domingo, 29 de setembro de 2013

Entenda a opção de US$ 1 bi que Eike Batista não quer pagar




O empresário Eike Batista busca uma maneira de não pagar até US$ 1 bilhão na petrolífera fundada por ele, a OGX

 

O empresário Eike Batista questiona o pagamento de até US$ 1 bilhão à petrolífera fundada por ele, a OGX. O que Batista questiona é um contrato de opção que o obriga a comprar novas ações da companhia no valor de R$ 6,30. Atualmente, os papeis da empresa estão cotados em cerca de R$ 0,30.

 

O que Eike e a OGX fizeram foi uma opção de venda, um produto financeiro conhecido como derivativo. Os derivativos têm esse nome porque são contratos que são precificados com base em um ativo, ou seja, derivado do preço dele.

As opções são contratos que dão ao comprador a possibilidade de comprar ou vender um ativo a um determinado preço estabelecido. Já o vendedor de uma opção tem a obrigação de comprar ou vender um ativo a um preço estabelecido no fechamento do contrato.

Há opções de compra (call) e venda (put). Quem compra uma opção de compra acredita na alta de um ativo. Por exemplo: um negociador compra no dia 1º do mês uma opção de comprar uma ação A por R$ 13 na data do vencimento desse contrato, nesse caso, no dia 30 do mês. Neste primeiro momento de acerto do contrato, a ação A vale R$ 12. O que o comprador da opção de compra precisa é encontrar uma contraparte interessada em negociar essa opção com ele, ou seja, estar disposta a vender a ação A pelos R$ 13 no dia do vencimento do contrato. Essa contraparte vendedora sempre ganha um prêmio pela venda desse contrato.

Caso no dia do vencimento do contrato a ação A esteja cotada a um valor acima de R$ 13, nesse exemplo que ela estivesse a R$ 14, o comprador exerce seu direito de comprar a ação a R$ 13 e adquire um bem abaixo do preço negociado em mercado. Se imediatamente ao comprar a ação por R$ 13 ele a vender pelo valor de mercado, o comprador da opção embolsa um lucro de R$ 1 (diferença entre os R$ 13 pelo preço que comprou e os R$ 14 que vendeu ao mercado naquele momento), menos o prêmio que pagou para ter aquele direito e custos de negociação. Já o vendedor da opção de compra ganha o prêmio por se comprometer a vender o ativo em que esse derivativo se baseia, mas, nesse caso, perderá dinheiro, pois foi ao mercado comprar a ação da empresa A por R$ 14 e teve que revendê-la ao comprador da opção pelo preço combinado de R$ 13.

Porém, o vendedor da opção de compra também pode ganhar. Se no mesmo exemplo anterior a ação da empresa A valesse R$ 11 no dia do vencimento da opção, o comprador não iria exercer o direito de comprar o papel que vale R$ 11 por R$ 13. Nesse caso, o vendedor da opção de compra não seria “exercido” e embolsaria o prêmio recebido pela venda da opção como seu lucro. Já quem ficaria com o prejuízo seria o comprador da opção, que perderia o prêmio pago por essa opção não exercida.


Opção de venda

 
Há também os contratos de opção de venda (put). Neles, quem vende o contrato tem a obrigação de comprar um ativo por um preço estabelecido no momento de acerto do contrato; quem compra acredita na queda de um ativo e tem a possibilidade de vendê-lo a um determinado preço. Por exemplo, se para a mesma ação da empresa A, cotada a R$ 12 no dia do acerto do contrato um negociador resolvesse comprar uma opção de venda, ele estaria acordando com a contraparte que tem o direito de vender o ativo a um determinado preço no futuro. Nesse exemplo, ele fecha a opção de venda a R$ 10 e paga à contraparte um prêmio por adquirir esse direito.

Se no dia do vencimento do contrato a ação da empresa A estiver cotada a R$ 9, o comprador da opção exerce o direito de vender a R$ 10 um ativo que vale menos. Nesse caso, ele vai ao mercado comprar a ação por R$ 9, vende à contraparte por R$ 10 e embolsa essa diferença de R$ 1 como lucro (desconta desse valor o que pagou de prêmio pela opção mais custos de negociação). Já a contraparte é obrigada a comprar pelos R$ 10 acertados no contrato um ativo que vale naquele momento R$ 9.

