quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Usiminas reverte prejuízo e apresenta lucro de R$ 115 milhões





É o primeiro resultado positivo da companhia em sete trimestres

Por Redação

A Usiminas, produtora de aços planos, encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 115 milhões, primeiro resultado positivo em sete trimestres. No segundo trimestre deste ano, a companhia teve perdas de R$ 22 milhões.

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 538 milhões, acima dos R$ 150 milhões obtidos no mesmo período de 2012 e dos R$ 441 milhões do segundo trimestre deste ano.
 

Planos pós-pagos e serviços de dados ajudam TIM a aumentar receita


Mesmo com queda de 15,6% nos lucros, companhia comemora resultados

Por Luiz Gustavo PACETE

A abertura da conferência realizada com investidores pela TIM na manhã desta quarta-feira 30, teve uma frase em comum com todas as outras reuniões que vem sendo realizadas nos últimos dias: "o cenário macroeconômico não contribuiu para resultados melhores no período". Apesar da observação, feita pelo presidente da TIM, Rodrigo Abreu, os números apresentados pela empresa no terceiro trimestre foram considerados satisfatórios pelo executivo.  Sob uma série de especulações acerca de seu futuro no Brasil, a empresa teve queda de 15,6% no lucro líquido, que foi de R$ 315 milhões, e viu sua receita crescer 7,6% para R$ 5 bilhões. 

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Números do terceiro trimestre foram considerados satisfatórios por Rodrigo Abreu, presidente da TIM  
 
O que contribuiu para o aumento das receitas foi o crescimento de 16,4% nos planos pós-pagos, segmento em que o nível de fidelização é maior. “Isso aconteceu em função da estratégia de criação de pacotes híbridos, os chamados 'planos controle', que ajudaram na captação de clientes mais qualificados”, disse Abreu.  A estratégia para intensificar a participação no segmento de pós-pago está na loja própria, a empresa abriu sete novas unidades no trimestre chegando a 140 unidades, a meta é fechar o ano com 165 novos pontos de venda. 
 
Outro dado positivo é o aumento na comercialização de serviços de dados, cujas receitas cresceram 21,5% para R$ 1,3 bilhão, impulsionado pela maior penetração de smartphones. “O aumento no uso dos aparelhos com acesso à internet tem contribuído para melhorar esse tipo de serviço”. 
 
 
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Aumento no uso de smartphones contribuiu para alavancar serviço de dados
 
No mercado de 4G, a empresa destacou crescimento cauteloso chegando a 29% de market share no período. Segundo Abreu, neste mercado a estratégia da TIM será crescer com qualidade. "O importante no 4G é o percentual de população coberta e não a quantidade de aparelhos. Vamos evoluir para uma cobertura que vai passar de 50% no próximo ano."
 
Investimentos
 
No período, a empresa investiu R$ 1,1 bilhão em infraestrutura, projeto de expansão que aumentou de 17 para 38 o número de cidades com fibras e antenas da operadora. “No último trimestre, adicionamos ao projeto uma série de outras implementações que consistem na renovação de equipamentos e adequação à banda larga móvel e serviço de dados.”
 
Os investidores presentes questionaram o financiamento que será realizado pela empresa com o BNDES no valor de R$ 5,7 bilhões para subsidiar o crescimento entre 2014 e 2016.  O valor foi divulgado na ata de reunião do conselho da companhia, realizada na última terça-feira 29, e serão destinados á expansão da companhia no próximo ano. 

Petrobras explica metodologia de reajuste de combustível



Por AE

A Petrobras esclareceu que a metodologia de precificação de diesel e gasolina é baseada em variáveis como o preço de referência desses derivados no mercado internacional, taxa de câmbio e ponderação "associada à origem do derivado vendido, se refinado no Brasil ou importado", explicou a estatal em comunicado.
 
Na nota de esclarecimento em resposta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre as características da metodologia, a companhia reitera que foi aprovada pela diretoria, mas que o Conselho de Administração pediu estudos adicionais, os quais estão sendo elaborados.

