quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Brasil precisa olhar com atenção integração entre blocos

      


 O Brasil — e de quebra o Mercosul —, precisa estar atento às negociações que envolvem o Acordo Transatlântico e a Aliança do Pacífico sob pena de ficar isolado diante dessa nova onda de regionalismo que surge. Isso porque esses acordos não são voltados unicamente para abertura de mercado, eles versam sobre novas regulações, sobre serviços, barreiras fitossanitárias e regulação de investimento, itens que podem ter implicações mais profundas para o Brasil. “Precisamos atentar para o fato de que todos os países estão se organizando em blocos e começar a pensar como é que a gente se posiciona frente a isso”, pondera Lia Valls, pesquisadora da Área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/IBRE). E emenda: “O país deveria tentar discutir bastante as regras atuais e olhar mais para o Mercosul que, embora esteja morrendo, precisa ser pensado no médio prazo”.

A economista destaca ainda que impasses dentro do bloco sul-americano mantem-se ao longo dos anos porque os países que o formam continuam muito voltados para si. “Se observarmos a tendência político fiscal brasileira, temos adensamento de cadeias produtivas locais, medidas de conteúdo local, ou seja, instrumentos que não ajudam a promoção de uma integração, mesmo que regional. Mas, não se fala em cadeia produtiva regional, apenas de cadeias produtivas no âmbito do mercado doméstico”, analisa ao ressaltar que o Brasil precisa avançar nesse tema pois o mercado interno não é mais a única fonte de atração de investimentos.

“O investidor vem pra cá e precisa de garantias mínimas. Ele não vem mais apenas atraído pelo mercado interno. Ele o quer, mas também quer poder exportar e importar com mais facilidade”, conclui.

Council of Councils – Lia Valls e Elena Lazarou, coordenadora do Centro de Relações Internacionais da FGV, participaram, em setembro, do Council of Councils Rome Regional Conference - Europe and the Future of Global Governance, realizado em Roma. A economista do IBRE foi debatedora sobre na mesa The transatlantic trade and investment partnership, the trans pacific partnership and the future of international trade. Confira entrevista sobre o tema abaixo ou aqui:
 
 http://www.youtube.com/watch?v=aDDIsCePPWo
 
 


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