A
inflação anual do Brasil até agosto foi o dobro da média dos países do
G20, aponta relatório publicado nesta segunda-feira pela Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A taxa brasileira foi de 6,09% (segundo o IPCA, Índice
de Preços ao Consumidor-Amplo, índice oficial medido pelo IBGE), contra
uma média de 3% do grupo dos 20 países mais ricos do mundo, calculada
pelo Índice de Preços do Consumidor do G20. Vale destacar que a inflação
brasileira está em um nível intermediário em comparação a outros países
do G20 - é a sétima taxa mais alta.
Outros emergentes apresentaram pressão de preços bem
maior nos 12 meses até agosto: na Índia, a inflação foi calculada em
10,7%; na Argentina (onde foram usados índices oficiais, considerados
inferiores aos calculados pelo mercado), 10,5%; na Turquia e na
Índonésia, o índice ronda os 8%.
O índice do G20 é calculado pela OCDE com base em
variações de preços de uma cesta de produtos e serviços típicos, de 15
países membros do grupo e com base na média da inflação medida nos
países da União Europeia (UE). Segundo o relatório, o índice evidencia
"padrões divergentes (de inflação) entre as maiores economias do mundo".
"Índia, Argentina, Indonésia e Turquia tiveram as
maiores taxas anuais de inflação - iguais ou superiores a 8% - em
agosto, enquanto Japão, França, Canadá e Itália tiveram as taxas anuais
mais baixas - entre 0,9% e 1,2%".
Juros
A inflação acumulada já sofreu leve redução em setembro em relação ao índice de 6,1% usado pela OCDE, de agosto. O ìndice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos 12 meses até setembro foi de 5,86%, segundo o IBGE - e esta foi a primeira vez no ano que o índice ficou abaixo dos 6%.
O aumento dos preços, no entanto, continua a ser uma das
principais dores de cabeça do governo. Na semana passada, o Banco
Central (BC) elevou a taxa básica de juros (meta Selic) de 9% para 9,5%,
com a justificativa de que isso "contribuirá para colocar a inflação em
declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano". O
aumento dos juros tem sido usado como a principal arma para controlar a
inflação, pela lógica de coibir o consumo elevando os custos dos
empréstimos.
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