sexta-feira, 28 de março de 2014

O que acontece quando pedreiros fazem cantadas gentis? 

 

 http://comps.fotosearch.com/comp/CSP/CSP994/k15795985.jpg

 

São Paulo – A marca de chocolate Snickers lançou na última terça-feira a nova campanha para a Austrália. Com o tema “Você não é você quando está com fome”, o chocolate mostrou pedreiros chamando atenção de mulheres de uma maneira diferente.

Em um vídeo de um pouco mais de um minuto, homens que trabalhavam em uma construção gritavam para as mulheres que passavam pelo local, coisas como “tenha um bom dia”, ou “essa cor de roupa ficou muito bem em você”.

Conforme ouviam as cantadas “gentis”, as mulheres sorriam e agradeciam, sem entender muito bem o que estava acontecendo. 

Já para o final do filme, os pedreiros se unem em um coro inusitado e pedem a igualdade social entre homens e mulheres.
O curioso, no entanto, é que a marca finaliza o vídeo com o slogan da ação “Você não é você quando está com fome”, deixando no ar a explicação de que os homens só agiram daquela maneira, pois estavam com fome

Veja,

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=0gjsoSY18kg


Azul e Avianca roubam mais passageiros das líderes TAM e Gol


Segundo dados da Anac, demanda por voos domésticos atingiu maior índice para fevereiro dos últimos 10 anos e aéreas menores continuam ganhando espaço


Dado Galdieri/Bloomberg
Jato da Azul Linhas Aéreas pousa no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro

Azul: companhia aérea foi a que registrou a maior alta de passageiros no mês: 59,4%

São Paulo - Em fevereiro deste ano, a demanda por voos domésticos cresceu 11,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Anac. Foram 7,3 milhões de passageiros, o maior índice para fevereiro dos últimos 10 anos.

Entre as companhias que mais se beneficiaram desta procura estão Azul e Avianca, que permanecem roubando clientes das líderes TAM e Gol.

Segundo o relatório, a demanda por voos domésticos na Azul cresceu 59,4% em fevereiro, se comparada com o mesmo mês de 2013. Na Avianca, o aumento foi de 34,4%. Somadas, ambas as empresas acumulam 10,9% da procura no período.

Enquanto isso, a Gol registrou aumentos de 19,5% e a TAM permaneceu praticamente inalterada, com um pequeno crescimento de 0,5%. Ela também foi a única que reduziu sua oferta de assentos no período, diminuindo em 7,7% o número de cadeiras em relação ao mesmo mês de 2013.

 No mercado internacional, porém, ambas continuam como as únicas operadoras brasileiras. Ainda que tenha registrado uma queda de 4,3% nas vendas de fevereiro, a TAM ainda tem 84,5% da demanda para passagens internacionais. A Gol, que apresentou alta de 25,4% para o mercado no período, possui os 15,5% restantes.

Ao todo, 472.000 passageiros viajaram para terras extrangeiras, uma alta de 0,6%. 

Brasil vive estado de exceção por Copa, diz Guardian

Segundo jornal britânico, ao optar pela presença do exército no Complexo da Maré em vez de uma UPP, governo brasileiro mostra que pode ir longe para não passar vergonha na Copa


Ricardo Moraes/Reuters
Policiais em ação durante uma operação no no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro

Policiais em ação no Complexo da Maré: "nas favelas ou n ruas, o estado fará de tudo para garantir que ninguém estrague a festa", diz The Guardian

São Paulo - "Como o Brasil vai manter a festa da Copa do Mundo rolando?", pergunta o título de uma reportagem do jornal britânico The Guardian. A resposta é dada pelo próprio texto: mandando o exército. 

O artigo, assinado pelo jornalista Benjamin Parkin, faz duras críticas à decisão do governo do Rio de Janeiro, junto ao governo federal, de ocupar o Complexo de favelas da Maré com militares do exército.
O problema não é a presença do exército em si, afinal a presença do estado é necessária para combater as milícias e o tráfico presentes no Complexo, mas o jornal questiona os motivos e o modo como tudo está sendo feito. 

Uma das questões levantandas, por exemplo, é de por que optar pelo exército e não por uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora).   

"Esta demonstração de força mostra que o governo brasileiro está caminhando para a criação de um estado de exceção que vai garantir que o país não se envergonhe [na Copa]", diz Parkin. 

