Meses atrás escrevi um artigo com o titulo, “Perdemos o Rumo?”,
isso mesmo, uma pergunta. Hoje literalmente me vejo em um rumo perdido.
Não sou pessimista, mas com tudo o que tenho visto, de mobilizações,
aos Black Blocs, aos políticos “estupradores” da boa fé e da Lei
democrática, o Brasil perdeu o rumo.
A matemática no Brasil é simples, trabalha propaganda política
durante 4 anos, nesses mesmos 4 anos o político escancara a população
com tributos e desconta a necessidade de entregar serviços públicos com
qualidade para a sociedade. Esta aí, nem Pitágoras consegue explicar a
realidade do povo brasileiro. E para piorar, o Projeto de País nunca é
debatido. Educação, saúde, saneamento e competitividade internacional,
ou pioraram ou estacionaram no tempo. O Brasil é um país democrático ao
extremo, livre o pensamento da direita e da esquerda, mas nunca para
frente. Sem contar a perversidade de enganar o povo mais marginalizado
por uma conta simples, uma bolsa em troca de um voto. O que o povo
brasileiro mais carente que recebe o “Bolsa Família” realmente ganha?
Será que eles têm melhores condições de saúde, educação, transporte e
alimentação? Inclusive nas regiões com as maiores distribuições de
bolsas, são as regiões com os piores indicadores de saneamento básico,
assim a expectativa de vida destas pessoas no futuro não atrapalharam os
indicadores, mas considerando que uma família média que recebe uma
bolsa é de 6 pessoas, existe um equilíbrio de voto para os governantes
que literalmente esculacham com o bom senso brasileiro.
Venho acompanhando a percepção do Brasil no mundo, e pude perceber
que a imagem do país entrou em rota de desgaste e declínio, e para
muitos investidores internacionais, a presidência da república não fez
as mudanças que prometeu, e muito menos as mudanças efetivamente
necessárias ao desenvolvimento do país, e agora há pouco tempo das
eleições entrou em rota de propaganda política como diria a máxima de
Pitágoras. E para piorar a situação, o desespero é maior, pois seu chefe
conclama as redes para uma “batalha virtual”, e na esteira do mesmo, o
governo entrega casas populares, mesmo sem teto, sem lenço e sem
documento, como diria o cantor que censura biografias. “Era uma casa,
muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada”.
E para piorar a situação, em 2014 temos além da trágica eleição, a
Copa do Mundo, e a violência brasileira já anuncia de antemão o “Salve
Geral”, na verdade o “pau vai comer” em 2014, e a tragédia já está
anunciada há anos para os 200 milhões de brasileiros e para os turistas
estrangeiros, se cuidem, pois o país corre o grande risco de pegar fogo.
O grupo criminoso mais organizado da América Latina, patrocinado por
bandidos, políticos e até advogados e juízes (que abusam da liberdade e
perversidade da legislação brasileira), já deu o seu “salve”, e além de
ameaçarem de morte alguns governantes, o mesmo irá “tocar o terror” em
2014, assim aproveita a mídia internacional no país.
Somos um país da propaganda, e a passividade do cidadão de bem é
irritante. O cidadão do mal já “gritou o seu salve”, ou destruiu o
patrimônio público para chamar a atenção sem resultado algum. A
passividade questiona R$ 0,20 centavos do transporte público, e depois o
prefeito da cidade de São Paulo escancara a população paulistana com
até 30% de aumento do IPTU para 2014, mas o mais engraçado, a conta só
aumenta para atender o gasto público ineficiência.
E já que o povo só se mobiliza para futebol, carnaval e bundas, as
companhias aéreas em suas perversidades de lucros, ou na verdade em
salvaguarda do mal planejamento que fizeram, esculacham a sociedade e os
turistas. Há meses para Copa do Mundo de 2014, um trecho Rio-São Paulo
pela principal companhia aérea do Brasil, hoje custa mais de R$ 2.500
reais, ou melhor, o brasileiro que paga impostos e não tem nada de
volta, no período da Copa é melhor ir para Nova York do que ver os jogos
no seu próprio país.
Mas mesmo assim, a propaganda positiva, ou melhor a desinformação continua, claro, 2014 está aí.
E com o Leilão do Campo de Libra, o governo coloca em risco mais de
US$ 300 bilhões em uma estratégia mal planejada para entregar o
principal pólo de produção do Pré Sal para os chineses. E como
justificativa, “fechar as contas do governo”. Ah, tá. Fico me
perguntando, o que a Petrobras fez nos seus mais de 50 anos de
desenvolvimento, nada? Vomita arrogância para a sociedade, é um grande
cabide sindical, e no fim não tem tecnologia suficiente para o
desenvolvimento do Pré Sal? E ainda vai encarar os chineses neste
processo? Veja o que aconteceu com Angola e outros países africanos.
Engraçado que a revista Caros Amigos traz em sua última capa a
“Privataria”, uma alusão aos tucanos, ou coxinhas, uma semana antes. E o
mais engraçado, que em setembro de 2013, a mesma revista traz artigos
interessantes sobre a tragédia educacional no Brasil, e principalmente
um texto importante escrito por Otaviano Helene e Ildo Luís Sauer, que
demonstram o quanto os royalties do petróleo para educação é uma falácia
governamental e política. Conforme Helene & Sauer, “por exemplo, se
as articulações entre os grandes consumidores, como os EUA e a China,
surtirem efeito, o preço do petróleo pode ser reduzido para a metade,
embora as previsões atuais ainda indiquem uma provável permanência acima
de US$ 100/barril, a menos cataclisma geopolítico. Com isso, aquele
0,2% do PIB estimado acima, já desprezível, também seria reduzido pela
metade”, assim caros leitores, sob uma lógica geopolítica a educação
brasileira nunca verá o dinheiro do Pré Sal, e considerando estado atual
da mesma, é muito difícil ver um cenário efetivamente positivo na
educação e transformação do Brasil. E só para complementar, uma outra
revista de características de esquerda, a tradicional Le Monde
Diplomatique, em sua edição Brasil, estampa na capa em sua edição 74
deste ano, “O peso da sonegação”, uma verdadeira tragédia brasileira,
que na verdade é culpa de toda sociedade que alimenta tanto este mal.
O sistema é perverso, pois a passividade da Nação brasileira é demais
por escancarada. Assim, considerando uma visão realista da política
internacional, onde a “natureza humana é sempre maldosa”, o Brasil vive
de um mal onde a política não interessa para o dia-a-dia, e através da
própria passividade do cidadão, as políticas públicas fluem para atender
uma pequena classe que se esconde atrás do “gasto público”.
Infelizmente a “esperança era a última que morria”. Já morreu.
Somos estuprados diariamente com a nossa carga tributária, com o
sistema fiscal e com a escalada vertiginosa da violência. E na contra
partida, o brasileiro comum, do dia-a-dia paga caro na alimentação, não
tem saneamento, não tem escola descente, não tem transporte, e vive seus
60 anos em média, na média, na vidinha mundana sem viver e curtir uma
cultura descente, sem viajar, sem aproveitar o melhor da vida, mas com
uma lógica mais do que perversa, vive pensando todos os dias em como
fechar as contas do mês.
Caro leitor, que realidade você vive?
Ou você resolve de uma vez em 2014, ou você entrega tudo para o
político corrupto mais perto de você, ou para os Black Blocs que
arrebentam com tudo de uma vez por todas. Ah, só não reclama da
violência e dos “salves” depois. E só para terminar, ontem ouvi uma
interessante, um PS4 é mais barato que um AK47 na boca….. coisas de
impostos…… afff.