segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 718 milhões na 2ª semana de outubro



 




As exportações brasileiras, na segunda semana de outubro (7 a 13), com cinco dias úteis, foram de US$ 4,867 bilhões (média diária de US$ 973,3 milhões). O resultado é 35,9% abaixo da média de US$ 1,517 bilhão da primeira semana.

No comparativo houve queda nas exportações de produtos manufaturados (-56,4%), em razão de plataformas de perfuração e exploração, açúcar refinado, veículos de carga, etanol e motores e geradores elétricos.

Também caíram as vendas de produtos básicos (-19,3%), por conta, principalmente, de minério de ferro, petróleo em bruto, milho em grãos e algodão. Já as exportações de semimanufaturados (31,3%) cresceram com destaque para açúcar em bruto, celulose, óleo de soja em bruto e ouro em formas semimanufaturadas. 

As importações, no período, foram de US$ 4,149 bilhões (resultado médio diário de US$ 829,7 milhões) e apontou-se queda de 21,3% sobre a média da primeira semana do mês (US$ 1,053 bilhão), explicada, principalmente, pela diminuição nos gastos com combustíveis e lubrificantes, aparelhos eletroeletrônicos, adubos e fertilizantes e siderúrgicos. 

Na segunda semana de outubro, o saldo comercial ficou superavitário em US$ 718 milhões, com desempenho médio diário de US$ 143,6 milhões, e  a corrente de comércio somou US$ 9,015 bilhões, com resultado médio por dia útil de US$ 1,803 bilhão.   

Nos nove dias úteis de outubro (1° a 13), as exportações foram de US$ 10,936 bilhões, com média diária de US$ 1,215 bilhão. Pela média, houve alta de 22,8%, em relação ao resultado de outubro de 2012 (US$ 989,2 milhões). Houve aumento das exportações de produtos manufaturados (50,7%), por conta de plataformas de perfuração e exploração, automóveis de passageiros, tubos flexíveis de ferro e aço, veículos de carga, e motores e geradores elétricos.

Os embarques de produtos básicos (10,9%) tiveram crescimento, devido, especialmente, a petróleo em bruto, soja em grão,  minério de cobre e bovinos vivos. Por outro lado, decresceram as vendas de semimanufaturados (-11,9%), com quedas maiores registradas para açúcar em bruto, ouro em formas semimanufaturadas, estanho em bruto, mates de níquel e catodos de cobre. Na comparação com o resultado diário do mês de setembro deste ano (de US$ 999,8 milhões), as exportações tiveram elevação de 21,5%.

Houve alta nas vendas de produtos manufaturados (68,6%) e semimanufaturados (8,9%), enquanto decresceram as exportações de básicos (-6,8%). As aquisições no exterior, em outubro, estão em US$ 8,364 bilhões (média de US$ 929,3 milhões). Houve aumento de 1,7% na comparação com a média de outubro do ano passado (US$ 914,2 milhões), com crescimento, principalmente, nos gastos com aeronaves e peças (36,5%), combustíveis e lubrificantes (34%), equipamentos elétricos e eletrônicos (12,4%), químicos orgânicos e inorgânicos (7,8%) e siderúrgicos (5,7%). Sobre o resultado verificado em setembro passado (US$ 897,6 milhões), houve incremento, principalmente, nas aquisições de aeronaves e peças (58,4%), cobre e obras (28,8%), combustíveis e lubrificantes (14,3%), e cereais e produtos de moagem (8,6%).  

A balança registra saldo positivo no mês de US$ 2,572 bilhões (média diária de US$ 285,7 milhões). Pela média, o resultado é 280,8% superior ao verificado em outubro passado (US$ 75 milhões) e 179,5% maior ao de setembro último (US$ 102,2 milhões). A corrente de comércio, no acumulado mensal, somou US$ 19,3 bilhões, com desempenho diário de US$ 2,144 bilhões. O valor médio apresentou expansão de 12,7% na comparação com outubro de 2012 (US$ 1,903 bilhões) e de 13% em relação a setembro deste ano (US$ 1,897 bilhão) .

De janeiro até a segunda semana de outubro, a corrente de comércio totalizou US$ 376,207 bilhões (média diária de US$ 1,9 bilhão), com aumento de 3,5% sobre a média do período correspondente do ano passado (US$ 1,835 bilhão). Nos 198 dias úteis de 2012, o superávit da balança comercial é de US$ 964 milhões (média diária de US$ 4,9 milhões). No acumulado do ano, as exportações alcançaram US$ 188,586 bilhões (média diária de US$ 952,5 milhões), resultado 0,9% abaixo do verificado  no período equivalente de 2012, que teve média diária de US$ 961,6 milhões.

O acumulado anual das importações está 8,5% maior em relação ao ano passado (média diária de US$ 873,5 milhões). Em 2013, as compras brasileiras no mercado externo chegam a US$ 187,622 bilhões (média diária de US$ 947,6 milhões). 

