quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Como driblar os efeitos do clima na mineração nacional



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Prevenir para adaptar: monitorar e prever as alterações climáticas é a chave para evitar prejuízos na mineração

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Atrasos operacionais, aumento dos custos de produção, falta de mão de obra e danos ambientais. Esses são apenas alguns dos prejuízos que o setor de mineração pode sofrer se não estiver preparado para as mudanças climáticas que vêm ocorrendo no planeta. “A mineração tem muitas estruturas sujeitas a fenômenos meteorológicos: barragens de rejeito, infraestrutura de transporte, entre outros. Toda a dinâmica associada ao negócio de mineração pode ser afetada pelo clima”, explica Rinaldo Mancin, diretor de assuntos ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

A discussão ainda é recente no Brasil, mas mundo afora os países extratores de minérios já encontraram alternativas para enfrentar o risco climático. É a chamada resiliência climática, definida pela Política Nacional de Mudanças Climáticas como um conjunto de iniciativas e estratégias que permitem a adaptação, nos sistemas naturais ou criados pelos homens, a um novo ambiente, em resposta à mudança do clima atual ou esperada. Basicamente, é preciso prever os riscos das alterações climáticas, analisar todas as variáveis e, a partir daí, elaborar um plano de adaptação, evitando, assim, prejuízos que, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), representam perdas da ordem de 1,5% do PIB mundial, número superior a 1 trilhão de dólares para todos os setores da economia.

E foi baseada no mais recente relatório do IPCC que a Universidade de Cambridge publicou, em junho deste ano, o trabalho Climate Change: implications for extractive and primary industries (Mudança Climática: implicações para indústrias primárias e extrativistas, em tradução livre), que traz uma análise do cenário climático atual e, mais que isso, as soluções para os principais problemas causados pelo clima no setor de mineração. O Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês) também publicou um estudo – Adapting to a Changing Climate: implications for the mining and metals industry (Adaptação às Mudanças Climáticas: implicações para a indústria de mineração e metais, em tradução livre) –, em março de 2013, em que mostra os principais problemas que as alterações no clima podem causar à mineração e como praticar a resiliência climática.

Ambos os estudos indicam que, seja qual for o risco referente às mudanças do clima, o mais importante para se prevenir é o planejamento.

Confira a seguir os 10 passos para garantir a resiliência climática na mineração:

1- Investir recursos de planejamento em áreas que promovam o conhecimento dos riscos e das oportunidades das mudanças climáticas e o desenvolvimento de abordagens de adaptação sólidas, de acordo com a cultura operacional e corporativa da companhia;

2 - Aperfeiçoar padrões do design de engenharia, critério de design e especificações de contrato, levando em conta as mudanças climáticas;

3 - Realocar ou aumentar as operações fora das áreas de risco;

4 - Aumentar a frequência de manutenção e monitoramento dos ativos sensíveis aos efeitos do clima; 

5 - Preparar-se para situações críticas com cadeias de suprimentos alternativas, fontes de reserva de água e energia;

6 - Diversificar as operações e o investimento em diferentes regiões geográficas, commodities e mercados;
7 - Ter um seguro contra riscos inevitáveis;

8 - Construir relacionamentos com as comunidades locais para informar sobre ações de adaptação, riscos potenciais e sistemas de alerta;

9 - Reter ou restaurar barragens naturais em ambientes costais e fluviais para aumentar a resistência contra enchentes, erosões, tempestades e outros eventos climáticos extremos;

10 - Eliminar ou reduzir pressões não relacionadas ao clima nos ecossistemas e espécies em risco pela conservação ambiental e o planejamento de gerenciamento da terra.

Dilma planeja mudanças no setor de energia e petróleo


Ueslei Marcelino/Reuters
Presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, com o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, durante comemoração ao aniversário da estatal no Congresso Nacional
Presidente da Petrobras, Graça Foster, com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão: a primeira providência deve ser a demissão de Lobão
 
João Domingos, do Estadão Conteúdo


Brasília - Dilma Rousseff está disposta a promover fortes mudanças no setor de energia, petróleo e gás do governo, conforme disseram ao jornal O Estado de S. Paulo políticos que conversaram com a presidente sobre a escolha dos primeiros ministros do segundo mandato.

