quarta-feira, 13 de maio de 2015

Brasil fica em 60º lugar em ranking mundial de educação



LuminaStock/ThinkStock
Educação


São Paulo – O Brasil ficou em 60º lugar no ranking mundial de educação elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), no qual foram considerados 76 países. Divulgado hoje, o estudo é baseado no desempenho dos estudantes em testes de matemática e ciências. 

As primeiras posições na lista ficaram com países asiáticos – Singapura conquistou o primeiro lugar, seguido por Hong-Kong, Coreia e Japão.

Dentre os latino-americanos, o Chile é o primeiro da lista, em 48º lugar. Costa Rica, México e Uruguai também estão na frente do Brasil, em 53º, 54º e 55º respectivamente. Os estudantes brasileiros tiveram desempenho melhor que os argentinos (62º lugar), colombianos (67º) e peruanos (71º). O último lugar no ranking é ocupado por Gana, na África.

Segundo o relatório, o desempenho do Brasil em matemática, ciência e leitura melhorou consideravelmente na última década. “A pontuação no PISA na área de matemática subiu numa média de 4,1 pontos por ano – de 356 pontos em 2003 para 391 pontos em 2012”, diz o relatório.

Zara é autuada por não cumprir acordo para acabar com trabalho escravo

Publicado por Âmbito Jurídico



A grife Zara, que produz e vende roupas masculinas e femininas e pertence ao grupo espanhol Inditex, foi autuada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) por descumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2011 para corrigir condições degradantes que caracterizaram trabalho escravo na cadeia produtiva da empresa.

De acordo com a superintendência do órgão federal em São Paulo, uma auditoria com 67 fornecedores da marca mostrou 433 irregularidades em todo o país, como excesso da jornada de trabalho, atraso nos pagamentos, aumento dos acidentes, trabalho infantil, além de discriminação pela exclusão de imigrantes da produção, o que pode resultar em multa de mais de R$ 25 milhões.

Há quatro anos, a Zara foi autuada por manter 15 trabalhadores de nacionalidades bolivianos e peruanos em condição análogos à de escravo na atividade de costura. As oficinas subcontratadas pela marca receberam 52 autos de infração. Entre as irregularidades, foram constatadas jornada de trabalho excessiva, servidão por dívida e situação precária de higiene.

Na época, a empresa disse desconhecer esse tipo de exploração. Pelo TAC, assinado com o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Zara deveria ter detectado e corrigido novas violações, por meio de auditoria interna, melhorando as condições gerais de trabalho na empresa.

O relatório mostra que mais de 7 mil trabalhadores foram prejudicados pelas irregularidades em fornecedoras da Zara. Entre eles, 46 empregados estavam sem registro em carteira, 23 empresas estavam em débito de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e 22 tinham jornadas excessivas, irregulares ou fraudadas.

Em relação aos acidentes de trabalho, verificou-se um aumento de 73, em 2012, para 84 casos, no ano passado. A auditoria foi solicitada a partir da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de São Paulo que investigou trabalho escravo. As fiscalizações ocorreram entre agosto de 2015 a abril deste ano.

Para o Ministério do Trabalho e Emprego, a empresa não só continuou a cometer infrações à lei trabalhista como utilizou as informações da auditoria para excluir imigrantes da produção. 

“Utilizou-se das ferramentas de fiscalização de natureza privada para identificar fornecedores com risco potencial de exploração de trabalho análogo à de escravo, excluindo-os unilateralmente de sua cadeia produtiva, em vez de identificar situações reais de lesão aos direitos humanos, corrigi-las e comunicar às autoridades, de acordo com o que determinava o TAC”, diz relatório da superintendência regional. Por conta da fiscalização, a empresa transferiu parte de sua produção para outros estados, como Santa Catarina.

