quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

4 recomendações para avaliar as finanças de uma franquia


Especialistas listam quais são os principais números que os interessados devem levar em consideração na hora de escolher uma franquia


Divulgação/Imovelweb
Cofre de porquinho
São Paulo – Ter afinidade com a marca franqueadora e vontade de ter o próprio negócio são os primeiros passos para quem deseja investir em uma franquia. Em seguida, o interessado deve pesquisar sobre a rede e os números envolvidos no investimento.


“É preciso checar os números do negócio e para isso é fundamental conversar com quem já é franqueado. Franqueador dá a média, mas é bom conferir com os franqueados se os números são realistas”, recomenda Marcelo Cherto, presidente do Grupo Cherto.

Para André Friedheim, diretor da Francap, é importante entender quanto custa o investimento inicial do negócio e se o valor está dentro da capacidade financeira do empreendedor. “Para fazer um investimento seguro, é preciso de, no mínimo, o dobro do capital inicial necessário”, afirma.

Outro dado essencial é o prazo de retorno do capital investido. “O prazo de retorno do investimento não pode ser maior que o contrato nem com a franqueadora e nem com shopping”, explica Mauricio Galhardo, especialista financeiro e sócio da Praxis Business. Veja outras dicas dos especialistas.


1. Calcule quanto você realmente precisará gastar


Os valores de investimento inicial divulgados pelas franqueadoras, normalmente, não costumam incluir gastos com ponto comercial. Para Cherto, o ponto comercial pode aumentar bastante o número. “Além disso, quanto vai precisar pagar com estoque, equipamentos, obras e mobiliário. É preciso aprofundar qual é o seu investimento e em que ritmo vai gastar isso”, completa.

Para Galhardo, é importante considerar que um investimento mais alto, às vezes, pode significar um retorno mais rápido. “Um investimento menor pode depender muito do franqueado para ter o retorno desejado”, explica.
 
2. Pesquise sobre como a marca fatura


Nem sempre as redes disponibilizam valores do faturamento médio das unidades, mas quando a informação é acessível o empreendedor deve avaliar de que maneira a franquia fatura. Por exemplo, qual é a margem de lucro do produto ou serviço que você vende? A franquia depende de sazonalidade?
“Você tem que saber quais produtos vão pagar seus custos. Entender um pouco não só a receita, mas qual é a origem”, resume Cherto.


3. Atente-se aos custos da franquia


Tentar colocar na ponta do lápis as contas de aluguel, luz, salários dos funcionários, taxas de cartões de crédito, entre outros, pode ajudar o empreendedor a simular os custos de uma determinada marca franqueadora.

Para Friedheim, o empresário também precisa analisar como é a complexidade operacional do negócio se trabalhar com fast-food ou com varejo. “O estoque mínimo e o capital de giro podem ser menores dependendo do porte. Isso é uma composição de custos, alguns custos não vão mudar e alguns vão”, explica Galhardo.


4. Simule quando virá o retorno


Quanto tempo demorará para que o capital investido retorne? “Hoje, 30 e 36 meses é um payback atrativo porque normalmente os contratos são de cinco anos”, afirma Friedheim.

Uma maneira de obter mais informações é solicitar o documento Circular de Oferta de Franquia (COF). “Na COF, é obrigatório ter os lojistas que foram franqueados nos últimos dois anos”, ensina Galhardo.

Executivos em Fórum Econômico estão cautelosos com mercados emergentes



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Fórum Econômico Mundial de 2014, em Davos14 fotos

- O ministro da Fazenda, Guido Mantega, participa do painel "Brics in Midlife Crisis?" ("Os Brics estão em crise de meia idade?") no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, nesta quinta-feira (23). Em sua fala, o ministro atribuiu a desaceleração dos países à crise nos países desenvolvidos, tradicionais compradores de produtos das nações emergentes. "Não há crise de meia-idade nos Brics, há uma crise mundial que afetou os Brics", afirmou Leia mais Laurent Gillieron/EFE
 
DAVOS, Suíça, 23 Jan (Reuters) - Empresas multinacionais estão se tornando mais seletivas sobre investimentos em mercados emergentes, conforme o crescimento em desaceleração nestas economias e uma recuperação nos países desenvolvidos do Ocidente tiram um pouco do brilho daquela que era vista como uma aposta estratégica certeira.

Executivos em Davos disseram que permanecem comprometidos a aproveitar as ascendentes classes médias de Xangai a Lagos, mas alguns estão recuando e realocando recursos de regiões particularmente difíceis e com baixas margens.