EXPORTAÇÕES DEVEM CONTINUAR EM DECLÍNIO, ESTIMA A ANFAVEA


Na contramão da indústria de veículos de passeio e caminhões, que tem recuperado os níveis de exportações no País, o setor de máquinas agrícolas não tem conseguido exportar seus produtos como antes. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a projeção de vendas externas destes produtos para o ano é de uma queda de 17,2%, para 14 mil unidades. "Há cerca de dez anos, exportávamos até para os EUA. Atualmente, nós perdemos a competitividade", afirmou na última sexta-feira o vice-presidente da Anfavea, Milton Rego.

Em setembro, as exportações de máquinas agrícolas somaram 1,6 mil unidades, um aumento expressivo de 44,5% na comparação anual. Porém, no acumulado de janeiro a setembro deste ano, as vendas externas atingiram 11,5 mil máquinas, um declínio de 5%. "Nos últimos cinco anos, o Brasil só tem registrado queda das exportações.              Outras fontes estão substituindo nossos produtos", destaca Rego. Ele explica que, atualmente, os fabricantes brasileiros de máquinas agrícolas vendem seus produtos majoritariamente para países como Argentina, Paraguai e Uruguai.

Por outro lado, a demanda no mercado interno tem rendido bons resultados para os fabricantes de máquinas agrícolas. "Provavelmente, a próxima safra não deve ser tão rentável quanto a última, porém, na média das culturas, a rentabilidade ainda será elevada e os produtores irão investir na mecanização", ressalta Rego.

De acordo com a Anfavea, a projeção de comercialização de máquinas agrícolas para o ano é de 83 mil unidades, alta de 18,4% em relação a 2012. "A demanda interna será recorde em 2013", acredita Rego.

A produção também deve ficar em compasso com o bom desempenho das vendas, segundo a entidade, fechando o ano com um aumento de 13,5%, para 95 mil unidades. "A produção de máquinas agrícolas tranquilamente acompanhará os licenciamentos", diz o vice-presidente da Anfavea.

O executivo ponderou que o anúncio de prorrogação das condições especiais do financiamento para bens de capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - Finame - para 2014 é certamente uma boa notícia. "O Finame foi uma grande ferramenta para a compra de máquinas agrícolas neste ano", disse.

Fonte: Diário do Comércio e Indústria

Inflação no Brasil é duas vezes maior que média do G20

A inflação anual do Brasil até agosto foi o dobro da média dos países do G20, aponta relatório publicado nesta segunda-feira pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

A taxa brasileira foi de 6,09% (segundo o IPCA, Índice de Preços ao Consumidor-Amplo, índice oficial medido pelo IBGE), contra uma média de 3% do grupo dos 20 países mais ricos do mundo, calculada pelo Índice de Preços do Consumidor do G20. Vale destacar que a inflação brasileira está em um nível intermediário em comparação a outros países do G20 - é a sétima taxa mais alta.

Outros emergentes apresentaram pressão de preços bem maior nos 12 meses até agosto: na Índia, a inflação foi calculada em 10,7%; na Argentina (onde foram usados índices oficiais, considerados inferiores aos calculados pelo mercado), 10,5%; na Turquia e na Índonésia, o índice ronda os 8%.

O índice do G20 é calculado pela OCDE com base em variações de preços de uma cesta de produtos e serviços típicos, de 15 países membros do grupo e com base na média da inflação medida nos países da União Europeia (UE). Segundo o relatório, o índice evidencia "padrões divergentes (de inflação) entre as maiores economias do mundo".

"Índia, Argentina, Indonésia e Turquia tiveram as maiores taxas anuais de inflação - iguais ou superiores a 8% - em agosto, enquanto Japão, França, Canadá e Itália tiveram as taxas anuais mais baixas - entre 0,9% e 1,2%".


Juros

A inflação acumulada já sofreu leve redução em setembro em relação ao índice de 6,1% usado pela OCDE, de agosto. O ìndice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos 12 meses até setembro foi de 5,86%, segundo o IBGE - e esta foi a primeira vez no ano que o índice ficou abaixo dos 6%.

O aumento dos preços, no entanto, continua a ser uma das principais dores de cabeça do governo. Na semana passada, o Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros (meta Selic) de 9% para 9,5%, com a justificativa de que isso "contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano". O aumento dos juros tem sido usado como a principal arma para controlar a inflação, pela lógica de coibir o consumo elevando os custos dos empréstimos.

BOLSA-FAMÍLIA NÃO DISCRIMINA ESTRANGEIRO

O programa Bolsa-Família beneficia 55.253 imigrantes. O auxílio pode ser solicitado por qualquer estrangeiro que reside legalmente no país e que se enquadre nos critérios do programa.

