sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Governo emite mais R$ 2,3 bilhões para conta de luz

Ao todo, gasto chegou a R$ 6,35 bi e deve alcançar, pelo menos, R$ 8,5 bi até o fim do ano

Agência Estado


Para bancar o desconto na conta de luz, o governo autorizou, na quinta-feira (3), uma emissão de títulos públicos de R$ 2,349 bilhões. Com valor recorde, a operação foi a quinta desde julho, quando os fundos do setor elétrico ficaram esvaziados e o Tesouro passou a abastecê-los. As emissões aumentam o endividamento do setor público federal. Ao todo, o gasto já chegou a R$ 6,35 bilhões e deve chegar a, pelo menos, R$ 8,5 bilhões até o fim deste ano, segundo estimativa da equipe econômica.

Os recursos obtidos por essas operações formam a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que sustenta, por meio de uma triangulação revelada pelo Estado em julho, uma das medidas mais importantes da gestão Dilma Rousseff - o corte da tarifa de energia elétrica.

A emissão feita na quinta-feira, 3, vai bancar integralmente, pela primeira vez, as indenizações que o governo deve às empresas do setor que aderiram ao pacote de renovação antecipada das concessões. Segundo fontes, cerca de R$ 600 milhões desse montante serão transferidos à outro fundo setorial, a Reserva Global de Reversão (RGR).

No fim de agosto, a RGR, que banca as indenizações às empresas do setor que aderiram ao pacote de Dilma, tinha apenas R$ 13,8 milhões em caixa, sendo que apenas essa despesa chega a uma média mensal de R$ 495 milhões. No início do ano, esse fundo dispunha de R$ 15,2 bilhões.

Quando retirou os encargos setoriais da conta de luz, de forma a reduzi-la em 20%, em média, para os consumidores, o governo diminuiu as receitas que abasteciam os fundos, mas não extinguiu os programas que eles bancavam e inclusive elevou suas responsabilidades.

A CDE é usada para pagar os programas sociais, como o Luz Para Todos. Desde o início do ano, ela paga o custo da energia das usinas termoelétricas, acionadas quando há escassez de chuvas e o nível dos reservatórios das hidrelétricas cai. O saldo da CDE em agosto era de R$ 82,2 milhões, para uma despesa média mensal de R$ 1,5 bilhão. No início do ano, o saldo era de R$ 2,4 bilhões.

Por causa das mudanças, a CDE ficou sem recursos para bancar as obrigações em maio e foi "salva" por uma operação descoberta pelo jornal O Estado de S. Paulo em julho - o governo transferiu recursos da RGR para a CDE. Resultado: dois meses depois, os dois fundos estavam sem recursos.

Com o novo buraco aberto na RGR, o governo passou a fazer uma segunda triangulação, a partir de agosto. Agora, a operação consiste em injetar, na CDE, recursos obtidos com os títulos públicos e, de lá, transferir uma parte para a RGR. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Brasil precisa olhar com atenção integração entre blocos

      


 O Brasil — e de quebra o Mercosul —, precisa estar atento às negociações que envolvem o Acordo Transatlântico e a Aliança do Pacífico sob pena de ficar isolado diante dessa nova onda de regionalismo que surge. Isso porque esses acordos não são voltados unicamente para abertura de mercado, eles versam sobre novas regulações, sobre serviços, barreiras fitossanitárias e regulação de investimento, itens que podem ter implicações mais profundas para o Brasil. “Precisamos atentar para o fato de que todos os países estão se organizando em blocos e começar a pensar como é que a gente se posiciona frente a isso”, pondera Lia Valls, pesquisadora da Área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE). E emenda: “O país deveria tentar discutir bastante as regras atuais e olhar mais para o Mercosul que, embora esteja morrendo, precisa ser pensado no médio prazo”.

A economista destaca ainda que impasses dentro do bloco sul-americano mantem-se ao longo dos anos porque os países que o formam continuam muito voltados para si. “Se observarmos a tendência político fiscal brasileira, temos adensamento de cadeias produtivas locais, medidas de conteúdo local, ou seja, instrumentos que não ajudam a promoção de uma integração, mesmo que regional. Mas, não se fala em cadeia produtiva regional, apenas de cadeias produtivas no âmbito do mercado doméstico”, analisa ao ressaltar que o Brasil precisa avançar nesse tema pois o mercado interno não é mais a única fonte de atração de investimentos.

“O investidor vem pra cá e precisa de garantias mínimas. Ele não vem mais apenas atraído pelo mercado interno. Ele o quer, mas também quer poder exportar e importar com mais facilidade”, conclui.

