segunda-feira, 3 de março de 2014

Petrobras formaliza entrada para exploração na Bolívia


Estatal assinou com YPFB contrato para exploração na busca de hidrocarbonetos na área de Cedro

Pedro Lobo/Bloomberg News
Tanques da Petrobras na refinaria da companhia em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro

Tanques da Petrobras: companhia está presente, com contratos de exploração, nos campos bolivianos de Colpa e Caranda, Río Hondo, San Alberto, San Antonio, Monteagudo e área Ingre

La Paz - A Petrobras assinou com a estatal boliviana YPFB o contrato de serviços pelo qual a companhia petrolífera brasileira explorará na busca de hidrocarbonetos na área de Cedro, localizada no leste do país andino.

O presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Carlos Villegas, e o titular da Petrobras Bolívia, Erick Portela, assinaram nas últimas horas o protocolo que abre passagem ao início de atividades no citado bloco, segundo um comunicado da YPFB.

'Nos próximos dias a companhia petrolífera brasileira apresentará seu programa de trabalho e orçamento a YPFB', indicou a nota, que destaca que o investimento da Petrobras 'fortalece o plano intensivo de exploração' da companhia petrolífera boliviana.

A área de Cedro se encontra em uma zona de exploração tradicional do departamento de Santa Cruz e tem uma superfície total de 99.775 hectares.

A Petrobras está presente, com contratos de exploração, nos campos bolivianos de Colpa e Caranda, Río Hondo, San Alberto, San Antonio, Monteagudo e área Ingre.

O governo boliviano decretou em 2006 a nacionalização dos hidrocarbonetos no país, onde operam uma dúzia de transnacionais, que atendem ao mercado interno e fornecem gás natural ao Brasil e à Argentina.

Tinsa compra 70% de consultoria imobiliária Prime Yield


A taxadora espanhola Tinsa anunciou que comprou 70% da empresa de consultoria imobiliária brasileira Prime Yield

Imovelweb/Divulgação
Prédios e casas em São Paulo

Prédios e casas: operação impulsionará a atividade da companhia em um mercado que conta com um grande volume de investidores espanhóis, segundo comunicado

Madri - A taxadora espanhola Tinsa anunciou nesta segunda-feira que comprou 70% da empresa de consultoria imobiliária brasileira Prime Yield, o que representa o início de suas operações no Brasil e reforça a presença na América Latina.

A operação, que não teve o valor informado, "impulsionará a atividade da companhia em um mercado que conta com um grande volume de investidores espanhóis", conforme explicou a taxadora em comunicado.

"O mercado brasileiro oferece neste momento grandes oportunidades no setor residencial. Atualmente, o país está vivendo os anos do boom imobiliário de forma muito interessante", disse o executivo-chefe da Tinsa, Joaquín Mongé Royo.

A Tinsa, que começou sua internacionalização em 1999 na Europa, iniciou atividades na América Latina em 2000 com uma filial na Argentina.

Atualmente, conta com escritórios na França e em Portugal, Argentina, Chile, México, Peru, Colômbia e Brasil. 

O negócio na América Latina já representa mais de 20% do total da companhia.

A educação ou a Petrobrás?

 
ANTÔNIO CABRERA - O Estado de S.Paulo
 
"Se a Petrobrás é eficiente,
ela não precisa ser estatal.
Se não é eficiente, ela
não merece ser estatal."


Durante a vida, num processo democrático, você será criticado de duas maneiras: pelo que faz ou pelo que deixa de fazer. Se é para receber crítica, então que esta apareça pela contribuição que desejo fazer ao meu país. Não há mais nenhuma justificativa plausível para o Brasil manter uma empresa pública como a Petrobrás. Explico.

Em primeiro lugar, quero reafirmar categoricamente que o petróleo é nosso. Já a Petrobrás, com essa política do governo de controlar os preços dos combustíveis de acordo com sua conveniência político-eleitoral, transformou-se num buraco negro de dinheiro público. Essa desastrada política de intervencionismo, pois a Petrobrás é a única empresa no mundo que vai ao mercado para comprar por 100 e vender por 90, causou nos últimos anos uma perda de mais de R$ 200 bilhões no preço de suas ações em bolsa. Em qualquer país sério não passaria em branco uma destruição dessa magnitude da riqueza pública. O resultado, fugindo da esterilidade da confrontação ideológica, é que o Brasil se tornou o único país do mundo que prefere importar gasolina e diesel a importar capitais para produzi-lo. 