O maior programa de transferência de renda do Brasil, às vésperas de completar 10 anos, atende 55.253 estrangeiros que residem no país. Há gente de pelo menos 86 nações de todos os continentes do mundo recebendo Bolsa-Família. A diversidade aponta tanto beneficiários de países muito pobres, como Honduras, Congo e Nicarágua quanto atendidos nascidos em locais desenvolvidos. Há 13 suíços, 181 estadunidenses e dois canadenses. O maior número de estrangeiros que recebem a ajuda do governo federal brasileiro, entretanto, é do Paraguai (1.339).

Mas só 10% do total de 55.253 estrangeiros beneficiários do Bolsa-Família declararam o país de origem. Os vizinhos, ao lado de portugueses e japoneses, são os mais frequentes com tal informação disponível. Depois do Paraguai, vem Bolívia (721), Portugal (426), Argentina (336), Uruguai (319), Japão (292) e Peru (200). Há também originários de nações marcadas por conflitos, como Líbia, Kuwait e Irã. Secretário Nacional de Renda de Cidadania, Luís Henrique Paiva explica que o programa é aberto a qualquer estrangeiro que se enquadre nos critérios, desde que esteja legalmente no país.

(Estado de Minas – 14/10/2013)

domingo, 13 de outubro de 2013

O Vale do Silício é logo ali


A desenvolvedora brasileira de software Totvs fincou sua bandeira na meca da tecnologia mundial. E já se tornou sócia do lendário investidor Marc Andreessen

Por Diego MARCEL
Ao longo de sua trajetória empresarial, o empreendedor paulista Laércio Cosentino já comprou algumas dezenas de empresas. É graças a essa estratégia de crescimento via  aquisições que Cosentino consolidou a Totvs como a maior empresa de software de gestão do Brasil, com uma receita de R$ 1,4 bilhão, em 2012, e valor de mercado de R$ 5,8 bilhões. Neste ano não foi diferente. No primeiro semestre, a Totvs assumiu o controle de mais quatro empresas. Três delas no Brasil – a PRX, que atua com sistemas no segmento agroindustrial, a RMS, focada em varejo e supermercados, e a ZeroPaper, que desenvolve um software de gestão financeira (nesta última, ficou com uma fatia minoritária). 

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Laércio Cosentino: fundador da Totvs comprou dezenas de empresas no Brasil.
Agora, chegou a vez dos EUA
 
 
A quarta foi a americana GoodData, start-up que atua na área de big data, como são chamados os softwares que analisam centenas de milhares de dados online. A Totvs participou de uma rodada de aporte da companhia, que contou também com o apoio do fundo de private equity Andreessen Horowitz, do empresário Marc Andreessen, o lendário criador da Netscape e considerado o investidor mais influente do Vale do Silício. Esse é o primeiro resultado do Totvs Labs, laboratório de inovação que a empresa de Cosentino abriu nos Estados Unidos no ano passado, em Mountain View, no coração do Vale do Silício, região da Califórnia onde estão sediadas as empresas mais inovadoras do planeta. 
 
 
 
“A presença no Vale do Silício nos deixa próximos da inovação”, diz Alexandre Dinkelmann, vice-presidente executivo de estratégia e finanças da Totvs, responsável por acompanhar os avanços do escritório americano. Locali­zado a apenas oito minutos da sede do Google, o escritório está instalado no edifício ocupado pela Fundação Mozilla, que desenvolve o navegador de internet Firefox. O Totvs Labs não tem apenas a missão de ser uma espécie de embaixada da companhia brasileira na meca da tecnologia mundial. Sua função é desenvolver tecnologias de ponta que podem se transformar em produtos da companhia. 
 
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Diversidade: o laboratório conta com 15 desenvolvedores. Entre indianos, americanos e russos, um brasileiro
 
Em tão pouco tempo de atuação, isso já está acontecendo. O primeiro produto a sair do laboratório da Totvs é o Identity Fluig, uma ferramenta de gestão de recursos humanos que funciona online. O sistema mapeia as características e habilidades dos funcionários de uma empresa para selecionar os perfis mais adequados para vagas que estão abertas. O escritório americano deve ser ainda fundamental para recrutar talentos. Afinal, não há lugar melhor para encontrá-los do que no Vale do Silício, para onde afluem os melhores cérebros tecnológicos do globo. 
 
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Estratégico: segundo o vice-presidente executivo Dinkelmann, a presença nos EUA
ajuda a encontrar oportunidades em um dos maiores mercados de TI
 
O Totvs Labs, até o momento, conta com 15 funcionários. Entre eles há apenas um brasileiro, que divide o espaço do edifício na rua Castro, uma das maiores de Mountain View, com russos, chineses, indianos e americanos. “Essa diversidade é essencial para qualquer empresa que quer ser global”, afirma Dinkelmann. A Totvs opera em 23 países ao redor do globo. Essa presença, no entanto, não indica que tenha uma forte participação internacional em seu volume de negócios e vendas. Sua operação está concentrada na América Latina, região onde diz ser líder em soft­ware de gestão, mercado que disputa com gigantes globais como a alemã SAP e a americana Oracle. 
 