"Quer se trate de violência nas favelas ou dos protestos nas ruas, o estado fará de tudo para garantir que ninguém estrague a festa", diz. 

Na última segunda-feira, faltando menos de 80 dias para o início da Copa do Mundo no Brasil, o governo do Rio de Janeiro anunciou que o exército vai, a partir do dia 7 de abril e por período indefinido, ocupar o Complexo da Maré.

A explicação oficial dada pelo governo é a de que a força nacional é necessária para conter a escalada de violência vista nos últimos dias.

Na semana passada, criminosos atearam fogo a bases de UPPs no conjunto de favelas Manguinhos/Mandela, na zona norte, onde três áreas com UPP foram alvo de ataques.

O The Guardian destaca que nenhum destes ataques foi no Complexo da Maré. A facção criminosa apontada por autoridades como responsável por comandar os ataques dos últimos dias tem uma presença pequena neste conjunto de favelas.

"O anúncio de que o exército vai ocupar a Maré é surpreendente, não só porque lá ainda não tem uma UPP, como também por não estar envolvida nos epísódios recentes de violência. Por que, então, o governo determinou a ocupação da Maré e não de outros lugares que foram palco de conflito?", questiona o jornalista.

Para o jornal, pelo fato da Maré estar localizada na rota que leva do aeroporto ao centro da cidade, isto é, é um lugar de grande visibilidade e importância "estratégica" que tem pouca ou nenhuma presença do Estado.

"Com a publicidade da recente violência contra a polícia em outras partes da cidade, o governo que viu uma oportunidade para ignorar temporariamente o programa UPP, cuja vulnerabilidade foi exposta, e qualquer pretensão de policiamento comunitário ou as iniciativas sociais que vieram com ele", critica Parkin.
Ao invés de implantar uma UPP, diz o jornalista, o poder público opta por uma "militarização sem precedentes".

"Terá um soldado para cada 55 habitantes, em comparação com a média do Estado que é de um para 369 pessoas, permitindo-lhes o máximo controle por um período uma "indefinido" antes de uma UPP ser, enventualmente, implantada. Ou melhor, durante o tempo que eles precisarem para se certificar que Copa do Mundo corra bem", conclui. 

Mantega: "Estamos no limiar de um novo ciclo de expansão da economia"


Por Rodrigo Pedroso e Arícia Martins | Valor

SÃO PAULO  -  (Atualizada às 12h27) A economia mundial está na fase final de recuperação da crise econômica iniciada em 2008, com a bolha financeira nos Estados Unidos. O diagnóstico foi dado nesta sexta-feira pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante aula magna sobre economia brasileira a alunos da Fundação Getulio Vargas (FGV), em São Paulo.

O ministro vê a economia mundial “no limiar de um novo ciclo de expansão para os próximos anos”. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global deste ano deverá ser maior do que o ano passado que, por sua vez, foi maior do que 2012. 

A crise, segundo Mantega, foi fruto do fim de um ciclo de alto crescimento da economia mundial puxado pelos emergentes entre 2000 e 2007. “Houve uma expansão dos emergentes, de 2,5% ao ano, acima do resultado das economias desenvolvidas. Foram os emergentes que puxaram o ciclo até vir 2008 e derrubar todo mundo”, disse.

O início de um novo ciclo de expansão da economia global, contudo, acontecerá de forma gradual. O prognóstico de Mantega é que o crescimento ocorra de forma mais lenta, mas consistente, nos próximos anos. “Existem problemas de graduação na recuperação, mas existe luz no fim do túnel.”

Para o ministro, a crise de 2008 foi tão forte quanto a crise de 1929, mas durou menos tempo que aquela e foi menos “virulenta” porque houve uma estratégia econômica diferente para combatê-la. “O Fed dirigido por [Ben] Bernanke, que também era um professor, começou a combater a crise com muita expansão monetária. Foi a maior intervenção monetária que já assisti”, disse.

Segundo ele, a crise de 1929 foi combatida com uma abordagem mais conservadora, quando o banco central americano elevou as taxas de juros e o governo subiu impostos para sanear as contas públicas. Essa política, disse Mantega, durou de 1929 a 1933, quando o PIB americano recuou 26% e o desemprego dos EUA alcançou a taxa recorde de 25%. Essa situação, segundo o ministro, durou até a chegada do presidente Franklin Roosevelt ao poder, que colocou em prática o New Deal, que é uma política de cunho keynesiano. “Roosevelt conseguiu atenuar um pouco a situação, mas a economia dos EUA só iria ganhar vigor na Segunda Guerra Mundial, quando o país se tornou o maior produtor mundial de bens de capital”, afirmou.