Pelos cálculos do ministério, a empresa deve pagar R$ 25 milhões pelo descumprimento do acordo e R$ 850 mil pela atitude discriminatória. “Trabalhadores migrantes, notadamente de origem boliviana, foram excluídos de sua cadeia produtiva, razão pela qual a empresa foi autuada por restringir o acesso ao trabalho por motivos de origem e etnia do trabalhador”, explica o relatório do órgão. A estimativa do MTE é que 157 imigrantes que trabalhavam em 35 oficinas foram desligados. O relatório aponta ainda que cerca de 3,2 mil postos foram fechados em São Paulo por causa do deslocamento da produção da empresa para outros estados.

O ministério destacou ainda que a Zara foi omissa quando da contratação de uma oficina, onde se constatou trabalho escravo em novembro do ano passado. Foram flagrados 37 trabalhadores em situação degradante, que costuravam para as Lojas Renner. “A fiscalização constatou que, no período de 14 de agosto de 2013 a 23 de setembro de 2013, esse grupo de oficinas também havia produzido 8.450 peças de roupas da Zara”, diz o documento. A grife espanhola, no entanto, apesar do acordo firmado com o MPT, não informou aos órgãos competentes as irregularidades deste fornecedor. A Zara não foi responsabilizada por causa da ausência do flagrante.

Em resposta à organização não governamental Repórter Brasil, que publicou reportagem sobre o caso, a Inditex informou que está contestando legalmente os autos de infração, pois considera que acusações infundadas e que não contêm fato específico que viole o TAC.

Em relação à prática discriminatória, a multinacional diz que não intervem no recrutamento dos empregados de companhias com as quais mantém relacionamento comercial. Acrescenta que a Zara é apenas um entre os vários clientes desses fornecedores e que a empresa representa menos de 15% da produção desses fabricantes.

Sobre o fornecedor que foi flagrado posteriormente empregando mão de obra escrava, a Inditex diz que ele foi submetido a auditoria interna e não foram constatadas situações de trabalho comparáveis a de escravidão. Para a empresa, contestar esse fato é colocar em dúvida companhias especializadas em autoria privada de “reconhecido prestígio internacional”.
 
As demais violações, como trabalho infantil e funcionários sem registro em carteira, são contestadas. Sobre jornadas excessivas e débitos de FGTS, alega que medidas corretivas foram adotadas

Ajuste fiscal: brasileiro terá que pagar R$ 47 bi a mais em tributos


O ajuste fiscal proposto pelo governo federal deve elevar a carga tributária brasileira em 0,8 ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. Isso significa que, se tudo o que foi anunciado for colocado em prática, os brasileiros pagarão 47,5 bilhões de reais a mais em impostos e contribuições. E a projeção é que o adicional de tributos exigidos para melhorar as contas públicas, por baixo, chegue a 100 bilhões de reais de acréscimo até o final do atual governo.

Segundo os cálculos do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), todas as medidas anunciadas pela equipe econômica representam um adicional de 39,8 bilhões de reais à carga tributária. Outros 7,7 bilhões de reais virão de Estados e municípios, que também reajustaram os impostos que lhes cabem, como IPTU e IPVA. Confirmada a tendência, a alta de impostos em 2015 seria o dobro da registrada em 2014 e a carga tributária fecharia o ano em 36,22%. “O governo não precisa negociar tributos e, assim, é mais fácil empurrar a conta”, diz Gilberto Luiz do Amaral, coordenador de estudos do IBPT.

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O economista Mansueto Almeida também estima uma alta de 0,8 ponto porcentual, mas incluiu também na contabilidade outros 7,5 bilhões de reais correspondendo ao fim dos subsídios ao setor elétrico. Na sua avaliação, a medida tem efeito tributário: de um lado, alivia o Tesouro Nacional e, de outro, eleva a conta de luz – e os impostos que recaem sobre ela. Por causa dos reajustes, energia se transformou neste início de ano em um dos itens que mais pesam no orçamento das famílias e na alta de custos das empresas.