Essa seria a principal resposta de Dilma à sequência de escândalos de corrupção na Petrobrás e aos problemas de gestão na Eletrobrás.

A primeira providência deve ser a demissão do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão (PMDB-MA), protegido do senador José Sarney (PMDB-AP).

A decisão já foi comunicada tanto a Sarney quanto ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com o qual Dilma conversou na segunda-feira.

Outra providência que poderá ser adotada é a troca da direção da Petrobrás, apesar de Dilma ser amiga pessoal de Graça Foster, presidente da estatal.

Para o lugar de Lobão a presidente estaria trabalhando com dois nomes de sua inteira confiança: o chefe de Gabinete Giles Azevedo, que foi um dos coordenadores da campanha à reeleição, e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que cederá o lugar para o ex-secretário executivo da Fazenda Nelson Barbosa.

Os dois, conforme os políticos que conversaram com Dilma, obedeceriam cegamente às instruções da presidente, que foi ministra de Minas e Energia nos três primeiros anos do primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para a presidência da Petrobras, em substituição a Graça Foster, Dilma chegou a pensar no governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), mas desistiu. Ela o quer num ministério. Depois, falou-se na possibilidade de nomeação de Alexandre Tombini, que deixaria o Banco Central para assumir a Petrobras. 

A justificativa é que o presidente de uma estatal que trabalha com commodities, como a Petrobras, teria de ser alguém que conhece o mercado.

Agora, de acordo com interlocutores de Dilma, ela pensa em Luciano Coutinho para a estatal. Coutinho é o atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Oito ideias de negócios promissores para 2015


Uma maneira de se inspirar para ter uma ideia de negócio é observar um mercado e buscar novas maneiras de resolver determinados problemas. Com a ajuda de Fernando de la Riva, CEO da Concrete Solutions, Guilherme Junqueira, Gestor de Projetos da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), e Rômulo Muzzi Câmara, responsável pela relação com investidores do SEED, EXAME.com listou os setores mais promissores para quem deseja empreender e investir em uma startup no ano que vem.
1. Mobilidade urbana (Infraestrutura) Os aplicativos que ajudam a encontrar táxis são exemplos de como é possível mudar a maneira como o consumidor utiliza um serviço. EasyTaxi, Waze e Moovit são startups que se destacam nesse segmento. "Entretanto, a dor deste tópico é enorme e ainda existe espaço para novas ideias que apostem em resolver os problemas de mobilidade”, afirma Riva.

2. Energia A demanda por uma energia limpa e sustentável é um problema mundial. Por isso, Câmara acredita que startups que buscam soluções que possam ajudar na geração de uma energia limpa e sustentável terão destaque no ano que se aproxima.

3. Mercado imobiliário (Infraestrutura) A inadimplência e devolução de imóveis são alguns problemas presentes no setor. “Alguém que facilite a reestruturação de contratos e renegociação de dívidas bem como a revenda de imóveis pode estar no lugar certo e na hora certa”, diz Riva.

4. Soluções para pequenas empresas (Tecnologia) Para Junqueira, serviços que possam ajudar pequenas empresas a baixarem seus custos ainda são uma tendência. “Softwares para pequenas empresas ainda tem um grande mercado a ser atendido. E do micro ao pequeno empresário, eles estão tendo condições de adotar essas soluções”, afirma Câmara.

5. Educação “Hoje as pessoas buscam novas qualificações para buscar uma formação complementar e as startups que atuam no segmento educacional encontraram um nicho de mercado”, afirma Câmara. Para Riva, startups que conseguem aliar educação à distância móvel e gamificada têm uma grande chance de sucesso.