Reforçando, a verdade inconveniente é que o petróleo é um negócio extremamente arriscado e caro que não deve envolver dinheiro do povo (vide Eike Batista), mas, sim, auferir benefícios pela arrecadação de impostos, o que não ocorre com a contribuinte Petrobrás. Aliás, segundo a Cambridge Energy Research Associates, o Brasil deixa de ganhar em impostos cerca de US$ 1,5 bilhão a US$ 3 bilhões por não aplicar à Petrobrás uma política fiscal para a produção de petróleo e gás natural similar à dos EUA, da Grã-Bretanha ou da Noruega. Mas, ao tempo que isenta a Petrobrás, concomitantemente tributa qualquer doação destinada à educação e é o único país do mundo que tributa a mensalidade escolar.

Não bastasse isso, nossa tão propalada autossuficiência em petróleo sempre foi volumétrica e nunca monetária: exportamos petróleo bruto (mais barato) e importamos derivados (mais caros). Para minimizar esses prejuízos a fatura ficou ainda mais salgada quando, em 2011, um burocrata de prancheta decidiu manter artificialmente o preço da gasolina na bomba e, posteriormente, diminuir e eliminar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) da gasolina. Pura ironia, os recursos da Cide deveriam ter sido aplicados em "infraestrutura de transporte" (não vi ninguém reclamando disso nas passeatas pelo aumento das passagens de ônibus em São Paulo) e "programas ambientais para reduzir os efeitos da poluição causada pelo uso de combustíveis". 

Traduzindo, como o etanol continua recolhendo a Cide, o Brasil é o único país do mundo que tributa um combustível limpo e desonera um combustível fóssil e poluente (e também não vi ninguém pedindo "veta gasolina"). Mas não para aí, pois, enquanto livra a gasolina da Cide, neste retorno às aulas os pais estão pagando em média de impostos mais de 47% nas canetas e mais de 43% nas borrachas de seus filhos. Educação é prioridade?

Enquanto ninguém faz contas de quanto será esta conta que imoralmente estamos deixando para as gerações futuras, nos EUA os avanços nas técnicas de perfuração horizontal e fratura hidráulica vêm permitindo explorar reservas de gás antes inacessíveis, a custo economicamente viável e gerando uma nova revolução industrial, oferecendo às indústrias norte-americanas um custo de energia imbatível. Mas "notícia, se a boa corre, a ruim avoa", o México vem de privatizar seu setor de petróleo e energia: continua sendo propriedade do governo mexicano, mas companhias privadas poderão explorá-lo sozinhas. Com um custo de exploração em águas profundas menor que o do Brasil e tendo uma logística imbatível, eis que é vizinho do maior consumidor do planeta, o risco do País não é ser explorado pelos capitalistas de plantão, mas ser completamente ignorado. Se na nata do bolo apenas um consórcio apareceu no leilão de Libra, e agora? A resposta é que o governo vai perfurar poços de petróleo sozinho, mas não vai perfurar as barreiras educacionais do último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), em que nossos alunos estacionaram nas derradeiras posições.

Em segundo lugar, nunca antes neste país um setor tão vibrante do agronegócio foi moído em bagaços como o sucroenergético. Na última safra mais de 70 usinas fecharam ou estão em recuperação judicial e 60 podem vir a fazê-lo nos próximos 24 meses, com multinacionais deixando o País e grupos nacionais atolados em dívidas. O que se exigiu dos biocombustíveis em dois anos nunca se exigiu do petróleo. Embora seja um setor que emprega mais de 1 milhão de pessoas (incluindo indiretas) e ancorado numa movimentação financeira que supera US$ 86 bilhões/ano, do corte da cana até o abastecimento do automóvel, o etanol passa por uma longa cadeia produtiva que, de acordo com estudo da Embrapa Agrobiologia, pode chegar a ser 80% menos poluente do que os procedimentos que levam a gasolina aos postos de combustível. Mas a mão pesada do Estado no preço da gasolina resultou em que somente 23% dos brasileiros com carros flex utilizaram etanol este ano - em 2009 foram 66% -, com todos esses benefícios ambientais jogados na lata do lixo. Com inúmeras vantagens da natureza a nosso favor, não suplicamos privilégios do governo, mas não suportamos o subsídio estatal à gasolina.

