segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Baixo valor de prestação não pode excluir empresa do Refis, diz TRF-4




O contribuinte beneficiado com o Programa de Recuperação Fiscal (Refis), criado pela Lei 9.964/2000, não pode ser excluído só porque as prestações pagas mensalmente à Fazenda Pública se revelam insuficientes para amortizar o débito consolidado. Afinal, esta situação não está contemplada na lei de regência como causa de exclusão do benefício fiscal. Com esse argumento, a 2ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª. Região aceitou recurso de uma empresa de Porto Alegre, que teve seu pedido de permanência negado em primeira instância.

O relator da Apelação, desembargador Rômulo Pizzolatti, apontou que o pagamento das prestações em valor insuficiente à amortização do débito não configura caso de rescisão por inadimplência. Esta orientação foi adotada no julgamento da Apelação/Reexame Necessário 5058068.55.2014.404.7100/RS e vale especificamente para parcelamento do Refis de 2000, que é o caso do processo.

Segundo Pizzolatti, a Lei 9.964/2000 estabelece que as parcelas serão calculadas em percentual sobre o faturamento da pessoa jurídica, mas não fixa prazo para pagamento do débito consolidado. Por esta razão, entende como descabida a afirmação constante no item 24 do Parecer PGN/CDA 1.206-2013, da Fazenda Nacional, que embasou a improcedência do pedido no primeiro grau.

O dispositivo diz o seguinte: “Os parcelamentos realizados pelo contribuinte devem servir para amortizar o saldo do débito, pois é da essência do parcelamento que o débito seja extinto por meio dos pagamentos realizados no decorrer do prazo definido na lei para duração do parcelamento”.

Para o relator, foi justamente essa duplicidade de critérios que levou à bancarrota o Banco Nacional da Habitação e o Sistema Financeiro da Habitação. Nos contratos de financiamento habitacional, apontou, o saldo devedor era corrigido por índices superiores aos das cadernetas de poupança, enquanto as prestações eram corrigidas pela equivalência salarial da categoria profissional.

“A União, ao instituir o parcelamento da Lei 9.964, de 2000, já estava ciente, pela malograda experiência do SFH, baseado na utopia da ‘equivalência salarial’, de que prestações calculadas em percentual sobre o faturamento (critério simétrico ao da equivalência ‘salarial’, pois, em termos figurados, o ‘faturamento’ do empresário corresponde ao ‘salário’ dos mutuários do extinto SFH) dificilmente poderiam garantir a amortização do débito, e mais dificilmente ainda a sua liquidação em tempo razoável, ao contrário do que fantasia o Fisco no parecer”, anotou no acórdão.

Para terminar, Pizzolatti lembrou que a lei, em citação já no artigo 1º, não foi promulgada com o objetivo garantir a satisfação ou liquidação dos créditos da União, mas apenas a regularização destes créditos.
 

De acordo com a lei


A empresa autora aderiu ao parcelamento do Refis em 2000 e, desde então, vem pagando as prestações devidas de forma regular, nos termos da lei. O valor de cada parcela das prestações mensais foi determinado em função do percentual da receita bruta do mês imediatamente anterior, como dispõe o artigo 2º, parágrafo 4º, incisos I e II, da Lei 9.964/00, que instituiu o programa.

Uma notificação da Receita Federal informou que, a partir de outubro de 2013, a parcela mínima a ser paga pela autora seria de R$ 18.486,49. No ofício, o Fisco federal alegou que as prestações calculadas em percentual sobre seu faturamento não eram suficientes para amortizar a dívida, o que caracterizaria inadimplência. Assim, para não ser excluída do parcelamento, a autora não poderia deixar de pagar as parcelas com este novo valor.

Toda a fundamentação dos ofícios enviados pela Receita atende o disposto no Parecer PGFN/CDA 1.206, de 2013, aprovado pela Procuradora-Geral da Fazenda Nacional. “Os pagamentos ínfimos que são insuficientes para amortizar o saldo dos débitos no âmbito do Refis não podem ser considerados válidos perante o ordenamento jurídico, considerando o princípio da isonomia tributária e da finalidade do parcelamento”, diz o documento. E conclui: “O Fisco não é obrigado a manter o favor fiscal concedido, quando alteradas as condições em que este foi deferido, pois é imperioso o direito de obter uma parcela que viabilize a quitação do parcelamento”.

Em primeira instância, o juiz Leandro da Silva Jacinto, 13ª Vara Federal de Porto Alegre, entendeu ser legítimo o aumento da parcela mínima para um patamar capaz de quitar a dívida em 50 anos. É que, segundo ele, a manutenção de pagamentos irrisórios implica violação ao princípio da isonomia e não atende a sua finalidade.