6. E-commerce de nicho (Varejo) O mercado de comércio eletrônico só tende a crescer com a facilidade que já existe para comprar sem sair de casa. Para Junqueira, moda, artigos de luxo e produtos para pets são alguns exemplos de nichos que podem ser explorados pelas startups brasileiras.

7. Saúde Marcação de consultas, exames e prontuários digitais são alguns pontos a serem observados pelos empreendedores. Riva explica que iniciativas neste sentido ainda são raras e pouco exploradas. “Esse segmento está em alta não só para startups, pois ainda há muito para contribuir na vida das pessoas”, completa Câmara.

8. Internet das coisas (Tecnologia) Esse setor conecta itens usados no dia-a-dia à internet para facilitar a vida dos consumidores. “Ninguém assumiu o controle dessas áreas aqui no Brasil. Vale a pena considerar essas novas tecnologias como forma de disruptar mercados e criar novas ideias para tirar ineficiências e atender a carência de serviços de qualidade que o Brasil tem”, afirma Riva.



Negocios Promissores para 2015



Por João-Francisco Rogowski.*


O Brasil e o mundo vivem um momento dicotômico, curioso até, crise e prenúncio de crise por todo lado, e, em contrapartida, é na crise que surgem muitas e novas oportunidades de sucesso. 

A meu sentir as crises nada mais são do que o romper com paradigmas anacrônicos, é a morte das velhas e desgastadas concepções e estruturas, é o novo forçando a passagem. 

Se por um lado o mercado demonstra apreensão e cautela em relação a novos investimentos, sobretudo, no Brasil, por outra banda há que se reconhecer que a força motriz da vida é irrepresável assim como o tempo também. Como disse o poeta “o tempo não pára!”. O novo vem aí!

Os avanços tecnológicos são estonteantes, as concepções da humanidade, ainda que lentamente estão mudando, o foco começa a se alterar do eu, para o todo, para a visão de vida comunitária, para o conceito de sustentabilidade, cidades inteligentes, transporte público humanizado, uso de energias limpas, etc.

A conclusão é simples, as boas oportunidades de negócios estão nas novas tendências de mercado. Para não me estender em demasia, cito apenas dois exemplos ilustrativos:

I) Planejamento estratégico para minimizar a emissão de gases nocivos na atmosfera, oferta de fontes alternativas de energia e o desenvolvimento de materiais não poluentes.

II) Logística reversa – o comitê orientador para implementação de Sistemas de Logística Reversa formado pelos ministérios do Meio Ambiente, da Saúde, da Fazenda, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, tem definido regras para devolução dos resíduos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reutilizado) à indústria, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos. As indústrias precisam urgentemente de prestadores de serviços especializados no descarte e reciclagem dos resíduos.

Talvez eu devesse discorrer ainda sobre energia eólica, solar, e outras fontes, novas tecnologias para construção civil e agricultura, mas não é objetivo deste artigo, em outro momento abordaremos esses temas, todavia, não posso deixar de mencionar as novas oportunidades que se abrem para a área jurídica devido a falência do judiciário, que com sua estrutura paquidérmica, pesada, cara e ineficiente não consegue mais dar as respostas e na celeridade que o jurisdicionado almeja. A situação da justiça brasileira é calamitosa, mas outros países também enfrentam problemas.

Há mais de trinta de anos pesquiso sobre os métodos ou meios alternativos de resolução de litígios, fundei o PRIMEIRO TRIBUNAL DE BAIRRO DO PAÍS no Brasil em 1990 que se revelou já naquela época uma solução exitosa para os conflitos de vizinhança.

Meios alternativos para resolução de litígios são mecanismos que podem ser usados ​​para resolver um conflito, disputa ou reclamação. Apresentam várias vantagens. Por exemplo, muitos processos de resolução de conflitos são mais baratos e mais rápido do que o processo legal tradicional. A simplicidade e a oralidade permite maior participação das partes na busca de uma solução, bem como mais controle sobre o resultado da disputa. Além disso, os processos de resolução de conflitos são menos formais e têm regras mais flexíveis do que os tribunais estatais. 

