A segurança é um aspecto negligenciado na vida pessoal, familiar e corporativa. É tempo de se desenvolver uma cultura de prevenção.
“Aprendemos pela amarga experiência que a segurança
somente para alguns é a insegurança para todos.”
(Nelson Mandela)
somente para alguns é a insegurança para todos.”
(Nelson Mandela)
Seja em trânsito, no trabalho, em casa ou em um espaço público, a
segurança é um fator rotineiramente negligenciado. Assim, dirigir dez
quilômetros acima da velocidade permitida em uma via é tido como normal e
até aceitável, afinal, está inclusive dentro da tolerância dos radares
eletrônicos para caracterização de multa. Subir em uma banqueta para
trocar uma lâmpada, sem usar luvas ou óculos de proteção e sem desligar a
alimentação de energia elétrica, é praxe em qualquer residência.
Segundo o Ministério da Previdência Social, por meio de seu Anuário
Estatístico, os acidentes laborais notificados no Brasil ultrapassam a
marca de 710 mil, com mais de três mil óbitos todos os anos. Isso
significa cerca de duas mil ocorrências por dia, ou seja, enquanto você lê este artigo, ao menos três pessoas se acidentaram em algum lugar de nosso país. E os números certamente são ainda maiores, pois muitos eventos simplesmente não são registrados.
O principal fator é o desrespeito com relação ao risco. As pessoas
acham que nada de ruim lhes acontecerá, afinal, o mal está sempre
ocupado com outrem. Por isso, as empresas precisam tanto insistir na
obediência a regras, normas, procedimentos, sinalização e uso de
equipamentos de proteção, combatendo permanentemente a famosa
“gambiarra”. Esta é a retórica constante durante as SIPATs (Semana
Interna de Prevenção de Acidentes no trabalho) organizadas pelas
empresas em cumprimento à legislação.
A atenção deve ser permanente, seja no exercício da atividade
profissional, sobretudo em tarefas operacionais e naturalmente com
caráter repetitivo, seja ao subir e descer escadas, ou transitando com
crianças em centros de compras, onde recorrentemente menores se
acidentam e até perdem a vida em escadas rolantes.
Outro aspecto é a responsabilidade pessoal. No acidente mencionado no
início do texto, o próprio motorista consentiu ter ciência de que
trafegava em horário não permitido, acima do limite de velocidade e
falando ao celular. Lamento por ele e por seus familiares, mas o fato é
que isso não poderia ser tratado como crime culposo, quando não há a
intenção de matar, mas sim doloso, pois ao infringir todas as regras
acima o condutor estava conscientemente praticando delitos. Aliás, foi
esta conjunção de fatores que o impediu de observar que a caçamba estava
levantada.
Precisamos urgentemente colocar a segurança como uma prioridade. Ela
precisa ser inserida na carta de valores das empresas, nas políticas de
treinamento, nas aulas no ensino fundamental. Desenvolver uma cultura de
prevenção não é algo que se alcança de um dia para outro. É um
processo, árduo, lento e trabalhoso que, como tal, precisa de um
primeiro passo. Afinal, na atitude de cada um está a segurança de todos.
* Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de nove livros. E-mail: tomcoelho@tomcoelho.com.br. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.
http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/comportamento-seguro/100236/
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