sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Nestlé vende parte da Jenny Craig, sua empresa de dieta


A venda faz parte da estratégia da companhia em se desfazer de negócios com fraco desempenho

REUTERS/Denis Balibouse
Nestlé

Nestlé anuncia venda de parte da Jenny Craig, braço da Nestlé Nutrition

São Paulo - A Nestlé anunciou na última quinta-feira que vendeu as operações da Jenny Craig, empresa de gestão de peso, da Oceania e América para a North Castle Partners, um grupo de private equity dos Estados Unidos. O valor do negócio não foi divulgado.

A venda faz parte da estratégia da Nestlé em se desfazer dos braços com baixo desempenho. 
Em outubro, Paul Bulcke, executivo-chefe da companhia, disse em entrevista ao jornal The Wall Street Journal, que estava reavaliando o portfólio da empresa e que não iria “tolerar” negócios com fraco desempenho.

Na entrevista, Bulcke explicou que uma porcentagem relevante dos negócios da companhia poderia ser melhorada ou vendida.

Fundada em 1983, a Jenny Craig oferece programas de controle de peso aos consumidores, adaptados às suas necessidades específicas. A empresa faz parte da Nestlé Nutrition desde 2006.

No entanto, com a crise econômica dos últimos tempos, a marca sofreu perdas, pois os clientes passaram a procurar métodos mais baratos – e até mesmo gratuitos - para perder peso.

Ainda neste ano a Jenny Craig se retirou do Reino Unido, após as vendas não corresponderam às expectativas, em decorrência aos preços e concorrência acirrada com os Vigilantes do Peso.

Por meio de nota, a Nestlé informou que os funcionários das empresas na América e Oceania deverão permanecer na companhia mesmo com a nova gestão.

Atualmente, a Nestlé emprega mais de 330.000 pessoas e seus produtos são vendidos em quase todos os países do mundo.

A conclusão da transação está sujeita às condições habituais de fechamento.

BB-BI vai negociar venda na Itapebi Geração de Energia


Conselho do Banco do Brasil aprovou a negociação para possível venda de participação na companhia para o Grupo Neoenergia

Marcelle Gutierrez, do
Getty Images
Torres de energia

Torres de energia: BB-BI detém, atualmente, 19% do capital total da Itapebi, empresa constituída em 1999

São Paulo - O conselho de administração do Banco do Brasil aprovou nesta quinta-feira, 07, a negociação para possível venda de participação do BB - Banco de Investimentos (BB-BI) na Itapebi Geração de Energia para o Grupo Neoenergia.

O BB-BI detém, atualmente, 19% do capital total da Itapebi, empresa constituída em 1999 para construir e operar a Usina Hidrelétrica de Itapebi, com capacidade instalada de 462 MW de energia, localizada na divisa dos Estados da Bahia e de Minas Gerais. A empresa apresentou em 2012 receita operacional bruta de R$ 334 milhões e lucro liquido de R$ 186 milhões.

Segundo fato relevante do Banco do Brasil, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a transação está sujeita à análise e aprovação de órgãos reguladores.

OGX, de Eike, propõe mudança de nome para Óleo e Gás Brasil S.A

  • Assembleia geral extraordinária em 26 de novembro vai discutir a proposta
REUTERS (Email)


SÃO PAULO - A endividada petroleira OGX pretende mudar o nome para Óleo e Gás Brasil S.A., tirando a letra "X" de sua denominação - marca de todas as empresas listadas em bolsa do ex-bilionário Eike Batista para simbolizar a multiplicação de riqueza. A OGX, que era considerada o ativo mais precioso de Eike e na semana passada entrou com pedido de recuperação judicial com dívida de R$ 11,2 bilhões, convocou acionistas para assembleia geral extraordinária em 26 de novembro para deliberar sobre a mudança do nome da companhia. Inicialmente, o encontro estava previsto para o dia 19.

A assembleia também votará sobre o grupamento de ações da OGX. Segundo edital de convocação divulgado na noite de quinta-feira, o “grupamento visa minimizar os efeitos potenciais de pequenas oscilações no valor das ações em termos percentuais”. A empresa, porém, não deu mais detalhes sobre a proposta.