 
 
Seu desempenho, no entanto, é todo calcado no mercado brasileiro. No ano passado, apenas R$ 20,3 milhões vieram de vendas para o mercado internacional, algo em torno de 1,5% de sua receita líquida. Não se deve esperar, portanto, grandes emoções vindas do laboratório americano. A companhia não quer dar um passo maior do que as pernas. “Hoje pensamos na América Latina”, afirma Dinkelmann. “Não vamos forçar uma maior internacionalização.”
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Pequenos magnatas


Casinha de boneca em tamanho real, suíte de hotel cinco-estrelas só para eles, casaco de pele de grife e um quarto dos sonhos que custa US$ 750 mil. Ser criança nunca foi tão sofisticado

Por Bruna BORELLI
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Assista à reportagem sobre o Fashion Weekend Kids 2013, realizado na Ilha de Comandatuba

Quando a charmosa Suri Cruise ganhou de presente de Natal dos pais famosos, os atores hollywoodianos Katie Holmes e Tom Cruise, uma casinha de boneca em tamanho real, no valor de US$ 24 mil, foi um auê. Havia um misto de espanto e indignação por parte da opinião pública que se liga no assunto celebridades, diante de um mimo tão caro para uma criança de apenas 6 anos. O que poucos questionaram foi: dá para fazer uma casinha de boneca tão cara assim? O que tinha lá dentro para valer tanto? A resposta é: sim, dá. Afinal de contas, em escala reduzida, tudo naquela construção de 20 m² montada no jardim da casa da mãe é idêntico ao que se vê em uma residência normal. 
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Moda mirim: grifes tradicionais de luxo, como a Gucci, apostam no mercado infantil
com peças que ultrapassam o valor de R$ 35 mil, como o casaco de pele da foto
 
 
Fogão, pia, móveis, encanamento, um projeto completo assinado pela empresa Sweet Retreat Kids. Ou seja: trata-se de uma brincadeira que vem sendo levada a sério por empresas de outros ramos para atender uma clientela mirim super-rica e cada vez mais exigente. Suri poderia ser uma exceção. Só de sapatos, por exemplo, ela tem cerca de US$ 150 mil, boa parte da grife de Marc Jacobs, o estilista recém-saído da maison Louis Vuitton. Faz algum sentido isso? Para o mundo desses pequenos magnatas, faz. E o mercado de luxo, com suas marcas, sensível a isso, oferece grande variedade de produtos e serviços a eles. O cenário econômico da década parece positivo. 
 
Apesar da crise econômica mundial em 2008, que desacelerou o crescimento do setor, a categoria destinada aos abonados de nascimento deve fechar este ano com US$ 10,1 bilhões em receita, segundo a consultoria britânica Ibisworld. Seja com lojas destinadas às crianças, seja apenas com espaços exclusivos para a linha infantil, marcas como a francesa Dior e as italianas Armani e Gucci apostam nesse nicho para incrementar o faturamento. Esta última, por exemplo, oferece casacos de pele para as meninas por R$ 35 mil e smoking para os rapazinhos por R$ 3 mil.“É uma maneira que as grifes encontraram para crescer sem perder o posicionamento premium”, diz Luciano Deos, CEO da consultoria GADLippincott. 
 
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Miniatura de luxo : a construção de 20 m2 funciona como uma casa de verdade,
com eletricidade, encanamento e móveis projetados
 
“Quando uma mar­ca quer se expandir, ou ela aumenta a oferta, baixando o preço médio, ou estende o portfólio de produtos.”
Grifes brasileiras de moda e acessórios também têm se movimentado nessa direção. A Trous­seau, de roupas de cama e banho, por exemplo, está com a linha Petit há cinco anos. “Ela já representa 12% da nossa receita”, afirma Adriana Gasparian Trussardi, sócia e diretora de criação da marca. Um dos hits da coleção é uma manta para recém-nascidos que custa R$ 350. Hoje, com três das 28 lojas físicas da marca, a Trousseau Petit pretende investir cada vez mais no público infantil. 
 
 
 
Com menos de dois anos de existência, a Enfance, de roupas, brinquedos e enxoval para crianças de até 6 anos, virou sucesso na internet e efetua 90% de suas vendas online. O que começou com soft toys (nome dado a brinquedos feitos com materiais confortáveis e antialérgicos) acabou transformando-se em linhas de enxoval e roupas infantis. Os bichinhos da Enfance – o ursinho sai por R$ 260 – podem ser personalizados com o nome ou inicial do petiz e também trocam de roupa, inclusive combinando o traje com o da própria criança. “O nosso público-alvo também são os pais, pois eles sempre querem o melhor para os seus filhos”, diz Lia Cintra, proprietária da Enfance. 
 