Alguns procedimentos já são bastante utilizados no Brasil, mas são poucos, como por exemplo o inventário rápido, entretanto, há uma enormidade de possibilidades ainda inexploradas. Inúmeras organizações não governamentais, corporativas, e, sobretudo, as igrejas e instituições de confissão cristã poderiam e deveriam participar desse movimento revolucionário, já que dele emerge uma questão teológica importante.

O Apostolo Paulo já exortava a igreja de Corinto a buscar a solução de conflitos dentro da Igreja e não no mundo (1 Coríntios 6:2-4). No Antigo Testamento também exsurge a preocupação de Deus para com a solução dos litígios entre o povo. (Deuteronômio 1:16-17; 2 Crônicas 19:5-6).

Percebe-se, portanto, a necessidade da criação de assessorias especializadas, câmaras de conciliação, tribunais arbitrais, entre outros.

Vou ficando por aqui, não pretendo me alongar neste artigo cujo objetivo é apenas dar o start, abrir o debate a fim de arejar as ideais e ampliar os horizontes.

Compartilho a seguir matéria da jornalista Camila Lam, de EXAME.com, onde especialistas listaram os setores mais interessantes para quem deseja empreender e investir no ano que vem. 

Boa leitura!



*.  Consultor Jurídico,  Gestor de Bens e Direitos.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Se fosse um país e calculasse o PIB pelo tamanho da roubalheira, a Petrobras não faria feio no ranking mundial do FMI

Petrobras diz que produção de petróleo no Brasil cresceu 9% no 3º tri

Lula passou oito anos (e Dilma quase quatro) gabando-se das proezas da Petrobras. Nunca antes neste país houve empresa tão exemplarmente eficaz, recitou a dupla desde 2003. A autossuficiência na extração de petróleo garantiu a carteirinha de sócio da OPEP. A descoberta do pré-sal ─ uma dádiva de Deus, segundo o ex-presidente ─ permitiria enfeitar o Brasil Maravilha com deslumbramentos adicionais que matariam de inveja os imperialistas ianques e os comunistas de araque da China. Para a estatal que valia R$ 380 bilhões em 2010, o céu era o limite.

A ladroagem colossal desmoralizou a tapeação. Hoje avaliada em R$ 181 bilhões, a companhia devastada pela corrupção e pela incompetência foi expulsa da discurseira delirante de Lula e do palavrório ininteligível de Dilma. Mas a fábrica de espantos não interrompeu a produção, avisa a façanha recente: se a Petrobras fosse um país, e calculasse o Produto Interno Bruto com base no produto do roubo, não faria feio no ranking do Fundo Monetário Internacional que rastreia a situação econômica de 187 nações.

Segundo a Polícia Federal, as fortunas engolidas pelo maior esquema de corrupção de todos os tempos somam US$ 10 bilhões de dólares. Como atesta o quadro abaixo, o resultado do saque sem precedentes supera o PIB de 52 países. Nunca antes neste planeta uma quadrilha apadrinhada pelo governo roubou tanto. O recorde não será batido tão cedo. Já teria sido celebrado por Lula em  muitos comícios se a Polícia Federal não estivesse por perto.


teste 1PETROLÃO VALE ESTE

Americanos reúnem investidores para financiar ações indenizatórias



O mercado americano de contencioso é avaliado em US$ 200 bilhões. Mas grandes contenciosos são extremamente caros e, muitas vezes, falta dinheiro para financiar uma ação judicial que tem mérito e pode ser altamente lucrativa. Por isso, um especialista em investimentos em valores mobiliários e um advogado fundaram uma empresa virtual, a LexShares, que reúne investidores, pela Internet, para financiar ações indenizatórias, supostamente de alta rentabilidade.