Esse último exemplo é o que acontece com Eike Batista e a OGX. O empresário de comprometeu a comprar ações da empresa a R$ 6,30, mas hoje elas valem cerca de R$ 0,30.
Terra

Dilma diz, pelo Twitter, que quem aposta contra o Brasil sempre perde



A presidente Dilma Rousseff, que reativou sua conta na plataforma de microblog Twitter nesta sexta-feira (27), rebateu as críticas feitas pela revista britânica "The Economist" à economia brasileira.
Em dois tweets, a presidente escreveu: "Eles estão desinformados. O dólar estabilizou, a inflação está sob controle e somos o único grande país com pleno emprego. Somos a 3ª economia que mais cresceu no mundo no 2º trimestre. Quem aposta contra o Brasil, sempre perde".

A presidente estava sendo entrevistada por sua sósia nas redes sociais, a "Dilma Bolada" --na verdade, Jeferson Monteiro, que se encontrava no Palácio do Planalto junto com a presidente. Com estilo irreverente, a "Dilma Bolada" chamou a revista de "The Recalconomist":

Na quinta (26), a revista britânica "The Economist" voltou a estampar o Brasil na capa de sua edição para a América Latina e a Ásia. Com uma manipulação digital que mostra o Cristo Redentor afundando após um voo, a revista questiona: "Será que o Brasil estragou tudo?". A capa é uma referência da mesma revista, que, em 2009, mostrou o Cristo decolando como um foguete.


  • Capa da revista "The Economist" que será publicada nesta semana
  • Capa da mesma revista em matéria de novembro de 2009
"Uma economia estagnada, um Estado inchado e protestos em massa significam que Dilma Rousseff deve mudar o rumo", afirma a reportagem especial sobre o país.

A revista cita os protestos de junho, e se pergunta se a presidente Dilma Rousseff vai conseguir recolocar o país nos eixos. Além disso, pergunta se a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos vão ajudar a recuperação do Brasil ou simplesmente trazer mais dívidas.

'Voo de galinha'

A revista relembra o cenário otimista há quatro anos: a economia tinha se estabilizado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990, e acelerado no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, no começo dos anos 2000; sentiu pouco o colapso do banco Lehman Brothers, em 2008; cresceu 7,5% em 2010; foi escolhida como sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas; e Lula ainda conseguiu eleger Dilma Rousseff como sua sucessora.

"Desde então, o país tropeçou e voltou à realidade", diz. A reportagem cita o crescimento de 0,9% em 2012 e as manifestações que encheram as ruas do país em junho contra os altos custos de vida, a precariedade dos serviços públicos e a corrupção política.

"Muitos agora perderam a esperança de que seu país estava fadado ao sucesso e concluíram que foi apenas outro voo de galinha", afirma a revista, usando a expressão em português.

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Investimentos em infraestrutura 'pequenos como biquíni fio-dental'

A revista afirma que muitas das políticas do ex-presidente Lula -"notavelmente o Bolsa Família"- são admiráveis. "Porém, o Brasil fez muito pouco para melhorar seu governo nos anos de crescimento."

A chance perdida não é exclusividade brasileira; aconteceu também com a Índia, segundo a reportagem.
No caso do Brasil, é pior, diz a "Economist", porque a carga tributária é muito alta e pesa demais sobre as empresas, enquanto o governo "tem seus gastos prioritários de cabeça para baixo".

Outro complicador, segundo a revista, é que, apesar de ser um país jovem, gasta demais com aposentadorias, e de menos com infraestrutura. "(...) apesar das dimensões continentais do país e péssimas conexões de transporte, os investimentos em infraestrutura são tão pequenos como um biquíni fio-dental", diz.

'Dilma interfere mais que pragmático Lula'

A revista faz, ainda, duras críticas à atuação da presidente Dilma Rousseff em relação a interferências do governo em assuntos privados. Segundo a revista, a atuação de Dilma teria afastado investidores dos projetos de infraestrutura.

"Esses problemas vêm se acumulando há gerações. Mas Rousseff não quis ou não conseguiu combatê-los, e criou novos problemas ao interferir muito mais do que o pragmático Lula."