Além disso, explica que a metodologia contempla reajuste automático do preço do diesel e da gasolina "em periodicidade a ser definida antes de sua implantação", e prevê mecanismo que impede o repasse da volatilidade dos preços internacionais ao consumidor doméstico.

O comunicado frisa que a fórmula de precificação do diesel e da gasolina visa dar "maior previsibilidade à geração de caixa e redução dos índices de alavancagem da Petrobras."

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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Dilma diz que Brasil pagou FMI e conseguiu independência


Por Lorenna Rodrigues | Valor


CURITIBA  -  A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que o Brasil não conseguia tirar projetos do papel porque não tinha dinheiro para financiá-los, mas que a situação atual é diferente. Ela voltou a dizer que o Brasil quitou seus débitos com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e não depende mais do aval do organismo internacional. 

“Nós conseguimos pagar a dívida e nos livramos dele (FMI) mandando em nós. Naquela época o funcionário da Fazenda vinha dizer ‘conseguimos que o FMI liberasse 500 milhões para a gente investir em saneamento’. Hoje nós investimos 500 milhões em uma cidade, e não no Brasil todo”, afirmou, durante o evento para o anúncio de recursos para a mobilidade urbana, em Curitiba.  

A presidente disse que o país vem fazendo um esforço para a retomada de investimentos desde 2007, o que significa retomar a capacidade de planejamento e de elaboração de projetos.

Delegue para empreender melhor, diz chef Renata Vanzetto

O restaurante Ema, a nova casa da chef do grupo Marakuthai, tem previsão de inaugurar no mês de novembro, na capital paulista

Lei de Portos desestimula exportações de soja, diz Cargill

Segundo o responsável pela segunda maior operação de soja do Brasil, modelo de concessão dos terminais "é contra a indústria"

Gustavo Bonato, da
Germano Lüders/EXAME
Fábrica da Cargill em Minas Gerais

Fábrica da Cargill em Minas Gerais: licitações e relicitações que estão sendo organizadas pelo governo têm como critério a maior movimentação de cargas pelo menor preço

São Paulo - O novo modelo de concessões portuárias que começa a ser implantado pelo governo brasileiro desestimula as exportações de farelo e óleo de soja --produtos de maior valor agregado que a soja-- e favorecem apenas a criação de terminais para exportação do grão.

A afirmação é do executivo responsável pela segunda maior operação de soja do Brasil, da Cargill.
O modelo de concessão dos terminais "é contra a indústria", o que acrescenta mais um item para a lista de entraves que assolam o setor de esmagamento da oleaginosa no país, alertou o diretor de grãos e processamento de soja no Brasil da gigante norte-americana, Paulo Sousa, em entrevista à Reuters.

As licitações e relicitações que estão sendo organizadas pelo governo têm como critério principal a maior movimentação de cargas pelo menor preço. Na avaliação de Sousa, o farelo, que é mais leve que o grão, vai ser preterido pelas empresas que se candidatarem aos terminais.

Uma mesma correia de carregamento, operando em um mesmo período de tempo, consegue colocar dentro do navio uma tonelagem de grãos duas vezes maior de que de farelo, explicou.

"Um porto, movimentando farelo, vai render menos", declarou.
O farelo de soja, importante ingrediente da ração de frangos e suínos, é o produto do esmagamento da soja, que também resulta em óleo.

A Cargill está de olho no assunto, entre outros motivos, porque terá um de seus terminais --onde opera há quase 40 anos-- relicitado pelo governo. Será o terminal de Paranaguá (PR), que deve ser alvo, junto com outros no mesmo porto, de licitação nos próximos meses.

A empresa está confiante, no entanto, de que apresentará proposta com boas chances de vitória.

"A parte boa da Lei dos Portos é que ela favorece quem tem volume. E isso a gente tem bastante. Temos alta competitividade." O terminal de Paranaguá opera exportando farelo e óleo produzidos em uma unidade de esmagamento em Ponta Grossa, cidade pólo do agronegócio paranaense, a apenas 200 km do litoral.

É uma das seis unidades de processamento que a Cargill tem no país.