A empresa usa o sistema chamado de crowdfunding — uma espécie de investimento popular. Em vez de formar um grupo pequeno de grandes investidores, o crowdfunding reúne, normalmente em um site, um número maior de investidores de menor porte para financiar um grande empreendimento, com perspectiva de lucro de até 50% do valor investido — ou perda total do investimento, se a decisão judicial for desfavorável.

É um investimento de risco, mas a LexShares montou uma equipe de seis advogados, cuja função principal é exatamente avaliar as probabilidades de sucesso nos tribunais. A “plataforma de crowdfunding” da empresa é um instrumento para empresas de pequeno e médio porte e para startups enfrentar na Justiça grandes corporações que “roubaram” suas ideias e ganhar uma grande indenização — de preferência algo entre US$ 10 milhões a US$ 40 milhões, segundo o jornal Boston Globe.


Sucesso garantido




Com sucesso ou não nos tribunais, a empresa de advocacia sempre ganha, aparentemente. “A empresa ganha dinheiro ao receber uma porção dos fundos levantados pelos demandantes”, disse Jay Greenberg, sócio-fundador e CEO da LexShares, ao jornal da ABA (American Bar Association). E, se a decisão judicial for favorável aos demandantes, “a LexShares recebe uma porção dos lucros destinados aos investidores”.

Greenberg, especialista em investimentos, deixou o Deutsche Bank, para fundar a LexShare com o advogado Max Volsky. O advogado criou o fundo de financiamento de contenciosos LexStone Capital. Na LexShare, ele é o CIO (chief investment officer). Eles lançaram o website da empresa na quarta-feira (19/11).

A empresa explica como funciona: “Demandantes requerem que seus casos sejam postados na plataforma da LexShares. Se um caso tem um forte mérito, ela será postado. Uma vez postado, investidores credenciados podem examinar o caso e decidir se querem investir nele. Os investidores podem rastrear as atividades do contencioso relacionado a seus investimentos. Se o demandante ganha, o investidor recebe uma parte das receitas. Se perde, o investidor perde seu investimento”.

Greenberg explicou ao Jornal da ABA a expressão “investidores credenciados”. Não é qualquer um. São “indivíduos ou entidades legais que atendem certas exigências financeiras e têm um valor líquido, segundo as definições da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) dos EUA”.

Um indivíduo é um investidor credenciado se tem uma renda anual superior a US$ 200 mil — ou US$ 300 mil, junto com o cônjuge. São contados os últimos dois anos e o próximo ano, com base em expectativa de renda. E tem um “valor líquido” de mais de US$ 1 milhão, excluindo o valor da residência primária. Também são credenciadas entidades tais como bancos, sociedades, corporações, organizações sem fins lucrativos e fundos patrimoniais (trust) — estes com ativos maiores que US$ 5 milhões.

O lucro do investidor é calculado com base em um percentual, que é definido com base no tempo de tramitação e resolução do processo. “Quanto mais demorar, maior será a quantia devida ao grupo investidor. Em média, o investidor pode ter uma expectativa de retorno de 50% ou mais”, declarou Greenberg ao Jornal da ABA.

Pequenas e médias empresas espanholas partem novamente em direção à América Latina


Pymes

Antes de estourar a crise, foram inúmeras as pequenas e médias empresas (PMEs) espanholas que viram na internacionalização uma das melhores alternativas para crescer além de seu mercado interno. Pela proximidade e maturidade dos seus mercados, grande parte dessas PMEs escolheram a Europa; outras, pelo contrário, preferiram dar um salto em direção à América Latina, uma vez que se tratava de mercados em crescimento cuja cultura era mais parecida com a sua, o que, de certa forma, facilitava o estabelecimento de relações comerciais.

