais graves" no Brasil, "pois aparecemos como alvo dessa intrusão". Disse ainda que "governos e sociedades amigos, que buscam consolidar uma parceria efetivamente estratégica, como é o nosso caso, não podem permitir que ações ilegais, recorrentes, tenham curso como se fossem normais".
"Elas são inadmissíveis", completou. 


Timothy Clary/AFP
Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, Dilma Rousseff defende criação de marco de internet para evitar intrusão
Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, Dilma Rousseff defende criação de marco de internet para evitar intrusão 

Conforme a brasileira, o Brasil "fez saber ao governo norte-americano nosso protesto, exigindo explicações, desculpas e garantias de que tais procedimentos não se repetirão". 

Há uma semana, a presidente cancelou a visita de Estado que faria ao colega Barack Obama em outubro que vem, em Washington, por "falta de apuração" sobre as denúncias de que a inteligência americana espionou as comunicações pessoais da brasileira, além da Petrobras. 

Para ela, "imiscuir-se dessa forma na vida de outros países fere o direito internacional e afronta os princípios que devem reger as relações entre elas, sobretudo entre nações amigas". 

Dilma também foi extraordinariamente dura ao rebater frontalmente o argumento americano de que a espionagem visa combater o terrorismo e, portanto, proteger cidadãos não só dos EUA como de todo o mundo. 

Para Dilma, o argumento "não se sustenta". "Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra. Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos fundamentais dos cidadãos de outro país." 

"O Brasil, senhor presidente [da Assembleia Geral], sabe proteger-se. Repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas", disse. 

No discurso, Dilma ainda fez referência ao seu passado de militante contra a ditadura brasileira. "Lutei contra o arbítrio e a censura e não posso deixar de defender a privacidade dos cidadãos e a soberania do nosso país", afirmou. 

O Brasil faz o discurso de abertura da reunião anual desde que o embaixador Oswaldo Aranha iniciou a tradição, em 1947. 


SÍRIA

 
Em relação ao confronto na Síria, Dilma mencionou que o Brasil possui "na ascendência síria um componente importante de nossa nacionalidade" e voltou a se posicionar contra uma eventual intervenção militar. 

Ela também criticou a disposição dos EUA e de seus aliados de agir sem apoio do Conselho de Segurança da ONU. "O abandono do multilateralismo é o prenúncio de guerras", disse.
Dilma conectou o assunto à reforma do conselho, uma das mais antigas reivindicações da diplomacia brasileira. 

Ela afirmou que a "polarização" entre os membros permanentes --ou seja, com direito a veto-- do conselho provocam um "imobilismo perigoso". Ela defendeu que sejam somadas ao órgão "vozes independentes e construtivas". 

"Só a ampliação do número de membros permanentes e não permanentes permitirá sanar o atual déficit de representatividade e legitimidade do conselho", disse. 


PROTESTOS

 
No seu discurso, a presidente brasileira também mencionou a onda de protestos ocorrida em junho passado. Disse que seu governo "não as reprimiu" porque também "veio das ruas". "Para nós, todos os avanços são sempre só um começo. Nossa estratégia de desenvolvimento exige mais, tal como querem todos os brasileiros e as brasileiras." 

Em relação à economia, ela afirmou que o país "está retomando o crescimento" graças a "políticas macroeconômicas" e que seu governo possui "compromisso com a estabilidade, com o controle da inflação, com a melhoria da qualidade do gasto público".