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Um possante para pequenos: réplicas em miniatura de carros Audi
e Mercedes-Benz, que atingem 4 km/h, saem por R$ 2,1 mil
 
“Querem o melhor pediatra, a melhor escola e também os melhores produtos.” Entre os brinquedos (sim, são crianças e ainda gostam disso), as maiores novidades também reproduzem o mundo dos adultos. As réplicas em miniaturas de carros Audi, Mercedes-Benz e Mini Cooper, fabricadas na China, fazem sucesso na BB Trends, revendedora de brinquedos, com lojas em São Paulo e Rio. O preço para levar um possante deste para casa, que é equipado com controle remoto de segurança para os pais, é de R$ 2,1 mil.
 
 
 
Cinco-estrelas A hotelaria de luxo no Exterior é outro setor que tem olhado com atenção para o mercado infantil de alta renda. Com diárias de até R$ 12 mil, o The Ritz London, localizado no centro de Londres, mima seus pequenos hóspedes com o cartão Very Special Kids (“crianças superespeciais”, em inglês), que dá direito a mimos como roupões, pantufas, presentes, cosméticos personalizados e um concierge exclusivo, que leva guloseimas até o quarto toda noite, como milk-shakes e sorvetes, sem nenhum custo adicional. Com diversas unidades nos Estados Unidos, outro grupo, o Trump Hotel Collection, do magnata americano Donald Trump, também faz de tudo para deixar os clientes mirins satisfeitos. 
 
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Estratégia: a brasileira Enfance, de soft toys, oferece roupas infantis que combinam com as dos bichinhos
 
As regalias vão desde um “simples” cardápio com gosto de infância (um bom hambúrguer não tem preço...) até opções exclusivas nos spas de seus hotéis, além de babás e aulas de natação. Os valores mudam de acordo com a localização do hotel.
 
Quem também tem se preocupado com o conforto dos babies – e a tranquilidade dos pais – é a companhia aérea Etihad Airways. Em setembro, a empresa lançou o programa “Flying Nannies” (babás voadoras, em inglês). A ação pioneira não tem nada a ver com Mary Poppins, do filme infantil de 1964. A ideia da companhia aérea dos Emirados Árabes é “deixar a viagem mais agradável”, segundo Aubrey Tiedt, vice-presidente de serviços da empresa. 
 
 
 
“Isso inclui servir refeições para as crianças antes dos adultos e entretê-las para que o voo não se torne maçante”, diz a executiva. As 500 babás que dão início ao programa foram treinadas por meses pela companhia aérea e só não vão poder trocar fraldas ou levar as crianças ao banheiro, por uma questão legal. De resto, os pais podem relaxar à vontade, certos que seus filhos estarão entretidos com truques de mágica, teatro de fantoche e até aulas de origami e artesanato. “Essas exigências partem muito mais dos pais do que dos próprios filhos”, diz Deos.
 
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Babás voadoras: a Etihad Airways, dos Emirados Árabes, lançou o programa "Flying Nannies",
que prioriza o conforto dos clientes mirins em todos os seus voos
 
Em terra firme, os mini-milionários podem ter um quarto dos sonhos para chamar de seu. Entre os projetos recentes do escritório de arquitetura Chris Pollack, de Nova York, está, por exemplo, a renovação de uma mansão em Manhattan para comportar uma suíte de 100 m² destinada ao filho pré-adolescente do casal proprietário. Lá, o garoto terá à sua disposição mesas de pingue-pongue e sinuca, estúdio de música, uma sala de cinema e videogame e até uma cozinha própria, tudo isso pela bagatela de US$ 750 mil. 
 
 
 
“Nossos clientes estão cada vez mais atentos a isso”, diz Pollack ao diário de economia e negócios The Wall Street Journal. Essas alas projetadas para agradar aos pequenos chegam a ter mimos como passagens secretas inspiradas na saga do bruxinho Harry Potter, fliperamas, estação de DJ e outros equipamentos eletrônicos da mais alta tecnologia. E ainda ficam implicando com a singela casinha de boneca da Suri.
 
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Sonho de criança : o Ritz londrino oferece aos hóspedes de até 12 anos vários mimos, 
como roupóes, presentes e milk-shakes, sem custo adicional


A máquina ajusta as engrenagens


Empresa resultante da fusão da baiana Insinuante com a mineira Ricardo Eletro antecipa suas metas em um ano e obtém o primeiro lucro. Para crescer, está atrás de um sócio investidor. Quem se habilita?

