quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Como driblar os efeitos do clima na mineração nacional



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Prevenir para adaptar: monitorar e prever as alterações climáticas é a chave para evitar prejuízos na mineração

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Atrasos operacionais, aumento dos custos de produção, falta de mão de obra e danos ambientais. Esses são apenas alguns dos prejuízos que o setor de mineração pode sofrer se não estiver preparado para as mudanças climáticas que vêm ocorrendo no planeta. “A mineração tem muitas estruturas sujeitas a fenômenos meteorológicos: barragens de rejeito, infraestrutura de transporte, entre outros. Toda a dinâmica associada ao negócio de mineração pode ser afetada pelo clima”, explica Rinaldo Mancin, diretor de assuntos ambientais do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

A discussão ainda é recente no Brasil, mas mundo afora os países extratores de minérios já encontraram alternativas para enfrentar o risco climático. É a chamada resiliência climática, definida pela Política Nacional de Mudanças Climáticas como um conjunto de iniciativas e estratégias que permitem a adaptação, nos sistemas naturais ou criados pelos homens, a um novo ambiente, em resposta à mudança do clima atual ou esperada. Basicamente, é preciso prever os riscos das alterações climáticas, analisar todas as variáveis e, a partir daí, elaborar um plano de adaptação, evitando, assim, prejuízos que, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), representam perdas da ordem de 1,5% do PIB mundial, número superior a 1 trilhão de dólares para todos os setores da economia.

E foi baseada no mais recente relatório do IPCC que a Universidade de Cambridge publicou, em junho deste ano, o trabalho Climate Change: implications for extractive and primary industries (Mudança Climática: implicações para indústrias primárias e extrativistas, em tradução livre), que traz uma análise do cenário climático atual e, mais que isso, as soluções para os principais problemas causados pelo clima no setor de mineração. O Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês) também publicou um estudo – Adapting to a Changing Climate: implications for the mining and metals industry (Adaptação às Mudanças Climáticas: implicações para a indústria de mineração e metais, em tradução livre) –, em março de 2013, em que mostra os principais problemas que as alterações no clima podem causar à mineração e como praticar a resiliência climática.

Ambos os estudos indicam que, seja qual for o risco referente às mudanças do clima, o mais importante para se prevenir é o planejamento.

Confira a seguir os 10 passos para garantir a resiliência climática na mineração:

1- Investir recursos de planejamento em áreas que promovam o conhecimento dos riscos e das oportunidades das mudanças climáticas e o desenvolvimento de abordagens de adaptação sólidas, de acordo com a cultura operacional e corporativa da companhia;

2 - Aperfeiçoar padrões do design de engenharia, critério de design e especificações de contrato, levando em conta as mudanças climáticas;

3 - Realocar ou aumentar as operações fora das áreas de risco;

4 - Aumentar a frequência de manutenção e monitoramento dos ativos sensíveis aos efeitos do clima; 

5 - Preparar-se para situações críticas com cadeias de suprimentos alternativas, fontes de reserva de água e energia;

6 - Diversificar as operações e o investimento em diferentes regiões geográficas, commodities e mercados;
7 - Ter um seguro contra riscos inevitáveis;

8 - Construir relacionamentos com as comunidades locais para informar sobre ações de adaptação, riscos potenciais e sistemas de alerta;

9 - Reter ou restaurar barragens naturais em ambientes costais e fluviais para aumentar a resistência contra enchentes, erosões, tempestades e outros eventos climáticos extremos;

10 - Eliminar ou reduzir pressões não relacionadas ao clima nos ecossistemas e espécies em risco pela conservação ambiental e o planejamento de gerenciamento da terra.

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