"Era uma corrida por ouro. Agora a corrida acabou," disse Jeff Joerres, presidente-executivo da empresa de recursos humanos Manpower Group, cujos clientes incluem muitas das principais companhias internacionais.
O novo humor segue uma importante alteração no equilíbrio entre os principais motores de crescimento econômico no mundo, com economias desenvolvidas, lideradas pelos Estados Unidos, retomando seus lugares como principal motor de produção global em 2014.

Os mercados emergentes ainda crescerão a taxas maiores que os mercados desenvolvidos este ano, mas a diferença entre as taxas será a menor desde 2002.

O equilíbrio entre economias emergentes e desenvolvidas é um tópico central no encontro anual do Fórum Econômico Mundial nos Alpes suíços, como salientado por uma sessão nesta quinta-feira intitulada "BRICs em crise de meia-idade?".

As taxas de crescimento do Brasil, da Rússia, da Índia e da China são a metade do que eram antes da crise financeira, e as companhias estão agora analisando com muita atenção alternativas às "quatro grandes".

Um executivo sênior de uma empresa de tecnologia norte-americana, que não quis ser identificado, disse que sua empresa estava enfrentando tempos especialmente difíceis no Brasil, com grandes incertezas também na Rússia, levando a companhia a olhar para outros locais para destinar recursos.

De fato, 60% das empresas agora esperam realocar os investimentos feitos nos países do BRIC para outros mercados com crescimento mais acelerado, segundo uma pesquisa da Accenture com mais de 1.000 executivos.

(Por Ben Hirschler, Alessandra Galloni e Paul Carrel)

82% dos paulistanos são contra rolezinhos, diz Datafolha


Apesar do alto índice de rejeição ao encontro de jovens, 77% dos entrevistados também são contra a atitude dos shoppings de selecionar seus frequentadores

Reprodução/ Youtube
Jovens se encontram no rolezinho do shopping Metro Itaquera
Jovens em rolezinho no shopping Metrô Itaquera: para 77% dos paulistanos, encontros são apenas para provocar tumulto

São Paulo - A maior parte dos moradores de São Paulo não gostaram nada dos rolezinhos, nome pelo qual ficaram conhecidos os encontros de jovens de regiões periféricas da cidade em shoppings.

De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 82% dos paulistanos se disseram contra os rolezinhos, enquanto apenas 11% que afirmaram ser a favor. A pesquisa foi feita com 799 pessoas maiores de 16 anos. 

Mesmo entre os mais novos, o índice de rejeição é alto: 70% dos paulistanos entre 16 e 24 anos se declararam contra o encontro dos jovens.

Mas é também nessa mesma faixa etária que se encontra o maior nível de aprovação, de apenas 18%.

Pode surpreender a muitos que os setores mais ricos da sociedade paulistana são os que encaram os rolezinhos de forma mais positiva: 16% dos entrevistados que tem renda familiar mensal superior a 10 salários mínimos disseram concordar com os eventos. 

Além disso, ao contrário do que os participantes dizem, 77% dos paulistanos acham que o objetivo dos rolezinhos é apenas provocar tumulto. Apenas 18% acreditam que os jovens vão aos shoppings somente por diversão.


Polícia e discriminação


Em relação à ação da polícia, 73% afirmaram concordar que ela deve agir. Já em relação à atitude de alguns shoppings de selecionar seus frequentadores, 77% dos entrevistados disseram que os centros comerciais não têm esse direito.

No entanto, 80% não acreditam que os shoppings ajam com preconceito de cor de pele quando proíbem os eventos, que são frequentados principalmente por jovens negros e pardos.

No quarto ano, Dilma deixa de esnobar Davos


Após recusar os convites nos três primeiros anos de mandato, a presidente vai aparecer no pior momento do seu governo

Rolf Kuntz, do
Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma Rousseff recebe cumprimentos durante sua chegada a Suíça
Dilma Rousseff recebe cumprimentos durante sua chegada a Suíça: a economia brasileira perdeu boa parte do brilho exibido até há alguns anos

Davos, Suíça - A presidente Dilma Rousseff terá, na sexta-feira, 24, uma sessão exclusiva de meia hora para falar ao público do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

Ela será apresentada pelo fundador e presidente do Fórum, Klaus Schwab, e terá uma chance rara de expor sua política a uma audiência altamente qualificada e formada por empresários, profissionais e políticos de dezenas de países.