Dito isso, se todas as medidas anunciadas forem implementadas, o custo para a sociedade neste ano será de cerca de 55 bilhões de reais. Se todo esse dinheiro fosse usado para o superávit primário (a economia para pagamento dos juros da dívida pública), cobriria mais de 80% do total da meta que o ministro da Fazenda Joaquim Levy estabeleceu.

Mansueto Almeida contemporiza que o tamanho da contribuição tributária, ao final deste ano, vai depender do fôlego da economia e da confiança dos consumidores. Com a crise, as pessoas estão apertando o cinto, comprando menos e fazendo a arrecadação cair muito abaixo do esperado. Mas ele prevê que, ainda assim, a alta de impostos esteja apenas no começo.

“Ao longo de todo o mandato de quatro anos, o ajuste vai exigir uns 200 bilhões de reais, e não há a menor dúvida que no mínimo metade disso, uns 100 bilhões de reais, terão de vir de aumentos de carga tributária”, diz Almeida. No fim, diz, a história apenas se repete. Série histórica elaborada pelo economista mostra que, após a Constituição de 1988, nenhum governo deixou de herança um gasto público menor. “Quando todos os presidentes saíram do Planalto, o gasto era maior, e o ajuste foi feito com aumento de impostos”, conclui o economista.


Fonte: Veja

terça-feira, 12 de maio de 2015

O empreendedor que passou de carregar tijolos a construir prédios para a classe A


Antonio Setin passava os finais de semana da sua adolescência construindo casas populares com as próprias mãos. Hoje, é dono de uma empresa milionária

Setin no apartamento de 18 m2: ele aposta nos compactos    (Foto: Helena Peixoto)
Selo - Movimento Empreenda 2014 (Foto: Editora Globo)
Matéria publicada originalmente na edição de fevereiro de Época NEGÓCIOS

Você é maluco? Vai investir em um mercado em que está todo mundo quebrando?” Não era exatamente isso que Antonio Setin queria ouvir de um amigo engenheiro, quando lhe contou sobre seus planos de montar um negócio na área de construção. O problema é que a desanimada reação do colega fazia todo o sentido. E Setin sabia disso. Era final da década de 70 e, naquela época, ele trabalhava numa marcenaria, que entregava produtos para grandes construtoras. Alguns de seus maiores clientes estavam falindo. “Mas a vontade de ter a empresa era tanta que eu simplesmente ignorei a reação do meu amigo”, conta Setin. 

Foi uma aposta arriscadíssima. Mas deu certo. Um ano depois, o mercado de construção virou. “Em 1980, quando minhas primeiras casas estavam ficando prontas, eu tinha cliente correndo atrás de mim”, afirma Setin. Em março, sua empresa completa 36 anos. A lição que ele aprendeu naquele momento decisivo e que carrega desde então é que, às vezes, momentos mais difíceis são ideais para começar um negócio. “Porque começar no momento fácil todo mundo começa. Eu prefiro começar no momento árduo porque você vai se beneficiar depois de uma retomada.”

Antonio Setin nasceu em uma família de trabalhadores rurais do Paraná que veio para São Paulo na década de 60. Para ajudar na renda da casa, começou a trabalhar ainda criança em pequenas fábricas. 
Quando tinha 13 anos foi “recrutado” pelos irmãos mais velhos para ajudar na marcenaria que eles acabavam de abrir no fundo do quintal da casa. A função de Antonio era basicamente varrer e carregar madeira. De vez em quando, atendia alguns clientes e entregava peças.

Aos poucos, a marcenaria cresceu e os Setin conseguiram se mudar para uma loja no Bom Retiro. Com o dinheiro que sobrava no caixa, os irmãos compravam terrenos e construíam casas populares na periferia da Zona Norte de São Paulo “para multiplicar as moedas”. O lucro não ficava para eles – era dividido com os pais para ajudar a criar os outros cinco irmãos. Antonio fala com orgulho destes tempos. Lembra saudoso do trabalho árduo mas recompensador, do hábito de acordar bem cedo, que carrega até hoje (ele chega antes das 7h no escritório da Setin) e da felicidade de ter participado da evolução daquele modesto comércio criado pela família.  
 