Por fim, neste país rico de recursos e pobre de decisões, recorro a Demóstenes: "Há pessoas que creem embaraçar aquele que sobe à tribuna perguntando-lhe: então, que fazer? A essas dou a resposta que me parece a mais equânime e veraz: não fazer o que estais fazendo atualmente". A educação brasileira agradece.

FOI MINISTRO DA AGRICULTURA
E REFORMA AGRÁRIA E
SECRETÁRIO DA AGRICULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO

domingo, 2 de março de 2014

Cristina Kirchner diz que Venezuela sofreu 'tentativa de golpe suave'

Atualizado em  1 de março, 2014 - 21:10 (Brasília) 00:10 GMT

Cristina Kirchner em discurso neste sábado | Foto: Reuters
Presidente argentina diz que apoia democracia em todos os governos latino-americanos

A presidente argentina Cristina Kirchner disse, neste sábado, que a Venezuela está sendo alvo de "um golpe suave". Sua declaração foi feita durante discurso de quase três horas que marcou a abertura do ano legislativo no Congresso Nacional, em Buenos Aires.

"Não posso deixar de falar sobre um tema vital para a região: a tentativa de um golpe suave contra a República Bolivariana da Venezuela", afirmou em rede nacional de rádio e de televisão.
Cristina disse ainda que não estava defendendo o presidente Nicolás Maduro, mas a democracia no país. "Não venho defender o presidente Maduro, venho defender o sistema democrático de um país, como fizemos com a Bolívia, o Equador e como faremos com qualquer país da região, seja de esquerda, de direita, do meio ou do fundo."

"Democracia é respeitar a vontade do povo e ela está diretamente vinculada à paz e à vida", afirmou.
Ela citou os colegas do Chile, Sebastián Piñera, que conclui o mandato neste mês de março, e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que disputará a reeleição presidencial este ano, para dizer que apesar das diferenças ideológicas os "defenderá".

As palavras da presidente foram ditas dois dias depois que o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Elias Jaua, esteve na capital argentina, onde se reuniu com ela e com o colega argentino Hector Timerman.
A visita fez parte da viagem de Jaua pelos países da região, onde falou sobre a situação política e social em seu país e pediu o apoio político das autoridades da América do Sul. Além da Argentina, ele esteve no Paraguai, no Uruguai, no Brasil, entre outros.

Recentemente, o Mercosul e a Unasul fizeram pronunciamentos manifestando apoio à estabilidade no país presidido por Maduro, onde estima-se que dezoito pessoas teriam morrido nos dias de agitação.
"Algumas das mortes aconteceram por motivos completamente diferentes e longe dos protestos mas até isso a oposição fez, contabilizou as mortes (como sendo dos dias de conflito)", disse Jaua em entrevista ao lado de Timerman em Buenos Aires.

'Alfinetada' no Brasil

 

Em seu discurso, Cristina também citou o Brasil, sugerindo uma crítica às práticas econômicas do país. "O Brasil é o país mais protecionista do mundo, segundo um levantamento da própria Organização Mundial de Comércio", disse.

Ela se referia a um levantamento da OMC divulgado em fevereiro sobre os países que mais aplicam medidas contra o dumping, prática comercial que consiste em empresas de um país tentarem eliminar a concorrência a seus produtos e serviços em outro.

A declaração acontece um dia depois que os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e da Economia, Axel Kicillof, reuniram-se em São Paulo em meio a reclamações de setores empresariais brasileiros, como o de calçados e a indústria têxtil, contra as barreiras comerciais argentinas.