Poderá falar de oportunidades de negócios no Brasil e tentar atrair investimentos. Poderá, além disso, tentar recompor a imagem de um governo marcado por maus resultados econômicos e pressionado por agências de classificação de risco.

Seu antecessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi à reunião logo depois da primeira posse, em janeiro de 2003. Tentou vender a imagem de governante confiável e foi elogiado. Dilma preferiu esnobar o Fórum nos três primeiros anos de mandato e recusar os convites. Vai aparecer, agora, no pior momento de seu governo.

A inflação continua alta, com projeções na vizinhança de 6%. O balanço de pagamentos vai mal e a conta comercial teria fechado no vermelho, em 2013, sem os US$ 7,74 bilhões da exportação fictícia de sete plataformas de petróleo.

As contas públicas foram embelezadas no fim do ano com receitas atípicas e grande volume de pagamentos diferidos. Além disso, o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial preveem para o Brasil, neste ano, crescimento inferior à média global.

Sessões especiais, como a programada para a presidente, são realizadas no principal e mais amplo auditório do centro de congressos de Davos.

O convidado geralmente expõe suas ideias sem debate, responde a algumas perguntas de Klaus Schwab e, havendo tempo, recebe questões da plateia. O bom resultado é quase garantido, se a pessoa estiver bem preparada e se os perguntadores forem mais ou menos moderados.

No ano passado, uma dessas sessões foi destinada ao primeiro-ministro russo Dmitri Medvedev. Ele enfrentou um interrogatório preparado por especialistas, mas resistiu razoavelmente. Neste ano, sessões especiais foram programadas também para os primeiros-ministros do Japão, Shinzo Abe, e do Reino Unido, David Cameron.

A presidente Dilma Rousseff chega nesta quinta-feira, 23, à Suíça e passa o dia em Zurique. Tem encontros com o presidente da Fifa, Josef Blatter, e com os presidentes da Saab, fabricante do caça comprado pelo governo, da Unilever, da Novartis e do banco de investimentos Merrill Lynch.

Amanhã, em Davos, participará da sessão especial e de um encontro com um grande grupo de empresários. Faltaram lugares, segundo se informou na quarta-feira, 22, para alguns interessados. 


Sem brilho


Embora ainda possa atrair investidores, a economia brasileira perdeu boa parte do brilho exibido até há alguns anos. Cresceu muito menos do que a de outros emergentes e acumulou desequilíbrios maiores que os de outros países em desenvolvimento.

Durante os três primeiros anos da atual gestão, o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter aumentado em média cerca de 2% ao ano, incluindo uma estimativa de 2,3% para 2013.

Nem esse desempenho fraco, visível desde o primeiro ano de governo, impediu a presidente e sua equipe de esnobar o Fórum. Davos é um lugar para quem busca projeção, disse no ano passado o chanceler Antônio Patriota, para explicar a ausência da presidente e de colegas da área econômica. Essa explicação foi dada a dois jornalistas brasileiros.

Ambos haviam participado no dia anterior de um encontro com o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner. O representante americano para o comércio exterior, Ron Kirk, também se apresentou em Davos.

Como principal negociador comercial de seu governo, Kirk desempenhava uma das funções atribuídas no Brasil ao ministro de Relações Exteriores. Era, portanto, do lado americano, o interlocutor de Patriota. Por que Washington precisaria de dois ministros em Davos, quando Brasília se contentava com um?

Talvez Washington avalie o Fórum com mais entusiasmo. Quando o governo do presidente George W. Bush preparava a invasão do Iraque, o secretário de Estado, Collin Powell, foi a Davos para explicar a decisão de seu governo.

Falou numa sessão ampla a acadêmicos, políticos, empresários e especialistas de diversos setores e de várias nacionalidades. A opinião dessa gente importa? Para governos de grandes potências, sim. Não para o governo da presidente Dilma Rousseff - pelo menos até há poucos meses. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Não há crise da meia-idade dos Brics, diz Mantega


Em Davos, o ministro da Fazenda atribuiu a desaceleração dos países à crise nos países desenvolvidos

Fernando Nakagawa e Fernando Dantas e enviados especiais, do
Abr
Guido Mantega
Mantega: "houve redução da demanda internacional, do comércio exterior, o que afetou os Brics", disse

Davos, Suíça - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, nega a avaliação de que os países emergentes dos Brics estão em "crise de meia-idade". Em painel do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, nesta quinta-feira, 23, o ministro brasileiro atribuiu a desaceleração dos países à crise nos países desenvolvidos, tradicionais compradores de produtos das nações emergentes.