Com o advento das turbulências financeiras, a maior parte desses planos de expansão não progrediram, embora quem já os havia levado a cabo anteriormente tivesse mostrado que era capaz de resistir melhor à crise do que aqueles que dependiam de um único mercado. Esta é uma das razões pelas quais observa-se agora “uma segunda onda de pequenas e médias empresas espanholas que querem seguir em direção à América Latina”, assinala Juan Carlos Martínez-Lázaro, economista da Escola de Negócios IE. Além disso, segundo esse especialista, embora o aspecto cultural  continue sendo muito importante, já não é o principal motivo pelo qual as empresas escolhem esse destino: “Não se trata somente de uma mesma cultura, mas, principalmente, de mercados em crescimento, e é disso que estamos falando aqui.”

Além disso, esta segunda onda de internacionalização das PMEs espanholas em direção à América Latina terá um crescimento importante nos próximos meses, já que desde setembro de 2014 o governo espanhol pôs em prática o projeto Icex Consolida, cujo objetivo é financiar a expansão externa das PMEs do país. O Instituto do Comércio Exterior (Icex) arcará com metade dos gastos de constituição, promoção e defesa jurídica das empresas que decidirem exportar ou abrir filiais fora do país. Além disso, para compensar o fato de que 60% dos investimentos  dessas empresas no exterior destinam-se à União Europeia, a iniciativa leva em conta projetos em andamento no mundo todo, com exceção da UE, EUA, Noruega e Suíça. Portanto, a América Latina terá lugar prioritário na agenda das PMEs espanholas, já que, depois da Europa, é seu segundo mercado natural.

Martínez Lázaro explica que a questão mais importante na hora de planejar o destino de um investimento é “analisar sua rentabilidade”. Nesse sentido, são muitas as variáveis que entram em jogo, desde o gasto que se acredita ter de incorrer no país até os preços pelos quais poderão ser vendidos um produto ou serviço, bem com os custos de fabricação. Por exemplo, entrar nos EUA exige um investimento maior do que em qualquer país latino-americano, já que os gastos com pessoal, rede de distribuição ou, simplesmente, o aluguel de um escritório são mais elevados. Em contrapartida, Martínez-Lázaro observa que se trata “de uma economia cuja renda per capita é de US$ 40.000 anuais” e, portanto, é um mercado que está disposto a pagar mais por um serviço ou produto que não tenha. É uma oportunidade, por exemplo, para as start-ups de tecnologia.

Na América Latina, pelo contrário, os gastos são menores, assim como a renda per capita, que varia muito de país para país. Em tais casos, o mercado nem sempre está disposto a pagar por um serviço ou produto o mesmo que pagaria um cliente espanhol. Os especialistas observam que, sem dúvida, trata-se de uma região com um número em potencial de consumidores muito importante e, portanto, fundamental para empresas de setores como distribuição ou infraestrutura. Isto não quer dizer que não seja uma oportunidade para os serviços de valor agregado, e sim que se deve estuda a fórmula para entrar com sucesso nesses mercados, já que os desafios, especialmente para as PMEs, são muitos.


Setores complexos


O setor jurídico, por exemplo, é um dos que menos penetração internacional tem na América Latina dada sua complexidade, já que economicamente um escritório de advogados no exterior não pode manter o nível de salários que tem nos EUA ou na Espanha, dado o sistema de preços em vigor nesses países. Oriol Prósper, sócio e fundador do escritório Maio, explica que, há um ano, o escritório decidiu abrir sua primeira unidade fora da Espanha, no México. “A ideia inicial era criar uma sede própria com advogados locais”, disse. “Contudo, depois de vários meses de pesquisa de mercado, eles se deram conta de que a forma mais rápida e que lhe permitiria reduzi riscos consistia na fusão com uma firma local, porque a estrutura ali já estava criada e, além disso, já contava também com uma carteira de clientes. Desse modo, as condições financeiras necessárias para entrar nesse mercado eram menores. “Além disso, essa fórmula nos permite economizar tempo com a estratégia de expansão e crescimento”, observa Prósper. O Maio acaba de se fundir com a firma mexicana SL Sterling, criando um escritório com pouco menos de 50 advogados, mas com unidades nos dois lados do Atlântico, permitindo-lhe, de uma só vez, gerar negócios que se repetem com clientes locais nos dois países, além de ter acesso a grandes empresas dispostas a pagar pelo valor agregado de uma assessoria jurídica internacional.