A ação da petroleira, que já chegou a custar cerca de R$ 23, vale atualmente R$ 0,15. Os acionistas deverão ratificar ainda o pedido de recuperação judicial feito à Justiça do Rio de Janeiro no fim de outubro, o maior da história por uma empresa da América Latina.

Finalmente, será discutida e deliberada a venda do controle da OGX Maranhão, subsidiária da petroleira que tem campos de gás em blocos terrestres na Bacia do Parnaíba. A OGX anunciou em 31 de outubro acordo para sair da OGX Maranhão, em uma operação que deve render cerca de R$ 344 milhões à empresa, recursos cruciais para que ganhe uma sobrevida e inicie produção de petróleo no campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos.

A venda da OGX Maranhão ainda depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), além dos credores da petroleira.

A OGX protagonizou a maior campanha exploratória de petróleo por uma empresa privada no Brasil. Mas as ambiciosas estimativas de óleo recuperável nos seus campos não se confirmaram e a empresa se viu sem alternativa a não ser pedir recuperação judicial para tentar evitar uma falência.

Se não conseguir recursos em breve, a OGX ficará sem caixa em algum momento de dezembro, de acordo com apresentação aos detentores de 3,6 bilhões de dólares em bônus da empresa no exterior. Eles rejeitaram uma proposta de reestruturação da dívida apresentada pela petroleira antes do pedido de recuperação judicial.


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À chinesa

  • As contas públicas estão se deteriorando, a despesa cresce mais que a arrecadação, o superávit primário é cada vez menor
carlos alberto sardenberg 


 
Dizem que o fantasma de Deng Xiao Ping, o líder que criou a China moderna, foi invocado pelo atual presidente, Xi Jinping, para orientá-lo sobre como conduzir uma nova onda de reformas. De carro, Xi conduziu Deng pelo país, para exibir os resultados das primeiras mudanças, aquelas iniciadas em 1978. De repente, a estrada que tomara mostrou uma perfeita bifurcação. Xi para na encruzilhada e pergunta: grande líder, viramos à direita ou à esquerda? E Deng, sem vacilar: dê sinal à esquerda, vire à direita.

Esta piada é um clássico. E permanece porque, acreditem, reproduz o modo de agir da liderança chinesa em momentos cruciais. O presidente Xi Jinping é conhecido como reformista, cercou-se de reformistas em seu governo e colocou na cadeia o chefe da outra ala do Partido Comunista, Bo Xilai, que comandava um movimento pela recuperação do maoísmo.

As reformas discutidas na ala de Xi estavam claramente na direção de mais mercado, mais propriedade privada, em resumo, mais capitalismo. Portanto, para simplificar, Xi representava a direita e Bo, a esquerda.

Pois não é que o começo do governo de Xi coincide com o que se chamou de uma “onda vermelha”? O próprio presidente falou mais de uma vez em recuperar os valores do maoísmo. Mais ainda: nas vésperas da crucial reunião plenária do Comitê Central do Partido Comunista, marcada para o próximo fim de semana e anunciada por Xi como tão importante quanto a comandada por Deng em 1978, diversas companhias estrangeiras tornaram-se alvos de órgãos de fiscalização, receberam punições e foram atacadas como imperialistas impiedosas.

Diante da perplexidade de observadores e mesmo de executivos de grandes multinacionais recebidos com honras pelo presidente Xi, os mais experientes recomendavam calma: o sinal é à esquerda...

Veremos. A plenária do Comitê Central, claro, será fechada. E todo mundo sabe que já está tudo decidido. Aquela regra universal da política: só se chama uma reunião importante, com muita gente (300 e tantos membros, no caso), quando já se resolveu pelo menos o essencial.

Ficam todos, portanto, à espera dos sinais à direita — mudanças efetivas como, por exemplo, a permissão para que agricultores vendam suas terras ou as entreguem como garantia de empréstimo. Seria a consagração da propriedade privada da terra. A registrar: uma das reformas cruciais da era Deng foi justamente permitir que os agricultores vendessem sua produção no mercado livre, em vez de entregarem tudo ao governo. Isso levou, então, a uma forte expansão da produção agrícola.
Resumindo: a propaganda seria maoísta, a prática, ao modo Deng.