O começo e os planos
 

Aos 18 anos, Antonio Setin resolveu cursar faculdade de arquitetura. O conhecimento do curso o ajudava a lidar com os clientes na hora de planejar os móveis, ao mesmo tempo em que alimentava seu sonho de ter uma empresa de construção. “Eu achava legal ver um terreno e pouco tempo depois avistar lá em cima uma casa, outra casa, mais casas... E a marcenaria podia subsidiar esse sonho”, diz. Foi o que ele fez. Abriu um escritório na Casa Verde, onde atendia à demanda da marcenaria, ao mesmo tempo em que fazia as vezes de arquiteto, engenheiro e mestre de obras para erguer suas primeiras casas.

Por cerca de cinco anos, a empresa viveu de construir casas para a classe média. O financiamento na época era complicado, então Setin costumava aceitar um sinal dos clientes e depois os ajudava a negociar com o banco. Mas havia momentos em que ele ficava com dezenas de casas prontas e vendidas, mas não podia entregá-las porque as pessoas não conseguiam crédito. “Chegou uma hora em que as casinhas estavam paradas, sendo pichadas, os clientes desesperados, os bancos não liberavam o financiamento”, diz Setin. “Aí eu falei, quer saber? Vou trabalhar para rico.”
 
Como a marcenaria não tinha chuveiro, Setin precisava levar uma roupa extra na mochila para não chegar cheio de pó na escola

Na mesma época em que colocou à venda o seu primeiro prédio, no bairro de Moema, o governo anunciou o plano Cruzado. Setin sentiu de novo que tinha feito a aposta certa, vendendo sem dificuldade os apartamentos. Com o dinheiro, comprou outros dois terrenos no bairro para continuar construindo. Até que veio o choque de realidade. O plano fracassou, a inflação voltou e tudo que ele havia ganho parecia perdido. Pela primeira (mas não última) vez, ele achou que ia quebrar.

A economia ainda lhe daria muitos sustos nos anos seguintes. Durante a hiperinflação, ele chegou a criar uma moeda interna para não perder dinheiro com as vendas. Com ela, era possível reajustar diariamente o preço dos imóveis, para evitar que os compradores chegassem no dia 30 de cada mês comprando pelo preço do dia 1º – em um curto período de tempo, os preços chegavam a variar 70%.

Em março de 1990, veio o plano Collor. Setin perdeu o sono pela primeira vez na vida. Sua esposa estava no último mês de gravidez e o dinheiro na conta não seria suficiente para pagar o parto. Talvez nem mesmo o supermercado. Na empresa, não fazia ideia de como resolveria a folha de pagamentos. 

Passado o susto inicial, ele não só conseguiu resolver a situação – do parto e da empresa – como ainda saiu da crise com a ideia de um novo negócio. A proposta era diversificar os investimentos para contar com um plano B em momentos difíceis.

O empresário era dono de um terreno na Vila Mariana e não sabia exatamente o que fazer com ele. 

Até que veio o estalo: por que não construir um hotel? O estudo de viabilidade mostrou que a ideia era factível. Negociou com a rede Accor a operação do empreendimento e fez um Novotel (depois transformado em Pullman, que hospedou a seleção brasileira durante a Copa). Logo em seguida, ele traria, em parceria com a empresa francesa, as bandeiras econômicas Ibis e Formule 1 para o país. 

Atualmente, são quatro hotéis sob sua administração – e Setin diz que dará cada vez mais atenção para esse mercado. “O Brasil é um país em que a gente dorme de um jeito e acorda de outro. Não dá pra deixar muitos ovos numa cesta.”

Maquete do prédio lançado no ano passado no centro de São Paulo com o menor apartamento do Brasil, de 18 m2 (Foto: Helena Peixoto)
 

Os obstáculos
 

A partir de 2006, várias empresas do setor imobiliário começaram a se aventurar em um ambiente desconhecido até então: a bolsa. Houve um boom de IPOs e cada uma delas captava milhões com a abertura de capital. O empresário percebeu que o movimento do mercado não deixaria espaço para as pequenas. “Eu pensei, esses caras com dinheiro vão comprar terrenos mais baratos que eu, vão dominar o mercado e eu vou quebrar.”