Já a crise de 2008, de acordo com Mantega, foi combatida com muita expansão monetária, o que salvou uma série de bancos da falência. “O Lehman [Brothers] quebrou, mas se não fosse a intervenção do Estado colocando dinheiro, grandes bancos não resistiriam à crise. Na história do capitalismo não houve intervenção monetária tão grande”, afirmou . Além disso, lembrou o ministro, houve uma cooperação internacional para combater os efeitos da crise, por meio do G-20. 

Na avaliação do ministro, a crise de 2008 foi a em que o Brasil se saiu melhor do que qualquer outra. Entre 2008 e 2013 – ano no qual, na sua opinião, se encerrou o período de recuperação pós-crise – o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 3,1% na média anual. “Não foi mal. Isso, no período de crise, é bastante razoável. Mas claro que, daqui para frente, precisamos expandir esse crescimento.”

Mantega notou que, para combater os impactos da crise sobre a economia brasileira, o governo adotou políticas anticíclicas, com expansão monetária, incentivo às concessões de crédito pelos bancos públicos e estímulos ao consumo que, neste ano, já estão sendo retirados. “Fizemos uma política monetária moderadamente expansionista, comparando com o Fed”, afirmou. 

Neste momento, disse, todos os países emergentes estão se adaptando ao período pós-crise, que será marcado por uma menor liquidez mundial, já que o Fed está reduzindo sua “ração” mensal de injeções na economia americana. “Estamos atravessando um período de acomodação da economia mundial à nova realidade de juros e câmbio, que vai estabelecer novos padrões mundiais.”

Só com lupa para achar aeroporto do Brasil em ranking global

 

Aeroportos brasileiros não chegam nem perto dos melhores do mundo, mostra ranking da Skytrax. Na América do Sul, Peru e Equador têm terminais melhores

Dado Galdieri/Bloomberg
Aviões estacionados no Aeroporto Internacional de Guarulhos (Cumbica), em São Paulo
Aviões estacionados no Aeroporto Internacional de Guarulhos: as concessões conseguirão fazer o Brasil ter representantes entre os melhores aeroportos do mundo?

São Paulo – Fosse um país a expressão perfeita de seus aeroportos, o Brasil seria uma nação pequena e irrelevante, é o que parece dizer o World Airport Awards 2014, da Skytrax, um dos mais respeitáveis prêmios de aeroportos de todo o globo. Sétima economia do mundo e maior da América Latina, o país não aparece em nenhuma das categorias principais.

Quando se lê “Brazil” na lista de vencedores, é apenas nas premiações limitadas à América do Sul. Mesmo assim, atrás de terminais no Peru, Equador e Chile.

Todos estes países têm um PIB ao menos 10 vezes menor que o brasileiro. No caso do Equador, a produção anual de riquezas chega a ser 20 vezes menor.

O aeroporto de Guarulhos é o mais bem posicionado do Brasil, considerando o ranking dos 10 melhores na América do Sul:

Aeroporto Cidade País
1 Lima Jorge Chavez International Airport Lima Peru
2 Guayaquil International Airport Guayaquil Equador
3 Santiago International Airport Santiago Chile
4 São Paulo-Guarulhos Airport São Paulo Brasil
5 Rio de Janeiro-Galeão Airport Rio de Janeiro Brasil
6 Buenos Aires Pistarini Airport Buenos Aires Argentina
7 Recife Guararapes Airport Recife Brasil
8 Caracas Simón Bolívar Airport Caracas Venezuela
9 Buenos Aires Jorge Newbery Airpark Buenos Aires Argentina
10 Congonhas/São Paulo Airport São Paulo Brasil

O vencedor geral, pelo segundo ano consecutivo, foi Changi, aeroporto de Singapura, que acolhe seus passageiros com conforto e várias opções de lazer.

Na categoria “melhor equipe (de funcionários) na América do Sul”, o mais bem posicionado foi Recife, em 6º lugar, acompanhado de Congonhas e Galeão. Nesse caso, além de Peru, Equador e Chile, aparecem na frente do Brasil ainda aeroportos na Venezuela e Argentina.