O setor jurídico também serve como exemplo dos desafios enfrentados pelas PMEs na hora de se lançarem no exterior, já que além dos aspectos meramente financeiros, é preciso levar em conta o mercado. Por exemplo, um escritório de advogados no exterior não pode se estabelecer por lei no Brasil, já que se trata de um mercado regulado e fechado a empresas estrangeiras. Como os advogados estrangeiros não podem exercer ali suas funções, a empresa se vê obrigada a estudar outras fórmulas, como as alianças.


Países-chave


Atualmente, o Brasil aparece entre as prioridades de investimento das PMEs espanholas, mas é também um dos destinos mais complexos. De acordo com José Gasset, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Espanha, “o mercado brasileiro é um gigante impossível de abraçar em sua totalidade; por isso, é imprescindível decidir em que estado e em que região há demanda de um produto, analisar a capacidade logística da região, seus hábitos de consumo e seu poder aquisitivo”. 

Juan Manuel Recio, CEO da consultoria de tecnologia Vincle, diz que “entrar nesse mercado requer um grande investimento”. Em seu caso, sua empresa entrou no país em 2009. Para ele, o mais difícil foi entender a complexidade alfandegária e fiscal. Ele explica, por exemplo, que “as tarifas elevadas fazem com que seja difícil ser competitivo” nas exportações. Seu conselho: “Considerar todas as opções, já que são muitos os casos de investimentos malsucedidos”,  mas com um bom planejamento é possível ter sucesso.

A experiência de Recio deixa claro que o primeiro passo para uma PME que pretenda operar no exterior consiste em distinguir entre exportar ou se estabelecer. A primeira opção requer menos recursos econômicos e, portanto, constitui a fase inicial de sondagem do terreno. Nessa etapa, “é preciso analisar o produto e a área geográfica onde se deseja trabalhar para que se possa determinar o sucesso de um processo iminente de internacionalização”, bem como os recursos financeiros que serão necessários alocar, explica José Ramón Cobo, diretor do mestrado em direção de projetos internacionais da ESCP Europe. No caso do Brasil, é necessário saber que os principais centros de negócios se encontram no sudeste do país, já que é onde há mais oportunidades, uma vez que a renda per capita é maior: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Além de vários requisitos legais que se devem levar em conta, e que podem complicar a entrada da empresa no país, como o registro no Banco Central do Brasil ou a exigência de que o administrador de uma sociedade tenha residência permanente no país, há outros fatores a se levar em conta em se tratando de exportações. Conforme explica Recio, as tarifas são um elemento determinante. Embora nos últimos anos elas tenham sido reduzidas, em 2004 eram de 55%, atualmente mais de 1/3 dos produtos importados pelo Brasil têm tarifas entre 1% e 10% do seu valor. Para resolver esse problema, por exemplo, a Vincle decidiu estabelecer seu centro de distribuição na Colômbia para, de lá, chegar ao mercado brasileiro, já que entre ambos os países existe um tratado de livre comércio.

Entre Espanha e Colômbia não existe esse problema desde agosto de 2013, quando a Colômbia fez um acordo com a União Europeia. É isto, precisamente, que contribui para fazer do país um dos destinos mais interessantes para as pequenas e médias empresas espanholas.

Apesar do potencial brasileiro, o conselho dos especialistas diz que, em se tratando de PMEs, deve-se começar pelos países de menor dimensão que possam ser totalmente abarcados, sobretudo quando os recursos financeiros para a internacionalização são reduzidos. Seja qual for o destino, e até que se conheçam bem as peculiaridades de cada mercado, Ramón Cobo, da ESCP, recomenda que “para otimizar os recursos destinados à internacionalização do negócio, deve-se buscar uma possível associação, por exemplo, para compartilhar os gastos logísticos”. Além disso, essa aliança pode servir para uma segunda fase em que a PME considere a possibilidade de estabelecer uma filial própria, mas com o apoio de um sócio local.