“Cabe ressaltar que os pagamentos mensais não são suficientes para cobrir a atualização monetária do débito (variação mensal da TJLP), de modo que o valor devido somente aumentará com o tempo; ou seja, não haverá uma efetiva quitação, o que contraria a finalidade dos programas de parcelamento”, escreveu na sentença, agora reformada.

Clique aqui para ler o Parecer da PGFN.
Clique aqui para ler a sentença.
Clique aqui para ler o acórdão.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Cade aprova compra de empresa por Raia Drogasil



Ismar Ingber
Raia Drogasil
Raia Drogasil: aval do Cade consta em despacho publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial da União
 
Da REUTERS


São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição pela Raia Drogasil do controle acionário da 4 Bio Medicamentos Especiais, que atua na venda de medicamentos de alta tecnologia que requerem armazenagem e transporte diferenciados.

O aval do Cade consta em despacho publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial da União.
Segundo documento do órgão de defesa concorrencial, a Raia Drogasil espera, com a operação, se posicionar no mercado varejista de medicamentos especiais, que, conforme a empresa, apresenta maior crescimento no Brasil e no mundo.
"A Raia Drogasil acredita que sua escala e presença nacional, aliadas à estrutura e ao 'know how' da 4 Bio, permitirá atuação mais eficiente no mercado brasileiro de medicamentos especiais, oferecendo uma prestação de serviços diferenciada e integrada para laboratórios farmacêuticos, planos de saúde, médicos e pacientes", afirma o documento, sem informar detalhes financeiros e a quantidade de ações adquirida pela Raia Drogasil.

Os medicamentos especiais têm aplicação em áreas como reprodução humana, endocrinologia, oncologia, pediatria, neurologia, oftalmologia e urologia. A 4 Bio é uma das líderes no mercado brasileiro em alguns segmentos como infertilidade e contraceptivos de alto custo.

A companhia distribui medicamentos a partir de três unidades localizadas em São Paulo (SP), Campinas (SP) e Palmas (TO).

O Cade avaliou que, como a Raia Drogasil atua apenas marginalmente no mercado de medicamentos especiais e a 4 Bio atua marginalmente no mercado de medicamentos em geral, a operação não suscita preocupações concorrenciais.

Fusões e aquisições no Brasil caem 24% em julho, diz PwC



Thinkstock
tecnologia da informação
TI: setor liderou as transações fechadas no país, com 16%

São Paulo - Em julho, 54 fusões e aquisições foram fechadas no Brasil, número 23,94% menor do que o observado no mesmo período de 2014, de 71 transações. O dado é de um relatório da consultoria PwC, divulgado mensalmente.

No acumulado ano, foram 460 negócios realizados, uma queda de apenas 1% em ante igual período de 2014.

De janeiro a julho, os aportes de fundos nacionais foram maiores do que os de fora. Segundo o estudo, 51% dos negócios feitos nos sete primeiros meses do ano envolveram capital de investidores brasileiros, contra 49% de outros locais.
Entretanto, o interesse estrangeiro continua forte no país, de acordo com a PwC. Estados Unidos, Reino Unido e Alemanha lideram a lista de países que apostaram no Brasil em 2015.

Das operações fechadas, 16% envolveram empresas do setor de TI, 10% do setor financeiro e 10% do setor de varejo.

Conforme aponta o relatório, a opção de compra de participações minoritárias tem crescido no Brasil. 

Só neste ano, foram 229 negócios desse tipo, metade de todo o mercado local de fusões e aquisições.

O documento da PwC leva em conta apenas transações divulgadas pela imprensa e não inclui acordos.

Murdoch compra National Geographic Magazine por US$ 725 mi


Getty Images
Rupert Murdoch
Rupert Murdoch: a partir de agora, o grupo Fox controlará 73% da revista, livros, mapas e outros meios da National Geographic
 
Da EFE

Washington - A companhia 21st Century Fox, parte do conglomerado do magnata australiano Rupert Murdoch, adquiriu a revista National Geographic Magazine por US$ 725 milhões.
Com a aquisição, a National Geographic Society, com sede em Washington e uma história de quase 130 anos, receberá uma grande injeção de fundos em troca de ceder o controle de sua publicação mais importante.