A esperança dos brasileiros é de que as concessões começadas neste governo possam elevar o nível dos terminais de transporte aéreo no país. O grupo asiático Changi, que administra Singapura, levou o leilão de Galeão junto com a Odebrecht no fim do ano passado.

Viracopos (Campinas), Brasília e Cumbica (Guarulhos) correm neste momento com obras de forma a estarem apresentáveis até o início da Copa, em junho. O futuro parece promissor, mas a questão é saber se os aeroportos mencionados – acrescidos de Confins, em Belo Horizonte - ficarão à altura das expectativas.

O prêmio da Skytrax avaliou a opinião de 12,8 milhões de passageiros sobre 410 aeroportos. Pessoas de 110 países avaliaram 39 itens, incluindo disponibilidade de serviços, segurança, limpeza e várias amenidades.

Veja todos os vencedores no site da premiação.

Conheça os 10 melhores aeroportos do mundo em 2014

Pelo segundo ano consecutivo, o Aeroporto de Singapura foi considerado o melhor do mundo pelo World Airport Awards; conheça os 10 primeiros

Os melhores aeroportos do mundo
Bruce Bennett/Getty Images

quinta-feira, 27 de março de 2014

MPT entra com ação na Justiça contra o Mais Médicos


Ministério Público do Trabalho pede que governo reconheça relação de trabalho entre União e profissionais contratados pelo programa, brasileiros e estrangeiros

Divulgação / MPT
Sebastião Caixeta, procurador do Trabalho

Sebastião Caixeta: para o procurador relator do processo, os médicos do programa exercem o mesmo trabalho em comparação aos profissionais que estão fora do Mais Médicos

Brasília - O Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou hoje (27) com ação civil pública na 13ª Vara do Trabalho de Brasília pedindo que o governo reconheça relação de trabalho entre a União e os profissionais contratados pelo Mais Médicos, brasileiros e estrangeiros.

Para o relator do processo, procurador Sebastião Caixeta, os médicos do programa exercem o mesmo trabalho em comparação aos profissionais que estão fora do Mais Médicos. De acordo com o procurador, a especialização é uma forma de mascarar a relação de trabalho existente. “O Ministério Público fez inspeções e verificou que o trabalho dos médicos integrantes do Mais Médicos é idêntico ao dos outros médicos, inclusive com a mesma jornada, com a mesma distribuição de pacientes. Não há como ter a diferenciação que o governo dá, o tratamento jurídico tem que ser idêntico”, defendeu, acrescentando que a própria lei que cria o programa mostra que o objetivo é levar médicos para locais onde não há esses profissionais.

A medida provisória que criou o programa diz que os médicos farão um curso de especialização durante o programa e, por isso, receberão a remuneração por meio de bolsa de estudos.

O MPT quer que os médicos recebam todos os direitos trabalhistas previstos na Constituição, como férias remuneradas com adicional de um terço do salário e décimo terceiro salário.

Na ação, o ministério pede que a Justiça torne ineficaz as cláusulas dos contratos com os médicos cubanos que restringem os direitos individuais dos profissionais, como relacionamento com estrangeiros, manifestação de opiniões e se locomover em território nacional.

Foi solicitado ainda que o governo deixe de repassar o salário dos médicos cubanos ao governo de Cuba ou à Organização Pan-Americana da Saúde, sob pena de pagamento de multa diária de R$100 mil. A aplicação da mesma multa é pedida para casos como não pagamento do décimo terceiro salário e férias remuneradas com pelo menos um terço a mais do salário normal e descumprimento de licenças-maternidade e paternidade.

De acordo com Caixeta, houve várias reuniões com o governo para ajustar as irregularidades, mas não houve resultado. A União tem 72 horas para se manifestar, e só então a Justiça irá analisar os pedidos.

Bilionário quer confiscar nave para Argentina pagar dívida


Paul Singer está processando o país e a Space Exploration Technologies para travar dois contratos de serviços de lançamentos do país sul-americano

Katia Porzecanski, da
Roger Gilbertson/SpaceX via Bloomberg
Espaçonave Falcon 9, da Space Exploration Technologies, se prepara para o seu lançamento no Cabo Canaveral, na Flórida

Espaçonave da Space Exploration Technologies: credores da Argentina ameaçam ir além dos limites da Terra para conseguir dinheiro de volta

Nova York - A Argentina está sendo avisada de que seus credores irão além dos limites da Terra para conseguir seu dinheiro de volta.

