O uso de critérios sociais e ambientais nas decisões de investimento e
o crescimento no número dos chamados “investidores responsáveis” lança
desafios – e também oportunidades – para as empresas no relacionamento
com seus stakeholders.
Há uma demanda crescente para que os CFOs tenham uma responsabilidade
maior com os temas de sustentabilidade, destacou Regi Magalhães,
diretor do Uniethos e professor de finanças sustentáveis no Master de
Sustentabilidade da FGV-SP. Ele conduziu palestra sobre o tema em café
da manhã promovido pela Comissão de Sustentabilidade, na terça-feira
(04), na sede do IBEF SP.
“Os CFOs têm um papel importante de responder ao relacionamento com
bancos e investidores. E cada vez mais os investidores e as instituições
financeiras estão pedindo informações sobre sustentabilidade para as
empresas”, afirmou Magalhães.
Situação das empresas brasileiras
Uma pesquisa realizada pelo Uniethos em 2014, com as 100 maiores
empresas brasileiras e 20 bancos apontou que um terço dessas companhias
(34%) apresenta informações socioambientais “adequadas” para seus
investidores.
Apenas 18% das maiores empresas brasileiras reportam informações
sociais e ambientais nos relatórios trimestrais. E somente 16% publicam
relatos integrados.
Chama atenção o fato de que nenhuma das empresas pesquisadas
apresenta os resultados financeiros das suas estratégias de
sustentabilidade para os investidores.
“Mais importante do que as informações sobre o que as empresas estão
fazendo em relação a políticas sociais e ambientais, os CFOs poderiam
contribuir para apresentar a investidores e bancos quais os valores
financeiros que podem ser alcançados pelas ações de sustentabilidade”.
Trabalho em conjunto
Magalhães complementou que há um desafio importante de desenvolver
metodologias que ajudem a valorar os ativos e passivos ambientais das
empresas.
“Para que isso possa ser utilizado pelos investidores no cálculo do
valor das companhias e para que os bancos possam também analisar melhor
os riscos e as oportunidades de negócios quando fazem um investimento ou
um financiamento para uma empresa”.
Essa tarefa exigirá um maior entrosamento entre os profissionais de
finanças e os da área de sustentabilidade para que essa análise possa
ser construída em conjunto; unindo conhecimentos essenciais das duas
áreas.
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“Existem
poucas empresas no Brasil e no mundo que estão fazendo esse tipo de
trabalho, então há uma oportunidade de inovação muito importante. As
empresas que fizerem esse tipo de análise estariam saindo na frente e
abrindo novas oportunidades de negócios muito relevantes”, completou o
diretor do Uniethos.
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Acesse as conclusões de um estudo exclusivo feito pelo Uniethos, em
2014, sobre o que os investidores pensam a respeito das informações
divulgadas pelas empresas brasileiras: http://www.irmagazine.com/articles/sustainability/20296/sustainability-and-ir-emerging-markets/
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