Não bastassem os maus presságios nos negócios, Antonio Setin viveu um drama familiar: perdeu seu irmão Valdemar em um acidente de carro. Os dois trabalhavam juntos desde o início da marcenaria e ele era uma de suas grandes referências na vida e nos negócios. A morte de Valdemar desencadeou uma disputa judicial na família. Sua ex-mulher reclamava direitos na Setin e o clã não estava disposto a ceder. A pendenga causou dissabores particulares e atrapalhou os negócios. Em litígio, a empresa não poderia abrir o capital – uma das ideias de Setin.

O jeito foi buscar outra alternativa para não sucumbir aos rivais. Setin contratou um banco de investimento para ajudá-lo nas negociações e fechou uma operação de fusão com a Klabin Segall, que já tinha feito IPO e precisava de fôlego para crescer. Setin se tornou sócio da empresa ao lado dos irmãos Sérgio e Oscar Segall. As duas foram integradas – exceção feita a alguns projetos e à parte de hotéis da Setin, mantidos em um pequeno escritório separado. A vida parecia finalmente ter entrado no eixo. Até que veio a crise de 2008.

“A empresa estava alavancada e com a dívida mal estruturada. Tivemos de chamar os acionistas num momento em que estava todo mundo quebrando. No banco, você não conseguia nem marcar reunião”, lembra Setin. Mais uma vez, os dilemas com a empresa aconteciam em um momento complicado da vida pessoal.
 
 
Polêmica
 
 
A Setin é dona do terreno do Parque Augusta, em São Paulo, que os vizinhos queriam que fosse desapropriado pela prefeitura

Uma de suas filhas foi sequestrada e ficou 29 dias no cativeiro. A outra estava a dias de ir para a maternidade. Nem por isso ele deixava de aparecer no escritório. “Eu ia ficar em casa chorando? 

Meus sócios não acreditavam. Talvez porque eu tenha passado por tantas experiências difíceis acabei me tornando um cara mais cascudo”, diz. Segundo ele, essa “casca” e sua paixão pelo trabalho o mantiveram empreendendo depois de tantos altos e baixos.

Para a Klabin Segall, a solução para a crise foi a venda. Setin, porém, não conseguiu ficar parado. 

Voltou para o pequeno escritório onde funcionavam os negócios que restaram da Setin, readquiriu o direito de competir no mercado e recomeçou a empresa. Só que desta vez ela seria apenas uma incorporadora. A parte de construção passou a ser terceirizada, e a equipe exclusiva de vendas só começou a ser montada novamente no ano passado, por conta da crise no mercado. Em 2014, os empreendimentos lançados pela Setin somavam um potencial de vendas de R$ 500 milhões, metade do resultado atingido em 2013. Para este ano, a expectativa é chegar a pelo menos R$ 700 milhões.
 

O olho do dono
 

Depois dessa experiência, Setin hoje está certo de que nesse mercado é importante que as empresas sejam “de dono”. Apesar de confiar em sua equipe, ele diz ter um pouco de receio de deixar o que construiu na mão de um executivo. O dilema que a empresa agora deve enfrentar é
a sucessão. Setin diz não ter pressa para se aposentar. “Eu não posso morrer agora, tenho de dar um tempo”, brinca o empresário. De seus seis filhos, a única que trabalha na empresa não tem vontade de ocupar a cadeira do pai.

Enquanto a cadeira ainda é sua, ele planeja novos investimentos em hotéis e continua fazendo prédios, a maior parte deles na Grande São Paulo. Um dos segmentos em que a empresa tem apostado é o de apartamentos compactos, especialmente na região central da capital paulista. Ali, começará em breve a construção de um edifício com apartamentos de 18 m² a 40 m². O menor deles custa R$ 270 mil.