Em vez de assumir indicadores desfavoráveis, afirma a "Economist", o governo lançou mão de "contabilidade criativa" e a dívida pública avançou para entre 60% e 70% do PIB. "Os mercados não confiam em Rousseff", diz.

Ouro verde no Norte Pioneiro





29/09/2013 | 00:03 | Ribeirão Claro, Carlópolis, Jacarezinho e Pinhalão Cíntia Junges, enviada especial
Chuvas e geadas desafiam os cafeicultores
Depois do excesso de chuva que caiu nos meses da colheita, em junho e julho, os produtores de cafés especiais ainda enfrentaram as rigorosas geadas que atingiram a região no final de julho. De 30% a 50% da safra de grãos especiais do próximo ano sofreu algum tipo de dano, segundo estimativa da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp). Para uma avaliação mais consistente das perdas, é preciso aguardar o período da florada, que acontece entre setembro e outubro, segundo José Rezende da Silva, especialista em cafés de alta qualidade da Acenpp. 
 
Os cafeicultores vão aproveitar para renovar o cafezal, antecipando um projeto de médio prazo. Cerca de 20% da área atingida pela geada deve ser renovada. “Vamos trabalhar com variedades mais adequadas à produção de cafés especiais, fazendo um escalonamento das espécies conforme o clima da região evitando variedades tardias em locais em que o clima propicia uma maturação mais tardia”, afirma Silva.
Exemplo
União de produtores faz a força para criar grãos campeões em qualidade
 
O trabalho conjunto de vinte cafeicultores do distrito de Lavrinha, a 15 quilômetros do centro de Pinhalão, transformou a localidade em referência na produção de cafés especiais dentro do projeto. O grupo se formou há dois anos por iniciativa do produtor Sebastião Vieira Sobrinho, o Tião Batata, que enxergou uma oportunidade de agregar valor ao café e desenvolver a região. Eles investiram R$ 400 mil em recursos próprios na construção de uma sede e na compra de máquinas para o beneficiamento dos cafés especiais. 
A maioria cultiva, em média, oito hectares de grãos especiais. Se antes era cada um por si e o preço era a única forma de diferenciar os cafés produzidos na Lavrinha, agora eles seguem à risca as orientações do projeto para garantir que o produto atinja e mantenha a pontuação desejada pelo mercado. No ano passado, o grupo exportou, via cooperativa, um contêiner com 340 sacas de café Fairtrade. Neste ano a expectativa é exportar mais de mil sacas. No início deste ano, importadores dos Estados Unidos, Coreia do Norte, Japão e Austrália visitaram a Lavrinha para conhecer os cafés produzidos pelo grupo. 
“Começamos com 40 produtores, mas depois ficou quem realmente tinha interesse no projeto. Alguns desistiram porque achavam que era perda de tempo”, conta Tião, que se emociona ao falar das conquistas do grupo. Tião explica que ainda não é possível falar em retorno financeiro, sobretudo por causa do volume do investimento individual, mas todos sabem que esse é um projeto de longo prazo.
Quem faz
• Início: 2006, com apoio do Sebrae-PR.
• Onde é feito: 45 municípios do Norte Pioneiro do Paraná.
• Área: Cafeicultura.
• Produtores: 7.500 cafeicultores.
• Posição no mercado: Os grãos especiais equivalem a 1% da produção total do Paraná, mas a região é a única do estado com indicação geográfica.
• Produção: 1,3 milhão de sacas beneficiadas por ano.
• Porque é bem feito: Porque está transformando o Norte Pioneiro por meio de um processo de desenvolvimento local focado na capacitação dos produtores para a produção de cafés especiais.

Graças a um projeto criado em 2006 por produtores locais em parceria com o Sebrae-PR, a primeira Indicação Geográfica de Procedência do Paraná tem aroma e sabor de café especial produzido no Norte Pioneiro do estado. A região recebeu, no ano passado, o reconhecimento do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e se juntou ao Cerrado Mineiro e a Serra da Mantiqueira, ambas em Minas Gerais - as únicas três regiões do país com o registro oficial na produção de grãos especiais.

SLIDESHOW: Confira as fotos dos cafés especiais do Norte Pioneiro

A conquista beneficiou 7,5 mil cafeicultores de 45 municípios do Norte Pioneiro do Paraná e colocou a região definitivamente em um mercado que cresce entre 10% e 15% ao ano, segundo a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), na sigla em inglês – enquanto o segmento de cafés tradicionais cresce apenas 3% ao ano.