A partir de agora, o grupo Fox controlará 73% da revista, livros, mapas e outros meios da National Geographic. Também administrará canais de televisão e conteúdos digitais da National Geographic, que estava sofrendo financeiramente pela necessidade de investimentos para se adaptar à era do jornalismo digital e à internet.
A versão em papel da revista da National Geographic tinha uma distribuição de 12 milhões de exemplares só nos Estados Unidos nos anos 80. Atualmente, são 3,5 milhões de assinantes americanos e outros 3 milhões fora do país.

Em uma reunião interna para explicar a operação, o diretor-executivo da instituição, Gary Knell, disse que continuar funcionando como um meio de comunicação obrigava a companhia a duros esforços financeiros e apresentava "um enorme risco existencial" para a sociedade de pesquisa e divulgação científica.

Desde 1997, os canais de televisão a cabo da National Geographic estavam sendo operados em conjunto com a Fox, e os lucros não pararam de crescer, até US$ 400 milhões no ano passado.

A revista da National Geographic, um ícone centenário da divulgação científica e que dependia de uma sociedade sem fins lucrativos, agora é comandada por um conglomerador internacional de comunicação em busca do lucro.

A mudança de orientação já tinha sido criticada por funcionários da National Geographic, que afirmavam que certos conteúdos televisivos com a marca da empresa continham duvidosos fundamentos científicos, centrados no sensacionalismo.

Cade aprova compra pelo Pátria de 40% do fundo P2 Brasil


Divulgação
Promon Engenharia
Promon: com a transação, o fundo passa a ser controlado integralmente pelo Pátria
 
Da REUTERS

São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição pelo Pátria Investimentos de fatia de 40 por cento que a Promon detinha no fundo P2 Brasil.

A operação ocorre por meio do Pátria Finance, que faz parte do Grupo Pátria, segundo documento do Cade. Com a transação, o fundo passa a ser controlado integralmente pelo Pátria.
O P2 Brasil tem em sua carteira investimentos na Hidrovias do Brasil, Grupo CBO, Highline, Nova Opersan, Vogel e Tecnogera. Em março, seus ativos sob gestão de cerca de 10 bilhões de reais.
A aprovação do negócio, anunciado no final de junho, consta em despacho publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União.

Oposição na Câmara lança movimento pró-impeachment

Leia Mais:http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,orcamento-com-deficit-foi-peca-chave-na-decisao--afirma-diretor-da-sep,1759899
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Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados
Em Brasília, deputados da oposição lançam o movimento pró-impeachment da presidente Dilma
Em Brasília, deputados da oposição lançam o movimento pró-impeachment da presidente Dilma
 
Da EFE

Brasília - Líderes da oposição na Câmara dos Deputados lançaram nesta quinta-feira um movimento para pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff e criaram um site para coletar assinaturas em prol da saída da governante.

"A finalidade deste movimento é iniciar um amplo processo de convencimento, no parlamento e na sociedade, sobre a necessidade de que sejam tomadas medidas concretas contra este governo", declarou o deputado Carlos Sampaio, ao anunciar a iniciativa, chamada Movimento Pró-Impeachment, que conta com deputados de PSDB, PPS, SD e DEM.

O ato de lançamento, no Salão Verde da Câmara, contou com distribuição de miniaturas do boneco "pixuleco" a deputados.
Sampaio (PSDB-SP) disse que os participantes do movimento estão convictos de que existem razões políticas e jurídicas para a realização de um eventual julgamento.

De acordo com o político tucano, o movimento já tem o apoio de 280 deputados e atuará em três frentes: conseguir a adesão de colegas, acrescentar o parecer do jurista Miguel Reale Jr ao pedido de impeachment feito pelo também jurista e um dos fundadores do PT, Hélio Bicudo, e pressionar o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para levar esse requerimento a votação em plenário.

5 setores que estão aproveitando a crise para alavancar o mercado

Enquanto uns choram, outros vendem lenços

Redação, www.administradores.com,
 
iStock
Todo mundo está falando em crise e se preocupando com as consequências dela para um futuro próximo. No entanto, alguns setores da economia conseguiram aproveitar o momento para alavancar o mercado. Confira abaixo a seleção de 5 setores da economia que estão indo de "vento em popa", mesmo em meio a instabilidades econômicas: 

 

1 – Entretenimento


Vem aí o Rock In Rio, já tivemos o Lollapalooza e em dezembro teremos a Comic Con Experience (CCXP) - todos eles com média de público de 100 mil pessoas. Uma das maiores empresas que promovem eventos desse porte no Brasil, a multinacional Eventbrite, espera triplicar o faturamento esse ano no Brasil. E o país deve ficar na terceira colocação no ranking das operações da empresa em todo mundo, por conta desses eventos.