"Não há crise de meia-idade nos Brics, há uma crise mundial que afetou os Brics. Houve redução da demanda internacional, do comércio exterior, o que afetou os Brics", disse Mantega.

Para o ministro, os grandes emergentes continuarão a liderar o crescimento da economia mundial pelos próximos anos. Mantega explica que a recuperação das economias desenvolvidas e as reformas em emergentes garantirão o papel deles no futuro da economia global.

"A economia mundial e os países avançados perto da recuperação. Essa recuperação externa ainda é gradual, ainda é lenta. Mas com essa recuperação teremos uma reativação do crescimento do comércio", disse Mantega.

Na avaliação de Mantega, o comércio global, que crescia a um ritmo anual entre 6% e 7%, deve desacelerar para um ritmo de até 5%. "O comércio global crescia entre 6% e 7% ao ano antes da crise, sem contar os preços das commodities. 

Daqui para frente, o comércio global vai crescer 4% ou 5%. Não será o mesmo do passado. Mas acho que os BRICS vão continuar liderando a crescimento da economia mundial", disse.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Relator propõe multas de R$ 3 bi por cartel de cimento


Conselheiro do Cade propôs multas que, somadas, totalizam R$ 3,113 bilhões para as empresas envolvidas no cartel do cimento no Brasil

Laís Alegretti e Eduardo Rodrigues, do
Marcos Rosa/VEJA
Votorantim Cimentos
Sacos de cimento Votoran, da Votorantim Cimentos: multa para a companhia é de R$ 1,565 bilhão

Brasília - O conselheiro do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Alessandro Octaviani propôs multas que, somadas, totalizam R$ 3,113 bilhões para as empresas envolvidas no cartel do cimento no Brasil. Para as entidades de classe do setor envolvidas no esquema, a multa soma R$ 5,320 milhões.

A multa para a Votorantim é de R$ 1,565 bilhão. Para a Itabira Agro Industrial, R$ 411,669 milhões. Para a Cimpor do Brasil, R$ 297,820 milhões. No caso da InterCement Brasil (antiga Camargo Corrêa Cimentos), a multa proposta é de R$ 241,7 milhões. Para a Holcim, é de R$ 508,593 milhões. Para a Cia de Cimento Itambé, R$ 88,022 milhões. A Holcim é reincidente, pois já foi condenada no chamado cartel da brita. Por isso, sua multa foi dobrada.

A multa para as empresas referem-se a um porcentual confidencial que varia de 0,1% a 20% do valor do faturamento do grupo obtido no exercício de 2006, ano anterior à instauração do processo administrativo, em valores atualizados.

Para a Associação Brasileira de Cimentos Portland (ABCP), a multa proposta foi de R$ 2,128 milhões. Para a Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Concretagem (Abesc), também R$ 2,128 milhões. A multa sugerida para o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento é de R$ 1,064 milhão.

As penas foram dadas pelo tamanho dos danos causados à economia e pela descaracterização da boa fé. "Os envolvidos na infração tinham consciência de sua conduta", afirmou Octaviani, relator do caso. Alguns dos critérios para definir a pena, segundo ele, são a gravidade da infração, a boa fé do infrator, a consumação ou não da infração, grau de lesão à concorrência, efeitos negativos ao mercado e reincidência.

Após o término da leitura do relatório, os demais conselheiros do Cade votarão a proposta do relator.

Grupos se preparam para disputa de megalicitação da Marinha


SisGAAz
Virgínia Silveira

Pelo menos dez grupos que atuam no setor de defesa e segurança sinalizaram à Marinha o interesse em participar da licitação do Sisgaaz, o bilionário programa de sistemas de gerenciamento da Amazônia Azul. Entre eles aparecem Embraer Defesa e Segurança, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Boeing.

Esse projeto, que está avaliado em US$ 10 bilhões, contempla o monitoramento das águas jurisdicionais brasileiras por meio de uma rede extensa de sensores terrestres, marítimos e espaciais, centros de controle e vigilância aérea e ambiental. O alvo dessa rede, segundo o chefe da diretoria de gestão de projetos estratégicos da Marinha (DGPEM), vice-almirante Antônio Carlos Frade Carneiro, é garantir a presença do Estado na proteção da riqueza marítima do país e a segurança das suas operações navais, incluindo o pré-sal (programa de exploração da Petrobras).