A mais recente foi inaugurada há quatro anos, em Primavera do Leste (MT).
A empresa não revela planos para novas fábricas de esmagamento de soja, mas está ampliando a produção nas unidades de Itumbiara (GO) e Mairinque (SP), que atuam na ponta final da cadeia, transformando o óleo de soja bruto em óleo refinado para uso doméstico e em gorduras para a indústria alimentícia. As obras deverão custar 52 milhões de reais e ser finalizadas no primeiro semestre de 2014.


Tributos


Segundo a Abiove, associação que reúne as empresas de óleos vegetais e grandes exportadoras de soja, há 107 unidades de esmagamento de soja no país: 89 ativas e 18 paradas. Existe apenas um projeto de construção anunciado para uma nova fábrica e dois projetos de ampliação de capacidade de processamento, mas sem garantias de que os investimentos serão concretizados.

Sem grandes acréscimos à capacidade de esmagamento, pela primeira vez na história em 2013 o Brasil exportará mais soja do que processará internamente.

"A produção agrícola cresce bem mais do que nossa própria capacidade de produção (industrial)", lembra Sousa.

Enquanto a soja em grãos sai do país sem incidência de ICMS, Funrural e PIS/Cofins --graças à Lei Kandir, de 1996--, os produtos processados acabam enroscados numa complexa rede de tributos.

A mais recente complicação surgiu em março, quando a presidente Dilma Rousseff extinguiu a cobrança de PIS/Confins incidente sobre o óleo de soja, tentando baratear a cesta básica. O problema é que era justamente por meio desses impostos que as indústrias "escoavam" um série de créditos tributários obtidos com a compra de soja in natura.
 
"A indústria continua não tendo como gastar esse crédito. Ainda não tem como virar um benefício de verdade. Para algumas empresas, virou um estorvo. Tem concorrentes nossos em situação bem complicada", disse Paulo Sousa. "A preocupação maior do setor brasileiro de esmagamento de soja é como lidar com os créditos tributários."
 
Um novo sistema, que prevê a geração de créditos, não mais pela compra da soja, mas pelo volume esmagado, está em vigor há menos de um mês, mas o executivo da Cargill disse que ainda é muito cedo para avaliar como será o impacto para os livros de contabilidade das empresas.
Custo Brasil




O emaranhado de tributos que dificulta a vida dos esmagadores de soja soma-se também a custos que são velhos conhecidos de todo o setor industrial brasileiro. Um deles é a mão de obra, considerada cara. Outro é o custo de energia.

Segundo Paulo Sousa, a energia corresponde a 70 por cento dos custos variáveis (que não incluem mão de obra, financiamentos, depreciação ou compra de matérias-primas e logística).

A opção de muitas indústrias, segundo Sousa, é verticalizar a produção de energia, plantando e colhendo eucaliptos, para queimar nas caldeiras, por exemplo. Comprar energia elétrica da rede ou usar óleo combustível tornaria as operações inviáveis.

O executivo lembrou que países concorrentes do Brasil na exportação de farelo e óleo, como Estados Unidos e Argentina têm, historicamente, acesso a energia mais barata. Nos EUA, a energia elétrica é a metade do preço, e a térmica um terço do preço, com a colaboração do abundante gás de xisto. Na Argentina, há até pouco tempo, o gás para as usinas era subsidiado.

"Regra geral, a gente depende da desgraça dos outros. Para o negócio de esmagamento de soja no Brasil ser competitivo, temos que ter algum problema climático em algum lugar que compete com o Brasil", disse Sousa.

Sapatos brasileiros querem conquistar o mundo


Moda e sapatos são parte de uma indústria que está em festa com a 36ª edição da Semana de Moda de São Paulo, a maior da América Latina

AFP/Arquivos, da
Getty Images
Mulher e sapatos vermelhos

Sapatos: em 2012, a produção foi de 864 milhões de pares, 5,5% a mais que no ano anterior

Clássicos, simples ou ousados; de couro exótico ou de plástico colorido, a indústria de sapatos brasileira - a terceira maior do mundo - busca seu caminho no mercado internacional, tentando desviar de alguns percalços em termos de competitividade e qualidade.