Council of Councils – Lia Valls e Elena Lazarou, coordenadora do Centro de Relações Internacionais da FGV, participaram, em setembro, do Council of Councils Rome Regional Conference - Europe and the Future of Global Governance, realizado em Roma. A economista do IBRE foi debatedora sobre na mesa The transatlantic trade and investment partnership, the trans pacific partnership and the future of international trade. Confira entrevista sobre o tema abaixo ou aqui:
 
 http://www.youtube.com/watch?v=aDDIsCePPWo
 
 


Pequenas empresas elevam exportação em 11% e somam US$ 2,2 bilhões em 4 anos



 





O artesanato destaca-se nas exportações das micros e pequenas empresas (MPEs), que estão desempenhando um papel cada vez mais importante nas vendas externas brasileiras. Segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (2/10) pelo Sebrae, na abertura do XVII Encontro Internacional de Negócios do Nordeste, o valor exportado por essas empresas cresceu 11,3% de 2008 e 2011, o que culminou em um fluxo de US$ 2,2 bilhões.

O número de MPEs exportadoras brasileiras em 2011 foi de 11.525, com valor médio exportado de US$ 192,8 mil. A quantidade de empresas que desempenhavam essa atividade, contudo, apresentou redução de 2,6% em comparação com o ano anterior. Em contraste, o valor médio exportado por firma cresceu 14,3%.

Segundo o levantamento do Sebrae, a participação das MPEs no total de empresas exportadoras ficou estável em relação ao ano anterior, alcançando 61,5%, sendo 27,0% referentes às microempresas e 34,5% às pequenas. Com relação ao valor exportado, a participação das MPE voltou a cair em 2011, para 0,87%, percentual mais baixo da série desde 1998. As pequenas empresas responderam por 0,80% do total e as microempresas, por 0,07%.

O XVII Encontro Internacional de Negócios do Nordeste, que ocorre até esta sexta-feira, em Fortaleza, reúne vendedores da Região e compradores de 25 países. Entre os vendedores, está Albertina Roque de Holanda, da Associação das Rendeiras e Bordadeiras de Mundaú, que espera receber muitas encomendas dos compradores internacionais.

Mais dois grupos estrangeiros investem no Brasil; um dos EUA e outro alemão

 
 
 
The Braun Corporation, dos EUA, compra 50% da participação acionária da Foca Mobilidade; e a empresa alemã Rembe GMBH investe em sede em São Paulo de onde exportará para toda América Latina.

A Foca Mobilidade Inteligente, de Caxias do Sul (RS), especialista na produção equipamentos de acessibilidade, controle de fluxo e segurança, teve 50% dos seus ativos adquiridos pela norte-americana The Braun Corporation,  empresa atuante no mesmo segmento. 

Com a  incorporação, a Braun  passa a fornecer para a Foca tecnologia para a produção de elevadores para cadeirantes e outros portadores de necessidades especiais facilitando-lhes o acesso ao transporte coletivo. A parceria vem no momento em que a demanda por esse tipo de equipamento deverá se expandir consideravelmente, já que, a partir de 2014, seu uso será obrigatório em toda a frota nacional de transporte público. A parceria com a Braun, líder mundial da indústria da mobilidade, abrirá para a Foca as portas do mercado latino-americano de equipamentos de acessibilidade.

A alemã Rembe GMBH, fabricante de discos de ruptura e painéis anti-explosão, anunciou a abertura da Rembe América Latina, com sede em São Paulo. Segundo a empresa, que possui representação em 70 países, o Brasil será a base para o atendimento de toda a América Latina.

As principais competências da companhia incluem a proteção de plantas industriais contra situações criticas de vácuo, condições operacionais em pressões elevadas e sistema de segurança anti-explosão. A segurança na produção industrial é conquistada mediante a aplicação de discos de ruptura associados ou não a válvulas de segurança e, em algumas situações, utilizam-se painéis anti-explosão.

A empresa também possui um serviço de atendimento de emergência, onde, dependendo da existência da matéria prima em estoques, é feita a produção e entrega em 24 horas.Workshop no Rio de Janeiro. A Rembe irá promover um workshop sobre Discos de Ruptura e suas Aplicações no dia 30 deste mês, no Rio de Janeiro. O objetivo é apresentar as inovações nesta área para engenheiros e técnicos de instrumentação e projetos. As inscrições podem ser feitas por e-mail: workshopRembe@okasioneventos.com.br

Do Brasil, chinesa Foton vai exportar caminhões para América Latina e África


 
 


A Foton, fabricante chinesa de caminhões, fará do Brasil, a partir de sua unidade de Guaíba, Rio Grande do Sul, base de exportação para a América Latina e África. No mercado doméstico, a montadora vai direcionar esforços para veículos menores (entre 2,5 e 3,5 toneladas). Com cerca de R$ 337 milhões de investimentos na fábrica de Guaíba, a Foton Aumark do Brasil aposta na tendência de restrição da circulação de grandes caminhões em entros urbanos.

