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Prevenir para adaptar: monitorar e prever as alterações climáticas é a chave para evitar prejuízos na mineração
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Atrasos operacionais, aumento dos custos de produção, falta de mão de
obra e danos ambientais. Esses são apenas alguns dos prejuízos que o
setor de mineração pode sofrer se não estiver preparado para as mudanças
climáticas que vêm ocorrendo no planeta. “A mineração tem muitas
estruturas sujeitas a fenômenos meteorológicos: barragens de rejeito,
infraestrutura de transporte, entre outros. Toda a dinâmica associada ao
negócio de mineração pode ser afetada pelo clima”, explica Rinaldo
Mancin, diretor de assuntos ambientais do Instituto Brasileiro de
Mineração (Ibram).
A discussão ainda é recente no Brasil, mas mundo afora os países
extratores de minérios já encontraram alternativas para enfrentar o
risco climático. É a chamada resiliência climática, definida pela
Política Nacional de Mudanças Climáticas como um conjunto de iniciativas
e estratégias que permitem a adaptação, nos sistemas naturais ou
criados pelos homens, a um novo ambiente, em resposta à mudança do clima
atual ou esperada. Basicamente, é preciso prever os riscos das
alterações climáticas, analisar todas as variáveis e, a partir daí,
elaborar um plano de adaptação, evitando, assim, prejuízos que, de
acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC),
representam perdas da ordem de 1,5% do PIB mundial, número superior a 1
trilhão de dólares para todos os setores da economia.
E foi baseada no mais recente relatório do IPCC que a Universidade de
Cambridge publicou, em junho deste ano, o trabalho Climate Change:
implications for extractive and primary industries (Mudança Climática:
implicações para indústrias primárias e extrativistas, em tradução
livre), que traz uma análise do cenário climático atual e, mais que
isso, as soluções para os principais problemas causados pelo clima no
setor de mineração. O Conselho Internacional de Mineração e Metais
(ICMM, na sigla em inglês) também publicou um estudo – Adapting to a
Changing Climate: implications for the mining and metals industry
(Adaptação às Mudanças Climáticas: implicações para a indústria de
mineração e metais, em tradução livre) –, em março de 2013, em que
mostra os principais problemas que as alterações no clima podem causar à
mineração e como praticar a resiliência climática.
Ambos os estudos indicam que, seja qual for o risco referente às
mudanças do clima, o mais importante para se prevenir é o planejamento.
Confira a seguir os 10 passos para garantir a resiliência climática na mineração:
1- Investir recursos de planejamento em áreas que promovam o
conhecimento dos riscos e das oportunidades das mudanças climáticas e o
desenvolvimento de abordagens de adaptação sólidas, de acordo com a
cultura operacional e corporativa da companhia;
2 - Aperfeiçoar padrões do design de engenharia, critério de
design e especificações de contrato, levando em conta as mudanças
climáticas;
3 - Realocar ou aumentar as operações fora das áreas de risco;
4 - Aumentar a frequência de manutenção e monitoramento dos ativos sensíveis aos efeitos do clima;
5 - Preparar-se para situações críticas com cadeias de suprimentos alternativas, fontes de reserva de água e energia;
6 - Diversificar as operações e o investimento em diferentes regiões geográficas, commodities e mercados;
7 - Ter um seguro contra riscos inevitáveis;
8 - Construir relacionamentos com as comunidades locais para
informar sobre ações de adaptação, riscos potenciais e sistemas de
alerta;
9 - Reter ou restaurar barragens naturais em ambientes costais e
fluviais para aumentar a resistência contra enchentes, erosões,
tempestades e outros eventos climáticos extremos;
10 - Eliminar ou reduzir pressões não relacionadas ao clima nos
ecossistemas e espécies em risco pela conservação ambiental e o
planejamento de gerenciamento da terra.
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