Do total, 85% são pequenos produtores familiares como o casal Ademir e Joana Baggio de Ribeirão Claro. Aos 63 anos, eles representam uma nova geração de cafeicultores que aceitou o desafio de produzir cafés especiais depois de uma vida dedicada ao cultivo do café commodity. Baggio foi um dos primeiros a entrar para o Projeto de Cafés Especiais, em 2009. Da lavoura de dois hectares, herdada do pai, já saíram grãos exportados para os Estados Unidos, Japão e Peru.

“Por enquanto, cada produtor busca atingir 30% de sua produção com grãos especiais”, diz José Rezende da Silva, superintendente da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp). Somada, a produção de cafés especiais chega a 1,3 milhão de sacas beneficiadas por ano, mas representa apenas 1% de todo o café produzido no estado.

As propriedades que participam do projeto são certificadas Fairtrade – comércio justo, em inglês –, selo que garante um preço entre 30% e 40% acima do mercado de café convencional para a produção baseada em boas práticas ambientais e sociais. Pelas regras do Fairtrade, cada contêiner para exportação precisa ter, no mínimo, 51% de cafés especiais provenientes de pequenos produtores.

Além da indicação geográfica – que atribuiu identidade aos cafés da região e agrega valor de mercado ao produto – a adequação do processo produtivo foi decisiva para alcançar o mercado internacional, destino de 100% dos cafés especiais Fairtrade da região. Os principais compradores são Estados Unidos, Japão e alguns países da Europa.


Desafio


Desenvolver um padrão capaz de repetir a qualidade ao longo dos anos é o próximo grande desafio. “Enquanto no Sul de Minas a topografia é desfavorável e no Cerrado Mineiro o solo exige irrigação, no Norte Pioneiro temos topografia favorável e solo fértil, mas precisamos lidar com a chuva na colheita. Nada que conhecimento e técnicas apropriadas de manejo não possam resolver”, ressalta o presidente da Acenpp, Luiz Roberto Saldanha Rodrigues. Segundo ele, felizmente os produtores entenderam que isso não é custo e sim, investimento.
 
Ademir Baggio, produtor de Ribeirão Claro. Aos 63 anos, ele encarou o desafio de produzir grãos especiaisBrunno Covello/Gazeta do Povo
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Mundo: OMC intensifica corrida para acordo comercial em dezembro!


O brasileiro Roberto Azevêdo, que assumiu o comando da organização no início deste mês: o novo comando promete renovar os ares na OMC.
O brasileiro Roberto Azevêdo, que assumiu o comando da organização no início deste mês: o novo comando promete renovar os ares na OMC.



O cumprimento da meta é visto como a última chance de restaurar a confiança na habilidade da OMC de reformar as regras comerciais do mundo.

Genebra – Negociadores da Organização Mundial do Comércio estão avançando nos trabalhos para chegar a um acordo comercial global no valor de centenas de bilhões de dólares, mas o prazo final é dezembro e o tempo está acabando, disse o novo chefe da OMC nesta sexta-feira.

O brasileiro Roberto Azevêdo, que assumiu o comando da organização no início deste mês, disse em comunicado que “a dinâmica mudou profundamente” na semana passada, marcando uma reviravolta em relação ao desânimo verificado no início deste trimestre.

“As delegações não estão mais falando umas sobre as outras, mas estão seriamente empenhadas em firmar compromissos sobre as questões que as dividem”, disse Azevêdo.

A corrida para garantir que um acordo seja alcançado durante a conferência ministerial em Bali, no fim do ano, não é somente uma oportunidade para reduzir os custos do comércio internacional de mercadorias, mas também representa o que muitos peritos vêem como a última chance de restaurar a confiança na habilidade da OMC de reformar as regras comerciais do mundo.

Christopher Wenk, diretor sênior de política internacional da Câmara de Comércio dos EUA, disse a repórteres em Genebra que os contornos de um acordo estão claros, mas que ainda tem que ver se a OMC conseguirá obter sucesso.