"Depois dizem que somos malvados, que não deixamos importar... saibam, argentinos, que estamos em quarto lugar entre os países que mais protegem sua industria e seus postos de trabalho", afirmou a presidente.

MAIORIA DA GRANDE IMPRENSA BRASILEIRA SOB O DOMÍNIO DOS PSICOPATAS A SERVIÇO DO FORO DE SÃO PAULO

Uma charge que dificilmente seria publicada na grande imprensa brasileira. Clique sobre a imagem para vê-la ampliada.
Quando eu afirmo aqui no blog que a grande midia brasileira, em sua esmagadora maioria, não reflete o que realmente ocorre na Venezuela, os que eventualmente consideram um exagero de minha parte, basta comparar o conteúdo dos nossos grandes jornais com o diário El Nuevo Herald, de Miami (EUA). Esse diário que integra a grande cadeia jornalística Herald, editado em espanhol, com foco especial na América Latina  e no público hispânico que habita a Florida, serve como uma luva para estabelecer a comparação com os nossos jornais.
 
Especialmente no que toca ao noticiário e aos editoriais dos jornalões brasileiros no que concerne à crise da Venezuela, é flagrante a omissão deliberada, quando não a mentira edulcorada por frases de efeito que pretendem esconder a mais pura defesa dos interesses do Foro de São Paulo, organização comunista transnacional fundada por Lula e Fidel Castro em 1990 e dirigida pelo próprio PT. 
 
Nesses tempos de internet e redes sociais, quando com alguns cliques se tem acesso a jornais, sites e blogs noticiosos e de opinião em qualquer lugar do mundo, se pode estabelecer uma comparação interessante com o comportamento da nossa grande imprensa.
 
Mais do que isso, se pode estabelecer um perfil dos jornalistas que operam na grande mídia brasileira, não restando qualquer dúvida de que em sua maioria são esbirros do movimento comunista que opera no continente sul americano por meio do Foro de São Paulo.
 
A prova do que estou dizendo é que de vez em quando, como um ponto fora da curva,  algumas matérias e editoriais da imprensa brasileira, incluindo aí as televisões, são destacados nas redes sociais e nos blogs independentes por porque constituem pérolas em meio ao chorume dos galinheiros. São destaques mais pelo inusitado do que propriamente pelo conteúdo.
 
E os jornalistas que resolvem revelar a verdade dos fatos numa rede de televisão, como por exemplo faz Rachel Sheherazade, são vítimas imediatas das falanges comunistas especializadas em detonar reputações.
 
Ontem mesmo, quando afirmei pelo Twitter que a maioria dos jornalistas brasileiros são psicopatas fui imediatamente admoestado por uma jornalista. Acontece que comigo o buraco é mais embaixo. Vou atrás e na primeira oportunidade pego de jeito o psicopata e o denuncio aqui no blog.
 
Feita essa necessária digressão sobre a psicopatia reinante nas redações que exerce a patrulha e oprime centenas de profissionais, principalmente os mais jovens, retomo as linhas iniciais do mote deste artigo reproduzindo um editorial do jornal El Nuevo Herald sobre a crise venezuelana. De quebra, ilustro o post com uma charge da página de opinião do Herald que está junto ao editorial em sua edição deste sábado. Tanto a charge quanto o editorial vão diretamente ao ponto. Aliás, tirante o nosso grande Sponholz, a maioria dos chargistas da imprensa brasileira integra a falange de psicopatas. É constituída de cretinos e idiotas, gente desinformada, preguiçosa e diletante. Boa parte, e isto é digno de nota, é militante do PT ou de seus satélites. Faz aquilo que se chama de “humor a favor”, o que na verdade não é humor, mas a manifestação do pensamento único politicamente correto.
 
Transcrevo a seguir o texto na íntegra, no original em espanhol, do editorial do El Nuevo Herald. Bem diferente do que estamos acostumados a ler nos jornalões brasileiros. Leiam:
 
EN NUESTRA OPINIÓN: LOS VENEZOLANOS ESTÁN HARTOS
 
EN ESPAÑOL - Las protestas que han sacudido a Venezuela desde principios de febrero y que todavía siguen, han dejado en claro que el chavismo está muy lejos de disfrutar de su popularidad inicial y que el gobierno de Nicolás Maduro tiene que buscar con urgencia una conciliación nacional.
 