Por Rosenildo Gomes FERREIRA e Ana Paula MACHADO
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Confira os bastidores da reportagem

Toda última terça-feira do mês os sócios e integrantes do primeiro escalão da Máquina de Vendas se reúnem em Lauro de Freitas, município nas cercanias do aeroporto de Salvador. Nesse encontro, batizado de reunião 360 graus, são discutidas as estratégias da segunda maior rede varejista do País, resultado da fusão da baiana Insinuante e da mineira Ricardo Eletro em 2010 – depois uniram-se a elas a catarinense Salfer, a pernambucana Eletroshopping e a mato-grossense City Lar. O clima, apesar de cordial, chega a ficar tenso em vários momentos. 
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Dinheiro novo: Para os sócios Ricardo Nunes (à esq.) e Luiz Carlos Batista, a entrada de um sócio,
que poderá ficar com até 15% do capital, vai garantir o crescimento da rede
 
 
Especialmente quando um executivo mostra um número muito melhor ou pior que o dos demais, em itens sensíveis como taxa de inadimplência, evolução do faturamento ou o desempenho operacional. “Isso é importante para mantermos o negócio sob controle”, diz Luiz Carlos Batista, presidente do conselho de administração da empresa e fundador da Insinuante. “Nosso modelo de atuação é tão singular que os analistas e até mesmo os competidores têm dificuldade de entendê-lo.” Ao seu lado, o sócio e presidente da Máquina de Vendas, Ricardo Nunes, fundador da Ricardo Eletro, dá um olhar de aprovação. Em boa medida, foi graças ao estilo de gestão austero e que inclui cobranças sobre os sócios que a Máquina de Vendas conseguiu antecipar em um ano os resultados prometidos em 2010, na época da fusão da Insinuante e da Ricardo Eletro: faturamento de R$ 10 bilhões e uma rede de mil lojas no final de 2014. 
 
 
 
A expectativa da dupla Batista-Nunes é fechar 2013 com receita bruta de R$ 9,8 bilhões e 1.057 pontos de venda. Quando da união, o faturamento total das duas redes não chegava à metade disso (R$ 4,37 bilhões), obtido em 528 lojas. Nos últimos 42 meses, os sócios tiveram muito trabalho. Não só na seleção dos parceiros como na estruturação do negócio. Nessa empreitada eles investiram R$ 614 milhões. Os ganhos decorrentes do processo de sinergia entre as redes atingiram R$ 200 milhões e a expectativa é capturar valor idêntico em função da integração total das cinco bandeiras, em áreas como processamento de dados, contabilidade, marketing e compras, entre outras. 
 
 
 
Essas medidas se refletiram também na última linha do balanço. De um prejuízo de R$ 91,5 milhões em 2011 e de R$ 67,9 milhões em 2012, o grupo atingiu um lucro líquido de R$ 39,8 milhões no período janeiro-junho deste ano, em balanço auditado pela PwC, o primeiro da história das redes a ser divulgado ao mercado. Agora, tanto Batista quanto Nunes dizem que está na hora de pensar no futuro. Para isso, eles reforçaram o time de executivos com a contratação do experiente André Shinohara, egresso da paulistana Fastshop e que será o diretor comercial. Outro que acaba de se unir à turma é Marcelo Casarin, vice-presidente financeiro, cargo semelhante ao que ocupou nas subsidiárias da chilena Cencosud e da holandesa C&A, ambas do setor varejista. 
 
 
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Genérica: a MV Conect copia o estilo da Apple Store. A rede espera ampliar
a venda de smartphones e tablets. A meta é ter até 50 lojas do tipo
 
Há novidades também em relação ao modelo de lojas, que passará a contar com a bandeira MV Conect. “Será uma espécie de mini-Apple”, afirma Batista, se referindo à gigante americana Apple Store, o templo de consumo de produtos do gênero. O projeto-piloto da MV Conect prevê a abertura de unidades com 120 m2 em quatro shoppings de Salvador. A primeira será inaugurada no início de novembro, no Barra Shopping, e as demais ao longo do mês seguinte. Batista se mostra ambicioso em relação a essa divisão e prevê a possibilidade de chegar a 50 filiais. Para isso, o formato será flexibilizado. “Teremos quiosques dentro de nossas lojas ou nos corredores de shopping centers com perfil mais popular”, diz. 
 
 
 
A MV Conect é um dos frutos da sinergia gerada pela criação da Máquina de Vendas. Com maior poder de fogo, as redes, que até então eram fortes apenas regionalmente, ganharam dimensão nacional e musculatura para conseguir negociações mais atraentes, especialmente em produtos de maior valor agregado, como aparelhos eletrônicos e os itens da linha branca (máquinas de lavar, fogões e geladeiras). Graças a essa nova postura, o grupo se tornou mais relevante no nicho de smartphones, por exemplo. Resultado: no período janeiro-setembro as cinco associadas, que ainda conservam suas identidades regionais, venderam 900 mil aparelhos, 25% acima do verificado em igual período de 2012. 
 
 
 
Outra vertente da tecnologia também está ligada diretamente ao futuro da Máquina de Vendas. Para chegar a cidades do interior, com menos de 50 mil habitantes, a dupla aposta em lojas físicas dotadas de catálogos virtuais. Isso elimina a necessidade de investir em novos Centros de Distribuição e de manter estoques físicos em diversos pontos do País. As cidades escolhidas integram a malha logística já percorrida pelos caminhões das cinco bandeiras, que vai de Santa Catarina a Roraima, passando pelo Ceará e Mato Grosso. 
 