“Não há dúvidas de que há um sopro de ar fresco com o senhor Azevêdo assumindo”, acrescentou.
“Eles estão realmente negociando, o que é simplesmente fantástico. Eles não têm realmente negociado há algum tempo por aqui, então você pode realmente sentir o aumento na atividade.” Se não houver nenhum acordo em Bali, o risco para a OMC é que as grandes potências comerciais, as quais já estão gastando muito mais energia em acordos bilaterais do que nos esforços por um acordo global, desistam para sempre.
Isso, para alguns especialistas, poderia estimular o crescimento de blocos comerciais rivais e aprofundar as divisões, o oposto do que a OMC procura alcançar.

Azevêdo irá atualizar os 159 membros da OMC sobre o progresso das negociações na segunda-feira.

Fonte: Exame
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/omc-intensifica-corrida-para-acordo-comercial-em-dezembro

Criação de cooperativa aumenta faturamento de artesãs na Bahia


A piaçava, uma fibra vegetal, é a matéria-prima das peças.
Trançado de origem indígena ganha clientes Brasil afora.

Do PEGN TV



O trabalho feito com palha de piaçava gera emprego e renda em Porto Sauípe, na Bahia. Uma cooperativa de artesãs da região recebe cursos e capacitações para produzir acessórios e objetos de decoração.

As mãos ágeis das artesãs de Porto Sauípe parecem reger uma sinfonia sem fim. São horas e horas trançando a piaçava para criar bolsas, carteiras, cestos e tapetes. O resultado de tanto trabalho são obras originais que estão ganhando mercados pelo Brasil.

O local paradisíaco onde as peças são feitas fica no litoral norte da Bahia, a cerca de 80 quilômetros de Salvador, onde 35 mulheres fazem parte de uma associação de artesanato com a piaçava, uma fibra vegetal. A técnica de trançar esta palha vem dos índios tupinambás. O ofício resiste ao tempo passando de geração em geração.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) auxilia a comunidade há 14 anos promovendo cursos de capacitação para melhorar o design das peças e a qualidade de vida das artesãs.

“Antes a gente fazia só tapetes, chapéus e umas bolsinhas simples. Hoje não, hoje a gente faz vários modelos. (...) Agora mesmo nós já estamos criando uma coleção de couro com a palha para 2014”, conta Evanira dos Santos, uma das artesãs.

O apoio do Sebrae resultou na criação de uma cooperativa que integra nove comunidades da região e reúne cerca de 200 artesãs.

“Nós começamos a organizá-las de forma que elas pudessem compreender que a gestão é importante num processo para que elas pudessem alcançar outros mercados e aumentar a sua produtividade e qualidade do produto”, explica Hirlene Pereira, do Sebrae de Salvador (BA).

A matéria-prima deste artesanato é encontrada na mata. Às vezes, as mulheres andam quilômetros para achar a piaçaveira, uma palmeira nativa da Bahia. A fibra é longa, resistente e maleável. O material pode ser usado também na fabricação de vassouras, cobertura de quiosques e até no enchimento de assentos para carros.

As artesãs só colhem a parte central da piaçava. Elas quebram e vão tirando a palha, uma por uma. As mais verdes não servem, então, elas só colhem as mais amarelas.

Valdimira Silva, a dona Vavá, aprendeu a fazer o artesanato com a avó e repassou o conhecimento para as filhas. Ela trabalha há 60 anos e, até hoje, participa das expedições atrás da piaçava.

“Eu trabalho com isso desde os sete anos de idade. Aí eu trabalhava, casei, tenho 10 filhos. Criei com isso aqui”, conta a artesão.

Depois da colheita, as artesãs colocam a fibra numa panela com água para cozinhar ou tingir. Elas esperam a palha secar e começam o trançado. Todo este empenho passou a agregar valor ao produto após as capacitações do Sebrae.

A base de todo o trabalho é uma fita. Uma artesã experiente demora um dia inteiro para fazer um rolo de 15 metros de comprimento, por exemplo. Este tamanho é suficiente para a confecção de apenas uma bolsa. É por isso que, hoje, a cooperativa define o preço do produto conforme o tempo gasto na fabricação e a complexidade do trançado.

A melhoria da gestão do negócio impulsionou os ganhos das associações que participam da cooperativa.
“Nós temos, em baixa estação, um faturamento de R$ 10 mil por mês e, na alta estação, temos um faturamento de R$ 30 mil por mês”, explica Evanira.