A Marinha pretende detalhar o processo da licitação ainda nesta semana, em evento que acontecerá na Escola de Guerra Naval, no Rio de Janeiro. O Sisgaaz, segundo informou o almirante, já tem uma previsão orçamentária de R$ 9 milhões este ano para concluir a fase de contratação da empresa que será a responsável pela implantação do programa. Isso deve ocorrer a partir de 2015.

De acordo com Carneiro, durante o evento, as empresas interessadas em participar do Sisgaaz receberão a documentação ou pedido de propostas (da sigla em inglês RFP) do programa. Com isso, poderão responder os questionamentos feitos pela Marinha.

Empresas de menor porte, de acordo com o almirante, que detém tecnologias específicas de interesse do projeto, já estão se compondo com grupos maiores, como forma de integrar o Sisgaaz.

O processo de escolha da empresa vencedora, explica o almirante, será semelhante ao que foi executado na primeira etapa do programa Sisfron (Sistema de Monitoramente de Fronteiras), vencida pelo consórcio Tepro, formado pelas empresas Savis Tecnologia e Sistema e Bradar, ambas controladas pela Embraer Defesa e Segurança.

“De acordo com o que está previsto na Lei 12.598, aprovada em março de 2012, o processo do Sisgaaz irá privilegiar as empresas nacionais, que poderão participar sozinhas ou em consórcio com empresas estrangeiras, mas com foco em transferência de tecnologia de interesse do projeto”, ressaltou o almirante.

SisGAAZ - 2

As brasileiras poderão ainda usufruir das vantagens do status de empresa estratégica de defesa, concedido pelo governo federal a 26 empresas, no final do ano passado. Nessa lista, estão a Embraer, Avibras, Imbel, Engeprom, Nuclep e Odebrecht Defesa e Segurança, empresas que terão direito a redução de tributos para a venda de seus produtos para as forças armadas.

Para receber os benefícios da dessa lei as empresas precisam atender a algumas exigências como controle nacional majoritário, domínio brasileiro da tecnologia e compromisso de manter a linha de produção no país.

A Lei 12598, segundo o vice-almirante Frade, permitiu a criação de um ambiente propício no Brasil para as empresas, principalmente as pequenas, terem capacidade para absorver tecnologias estratégicas, além de mais oportunidades para participar de programas de grande porte como o Sisgaaz.

A concepção do Sisgaaz já foi concluída pela Fundação Ezute, a nova denominação da Fundação Atech. “O trabalho consistiu no delineamento da configuração operacional e sistêmica do Sisgaaz, que será responsável pelo monitoramento de uma área de 4,5 milhões de quilômetros quadrados, sendo 3,5 milhões em Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e 911 mil de plataforma continental, por onde passam 95% do comércio exterior brasileiro e onde estão 80% do petróleo do país”, explicou o presidente da fundação, Tarcísio Takashi Muta.

O chefe dos projetos estratégicos da Marinha explica que a rede de sensores do Sisgaaz envolve um mix de tecnologias de última geração, composta por radares, veículos aéreos não tripulados (vants), sistemas de comunicação, de guerra eletrônica, meteorologia para a coleta de dados ambientais e meteorológicos, entre outras.

“Trata-se de um programa complexo, composto de vários projetos. O atual Programa Nacional de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) da Marinha, por exemplo, precisará receber as informações do Sisgaaz. O processo de vigilância da costa brasileira estará todo interligado”, afirmou Muta.

A previsão é que o Sisgaaz seja concluído em sua totalidade dentro de um prazo de 10 a 12 anos, informou o almirante.

A empresa Odebrecht Defesa e Tecnologia admitiu, em entrevista no fim do ano passado ao Valor, sua intenção de firmar parcerias para participar de grandes projetos da Marinha, como o Sisgaaz, o Sisfron, que é comandado pelo Exército. Segundo o presidente da empresa, André Amaro, esses programas vão exigir a mobilização de competências brasileiras e internacionais.

“É uma excelente oportunidade para fortalecer a cadeia produtiva brasileira e para permitir o acesso a tecnologias estratégicas que ainda não são do domínio nacional”, ressaltou. Procurada, a Embraer informou que não faria comentários sobre o Sisgaaz.

FONTE: Valor Econômico
NOTA DO PODER NAVAL: baixe aqui uma apresentação do SisGAAz para conhecer mais detalhadamente os objetivos e os requisitos do sistema.