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Mais uma vez, a Bahia foi eleita como laboratório da iniciativa. Três dessas lojas estão em funcionamento nos municípios de Maragojipe, Santa Luz e Berimbau sob a bandeira Insinuante. “No Brasil há mais de mil cidades que se enquadram no perfil traçado por nós”, afirma Batista. Até o final do ano, serão mais dez pontos de venda nesse formato, todos na Bahia. Trata-se de uma iniciativa semelhante à adotada pela rival Magazine Luiza, que se focou em localidades com 100 mil habitantes e hoje conta com 106 unidades do tipo. 
 
 
 
SÓCIO CAPITALISTA O esforço empreendido pela dupla Batista-Nunes tem como objetivo tornar a Máquina de Vendas mais atrativa aos olhos do mercado e dos investidores. Em outras palavras: a empresa está atrás de um sócio capitalista, de preferência um fundo de private equity, e cogita fazer o IPO. Hoje, enquanto disputa a segunda posição no ranking com o Magazine Luiza, a Máquina de Vendas está muito distante da líder Viavarejo, o braço de eletroeletrônicos do GPA. Com receita bruta de R$ 13,7 bilhões no primeiro semestre deste ano, a rede controlada pelo grupo francês Casino é três vezes maior que a segunda e a terceira colocada. 
 
 
 
Para ajudar nessa tarefa,  a dupla de  sócios contratou o Bradesco BBI. “Estamos em busca de alguém que nos auxilie na gestão do negócio”, diz Batista. “Mas quem vai continuar no controle somos nós.” A disposição é ceder até 15% das ações. A família Nunes possui 47% do capital, enquanto o clã dos Batista detém 53%. Embora o trabalho de prospecção feito pelo BBI esteja no início, já foram feitos contatos com o fundo Advent e com o Gávea, comandado pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Nenhum deles confirma o interesse, nem se foi procurado. 
 
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Mas essa tarefa pode não ser tão fácil como se imagina.  Num setor já consolidado e dominado por grandes grupos, a concorrência no varejo de eletroeletrônicos e de móveis é mais forte e, consequentemente, as margens de ganho são mais apertadas, o que restringe o número de interessados em associar-se ao negócio. “Aos olhos do cliente, o único diferencial entre uma rede e outra é o preço”, diz o sócio da gestora Leblon Equities Felipe Demori Claudino. “A geladeira vendida na Ricardo Eletro é a mesma ofertada no Ponto Frio ou no Magazine Luiza e isso não atrai tanto o investidor.” 
 
 
 
A dificuldade de ganhar dinheiro no setor fica evidente quando se analisa os balanços de Viavarejo, Magazine Luiza e Máquina de Vendas. Suas margens líquidas (medidas pela relação entre receita e lucro) são semelhantes e estão abaixo de 2%. Situação muito diferente da vivida pelas cadeias de vestuário, como a gaúcha Renner, cujo ganho chega a 7%. Outra característica que deixa os fundos com um pé atrás é o fato de a Máquina de Vendas não ter uma presença expressiva no Estado de São Paulo, o principal mercado consumidor do País, restrita a três unidades da Ricardo Eletro nas cidades de Ribeirão Preto, Sertãozinho e Franca. 
 
 
 
“Ninguém pode ficar de fora de um mercado que representa 40% do PIB nacional”, afirma o consultor e presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e de Consumo (Ibevar), Claudio Felisoni. Em São Paulo, quem dá as cartas é o Ponto Frio e a Casas Bahia,  secundados pelo Magazine Luiza e por redes menores, como a Lojas Cem. Se depender de Nunes, essa situação deve mudar rapidamente. "É lógico que queremos entrar em São Paulo”, diz. “Na verdade, já somos uma rede forte no interior”, corrige Batista, lembrando que o mercado paulista responde pela maior fatia das vendas do braço virtual da Máquina de Vendas. 
 
 
 
A diferença de estilo entre os sócios fez com que surgissem especulações sobre possíveis desentendimentos entre eles. Batista é mais comedido e possui um pensamento mais orientado para a estratégia do negócio, enquanto Nunes é ligado à área comercial. Ambos negam (veja entrevista no final da matéria), argumentando que, além de sócios, têm uma relação de amizade que envolve as famílias. “Quando viajamos, o Ricardo e eu dormimos no mesmo quarto para ficarmos conversando até tarde”, afirma Batista. A cautela de Batista em relação ao mercado paulista se deve a questões práticas. 
 
