domingo, 15 de dezembro de 2013

Governo brasileiro impõe urgência a acordo entre Mercosul e UE


PATRÍCIA CAMPOS MELLO
DE SÃO PAULO

O governo brasileiro corre contra o relógio para fechar um acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. 

Sob intensa pressão do setor privado brasileiro e da própria presidente Dilma Rousseff, negociadores ficaram frustrados com o adiamento para janeiro da troca de ofertas de abertura de mercado e com a teimosia da Argentina --que, embora tenha melhorado sua oferta, ainda não chegou a um nível aceitável para os europeus. 

Dentro do governo, a paciência com a Argentina está diminuindo, pois o acordo com a UE é visto como tábua de salvação para a economia. 

A negociação adquiriu urgência com a deterioração da balança comercial -o deficit de manufaturados está acumulado em US$ 92 bilhões no ano até outubro- e a sensação de isolamento com o avanço de mega-acordos. 

Segundo uma alta fonte diplomática, uma "tempestade perfeita" de fatores tornou o acordo UE-Mercosul uma questão de sobrevivência. 


Editoria de ArteFolhapress

Há frustração com o mercado regional, diante das barreiras impostas pelos sócios do Mercosul e da concorrência da China na região. 

Há também a perspectiva do fim do Sistema Geral de Preferências (SGP) para o Brasil na UE no final deste ano. O SGP permitia a vários produtos brasileiros entrar na UE com tarifas reduzidas. 

"E, mais do que tudo, há uma sensação de isolamento", diz a fonte. "E o temor de que, com os acordos regionais como o TPP e Ttip, serão definidas novas regras sem a nossa participação -o peso dos países incluídos nesses acordos é tão grande que quem não aderir às regras estará fora desses mercados." 

Anteontem, Dilma disse na presença do presidente da França, François Hollande, que espera fechar o acordo com a UE em janeiro. 

Foram os europeus que pediram adiamento, por dificuldade para consolidar uma oferta de acesso agrícola. 

Atualmente em negociação, o TPP, o Tratado Trans-Pacífico, reúne Austrália, Brunei, Chile, Canadá, Japão, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, EUA e Vietnã; o Ttip é o acordo transatlântico em negociação entre os EUA e a UE. Juntos, os países englobados nos acordos respondem por cerca de dois terços do PIB mundial. 

Nesses mega-acordos, EUA e UE estão costurando novas regras que incluem desde padrões para produtos industriais até especificações de bens de alta tecnologia, acesso a compras do governo, barreiras fitossanitárias. 

SELO DE QUALIDADE
 
"Nossa esperança é que, em última instância, as novas regras se tornarão um selo de qualidade no sistema multilateral de comércio e outros países serão persuadidos a adotá-las", disse o representante de Comércio dos EUA, Mike Froman. 

"Com o TPP e o Ttip, os EUA lideram uma contraofensiva para conter e isolar rivais econômicos como Brasil, Índia e China" diz Jean-Pierre Lehmann, professor emérito do IMD na Suíça. 

Segundo Pablo Bentes, diretor de comércio internacional do escritório Steptoe & Johnson, a remoção de tarifas na área agrícola na UE e nos EUA fará com que os produtos brasileiros fiquem menos competitivos em dois de seus principais mercados. 

"A isso se soma uma possível remoção das barreiras técnicas e fitossanitárias que hoje são o principal entrave ao comércio de bens agrícolas, principalmente na UE."

Depois do IPO, Hilton quer lançar rede para jovens ricos


Plano do grupo é explorar os chamados hotéis boutiques a partir do próximo ano

Andrew Burton/Getty Images
Christopher Nassetta, CEO do Hilton, durante IPO da rede hoteleira

Christopher Nassetta, CEO do Hilton: grupo terá hotel boutique a partir de 2014

São Paulo - O grupo hoteleiro Hilton já tem planos para gastar parte dos 2,3 bilhões de dólares que conseguiu levantar, nesta semana, com sua  abertura de capital na bolsa de Nova York: investir em uma rede de hotéis boutique.

Segundo informações da imprensa internacional, a ideia é lançar em 2014 uma nova bandeira para atrair hóspedes jovens e ricos, com foco em design e estilo.

"É algo em que estamos trabalhando", afirmou Christopher Nassetta, presidente do Hilton, durante o IPO da companhia, na última quinta-feira, à imprensa presente no evento.