O governo Lula, o do primeiro mandato, foi tipo chinês. A propaganda, inclusive a eleitoral, era para mudar tudo e desmontar o regime neoliberal. Na prática, o governo aumentou o superávit primário a níveis inéditos, nomeou um banqueiro para o Banco Central que, autônomo, foi logo aumentando os juros para colocar a inflação na meta, e aplicou reformas que favoreceram o ambiente de negócios.

Já o governo Dilma parece adotar a mesma técnica, mas invertida. Jura fidelidade ao superávit primário, ao regime de metas, promete liberdade e oportunidades ao capital privado — e faz tudo ao contrário.

A questão é: faz isso de propósito ou tudo é uma grande confusão, resultado da falta de objetivos e capacidade?

Não é brincadeira. A dúvida persiste inclusive entre os aliados do governo, tanto os da esquerda quanto os da direita. Todos estes — e mais os críticos adversários — concordam com os números: as contas públicas estão se deteriorando, a despesa cresce mais que a arrecadação, o superávit primário é cada vez menor e a tendência da dívida pública é de alta. Sinais claros disso: sobe a taxa de juros, o real se desvaloriza mais que outras moedas.

Os aliados mais à esquerda, digamos, sustentam que isso não tem nada demais e que o governo deveria sair do armário e assumir que vai aumentar mesmo o gasto público e derrubar os juros de qualquer jeito.

Os amigos mais à direita, digamos, contam que há um desvio momentâneo, compreensível, que neste momento o superávit primário pode mesmo ser menorzinho, mas daqui para a frente — olhem lá, hein?! — é preciso dar uma segurada nos gastos e arrumar a contabilidade.

Os críticos e adversários sustentam que as bases macroeconômicas estão sendo destruídas, mas não se entendem se é por vontade ou por incompetência.

Aí vêm a presidente e o ministro Mantega e garantem: está tudo sob controle. Qual controle? Certamente não é do tipo chinês.

Sistema de água em São Paulo pode entrar em colapso até 2024


O abastecimento de água em parte do estado entrará em colapso caso não sejam construídos novos reservatórios, em cinco anos, segundo analistas

Ricardo Brandt, do
Wikimedia Commons
São Paulo vista da Serra da Cantareira

O Sistema Cantareira não dará conta da demanda, decorrente do crescimento demográfico e industrial previsto para o período, avaliam técnicos
Campinas - O abastecimento de água em metade da Grande São Paulo e nas regiões de Campinas, Jundiaí, Limeira e Piracicaba entrará em colapso até 2024, caso não sejam construídos novos reservatórios, em cinco anos.

A avaliação faz parte das discussões para a renovação de outorga do Sistema Cantareira, que reorganizará a distribuição da água. O prazo para que os órgãos envolvidos na operação entreguem as propostas para a Agência Nacional de Águas (ANA) e para o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) vence nesta sexta-feira, 8.

O Sistema Cantareira - o maior produtor de água dessas regiões e responsável pelo abastecimento de 14 milhões de moradores - não dará conta da demanda, decorrente do crescimento demográfico e industrial previsto para o período.

A afirmação é de órgãos técnicos e entidades ligadas ao setor que alertam que governos e empresas de água terão de buscar novas fontes de recursos hídricos para suprir esse consumo.

Só com o crescimento populacional médio anual estimado em 1% para a Grande São Paulo e 4% para a região de Campinas, será necessária a produção de água suficiente para abastecer 400 mil moradores a mais a cada ano.

"Vamos começar com racionamento de água e terminar no colapso. Se três reservatórios previstos não forem construídos, o colapso é certo. Eles são prioritários, questão de vida ou morte", afirma o secretário executivo do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, entidade que representa 75 cidades abrangidas pela bacia e grandes empresas usuárias da água, Francisco Lahoz.

Com um novo cenário de desenvolvimento, com o interior crescendo em ritmo mais acelerado, o Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) aprovou nesta quinta-feira, 7, um pedido de aumento da vazão de água para o interior para 8 mil litros por segundo. O Consórcio do PCJ - entidade que faz parte do Comitê - prevê um cenário pior.