 
 
Uma delas é o fato de haver poucos bons pontos de venda disponíveis, especialmente na capital. Uma opção, então, seria a associação com alguma rede local. “Fazer aquisições é o caminho mais fácil e rápido”, diz Felisoni, do Ibevar.  “Nós escolhemos a dedo quem serão os nossos sócios”, afirma Nunes. Uma das que teriam sido procuradas pela Insinuante, antes mesmo da criação da Máquina de Vendas, foi a Lojas Cem. Controlada pela família Dalla Vecchia, a rede também opera em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. “Agora, é colocar as coisas bem ajeitadinhas, capturar as sinergias, que naturalmente surgirá um parceiro paulista interessado em se associar à Máquina de Vendas”, diz Nunes. 
 
 
 
Capturar sinergia, mais do que um mantra, é  uma obsessão para a dupla. Foi a possível dificuldade em integrar empresas com culturas tão distintas que fez com que os analistas duvidassem da capacidade de o negócio prosperar. Batista diz que ainda existem muitos ganhos a serem extraídos dessa união. Cita, por exemplo, que somente 60% da operação já funciona de forma integrada no QG do grupo. Foi a possibilidade de ampliar o acesso aos grandes fornecedores e ver aumentado seu poder de barganha na hora da negociação que atraiu a EletroShopping, a City Lar e a Salfer para o guarda-chuva da Máquina de Vendas nos últimos três anos. 
 
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A transação com cada uma delas foi feita mediante a troca de ações, na proporção de 51% para Nunes e Batista e os outros 49% para os antigos controladores, dando origem a holdings regionais. O acordo inclui ainda a preservação de cada bandeira. A caçula do grupo é a catarinense Salfer (leia matéria ao lado). “Essa é a forma que os pequenos têm para se defender do agigantamento das grandes redes”, diz o professor da Fundação Getulio Vargas e consultor de varejo, João Batista Vilhena.
 
“Queremos ser referência na entrega de resultados”
 
Os sócios da Máquina de Vendas Luiz Carlos Batista e Ricardo Nunes falaram com exclusividade à DINHEIRO sobre seus planos para construir a melhor empresa varejista do País.
 
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DINHEIRO: Qual o futuro da Máquina de Vendas?
 
LUIZ CARLOS BATISTA: O nosso negócio é diferente do varejo tradicional. Somos um bicho raro que tenta contemplar os principais nichos de mercados, com uma forte aposta na regionalização. Com isso, agregamos os benefícios de fazer compras globais, sem descuidar das necessidades locais. Tem um exemplo que gosto muito de citar, relacionado à Salfer, nossa parceira no Sul, cujas vendas de fogão a lenha são expressivas. Se colocarmos esse produto para vender no Rio de Janeiro, vai encalhar, na certa. Além disso, estamos ampliando a aposta em novos formatos de lojas, além de reforçar nossa presença na internet. 
 
DINHEIRO: Dá para falar em liderança no varejo sem atuar em São Paulo?
 
RICARDO NUNES: É lógico que queremos entrar para valer no mercado  paulista. E vamos entrar. 
BATISTA: Na verdade, já atuamos no Estado com lojas da Ricardo Eletro nas cidades de Ribeirão Preto, Franca e Sertãozinho. Além disso, São Paulo é o Estado que mais colabora com as vendas de nossa loja virtual. 
 
DINHEIRO: Existem rumores de que os srs. estariam conversando com a paulistana Marabraz. É verdade?
 
BATISTA: Não tem nada disso. Neste ano, não pretendemos adicionar nenhum novo grupo à Máquina de Vendas. E, provavelmente, isso não vai acontecer em 2014, porque estamos muito focados na operação. Veja bem, nós saímos de um Ebtida anual de 1,8% para 5% e capturamos somente 50% das sinergias até agora. Então, ainda precisamos trabalhar internamente para melhorar a operação antes de falar na abertura de novas lojas. Queremos ser referência nesse quesito. 
 
DINHEIRO: Qual será a função do Bradesco BBI no futuro da Máquina de Vendas?
 
BATISTA: O banco está nos auxiliando a buscar um fundo de investimento capaz de ajudar a aprimorar nossa governança. Continuaremos no controle e temos a intenção de vender entre 10% e 15% do capital. 
 
DINHEIRO: E quando os srs. vão abrir o capital?
 
BATISTA: Ainda não temos data prevista para fazer o IPO. A abertura de capital é o caminho natural para nosso crescimento. O balanço do primeiro semestre está auditado pela PwC. Todas as bandeiras foram auditadas e as holdings nacionais e regionais já foram constituídas. 
 
DINHEIRO: Fala-se no mercado que existe uma disputa societária entre os srs. É verdade?
 
BATISTA: Vou dar um exemplo para resumir. A nossa família é assim, um chega no outro (Batista beija o rosto de Nunes). É outro papo. O que é bom para mim é bom para ele. É assim a nossa relação.
NUNES: O mais importante é que a Máquina de Vendas já é uma realidade no mercado, do ponto de vista empresarial e jurídico.