AGENCIA BRASIL
José Antonio Dias Toffoli: José Ticiano Dias Toffoli é irmão mais velho do presidente do TSE
São Paulo - O Ministério Público Federal denunciou nesta quinta-feira
cinco pessoas pelo desvio de R$ 57 milhões que deveriam ter sido
aplicados nas áreas de educação e saúde no município de Marília,
interior de São Paulo.
Um dos denunciados é José Ticiano Dias Toffoli (PT), irmão mais velho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), José Antonio Dias Toffoli.
Segundo a Procuradoria, o irmão do ministro movimentou irregularmente
R$ 28,8 milhões nos dez meses em que ficou à frente da prefeitura, entre
2011 e 2012. Em depoimento, José Ticiano Dias Toffoli admitiu o uso
irregular do dinheiro.
Ele afirmou ao Ministério Público que quando tomou posse como prefeito,
em março, havia um déficit de aproximadamente R$ 8 milhões no caixa da
prefeitura.
O débito é usado como justificativa por Toffoli para dar sequência aos
delitos já praticados, segundo a Procuradoria, pelo antecessor, Mário
Bulgareli (PDT).
Bulgareli, que administrou a cidade entre janeiro de 2005 e março de
2012, quando renunciou após denúncias de irregularidades em sua gestão,
está entre os denunciados.
O Ministério Público Federal aponta que durante o segundo mandato o
então prefeito foi responsável pelo desvio de R$ 28,2 milhões.
Os recursos eram repassados pela União para serem aplicadas no Fundo
Municipal de Saúde, em atividades escolares, para custear a folha de
pagamento e outros gastos.
Três ex-secretários da Fazenda do município também foram denunciados
por participação no desvio do dinheiro. Ainda de acordo com o Ministério
Público Federal, eles fizeram as transferências por determinação dos
ex-prefeitos.
Autor da denúncia, o procurador da República Jefferson Aparecido Dias
pede a condenação dos cinco denunciados por crime de responsabilidade.
A pena é de três meses a três anos para gestores que aplicarem
indevidamente verbas públicas. O procurador requer ainda que a Justiça
os obrigue a reparar os danos causados à União no valor de R$ 33,2
milhões.
O valor seria correspondente ao montante de recursos retirados das contas sem a devida devolução.
A reportagem tentou contato com o ex-prefeito Dias Toffoli, mas não
obteve retorno. O advogado de Bulgareli foi contatado, mas informou que
não podia atender por estar em reunião e não deu retorno.
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