Outro exemplo, é o site de entretenimento e conteúdo nerd (e um dos organizadores da CCXP), Omelete, que deve aumentar em 50% faturamento de R$ 14 milhões em 2015. No ano passado, o faturamento já foi o triplo de 2013, justamente por conta da CCXP e também pela ampliação da importação de produtos relacionados ao universo geek, que vendem pela Loja Mundo Geek. Há ainda o canal no You Tube. Há dois anos, a plataforma tinha 500 mil views por mês. Hoje são 10 milhões, com expectativa de encerrar 2015 com 15 milhões de views/mês no Omeleteve.

 

2 – Gestão e distribuição de TI


Especializada em sistemas de gestão e plataformas para e-commerce, a Betalabs também dobrou seu faturamento em 2014, chegando a uma receita de R$ 4 milhões. Luan Gabellini, fundador da empresa junto com Felipe Cataldi, acredita que o negócio da empresa foi até favorecido pela desaceleração da economia. Isso porque as empresas precisam investir em sistemas de gestão para conseguir acompanhar os números bem de perto e cortar custos. E, na mesma situação, há empresários que optam pelo e-commerce para vender, por ser um canal que envolve menos custos se comparado a uma loja tradicional. Para 2015, a projeção de aumento no faturamento é de 70%.

Já o mercado de distribuição não vive seus melhores dias. Em tempos de recessão são os diferenciais que fidelizam clientes, e isso também vale para as distribuidoras. O grande desafio é entender as necessidades de cada cliente, oferecendo soluções que possam melhorar os processos das empresas. Um exemplo é o portfólio de soluções para os clientes de outsourcing da Reis Office, que possui um software para Gestão Eletrônica de Documentos (GED), arquivamento e localização dos arquivos em questão de segundos. Para hospitais e clínicas, por exemplo, disponibiliza sistemas digitais de captura de imagem, tratamento e laudo de exames, arquivamento e localização de prontuários digitais. Contam com uma ferramenta interna que exibe aos vendedores o histórico do cliente, para que ele não compre algo que não precisa, nem deixe encostado em seu estoque. Apesar desse cenário desfavorável, a Reis Office realiza cerca de 50 mil vendas por mês, e espera aumentar a receita consideravelmente até o fim desse ano.

 

3 – Aplicativos e tecnologia pro consumidor final


No mercado desde 1996, até então especializada em serviços para internet, a 01 Digital começou a visualizar uma nova forma de negócio, voltada para o segmento de dispositivos móveis: os aplicativos. Hoje, com 15 pessoas na equipe, a empresa foca seus serviços no desenvolvimento e lançamento de aplicativos, tendo como foco o público infantil. Estão no portfólio: Galinha Pintadinha, Palavra Cantada, Cocoricó, Turma do Seu Lobato, Os Pequerruchos... Uma lista e tanto. Muitos deles sucesso absoluto entre a criançada. De toda a receita da empresa, 95% vêm dos aplicativos. “Ainda temos um legado de serviços de internet”, diz Coelho. Em 2014, a 01 Digital faturou R$ 5 milhões, 80% mais que no ano anterior. Para 2015 a meta é chegar a R$ 10 milhões. O ano está sendo tão bom que a empresa começou sua internacionalização com a abertura de um escritório em Buenos Aires, na Argentina. 

 

4 – Turismo internacional


Com o dólar na casa dos R$ 3,00, as cias aéreas resolveram se movimentar e baixar os preços das passagens para compensar a alta da moeda americana. Isso ajudou muito as empresas que trabalham com turismo internacional aqui no Brasil. É o caso da Azul Travel, imobiliária instalada em Orlando, que aluga casas de férias para brasileiros se divertirem na terra do Mickey. Mesmo depois dessa alta, a imobiliária continuou registrando alto índice de reservas dos imóveis, principalmente agora para as férias de julho.

Uma pesquisa recente da agência de viagens, Viajanet, por exemplo, mostrou que a média de descontos para passagens internacionais está chegando, em média, a 45%.

 

5 – Qualidade de serviços


Para medir a qualidade de serviços do varejo, em especial das franquias, muitas detentoras das marcas estão usando tecnologias a seu favor para padronizar o atendimento e economizar custos excessivos. A OnYou é uma dessas prestadoras de serviço. Eles são especializados em oferecer o serviço de cliente oculto para franquias como as do grupo Ometz Group (das escolas de inglês Wise Up e You Move), a rede de sorvetes Los Paleteros, os cinemas Cinemark e a marca da calçados Arezzo, The Fifties, entre outras, que usam esse serviço para medir a qualidade dos franqueados e a padronização do atendimento.