Em sua última tentativa de fazer cumprir o pagamento, definido em julgamentos, de US$ 1,7 bilhão em bônus da moratória da Argentina em 2001, o bilionário Paul Singer está processando o país e a Space Exploration Technologies, de Elon Musk, para travar dois contratos de serviços de lançamentos de propriedade do país sudamericano. Em 2012, Singer arrestou um navio militar que estava atracado em Gana e entre os esforços de outros credores estão a apreensão de armas armazenadas nos EUA e a tentativa de confiscar o avião presidencial.

Embora as táticas de Singer não tenham convencido a Argentina a realizar o pagamento, elas impedem o país de recorrer aos mercados internacionais de crédito há mais de uma década, levando o governo a usar as reservas nacionais para pagar dívidas. A um valor de US$ 56,5 milhões por contrato, a ação judicial contra a SpaceX, como a empresa é conhecida, pode render a Singer apenas 7 por cento do que lhe é devido. A dívida corrente inchou com os juros acumulados ao longo dos últimos 13 anos, enquanto a Argentina se recusava a pagar.

“Eles nunca conseguirão confiscar ativos avaliados em bilhões de dólares, mas podem causar um prejuízo multibilionário à Argentina”, disse Mark Weidemaier, professor de Direito da Universidade da Carolina do Norte (EUA), em entrevista por telefone, de Chapel Hill. “Se você puder tornar suficientemente caro para a Argentina manter a dívida por pagar, então talvez você consiga fazê-los pagar o que te devem”.


Reestruturação da dívida


A Argentina declarou moratória de US$ 95 bilhões em bônus em 2001. Embora 93 por cento dos credores tenham aceitado perdas de 70 centavos de dólar nas reestruturações da dívida em 2005 e 2010, holdouts (investidores que não aceitaram acordos para redução da dívida) como a NML Capital, de Singer, entraram na Justiça para receber o valor integral devido.

Em um caso separado, a NML, uma unidade do hedge fund Elliott Management, e outros credores saíram vitoriosos em julgamentos que exigem que o país pague a dívida sobre a qual declarou moratória ao mesmo tempo que sua dívida reestruturada. No mês passado, a Argentina pediu à Corte Suprema dos EUA a revisão da decisão.

A preocupação de que a Argentina possa optar por declarar moratória em vez de pagar os holdouts, chamados de “abutres” pela presidente Cristina Fernández de Kirchner, empurrou o custo para proteger a dívida do país contra a inadimplência para o nível mais alto no mundo.
Aluguel de jato

Em uma tentativa de evitar os holdouts, no ano passado Cristina Kirchner alugou um jato privado por US$ 880.000 para uma viagem oficial à Indonésia em vez de correr o risco de ter seu avião presidencial embargado. Três meses antes, a NML havia conseguido uma ordem judicial para arrestar um navio argentino de treinamento militar em Gana. A embarcação foi apreendida por dois meses, até que um tribunal de Hamburgo ordenou seu retorno à Argentina.

Desta vez, a NML diz que o país adquiriu propriedades nos EUA que podem ser confiscadas, depois que a Comissão Nacional de Atividades Espaciais da Argentina assinou um contrato com a SpaceX para realizar dois lançamentos de satélites. Os serviços privados de lançamento, programados para 2015 e 2016 com a nave espacial Falcon 9, têm natureza comercial, embora a entidade seja uma subdivisão política fundada pelo Congresso argentino, segundo a denúncia.


‘Systematically Refused’


“Considerando que a Argentina tem recusado sistematicamente aceitar os julgamentos, obedecer às ordens do tribunal dos EUA ou até mesmo negociar com seus credores, esse esforço para fazer cumprir as decisões judiciais contra a Argentina é correto e necessário”, disse Robert Cohen, advogado da NML, em comunicado por e-mail.

Jesica Rey, porta-voz do Ministério da Economia da Argentina, preferiu não comentar. A porta-voz da SpaceX, Emily Shanklin, não retornou mensagens enviadas por telefone e e-mail em busca de comentário sobre a ação judicial.