Em um país com mais de 200 milhões de habitantes e uma dinâmica classe média com acesso a crédito, os sapatos têm um mercado interno vasto e seguro mas, agora, querem ir mais longe.

Moda e sapatos são parte de uma indústria que está em festa com a 36ª edição da Semana de Moda de São Paulo, a maior da América Latina.

"O crescimento do mercado doméstico foi muito significativo desde 2008", disse à AFP, Heitor Klein, presidente da associação industrial Abicalçados.

Em 2012, a produção foi de 864 milhões de pares, 5,5% a mais que no ano anterior. Pouco mais da metade destinada ao segmento feminino.

Contudo, as exportações (113 milhões de pares) caíram para 1,09 bilhão de dólares, 15,7% a menos em relação a 2011, o que demonstra que o país tem dificuldades para abrir caminho no mercado externo em um mundo atingido pela crise.

"No Brasil a competitividade está desajustada. A questão tributária, a mão de obra e a falta de infraestrutura adequada para as exportações encarecem nossos produtos", comentou Klein.

"A indústria brasileira se volta muito para o mercado interno. Não é competitiva no exterior nem tem qualidade para disputar mercados de primeira", disse Lauri Müller, representante para o Brasil da feira Global Shoes da Alemanha, uma das maiores do mundo.
  

A conquista da China
O Brasil exporta seus sapatos para cerca de 150 países, com Estados Unidos, Argentina e França na liderança, focando principalmente um segmento de mercado intermediário quanto à qualidade e preço.

Trata-se, sobretudo, de sapatos vendidos a marcas estrangeiras que os comercializam com suas etiquetas, embora aos poucos venham aumentando as exportações de marcas próprias, entre as quais estão Capodarte, Azaleia, Via Uno e Arezzo, que já têm forte presença no mercado local.

O maior desafio é entrar no coração do maior produtor mundial, a China, que em 2011 produziu mais de 10 bilhões de pares de sapatos, segundo dados da Abicalçados.

Um programa dessa associação com a promotora de exportações Apex estimula o plano. "O processo começou há cerca de três anos com oito empresas e hoje já são 12 as interessadas", comentou Klein.

O Brasil já exporta sapatos para a China desde 2011, mas é um processo ainda muito incipiente.
Plástico ou couro de serpente? Os dois.

O Brasil tem dois exemplos de marcas consagradas dentro e fora do país: as famosas Havaianas e os sapatos Melissa.

Imitadas em todo o mundo, as Havaianas foram inspiradas nos chinelos usados pelos imigrantes japoneses. Os modelos mais simples podem ser comprados por cinco dólares, mas os preços aumentam à medida que as coleções são mais exclusivas.

Essas sandálias de plástico eram usadas pelas classes mais pobres do Brasil, mas 50 anos depois, são objeto de desejo de todos.

Hoje, as Havaianas obtêm 24% de sua receita fora do país. Em 2012, foram produzidos 229 milhões de pares.

"As Havaianas se transformaram em uma marca muito associada à alegria, à cor e ao verão", disse à AFP Carla Schmitzberger, diretora da unidade de negócios.

Criada em 1979, a Melissa já vende seus coloridos sapatos, também de plástico, em mais de cem países. Seus modelos muito elaborados - com colaboração do designer Karl Lagerfeld ou da arquiteta Zara Hadid - incluem saltos altíssimos e aplicações de corações ou bocas vermelhas.

A Melissa tem um local próprio em Nova York e para o primeiro semestre de 2014 pretende abrir um em Londres.

Timidamente, o mercado dos sapatos de luxo também cresce, apesar de a moeda forte do país não colaborar para a produção local.

A designer Paula Ferber produz sapatos caros em couros de crocodilo, de serpente ou de peixes amazônicos. Um par pode custar até 900 dólares.

Atualmente, comentou à AFP, negocia com um dos sócios do grupo francês L'Occitane para expandir as vendas, sobretudo para a Europa e o Oriente Médio.

"Estamos tentando reduzir custos. Por enquanto, não fazemos mais que 1.500 pares por mês", comentou.