O
Brasil — e de quebra o Mercosul —, precisa estar atento às negociações
que envolvem o Acordo Transatlântico e a Aliança do Pacífico sob pena de
ficar isolado diante dessa nova onda de regionalismo que surge. Isso
porque esses acordos não são voltados unicamente para abertura de
mercado, eles versam sobre novas regulações, sobre serviços, barreiras
fitossanitárias e regulação de investimento, itens que podem ter
implicações mais profundas para o Brasil. “Precisamos atentar para o
fato de que todos os países estão se organizando em blocos e começar a
pensar como é que a gente se posiciona frente a isso”, pondera Lia
Valls, pesquisadora da Área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro
de Economia (FGV/IBRE). E emenda: “O país deveria tentar discutir
bastante as regras atuais e olhar mais para o Mercosul que, embora
esteja morrendo, precisa ser pensado no médio prazo”.
A economista destaca ainda que impasses dentro do bloco sul-americano
mantem-se ao longo dos anos porque os países que o formam continuam
muito voltados para si. “Se observarmos a tendência político fiscal
brasileira, temos adensamento de cadeias produtivas locais, medidas de
conteúdo local, ou seja, instrumentos que não ajudam a promoção de uma
integração, mesmo que regional. Mas, não se fala em cadeia produtiva
regional, apenas de cadeias produtivas no âmbito do mercado doméstico”,
analisa ao ressaltar que o Brasil precisa avançar nesse tema pois o
mercado interno não é mais a única fonte de atração de investimentos.
“O investidor vem pra cá e precisa de garantias mínimas. Ele não vem
mais apenas atraído pelo mercado interno. Ele o quer, mas também quer
poder exportar e importar com mais facilidade”, conclui.
Council of Councils –
Lia Valls e Elena Lazarou, coordenadora do Centro de Relações
Internacionais da FGV, participaram, em setembro, do Council of Councils
Rome Regional Conference - Europe and the Future of Global Governance,
realizado em Roma. A economista do IBRE foi debatedora sobre na mesa The
transatlantic trade and investment partnership, the trans pacific
partnership and the future of international trade. Confira entrevista
sobre o tema abaixo ou
aqui:
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