Calculou que, em 10 anos, a região de Campinas precisará de até 18 mil litros por segundo - 13 mil litros por segundo mais do que usa atualmente.

"Não é uma questão de nós nos digladiarmos, mas sem novas represas, vamos precisar de mais água no interior e liberar cada vez mais as comportas do Cantareira. Dessa forma, vai chegar uma hora que vamos ter que reduzir a vazão para São Paulo", afirma Lahoz.
Conflito


A questão é que a Grande São Paulo é dependente da água produzida pelo Cantareira. "Com a demanda que existe na Região Metropolitana de São Paulo, é fundamental que seja mantida essa vazão de 33 mil litros de água por segundo para que não exista o colapso", afirmou o diretor metropolitano da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Paulo Massatto.

A entidade já encaminhou aos órgãos da União e Estado documento em que defende a manutenção dos atuais valores na divisão da água produzida no sistema. Só na capital, 60% dos imóveis recebem a água. A Secretaria Estadual de Saneamento e Recursos Hídricos trabalha para evitar o conflito entre os municípios e Estados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Não temos plano B', diz chefe do comitê da Copa sobre segurança


Ricardo Trade, CEO do COL. Foto: Emma Lynch/BBC
 
Ricardo Trade confia no poder público para garantir segurança na Copa
 
O Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014 não vê necessidade de elaborar um "plano B" para o caso de protestos, como aqueles que tomaram conta do Brasil durante a Copa das Confederações, afetarem a realização de jogos durante o Mundial.
A declaração foi dada pelo diretor do COL, Ricardo Trade, em visita à sede da BBC em Londres, na terça-feira.
 
As manifestações, ainda frequentes no pais, e o crescimento de movimentos como os Black Blocs, não mudaram a postura dos organizadores, que confiam no poder público para garantir que o evento seja realizado com segurança no ano que vem. Por conta disso, o COL não entende que seja necessário preparar um plano de contingência.
 
"É impossível saber isso (se haverá protesto durante a Copa). Temos vários protestos agora sobre educação, saúde, professores. Eu não sei se vai haver durante a Copa, pode acontecer, mas o governo garante que, se houver, eles estarão preparados para lidar com isso", afirmou Trade.
 
O dirigente do COL ainda insistiu que a responsabilidade de garantir a segurança das pessoas do lado de fora do estádio pertence ao governo e mostrou plena confiança de que ela funcionará muito bem em 2014.
 
"Eles (governo) nos garantiram que, dentro dos estádios, não haverá problemas e que eles estão preparados para lidar com essas situações. Não temos nenhum plano B para isso, o governo nos garantiu que os estádios estariam livres para receber os jogos da Copa do Mundo, conforme fizemos durante a Copa das Confederações."
 

Black Blocs e PCC

 

Ronaldo em visita à BBC em Londres. Foto: Emma Lynch/BBC
 
Ronaldo visitou sede da BBC em Londres onde conversou com jornalistas sobre a Copa
 
As partidas da Copa das Confederações em junho aconteceram normalmente, mas, do lado de fora dos estádios, as manifestações causaram um tumulto grande na entrada dos torcedores.
 
Além disso, os confrontos entre a Policia Militar e os manifestantes chegaram a assustar alguns turistas e também atrapalharam um pouco os jogadores, já que, do gramado do Maracanã, por exemplo, durante a final entre Brasil e Espanha, era possível sentir o cheio do gás lacrimogêneo.
 
Desde então, a onda de protestos no Brasil diminuiu, mas segue forte em algumas cidades. São Paulo e Rio de Janeiro - sedes da abertura e da final da Copa de 2014, respectivamente - registram manifestações semanalmente, com alguns conflitos principalmente entre policiais e representantes dos Black Blocs.
 
Além disso, na capital paulista, o PCC (Primeiro Comando da Capital) também usou o Mundial como uma forma de ameaçar o governo na tentativa de impedir a transferência de alguns líderes do partido para presídios de segurança máxima no Estado, e prometeu uma "Copa do Terror" no ano que vem.
 