Los venezolanos –hasta muchos de los propios chavistas– están hartos. Hartos de las promesas incumplidas del gobierno. Hartos de que durante el mandato del difunto Hugo Chávez y luego de su sucesor, Maduro, la criminalidad haya ido en aumento y hoy Caracas sea una de las ciudades más peligrosas del mundo. Hartos de que haya que hacer fila –como en Cuba bajo el castrismo– para adquirir alimentos y artículos de primera necesidad. Hartos de que productos de consumo habitual hayan desaparecido de los anaqueles. 
 
Hartos de que el gobierno amordace la libertad de expresión de los medios que no son afines al chavismo. Hartos de que un pequeño grupo de privilegiados medre mientras el resto sufre la incertidumbre económica. Hartos de que la pobreza –que antes de Chávez alcanzaba al 70 por ciento de la población– no haya mermado gran cosa, pese a la retórica populista que sale del Palacio de Miraflores– y que en los cerritos de Caracas sigan malviviendo los desafortunados, en un visible testimonio de la desigualdad.
 
Las protestas han puesto los ojos del mundo sobre Venezuela. La imagen internacional del régimen chavista ha sufrido un duro golpe tras la represión contra las manifestaciones estudiantiles, en la que ha habido más de 15 muertos. Es urgente que Estados Unidos y la Unión Europea tomen algún tipo de medidas para presionar al gobierno de Maduro y evitar que siga reprimiendo con violencia a los descontentos.
 
Entretanto, el secretario general de la OEA, José Miguel Insulza, afirmó que “muchas cosas que se están haciendo [en Venezuela] son las mismas que se hicieron en Chile [contra el gobierno de Salvador Allende]”. Insinuar que las protestas han sido planeadas en Estados Unidos no tiene sentido: la realidad es que los venezolanos salieron a la calle porque están cansados de la escasez, la injusticia, la represión y la impericia del gobierno.
 
La cúpula del poder en Venezuela tiene que reconocer que gran parte del pueblo ha hablado a través de la protesta en la calle. Un paso acertado para buscar la armonía nacional –si de verdad desea buscar la paz– sería poner en libertad al dirigente opositor Leopoldo López y a los demás presos políticos, y al mismo tiempo hacer una investigación independiente sobre las muertes en las manifestaciones y enjuiciar a los responsables. Ya han sido arrestados varios funcionarios de la policía y del servicio de inteligencia, y a algunos se les han presentado cargos. Llevar esa pesquisa hasta sus últimas consecuencias es imperativo.
 
Pero además, Maduro debe admitir que el proyecto nacional tiene que incluir a la oposición y las decisiones de gobierno deben tener en cuenta a todos los sectores de la nación, no solamente a los chavistas. Eso es democracia. Mantener el rumbo actual solo causará que el dique del descontento se siga desbordando en las calles venezolanas, hasta que la marea popular sea incontenible, hasta que nadie la pueda detener. Do site do jornal El Nuevo Herald

São José Campos - SP terá centro de formação para o setor aeroespacial





São José dos Campos vai ter em breve um dos mais modernos ambientes de formação e qualificação de profissionais voltados para o setor aeroespacial. Ele será construído pelo SENAI (Serviço Nacional da Indústria) em terreno de 22 mil metros quadrados doado pela Prefeitura, na área do Parque Tecnológico.

Os projetos do Centro de Tecnologias Aeronáuticas e do Instituto de Inovação em Defesa foram apresentados nesta terça-feira (25) pelo presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e do Senai-SP, Paulo Skaf, que considerou o empreendimento como “o mais moderno do mundo”.

Orçados em mais de R$ 100 milhões, o Centro de Tecnologias Aeronáuticas será a primeira estrutura de capacitação em aviação de classe mundial na América Latina. O espaço contará com 13 laboratórios voltados para a área de eletrônica embarcada em aeronaves, uma câmara para acionamento e testes de motores a reação e câmaras para o desenvolvimento de projetos virtuais e em realidade aumentada, entre outros equipamentos de última geração.