Atualmente, o grupo possui 10 marcas de hotéis de diferentes formatos, entre eles o Conrad, Hampton e o Homewood. Com mais de 4.000 unidades espalhadas em 90 países, a companhia tem valor de mercado atual de 21 bilhões de dólares.

Aprovado acordo da OMC sobre facilitação comercial








Em 06.12.2013 a OMC aprovou novo acordo de facilitação comercial objetivando uma cooperação eficaz entre os países-membros, desejando reforçar a assistência e apoio para capacitação na área de comércio internacional e almejando satisfazer as necessidades específicas dos países menos desenvolvidos.

Buscou-se ainda com o presente acordo esclarecer e melhorar os aspectos relevantes dos artigos V, VIII e X do GATT de 1994.

Encontre o acordo de facilitação comercial no arquivo anexo, clicando no link abaixo:

Anexo

MPT pede interdição da obra na Arena da Amazônia


O MPT pediu a interdição de obra "urgente e imediata" para a Arena da Amazônia, em Manaus, após a morte de dois operários em menos de 24 horas.

REUTERS/Bruno Kelly
Arena da Amazônia, em Manaus

Arena da Amazônia, em Manaus: esta foi a terceira morte de trabalhadores em obras em estádios da Copa em menos de um mês

SÃO PAULO - O Ministério Público do Trabalho (MPT) da 11a região ajuizou um pedido de interdição de obra "urgente e imediata" para a Arena da Amazônia, em Manaus, um dos estádios da Copa do Mundo de 2014, após a morte de dois operários em menos de 24 horas.

O operário Marcleudo de Melo Ferreira, de 22 anos, que trabalhava nas obras da Arena morreu na madrugada de sábado depois de uma queda no local da construção, segundo informaram as autoridades locais e a Fifa. Ele caiu do teto do estádio, de uma altura de 35 metros, quando um cabo se rompeu.

O documento do MPT pede a imediata interdição de todos os setores da obra da Arena que envolvem atividades em altura, até que seja atestado o atendimento dos requisitos mínimos e das medidas de proteção para o trabalho. Caso a medida seja descumprida, será aplicada uma multa de 100 mil reais por dia.

Esta foi a terceira morte de trabalhadores em obras em estádios da Copa em menos de um mês. No total, cinco operário já morreram em acidentes nos locais de jogos do Mundial, em cidades como Manaus, Brasília e São Paulo.

Mais tarde no sábado, notícias na imprensa informavam que outro operário morreu de um ataque cardíaco no Centro de Convenções do Amazonas (CCA), ao lado da Arena.

Sistema do BB sai do ar e clientes ficam sem serviço



O sistema do Banco do Brasil saiu totalmente do ar neste domingo, deixando clientes sem acesso a serviços como caixa eletrônico, internet banking e compras com cartões de débito desde as primeiras horas da manhã. Segundo informações do Serviço de Atendimento ao Consumidor do banco, o sistema está totalmente indisponível e não há previsão de retorno.

Não há informações sobre as regiões afetadas pela indisponibilidade. O Terra tentou entrar em contato com a empresa por meio de sua assessoria de imprensa, mas não obteve retorno. 

Nesta semana, uma falha de segurança em um aplicativo do Banco do Brasil expôs as contas bancárias de alguns clientes. Segundo a empresa, foram identificadas falhas nos aplicativos BB para iPhone e Android na noite de segunda-feira. De acordo com o BB, o "problema surgiu nos processos periódicos de atualização de versões dos aplicativos.  Houve, sobretudo, intermitência e inconsistência de dados cadastrais. Os sistemas de segurança do Banco permaneceram ativos, e não houve comprometimento de dados ou risco no caso de transações bancárias".


Pelo Twitter, clientes do Banco do Brasil reclamam da indisponibilidade do sistema:

Empresas da região miram mercado de energias limpas


Laboratório da Fibria. Foto: Flávio Pereira
Laboratório da Fibria. Foto: Flávio Pereira

Berço do etanol nos anos 70, a Região Metropolitana do Vale do Paraíba concentra atualmente iniciativas promissoras na promissora área dos ‘combustíveis verdes’; Embaer e Fibria lideram frentes de pesquisa 

Xandu Alves/OVale
São José dos Campos

O desafio de produzir combustíveis limpos (não poluentes) e de fontes renováveis movimenta uma indústria bilionária em todo o mundo e alimenta uma corrida pela liderança ambiental e econômica.