Ainda assim, o COL está certo de que, mesmo que os protestos se repitam, o Brasil será capaz de realizar o evento sem maiores problemas.
 
"Claro que não foi fácil lidar com os protestos durante a Copa das Confederações, mas se acontecer na Copa do Mundo, a polícia tem o papel de cuidar disso e evitar que chegue dentro do estádio, porque o estádio é o coração do torneio", reforçou Ricardo Trade.
 

Copa tem 'apoio popular'

 

Membro do Comitê Organizador Local (COL) e embaixador da Copa do Mundo no Brasil, Ronaldo, que também visitou a BBC, diz estar certo de que o Mundial será um sucesso de organização e mostrará ao mundo a capacidade brasileira para realizar grandes eventos.

O ex-jogador ressaltou que a maioria do povo brasileiro apoia a Copa no país e que já é possível sentir parte dos benefícios trazidos pelo Mundial.
 
"Em termos de Copa, conseguimos ver um grande avanço já, foram grande investimentos, não só em estádio, mas principalmente em infraestrutura, em mobilidade urbana. E a gente tem que aproveitar a Copa do Mundo para pedir mais investimentos", disse.
 
"Só uma pequena parte das pessoas que é contra a Copa. As últimas pesquisas mostram que 90% da população é a favor. Nós temos o apoio popular e vemos que as pessoas acreditam que a Copa vai trazer benefícios para as suas cidades."

Queda da OGX é alerta contra interferência de governo na Petrobras, diz 'FT'


Atualizado em  7 de novembro, 2013

Ao lado de Dilma, Eike Batista comemora início de produção de petróleo da OGX, em abril de 2012

Para o jornal, Eike Batista "não é o único no Brasil a sofrer de um ocasional excesso de confiança"

Um editorial publicado nesta quinta-feira pelo diário econômico britânico Financial Times afirma que a concordata da OGX, de Eike Batista, deveria servir de aviso para que o governo brasileiro pare de interferir tanto no setor de petróleo. 

Para o jornal, "o afundamento da OGX trouxe à tona a variedade de problemas que afetam a indústria do petróleo do Brasil". O diário observa que a OGX "não é a única companhia de petróleo que hoje sofre com endividamento alto e receita em baixa", lembrando que a Petrobras tem uma dívida que chega a "extraordinários" US$ 185 bilhões e que as ações da empresa caíram 30% nos últimos três anos.
O editorial afirma que "o governo só pode culpar a si mesmo por cortar as asas de uma indústria antes em ascensão". "O setor de recursos naturais é de fato um símbolo mais amplo da desaceleração de reformas que vem travando o Brasil desde que Dilma Rousseff se tornou presidente em 2011", afirma.

O texto observa que, após um hiato nos leilões de campos de petróleo entre 2008 e 2013, um leilão foi finalmente realizado neste ano, mas com regras que o jornal chama de "bizantinas", obrigando a Petrobras a operar qualquer campo na nova bacia, o que teria afastado muitas empresas estrangeiras do negócio.

'Perdas enormes'

Para o editorial, "a Petrobras não tem muito a ganhar com esse tratamento preferencial". "Ela precisa vender petróleo refinado abaixo de preços de mercado para ajudar a controlar a galopante inflação brasileira. As perdas para a companhia são enormes", comenta.

O Financial Times diz que "o governo está certo de demandar uma parcela dos tesouros escondidos abaixo do leito marinho". "Mas em vez de fazer uma microgestão da indústria, (o governo) deveria deixar as corporações de petróleo - domésticas e estrangeiras - prosperarem para então taxá-las para tomar uma porção de seus lucros", sugere o editorial. 

O jornal diz que, em um momento de "crescimento em queda", o Brasil não pode "se permitir perder seu status de Eldorado do petróleo da América Latina". O texto observa que "a supremacia do Brasil parece sob risco" enquanto o México promove uma "ambiciosa sacudida" em seu setor energético.

"Ainda não é tarde demais para mudar de direção, mas o governo precisa mostrar que aprendeu as lições da queda de Batista. Ele não é o único no Brasil a sofrer de um ocasional excesso de confiança", finaliza o editorial.