Para os idealizadores do projeto, São José dos Campos é o lugar mais adequado para sediar um empreendimento desta magnitude. “A cidade já possui o maior complexo aeroespacial da América Latina e, além disso, existe uma ótima articulação entre a indústria aeronáutica e as instituições de ensino”, justificou Ricardo Terra, diretor técnico do Senai-SP.

“O Parque Tecnológico já tem a Fatec (Faculdade de Tecnologia), a Unesp (Universidade Estadual Paulista) e a Unip (Universidade Paulista) e terá em breve a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), além de gigantes do setor como a Boeing e o Grupo Airbus”, lembrou o prefeito de São José, ressaltando que a regularização do loteamento do Parque – oficializada no dia 21 na presença do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação Marco Antônio Raupp – foi fundamental para a implantação do projeto.

Mais de 100 pessoas compareceram ao evento realizado no Parque Tecnológico nesta terça, com a participação também do vice-prefeito Itamar Coppio e vários secretários, representantes do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), da ACI (Associação Comercial e Industrial), da Aconvap (Associação das Construtoras do Vale do Paraíba), do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e da ABIMAQ (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos), além de dirigentes e técnicos do Parque Tecnológico e do CECOMPI (Centro para Inovação e Competitividade do Cone Leste Paulista).

“O projeto é fundamental para o preparo adequado dos estudantes que estarão envolvidos com a indústria aeroespacial nacional e de Defesa, pois vai gerar competitividade empresarial e terá resultados impactantes na qualidade de vida e no bem-estar da população do município”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia.

“O Brasil precisa vencer o desafio da educação para garantir seu lugar no futuro, e iniciativas como estas contribuem para este objetivo”, encerrou o engenheiro, coronel e ex-ministro Ozires Silva, que também prestigiou do evento.

São José vai ter um dos mais modernos ambientes de formação e qualificação de profissionais voltados para o setor aeroespacial-Foto:Divulgação

Diplomacia inerte

02 de março de 2014 | 2h 05
 
 

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - O Estado de S.Paulo

Domingo de carnaval, convenhamos, não é o melhor dia para ler artigo sobre política internacional. Mas que fazer? Coincidiu que o dia de minha coluna fosse hoje e não tenho jeito nem vontade de escrever sobre as alegrias de Momo. Por mais que nos anestesiemos no carnaval, o meio circundante não alenta alegrias duráveis.

Comecemos do princípio. Acho que houve um erro estratégico desde o governo Lula na avaliação das forças que predominariam no mundo e da posição do Brasil na ordem internacional que se transformava. 

Não me refiro ao que eu gostaria que ocorresse, mas às tendências que objetivamente se foram configurando. Nossa diplomacia se guiou pela convicção de que um novo mundo estava nascendo e levou o presidente, em sua natural busca de protagonismo, a ser o arauto dos novos tempos. A convicção implícita era a de que pós-Muro de Berlim, depois de breve período de quase hegemonia dos Estados Unidos, pregada por seus teóricos do neo conservadorismo, e da corte de equívocos da política externa desse país (invasão do Iraque, do Afeganistão, isolamento da Rússia, apoio acrítico a Israel em sua política de assentamentos de colonos, etc.) e dos desastres provocados por essas atitudes, assistiríamos a uma correção de rumos.

De fato, houve essa correção de rumos, mas a direção esperada pela cúpula da diplomacia brasileira e por setores políticos sob influência de alas antiamericanas do PT era a do "declínio do Ocidente", com a perda relativa do protagonismo americano e a emergência das forças novas: a China (o que ocorreu), o mundo árabe, em especial os países petroleiros, a África e, naturalmente, a América Latina como parte deste "Terceiro Mundo" renascido. Essa visão encontra raízes em nossa cultura diplomática desde os tempos da "política externa independente", de Jânio Quadros, e encontra eco nos sentimentos de boa parte dos brasileiros, inclusive de quem escreve este artigo. Sempre sonhamos com um mundo multipolar no qual "os grandes" tivessem de compartilhar poder e nós, brasileiros, pouco a pouco nos tornássemos parceiros legítimos do grande jogo de poder global.