Riscos geopolíticos


Juan Carlos Martínez-Lázaro, da Escola de Negócios IE, diz que as maiores oportunidades para as PMEs espanholas encontram-se atualmente no México, Peru e Colômbia, já que são os mercados que mais crescem atualmente. Além disso, oferecem outro elemento-chave para a internacionalização: segurança jurídica. É isto que, na opinião desse especialista, faz com que países como a Venezuela ou a Argentina sejam menos atraentes para as pequenas empresas que, de modo geral, estão menos dispostas a assumir riscos desse tipo, já que, diferentemente das grandes companhias, carecem da estrutura financeira necessária para suportar incertezas desse tipo.

Um exemplo foi o da crise da dívida argentina, no verão de 2014, quando se temia um possível calote por parte do governo de Cristina Kirchner. Em junho, um juiz federal de primeira instância dos EUA ratificou um veredito judicial que obrigava a Argentina a pagar US$ 1,3 bilhão a fundos de investimentos que não haviam subscrito a reestruturação da dívida feita pelo país depois do calote generalizado de 2001, em que foi aplicado um desconto de 65%. Quando o fantasma de outra nova suspensão de pagamentos surgiu no verão deste ano, deflagrou-se a crise.

O problema para as PMEs não consiste tanto em estar, ou não, situadas no país, e sim em que poderiam ser afetadas pelo simples fato de trabalhar em uma região vizinha, já que as economias latino-americanas estão bastante interligadas. De acordo com Tomás Guerrero, pesquisador da EsadeGEO, “na hipótese de um calote, o principal problema seria a possibilidade do contágio de outros países da região, uma vez que os principais portadores de títulos da dívida argentina são Brasil e Venezuela”. Para Martínez-Lázaro, um fato com essas características “poderia vir acompanhado de consequências já esperadas: calote, ainda que involuntário (como foi o caso da Argentina), fechando automaticamente os mercados, impedindo que se emitam títulos da dívida, inviabilizando a captação de dólares e isso em uma economia que já tem problemas para conseguir dólares seria algo muito sério, porque as empresas não poderiam funcionar, já que não teriam mais como pagar seus fornecedores”.

Por isso, os desafios geopolíticos são outro fator a considerar na hora de escolher o destino na América Latina. Por exemplo, 91% das PMEs de tecnologia espanholas planejam entrar no México nos próximos dois anos, conforme reportagem da revista América Economia. O Chile e a Colômbia, com 71% de empresas interessadas cada um, vêm a seguir no ranking. O Peru e o Brasil aparecem nos planos de 56% das start-ups espanholas. Argentina, Equador e Venezuela ocupam os últimos lugares no ranking, confirmando a opinião dos especialistas.

Ramón Casals, diretor da Combel Editorial, editora especializada em livros infantis, diz que embora o México ofereça maior segurança jurídica do que outros destinos, isso não facilita a internacionalização. Para ele, “a regulamentação jurídica e fiscal dificulta e atrasa o início das operações”, porém, uma vez superado esse trâmite, a experiência é positiva. Em seu caso, a empresa decidiu entrar nesse mercado em 2006. Para isso, foi feito um estudo de mercado e, finalmente, escolheram o México, já que “se trata do mercado latino-americano mais importante de língua espanhola” com 118 milhões de habitantes. Além disso, desde 2000 o país conta, a exemplo da Colômbia, com um tratado de livre comércio com a União Europeia que oferece isenção tarifária total em uma grande variedade de produtos e serviços (como os industriais).

Portanto, embora os desafios sejam muitos, desde econômicos ou culturais até geopolíticos, tanto especialistas quanto empresários concordam em assinalar a importância da América Latina para as PMEs espanholas, confirmando que a tendência de internacionalização na região continuará a crescer somando-se às diferentes iniciativas do governo para incentivar a busca de destinos no exterior.