PORTO ALEGRE - A Justiça do Trabalho do Trabalho de São Jerônimo (RS) conseguiu notificar a Iesa Óleo e Gás das liminares concedidas contra a empresa pela juíza Lila Paula França, uma no sábado e outra na segunda-feira. A primeira suspendeu a demissão em massa de 950 funcionários do estaleiro no município vizinho de Charqueadas até a negociação de alternativas para recolocação do pessoal com o Sindicato dos Metalúrgicos. A segunda bloqueou contas bancárias e bens para garantir o pagamento das futuras verbas rescisórias.
Os oficiais de Justiça vinham tentando notificar a Iesa desde o fim de semana, mas nenhum representante havia sido encontrado no estaleiro nem no escritório da empresa na cidade de Canoas. Nesta terça-feira, uma advogada da empreiteira recebeu a notificação quando foi à Vara de São Jerônimo para uma audiência referente a outro processo, informou o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4), com sede em Porto Alegre.
Segundo o TRT4, a Vara do Trabalho de São Jerônimo ainda aguarda o cumprimento da carta precatória expedida na segunda-feira para o TRT do Rio de Janeiro, para notificação da Petrobras e do consórcio Tupi-BV, liderado pela estatal e do qual também participam o BG Group e a Petrogal, sobre a decisão que determinou o bloqueio de valores e bens das duas empresas.
A Iesa havia sido contratada em 2012 pelo consórcio Tupi BV para construir módulos de compressão de gás para plataformas de petróleo, mas o contrato foi rescindido na semana passada devido ao envolvimento da empreiteira nas irregularidades apuradas pela Operação Lava-Jato e pelo descumprimento de prazos contratuais.
O grupo Inepar, controlador da empresa, apresentou nesta terça-feira o plano da recuperação judicial, deferida em setembro, na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo.
(Sérgio Ruck Bueno | Valor)
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