A presidente Dilma Rousseff anunciará a equipe econômica do segundo
mandato na quinta-feira. Joaquim Levy está confirmado no comando do
Ministério da Fazenda; Nelson Barbosa, no Planejamento; e Alexandre
Tombini, permanece no Banco Central (BC) por mais quatro anos.
Claudia
Safatle apurou que os futuros presidentes do Banco do Brasil e da Caixa
devem ser apresentados também na quinta. Fonte do Palácio do Planalto
informou que Levy e Barbosa devem anunciar alguns dos seus secretários
no mesmo dia. Com este (imenso) passo dado, a presidente falará das
diretrizes econômicas do Dilma 2. E deve assumir um compromisso com o
“controle rígido de gastos”. Paralelamente a essas decisões, mas parte
de um arranjo ampliado, A Comissão Mista de Orçamento aprovou, ontem à
noite, alteração na LDO 2014 proposta pelo governo e a Democracia
Socialista (DS), conquistou dois postos no primeiro escalão do governo.
O relatório do projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) de 2014, o que permite ao Executivo abandonar a meta fiscal este
ano, ao descontar do resultado os investimentos com o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações de tributos concedidas
ao longo do ano. O projeto segue para o plenário do Congresso, mas será
votado após a decisão dos parlamentares sobre vetos da presidente que
trancam a pauta de votação.
Nesta segunda-feira, de desalento no mercado financeiro ao longo do
dia com o silêncio do Planalto a respeito da futura equipe econômica, a
principal corrente de esquerda do PT, a Democracia Socialista (DS),
conquistou dois postos no primeiro escalão do governo. Um dos
coordenadores da campanha de reeleição, o ex-ministro do Desenvolvimento
Agrário Miguel Rossetto deverá assumir a Secretaria-Geral da
Presidência, no lugar de Gilberto Carvalho. Rossetto fará a interlocução
com os movimentos sociais. A DS continuará no Desenvolvimento Agrário
com Carlos Mário Guedes de Guedes, atual presidente do Incra, relata
César Felício, do Valor.
Raymundo Costa afirma em sua coluna política publicada nesta
terça-feira, no Valor, que é possível atribuir a vários motivos o
adiamento do anúncio dos nomes dos novos ministros na sexta-passada.
Lembra que é visível o dedo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
na formação da equipe. Mas a presidente também saiu das eleições
presidenciais de outubro convencida de que precisava fazer uma aliança
para acalmar um setor refratário a seu governo. O PT não deve constituir
problema para a nova equipe econômica em situação parecida com a de
2003, quando o presidente Lula assumiu o primeiro mandato e delegou a
Antonio Palocci o ajuste necessário a ser feito na economia.
O roteiro é o mesmo. A inflexão à ortodoxia do governo Dilma pode dar
problemas internos, mas deve ser assimilada, especialmente se projetar a
perspectiva de que a presidente possa entregar resultados positivos em
seus dois últimos anos de governo e fazer a transição para um novo
governo do PT. Esse é o horizonte também de Lula, que fala em ser
candidato em 2018. A sério, segundo ministros do atual governo que se
mantêm próximos do ex-presidente.
Em tempo: A Democracia Socialista (DS) também está representada no
primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff por Arno Augustin,
secretário do Tesouro Nacional desde junho de 2007.
Antes de assumir
este posto, Augustin foi Secretário-Executivo Adjunto do Ministério da
Fazenda.
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