"Este é o segmento com maior potencial de crescimento no Brasil", afirmou o vice-presidente da empresa, Orlando Merluzzi. O executivo destaca que a faixa que abrange os caminhões semileves e semipesados representa 73% do mercado brasileiro. "Entraremos na briga com o diferencial de oferecer veículos premium", diz Merluzzi. Ele explica que os caminhões Foton virão com ar condicionado de série, por exemplo. 

A fábrica terá capacidade inicial de 21 mil unidades em um turno, podendo chegar e 32 mil unidades em dois turnos. A planta deve começar a operar em meados de 2016. "Por enquanto, estamos formando nossa rede de concessionárias, pois sem elas não há como ter produção local", diz Merluzzi.

De acordo com o executivo, o Brasil, além da base de exportação da companhia para a América Latina, a Foton expolica porque vai exportar para a África parte da produção brasileira. "Estamos em uma localização estratégica; é só cruzar o Atlântico", diz Merluzzi. Segundo ele, a Foton é a maior montadora de caminhões do mundo em volumes. A média anual de produção da companhia nos últimos sete anos é de 670 mil toneladas.

A Foton espera atingir o índice mínimo de 65% de conteúdo local em cerca de quatro anos. Os motores dos caminhões da marca serão da Cummins e, a transmissão, da ZF, duas marcas instaladas em solo nacional. "Já estamos trabalhando com o processo de nacionalização dos componentes com fornecedores", destaca Merluzzi.

O executivo afirma saber que os seus concorrentes são muito fortes. "Cerca de 85% do mercado de caminhões estão concentrados nas mãos de apenas seis montadoras. Mas nossa meta de 5% de market share nos próximos 12 anos deve nos garantir o posto de sétima maior do setor", diz Merluzzi. Ele ressalta ainda que a Foton está negociando com bancos chineses para alternativas ao financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento  Econômico e Social (BNDES), o Finame.









Estrangeiro retoma bom humor em relação ao Brasil e eleva investimento no país



 
 
Para especialistas, o negócio entre a Portugal Telecom (PT) e a Oi é mais um sinal de que, aos poucos, o sobressalto atribuído aos investidores estrangeiros em relação ao Brasil não tem a proporção imaginada. A fusão das duas companhias de telecomunicações resultou na criação da CorpCo, uma gigante do setor com receita de R$ 37,5 bilhões em 2012 – uma das maiores multinacionais do setor. "Os investidores gostam do Brasil. E segmentos como o móvel e o 3G têm disseminação baixa no Brasil", disse Zeinal Bava (foto), CEO da nova companhia em teleconferência com analistas.

Para Luiz Miguel Santacreu, economista da Austin Rating, essa fusão é mais um indicativo do potencial que o Brasil guarda, a despeito do pessimismo retratado por veículos da imprensa internacional – caso da revista "The Economist", que recentemente trouxe reportagem de capa sobre o Brasil na qual trata a economia nacional com completo pessimismo e desconfiança. “O Brasil é uma fronteira econômica invejável, especialmente para o setor de serviços”, afirma Santacreu.

O economista acredita em um cenário otimista. “Algumas empresas estrangeiras estão vendo a oportunidade de fincar a bandeira no Brasil agora”, diz. 

“Elas querem estar aqui quando o mercado melhorar, quando os marcos regulatórios saírem e quando surgirem as novas oportunidades de investimentos.”

O mercado de telecomunicações é apenas um dos setores na mira do capital estrangeiro – especialmente europeu, que ainda enfrenta um cenário recessivo no seu continente.

O setor automotivo está animado e nas últimas semanas anunciou cerca de R$ 1 bilhão em aportes no Brasil. Na última segunda-feira (30/9), a Mercedes-Benz disse que fará um investimento de R$ 500 milhões em nova fábrica em Iracemápolis, no interior paulista. No mês passado, a Audi anunciou um investimento de R$ 500 milhões no País. E são esperados mais R$ 700 milhões da Volkswagen. A chinesa Foton, fabricante de caminhões, vai exportar veículos a partir do Rio Grande do Sul para América Latina e África, além de atender ao mercado doméstico.

A opinião de Santacreu também é compartilhada por quem observa o mercado de fora. “Mesmo em um processo de abrandamento, a economia brasileira continua a inspirar confiança a longo prazo, dado o perfil de consumidores e acontecimentos econômicos que estão no horizonte”, avalia presidente-executivo da corretora portuguesa Dif Broker, Pedro Lino. A antecipação da fusão entre PT e Oi, que já era prevista pelo mercado, demonstra esse interesse do investidor pela economia brasileira. "Era algo que os operadores de mercado esperavam, embora apenas em 2014”, diz.