“Eu não posso morrer agora, tenho de dar um tempo”, brinca Setin, quando o assunto é sucessão

E a marcenaria? “Vendemos”, responde Setin, com um ar melancólico. Segundo ele, houve um momento em que as construções passaram a dar mais dinheiro que os móveis. Mesmo assim, até o início dos anos 2000 ela ainda tinha muita demanda, por conta dos hotéis. Quando a procura caiu, achou que a melhor decisão era passar o negócio para a frente. Nas mãos do novo dono, porém, não resistiu às crises e acabou fechando. Talvez Setin esteja mesmo certo de não querer se aposentar tão cedo.

Milionário esconde R$ 6 milhões na natureza e publica livro com mapa do tesouro


Além da brincadeira, o dinheiro arrecadado com a venda do livro será destinado ao tratamento de pacientes com câncer

Milionário esconde baú com tesouro avaliado em R$ 6 milhões (Foto: Reprodução/Youtube)

Lembra daquelas brincadeiras de criança em que alguém escondia algo e desenhava um mapa para encontrar o "tesouro"? Às vezes era um chocolate, outras um brinquedo interessante e no máximo um trocado que seus pais te davam.

Um milionário resolveu levar a brincadeira para outro patamar. Ele escondeu US$ 2 milhões (aproximadamente R$ 6 milhões) em um baú no meio das Montanhas Rochosas, no Novo México, e publicou um livro com diversas pistas sobre o local onde está o tesouro - que é composto por ouro, diamantes, rubis e safiras.
 
O autor dessa caça ao tesouro é Forrest Fenn. Em 1988, ele foi diagnosticado com câncer terminal e resolveu encher um baú com algumas coisas valiosas que possuía. O milionário conseguiu se curar, mas em 2010 achou que seria divertido seguir em frente com a brincadeira.

O resultado disso tudo? O caça ao tesouro já levou mais de 30 mil visitantes aos Estados Unidos. E o dinheiro arrecadado com a venda do livro, que custa US$ 124,95 na Amazon, será doado a diversas instituições que oferecem tratamento para a doença.

Video:
 
https://www.youtube.com/watch?v=aJBakBqwQVs
 


Mudanças climáticas já afetam metade dos negócios na América Latina


Chuvas intensas seguidas de longos períodos de seca impactaram a oferta de insumos e atrapalharam a distribuição das mercadorias

Mudança climática Meio ambiente Inundação (Foto: Getty Images)


Quase metade das empresas da América Latina sofreu algum tipo de prejuízo nos últimos cinco anos em função de eventos naturais extremos causados pelas mudanças climáticas. Essa é uma das conclusões de um levantamento inédito realizado pela consultoria PwC em parceria com os conselhos empresariais  para desenvolvimento sustentável da América Latina. Foram ouvidos 205 executivos de algumas das maiores empresas em operação em 18 países da região, incluindo Brasil, Argentina, Chile, México e Panamá. No Brasil, o estudo foi realizado com apoio do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). 

Segundo a pesquisa, 45% das empresas já sofreram com impactos climáticos, que afetaram diretamente suas operações ou causaram transtornos em algum ponto da cadeia de suprimentos. As chuvas intensas e concentradas e os longos períodos de estiagem foram apontados como os eventos mais preocupantes - entre outras coisas porque afetam os preços das commodities, aumentando os custos gerais de produção.  Quase 60% dos entrevistados que alegaram ter tido problemas com as mudanças climáticas relataram transtornos em função da mudança nos regimes de chuva.
 
Há também as empresas (40% no total) que passaram por dificuldades logísticas provocadas por alagamentos e a consequente interrupção de estradas. Outros 27% apontaram prejuízos diretos ao negócio em função de tempestades, com danos às fábricas.