Além de impulsionar as vendas, o projeto ajudou a elevar a auto-estima das artesãs. “Orgulhosa de saber que os meus trabalhos estão indo além do meu lugar, estão indo longe.”

Hoje, os produtos fabricados por estas mulheres estão à venda na sede da associação, em cidades próximas e em seis estados.

A melhoria da qualidade do produto abriu novas portas para as artesãs. Em uma rodada de negócios elas conquistaram um importante cliente: uma rede de lojas de móveis e artigos de decoração. E hoje, as peças em Porto Sauípe já podem ser encontradas no maior centro econômico do país.

Um porta pratos artesanal, por exemplo, está nas prateleiras da Tok&Stok da capital paulista e em mais de 30 filias pelo Brasil. O produto faz parte de uma linha ecológica e social da empresa. O sousplat custa R$ 29.

“Um grande diferencial foi trabalharmos, em primeiro lugar, a cooperação e o associativismo entre elas, porque aumentou sua capacidade produtiva. A melhoria da qualidade, trabalhando também o design, desenvolvimento de novos produtos, assim como participação em rodadas de negócios e aprender a comercializar o produto efetivamente”, diz Hirlene, do Sebrae.

CONTATOS:
SEBRAE
Central de Relacionamento: 0800-570-0800
www.sebrae.com.br

COOPERATIVA DOS ARTESÃOS DO PORTO SAUÍPE
Contato: Dir. Cooperativa – Evanira Gonçalves dos Santos
Avenida Beira Mar, S/N
Porto Sauípe / BA – CEP: 48180-000
Celular: (71) 9107-3923

Cliente da Cooperativa
Tok&Stok – Pinheiros
Avenida Eusébio Matoso, 1231.
São Paulo/ SP – CEP: 05423-080
Telefone: 3583-4700

THE PRICE IS WRONG! REPORTAGEM DA REVISTA 'THE ECONOMIST' MOSTRA QUE OS PREÇOS NO BRASIL SÃO ABSURDOS! É O EFEITO DO GOVERNO DO PT!

 
 
Depois de uma capa perguntando se o Brasil havia "estragado tudo", a revista britânica “The Economist” voltou à carga com uma reportagem sobre os preços elevados no país. O texto, intitulado "O preço está errado", foi publicado neste sábado no site da revista, e começa com a mesma referência usada pelo “New York Times” em reportagem de julho, no auge dos protestos nas ruas, à "pizza de queijo de US$ 30" encontrada em São Paulo. O objetivo, aparentemente, é explicar por que os produtos e serviços são tão caros, depois de listar as já conhecidas distorções da economia brasileira, principalmente em relação aos países mais avançados.
 
A revista destaca que um quarto de hotel sem janelas na orla do Rio pode ter diária de US$ 250, os carros e eletrodomésticos de maior porte (como geladeiras e fogões) custam cerca de 50% a mais que nos demais países e o Big Mac sai 72% mais caro que a média. O poder aquisitivo dos brasileiros é também colocado em xeque. Segundo "The Economist", os mexicanos conseguem comprar 45% mais do que no exterior. No Brasil, o poder aquisitivo quase se equipara.
 
A complexidade e o peso da carga tributária, que representa cerca de 36% do PIB e faz o tempo necessário para uma empresa calcular seus impostos devidos ser de 2,6 mil horas, dez vezes mais do que a média global estão entre os principais motivos apontados pela revista britânica.
 
"Ao permanecer nas sombras (informalidade), um varejista pode mais do que triplicar sua margem, mas ao custo de abrir mão de investimento e economia de escala", afirma a revista, citando um relatório da McKinsey de sete anos atrás. "Um regime simplificado para pequenas firmas introduzido desde então persuadiu muitos a se registrarem, mas os ganhos resultantes de eficiência são limitados por um novo problema: muitas firmas 'Peter Pan' que não estão dispostas a crescer e perder seus privilégios".
 
Também há críticas para a "rigidez" da legislação trabalhistas, que encarece contratações e demissões e favorece processos trabalhistas - foram 3,2 milhões no ano passado. O mesmo ocorre com os problemas de infraestrutura, como as más condições das estradas e a limitada malha ferroviária, que encarecem o frete.
 