Beltran Simo, associado em Bogotá da Delta Partners, consultoria de investimentos baseada em Dubai e especializada em telecomunicações, aposta, inclusive, numa retomada do crescimento.

"É certo que a economia brasileira tem problemas estruturais que devem resolvidos, como alta inflação, infraestrutura deficitáira, sistema fiscal demasiado complexo. Mas a volta a taxas de crescimento interessantes unida a uma ainda complexa situação em mercados mais maduros faz pensar que o Brsail seguirá sendo um foco importante de investimento", afirma o analista.

Para Simo, a reação inicialmente positiva da fusão PT/Oi também por parte do governo brasileiro pode servir de estímulo a outros investimentos estrangeiros no País.

"O importante do caso PT/Oi talvez tenha sido a acolhida favorável por parte das autoridades locais que, ainda que influenciadas pelo fato de que a maioria do capital permanecerá em mãos brasileiras e a sede no Rio, poderá mandar um sinal de beneplácito a possíveis processos de integração em outros setores", diz.

Para Otto Nogami, professor de economia do Insper, empresas que conhecem profundamente o mercado nacional sabem que esse arrefecimento faz parte de um ciclo que não é novo. “Essa fusão mostra que o interesse do mundo no Brasil é um fato”, afirma. “Os olhos estão todos voltados para cá, pois enxergam um grande potencial nessa população majoritariamente consumista e com demanda reprimida.”

“O mercado brasileiro de telefonia móvel tem a melhor perspectiva de médio a longo prazo entre os emergentes, mas a tendência é que essa consolidação siga para outros setores”, completa Nogami.

Isso porque o ganho de eficiência continua sendo a principal preocupação das empresas nacionais. “Fusões geram volume e redução de custos, com ganhos importantes em produtividade”, diz o professor. A avaliação do analista da corretora portuguesa Fincor, Albino Oliveira, é semelhante. “As sinergias são o principal motivo pelo qual as ações da Portugal Telecom responderam dessa maneira [no pregão desta quarta-feira, dia 2].”

As ações da portuguesa na Bolsa de Lisboa chegaram a disparar  20% nas primeiras horas da manhã (no horário local) – resultado da expectativa de ganhos de cerca de R$ 5,4 bilhões com as sinergias resultantes do negócio.

Fonte: IG Economia

Moody’s rebaixa nota de crédito da Petrobras de ‘A3’ para ‘Baa1’


Por Natalia Viri | Valor
Renzo Gostoli/Bloomberg


SÃO PAULO  -  A Moody’s reduziu a nota de crédito das dívidas de longo prazo em moedas local e estrangeira da Petrobras em um degrau, de “A3” para “Baa1”, ainda dentro da escala considerada como “grau de investimento”. A perspectiva permanece negativa, o que indica que a agência de classificação de risco não descarta novos cortes no médio prazo.

“O rebaixamento reflete a elevada alavancagem financeira da Petrobras e a expectativa de que a empresa deverá continuar a ter ampla queima de caixa nos próximos anos, a medida que conduz seu programa de investimentos”, afirmou o analista Thomas Coleman em nota. O corte no rating pode ocorrer caso as metas de produção não seja atingidas ou a relação entre dívida líquida e Ebitda supere as 4 vezes, alerta.

De acordo com ele, a expectativa é que a companhia atinja seu pico de endividamento em 2013 e 2014, com queda apenas a partir de 2015. Pelas contas da agência, os gastos da Petrobras podem ser quase o dobro do fluxo de caixa gerado internamente em 2013.  

Para a Moody’s, a execução bem-sucedida do plano de investimento e a entrada das metas de produção são pontos-chave para reduzir os níveis de endividamento e para que a perspectiva do rating seja estabilizada.

Coleman ressalta que o programa de revisão de investimentos e controle de custos que está sendo conduzido pela presidente Maria das Graças Foster deve ajudar a conter possíveis aumentos de capital e a concretizar um aumento da produção.

De toda forma, há um risco significativo de que a Petrobras não consiga cumprir sua meta de produzir 3 milhões de barris diários em 2016 e 5,2 milhões de barris ao dia em 2020.

Outro ponto destacado pela Moody’s são os constantes prejuízos com a operação de abastecimento de combustíveis, em virtude da defasagem entre os preços dos combustíveis praticados no mercado interno e no exterior. “Não está claro se aumentos suficientes de preços estão a caminho, diante das pressões políticas sobre o governo e o foco no controle a da inflação”, ressaltou Coleman.

(Natalia Viri | Valor)