“As empresas ainda estão muito despreparadas para lidar com eventos naturais extremos”, diz Raquel Souza, coordenadora de assuntos para energia e mudanças climáticas do CEBDS. “No geral, os gestores só passam a ter clareza do que chuvas e ventos intensos ou mudanças bruscas de temperatura podem significar às suas atividades somente depois de passarem por algum problema.”

Segundo o estudo, embora 73% dos líderes entrevistados concordem que a mudança climática é uma questão cada vez mais importante para o negócio, apenas 24% deles incluem os riscos ligados às mudanças climáticas em seu planejamento estratégico.
 

Na sala de aula


Nesta terça-feira (11/05), o CEBDS realiza pela primeira vez no Brasil um curso para ensinar gestores a lidar melhor com os impactos das mudanças climáticas. O evento acontecerá em São Paulo, no hotel WZ, nos Jardins. Com 30 profissionais cadastrados, as inscrições para esta edição já estão esgotadas, mas a instituição deve realizar novos programas, em breve. “Para começar, é preciso que os líderes sejam capazes de identificar o tipo de problema que as transformações do planeta podem causar em suas atividades”, diz Raquel. “A partir disso, cada unidade poderá desenvolver planos para diminuir eventuais transtornos.”


Embraer produzirá o Phenom nos EUA





Mark Elias/Bloomberg
Trabalhador na linha de produção do jato executivo Phenom 100 da Embraer em uma fábrica da companhia na Flórida
Fábrica da Embraer: em 2014, a Embraer entregou 73 jatos leves Phenom 300; segundo a empresa, foi o jato executivo com o maior número de entregas no mundo
Luciana Collet, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A Embraer vai transferir a produção do avião executivo Phenom para sua unidade nos Estados Unidos a partir de 2016. A informação foi divulgada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos ontem e teria sido confirmada pela própria empresa na última sexta-feira, durante reunião entre a companhia e o sindicato. Procurada, a Embraer preferiu não comentar o assunto.

O sindicato informou que a alegação da fabricante é que a transferência faz parte de uma estratégia de mercado e do projeto de ampliação do espaço físico da matriz, em São José dos Campos (SP).
Mas a entidade considera que a medida faz parte do processo de desnacionalização dos aviões da Embraer e trará consequências diretas aos trabalhadores, como fechamento de postos de trabalho e interferência no plano de carreira dos funcionários que hoje atuam na produção do modelo.

"O Sindicato vai dar início a uma campanha, junto com os trabalhadores, para manter a produção do Phenom no Brasil. Vamos fazer assembleias na fábrica e lutar em defesa do emprego", afirmou o vice-presidente da entidade, Herbert Claros, em nota. "É um absurdo a Embraer continuar com essa política de desnacionalização, que tanto prejudica o País quanto os trabalhadores."
De acordo com o sindicato, o setor que produz o modelo emprega cerca de 1,5 mil trabalhadores, direta e indiretamente.

O sindicato avalia que a desnacionalização dos aviões também trará impactos para as empresas da cadeia produtiva do setor aeronáutico e lembra que a C&D - que realizava em Jacareí (SP) a fabricação dos interiores das aeronaves Phenom 100, Phenom 300 e dos E-Jets 170 e 190 -, já transferiu sua produção para uma joint venture entre Embraer e a C&D Zodiac, no México.

Entregas


No ano passado, a Embraer entregou 73 jatos leves Phenom 300. Segundo a empresa, foi o jato executivo com o maior número de entregas no mundo. Além disso, a fabricante brasileira entregou outros 19 Phenom 100, jato considerado de porte básico. Parte dessas aeronaves já é produzida na unidade da companhia em Melbourne (Flórida), nos EUA.

O jato Phenom 100 transporta de seis a oito pessoas, enquanto o Phenom 300 transporta até nove pessoas e tem fuselagem e envergadura maiores e maior alcance do que o Phenom 100.

De acordo com dados da Embraer, no final de 2014, a frota de jatos Phenom 100 consistia em mais de 300 aeronaves distribuídas em 27 países e a frota do Phenom 300 contava com mais de 250 jatos distribuídos em 23 países.