Em algumas décadas, o petróleo deixará de ser a principal fonte energética do planeta, por ser finito e poluente, e as chamadas fontes alternativas deixarão o papel de coadjuvantes.

O Brasil tem sido apontado como um dos principais candidatos a ator principal nesse enredo, mas terá que confirmar a indicação na prática, sob o risco de perder as excelentes condições naturais que tem.

Nesse contexto, a Região Metropolitana do Vale do Paraíba concentra iniciativas promissoras na área de combustíveis verdes.

A região foi palco, na década de 70, do desenvolvimento do primeiro motor a álcool do país, feito no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), em São José dos Campos.

Hoje, motores ‘flex fuel’ (que suportam etanol e gasolina) estão na maioria dos carros vendidos no Brasil.
“A experiência do país e da região em pesquisas com biocombustíveis é uma credencial importante para qualquer debate sobre o tema”, diz Mauro Kern, vice-presidente Executivo de Engenharia e Tecnologia da Embraer.

A fabricante de aviões desenvolve, em parceria com a Boeing, um plano para incentivar a produção de biocombustíveis no país, que poderão abastecer aeronaves.

Madeira. A empresa Fibria, de Jacareí, líder mundial na produção de celulose, investe em torno de R$ 20 milhões para desenvolver biocombustíveis a partir da madeira e de outras biomassas, em parceria da empresa norte-americana Ensyn Corporation.

Em 2014, a Fibria vai construir uma fábrica para fazer a pirólise (decomposição térmica) rápida da madeira, transformando-a em óleo. O produto pode servir como combustível e substituir o óleo pesado em caldeiras e motores de navios e o gás natural.

“Ele pode ser refinado com o óleo pesado para se obter gasolina e querosene”, afirma Paulo César Pavan, gerente de Desenvolvimento de Processo e Produto do Centro de Tecnologia da Fibria.

A empresa aposta ainda no desenvolvimento de produtos nobres a partir do óleo de madeira. “Podemos fazer combustíveis e insumos de produtos químicos de alto valor”.


Equipe do Inpe dá retaguarda a projetos

São José dos Campos

Água, sol e vento. Eis os elementos que podem tornar o Brasil a ‘Arábia Saudita’ do século 21. Isso por causa das fontes renováveis de energia, abundantes no país.

Ao contrário do petróleo, que é finito, os combustíveis do futuro terão necessariamente que vir de fontes renováveis.

Nesse aspecto, o Brasil tem as condições naturais favoráveis para assumir a liderança no desenvolvimento de combustíveis verdes.

Coordenador do setor de Energias e Fontes Renováveis do Centro de Ciências do Sistema Terrestre, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José, o físico Enio Bueno Pereira conta que a instituição se mobiliza para fornecer dados confiáveis para validar projetos de energias renováveis, que necessitam de projeções a longo prazo, de no mínimo de 20 anos.

Segundo ele, a região Nordeste concentrará até 2100 as melhores condições para produção de energia eólica e solar. Esta última também será abundante em uma faixa entre o Sudeste e o Nordeste.

“Temos tudo para ser líderes nesse desenvolvimento”, disse Pereira.

SAIBA MAIS

Energia eólica

A produção de energia a partir do vento tem no Nordeste brasileiro uma das melhores condições do mundo. Hoje, os equipamentos exigem ventos entre 25 e 80 km/h para conseguirem produzir energia. O Inpe prevê que o regime de ventos no Nordeste vai aumentar até 2100

Energia solar
 
Na previsão do Inpe, uma faixa de território entre o Sudeste e o Nordeste do país, passando pelo Centro-oeste, será a melhor área para produzir energia solar em larga escala

Hidrogênio
 
Uma das fontes mais promissoras para geração de combustível limpo é o hidrogênio, um dos componentes da água junto com o oxigênio. Ele vem sendo usado em células combustíveis em satélites e protótipos de veículos. O hidrogênio pode ser produzido por energia solar e eólica, e tem como resíduo a água. Não é poluente

Embraer projeta ‘avião flex’