Contudo uma coisa é desejar um objetivo, outra é analisar as condições de sua possibilidade e atuar para que, dentro do possível, buscando ampliar seus limites, nos aproximemos do que consideramos o ideal. Nisso é que o governo Lula calculou mal. Se a Europa, sobretudo depois da crise financeira de 2008, perdeu tempo em tomar decisões e está até hoje embrulhada na indefinição sobre até que ponto precisará integrar-se mais (compatibilizando as políticas monetárias com as fiscais), ou voltar, na linguagem de De Gaulle, a ser a "Europa das Pátrias", nem a China se perdeu nos devaneios maoistas nem os Estados Unidos no neoconservadorismo que acreditava que a América poderia agir como se fosse uma hiperpotência. Ao contrário, a China lançou-se às reformas para inverter o polo investimento/consumo, diminuindo aquele e aumentando este, e os americanos deixaram de lado a ortodoxia monetarista, recalibraram a sua política externa e se jogaram à inovação das fontes de energia. Hoje propõem uma coexistência competitiva, mas pacífica, com a China, baseada no comércio, e lançam cordas para que a Europa saia do marasmo e se incorpore aos Estados Unidos, que funcionariam como dobradiça entre a China e a Europa, formando um formidável tripé.

Enquanto isso, o Brasil faz reuniões com os árabes, que não deixam de ter sua importância, propõe negociações sobre o Irã em coordenação com a Turquia (imagine-se se os turcos fariam o mesmo, propondo-se a ajudar o Brasil para resolver o litígio das papeleiras entre Uruguai e Argentina...), abre embaixadas nas mais remotas ilhas para, com o voto de países sem peso na mesa das negociações, chegar ao Conselho de Segurança (da ONU). Por outro lado, comporta-se timidamente quando a Petrobrás é expropriada pela Bolívia, interfere contra o sentimento popular em Honduras, abstém-se de entrar em bolas divididas, como no conflito argentino-uruguaio, além de calar diante de manifestações antidemocráticas quando elas ocorrem nos países de influência "bolivariana".

Noutros termos: escolhemos parceiros errados, embora, em si mesma, a relação Sul-Sul seja desejável, e menosprezamos os atores que estão saindo da crise como principais condutores da agenda global, exceção parcial feita à China (neste caso, não há menosprezo, mas falta de estratégia). Perdemos liderança na América Latina, hoje atravessada pela cunha bolivariana que parte da Venezuela com apoio de Cuba, estende-se acima até a Nicarágua, passa pelo Equador e, abaixo, desce direto à Bolívia e chega à Argentina. No outro polo se consolida o Arco do Pacífico, englobando Chile, Peru, Colômbia e México, e nós ficamos encurralados no Mercosul, sem acordos comerciais bilaterais e, pior, calados diante de tendências antidemocráticas que surgem aqui e ali.

Ainda agora, na crise da Venezuela, é incrível a timidez de nosso governo em fazer o que deve: não digo apoiar este ou aquele lado em que o país rachou, mas pelo menos agir como pacificador, restabelecendo o diálogo entre as partes, salvaguardando os direitos humanos e a cidadania. O Mercosul desabridamente se põe do lado do governo de Maduro. O Brasil timidamente se encolhe, enquanto o partido da presidente apoia o governo venezuelano, sem nenhuma ressalva às mortes, ao aprisionamento de oposicionistas e às cortinas de fumaça que querem fazer crer que o perigo vem de fora, e não das péssimas condições em que vive o povo venezuelano.

Agindo assim, como esperar que, chegada a hora, a comunidade internacional reconheça os direitos que cremos ter (e de fato poderíamos ter) de tomar assento nas grandes decisões mundiais? Fomos incapazes de agir, ficamos paralisados em nossa área de influência direta. A continuar assim, que contribuição daremos a uma nova ordem global? Chegou a hora de corrigir o rumo. Que a crise venezuelana nos desperte da letargia.


SOCIÓLOGO, FOI PRESIDENTE
DA REPÚBLICA