O cartel reduzirá a produção em 1,2 milhão de barris diários (mbd) até um total de 3,2 mbd, afirmou o ministro do Petróleo do Catar
Viena – Após meses de negociação, representantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep)
atingiram um acordo para cortar a produção nesta quarta-feira, em um
esforço para dar sustentação aos preços e reassegurar a influência do
cartel em meio a um mercado cada vez mais dominado pelos Estados Unidos,
a Rússia e outros países.
Delegados do cartel concordaram em cortar a produção em 1,2
milhão de barris por dia (bdp), para 32,5 milhões de bpd, afirmou o
ministro do petróleo do Irã, Bijan Zanganeh, o que representa 1,0% da
produção global.
A expectativa dos integrantes do grupo, com o anúncio, é
manter os preços entre US$ 55 e US$ 60 por barril, níveis satisfatórios
para ajudar as economias de países fortemente dependentes das receitas
de exportação da commodity e que têm sido fortemente prejudicadas por
dois anos de preços abaixo dos US$ 50.
“Este é um bom dia para o mercado de petróleo, para a
indústria do petróleo. Após o acordo, os mercados estão se
reequilibrando”, afirmou o ministro de energia da Arábia Saudita, Khalid
Al-Falih.
“Nossos amigos da Rússia e outros países não membros da Opep
concordaram em contribuir com cortes significativos a partir de janeiro
do ano que vem”, completou. Entre os que devem contribuir, está a
Rússia, afirmou o representante da Nigéria.
Dentro das regras do acordo, o Irã recebeu permissão para
elevar a produção para 3,9 milhões de BDP como forma de compensação pela
perda de fatia de mercado após anos de sanções nucleares do Ocidente.
Na reunião, Zanganeh afirmou que seu país estaria disposto a restringir a produção no início de 2017.
Os países que lideram os cortes de produção são a Arábia
Saudita, com 486 mil bdp, o Iraque, com 210 mil bpd. Os Emirados Árabes
contribuirão com um corte de 139 mil bpd, enquanto o Kuwait cortarão 131
mil bpd.
Completam a lista Catar (30 mil bpd), Venezuela (95 mil
bpd), Argélia (50 mil bpd), Equador (26 mil bpd), Angola (87 mil bpd) e
Gabão (9 mil bpd). Líbia e Nigéria também ficaram isentos de contribuir
para o acordo.
Os países também concordaram com a utilização de fontes
independentes para determinar a produção de cada um. Kuwait, Venezuela e
Argélia ficaram encarregados de monitorar a aderência dos membros do
cartel ao acordo.
Eles também marcaram um encontro para reavaliar a situação do acordo em seis meses.
Fonte: Dow Jones Newswires.