Linha de produção do Phenon na Embraer. Foto: Cláudio Vieira Linha de produção do Phenon na Embraer. Foto: Cláudio Vieira

Pesquisa feita em parceria com a Boeing busca desenvolver um combustível de fonte renovável, menos poluente e mais barato, capaz de ser usado em aeronaves sem necessidade de modificações nos motores

Xandu Alves/OVale

São José dos Campos


Duas grandes companhias de aviação no Brasil, a Gol e a Azul, deram largada à corrida pelo biocombustível do setor, de fonte renovável, menos poluente e mais barato.
Por detrás das empresas, contudo, estão duas das maiores fabricantes de aviões do mundo, a Embraer, de São José, e a americana Boeing, que investem em pesquisas nessa área estratégica.

Em outubro deste ano, a Gol fez o primeiro voo comercial com biocombustível do Brasil. A empresa usa aviões produzidos pela Boeing.
Antes disso, porém, a Embraer já havia realizado voo de demonstração em 2011, usando um combustível feito à base de cana-de-açúcar. A aeronave modelo E-195 era operada pela Azul Linhas Aéreas.

Mas o futuro é tão promissor que as duas companhias --Embraer e Boeing-- deixaram a competição um pouco de lado e resolveram se associar para “incentivar a indústria nacional de biocombustíveis”, como explicou Antonini Puppin-Macedo, diretor de Operações e coordenador de Pesquisa da Boeing no Brasil.

No particular, as empresas buscam desenvolver um biocombustível capaz de ser misturado ao querosene de aviação comum sem a necessidade de mudar motores ou a logística de abastecimento.

Mais ou menos como um motor flex fuel de carro, que suporta, ao mesmo tempo, álcool e gasolina.

A parceria entre as duas gigantes da aviação conta com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Em junho deste ano, após oito seminários realizados ao longo de 2012, a Embraer e a Boeing apresentaram o “Plano de Voo para Biocombustíveis de Aviação no Brasil”.
Desde então, segundo Mauro Kern, vice-presidente executivo de Engenharia e Tecnologia da Embraer, os parceiros estão na fase final de detalhamento do relatório.

Bagaço. Kern conta que as pesquisas apontam várias matérias-primas que poderiam ser usadas para fabricar o biocombustível da aviação, como o bagaço e a palha da cana-de-açúcar, a camelina, o pinhão manso, resíduos orgânicos e de reflorestamento e até algas marinhas.
“Nossa visão é de que o Brasil tem grande potencial para fornecer biocombustíveis de aviação para os mercados doméstico e internacional, ajudando o mundo a aliviar sua dependência de combustíveis fósseis na aviação”, diz Kern.


Oportunidade. Para Puppin-Macedo, da Boeing, o Brasil tem uma “oportunidade única” na área de biocombustíveis.

“A situação é muito favorável no país, que pode liderar esse mercado em escala mundial. O Brasil caminha para a liderança”, afirma ele.

Nesse contexto, Puppin-Macedo acredita que o Vale do Paraíba também pode liderar a ‘revolução verde’.

Unitau e Univap investem em pesquisas

São José dos Campos


Universidades e as principais faculdades da Região Metropolitana do Vale do Paraíba investem em projetos de energia renovável de olho no setor que, segundo analistas, movimentará mais de US$ 300 bilhões no mundo até 2020.
Pesquisador da Univap (Universidade do Vale do Paraíba), Rodrigo Sávio Pessoa está envolvido no desenvolvimento de um sistema que transforma cinzas tóxicas em um material vitrificado, que pode ser aplicado na construção civil.

Segundo ele, o sistema queima cinzas que sobram da incineração de resíduos sólidos e as transforma em plasma.

Resfriado, o plasma torna-se vitrificado e pode ter várias aplicações, como na formação de blocos para construção.

“Estamos numa fase inicial, na prova de conceito e na infraestrutura do sistema”, conta o pesquisador. “Depois disso, os gases resultantes do nosso processo poderão abastecer usinas e gerar energia”.

Na Unitau (Universidade de Taubaté), os professores Ederaldo Godoy Junior e José Rui Camargo --este último, também reitor-- criaram um módulo para “roubar” o calor da placa fotovoltaica e produzir energia elétrica. “A placa não esquenta, tem a vida útil aumentada e o módulo ainda gera energia”, disse Godoy.