"The Economist" aponta que, com os preços estratosféricos, uma solução dos brasileiros é parcelar intensamente as compras, e não se preocupar com o custo total da compra - basta ter o dinheiro para pagar as parcelas. A outra saída é o aeroporto.
 
"Os brasileiros respondem às acachapantes diferenças de preços com surtos de compras no exterior. Turistas brasileiros gastaram US$ 22,2 bilhões em países estrangeiros no ano passado, um recorde, e parece que (os gastos) vão subir ainda mais este ano", afirma o texto.
 
Citando artigo de Regis Bonelli e Julia Fontes, Fundação Getúlio Vargas, a revista argumenta que o país tem dificuldades com a produtividade, que é equivalente a 18% da produtividade nos EUA - uma piora de 1 ponto percentual, enquanto a China ganhou 11 pontos percentuais na comparação. E encerra em tom de conselho:
 
"O relatório anual do Banco Mundial sobre fazer negócios em vários países parece uma lista de tarefas de produtividade para o Brasil: simplifique a abertura de empresas; corte e organize as taxas; aumente a poupança e o investimento domésticos. Para mais dicas, o país pode se voltar para um dos poucos setores onde a produtividade cresceu consistentemente em anos recentes: a agricultura".
 

sábado, 28 de setembro de 2013

Abrir e fechar empresas deve ficar mais fácil no ano que vem



Publicado por Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (extraído pelo JusBrasil) - 1 dia atrás
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O governo federal promete facilitar, até o fim de 2014, a abertura e fechamento de um negócio. A promessa é que a espera deixe de ser de meses e passe para algo perto de cinco dias, com a adoção de um registro único baseado no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

Com isso, a expectativa é concentrar nas juntas comerciais todas as atividades necessárias à abertura de empresas.

"Já existe base legal para isso, só depende de consenso entre municípios, Estados e União", afirma José Levi, assessor jurídico da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE). Ele cita o exemplo dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraíba, que já contam com algum nível de integração entre os órgãos.

A ideia é que esse cadastro único esteja em pleno funcionamento até o fim do ano que vem, quando o governo quer também colocar no ar um portal de empreendedores. "No site, o interessado responderá a uma série de perguntas e o programa vai avaliar se ele é de baixo ou alto risco. Se ele for de baixo risco, terá o alvará de imediato", diz Levi.

Segundo ele, a ideia é que o portal seja uma alternativa às juntas. "O empreendedor poderá ir até a junta comercial da sua localidade ou usar o portal, que vai congregar todas as juntas." O assessor jurídico afirma que já há recursos aprovados para a construção do site.

Propostas. Ainda neste ano, o governo conta com a aprovação do Projeto de Lei Complementar 237/2012. A proposta atualiza o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. "Ele dá força às mudanças que propomos", resume Levi.

Criada em abril, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa é responsável por conduzir essas iniciativas e dar apoio às empresas de pequeno porte. Para especialistas, esse conjunto de projetos, ao mesmo tempo em que mostra um esforço de desburocratização, expõe as dificuldades em se fazer negócios no País.

"É um esforço do governo (de desburocratização) que está funcionando, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido enquanto não houver uma reforma tributária", diz Carla Munhoz, sócia do escritório Dias Munhoz. A advogada vê as mudanças como positivas, mas destaca algumas ressalvas. "Tenho a impressão que o governo está atacando do lado mais fácil."

Para Walfrido Warde, presidente da Comissão de Estudos de Registro Empresarial do Instituto dos Advogados de São Paulo, a burocracia para o registro e a complexidade e custo das formas societárias são hoje os maiores entraves ao empreendedorismo no País.

"É importante discutir como deve ser o trabalho de uma junta comercial e facilitar o registro, além de digitalizar tudo que for possível", diz Warde. Mas, na avaliação dele, é importante também facilitar o dia a dia do empresário. "As formas societárias têm de ser mais fáceis de manejar. Não podemos pressupor que o empresário seja um expert em direito", afirma.

Warde cita o Projeto de Lei 4.303/2012, que propõe a criação das sociedades anônimas simplificadas. Segundo ele, a proposta deve facilitar e baratear a administração das sociedades anônimas de pequeno porte e, poderá, no limite, incluí-las no âmbito do Simples Nacional (regime tributário que unifica o recolhimento de impostos das três esferas do governo).

Fonte: O Estado de S.Paulo