Desde o início do ano, o fórum de credores mostrou sua intenção de abrir-se aos grandes países emergentes
O Brasil passará a integrar a lista de sócios do seleto Clube de Paris, um fórum que reúne credores públicos, informou nesta segunda feira a instituição.
“O Brasil decidiu converter-se em um membro pleno de direito do Clube
de Paris”, informou à AFP Odile Renaud-Basso, diretora do Tesouro
francês e presidente do Clube de Paris, acrescentando que Brasília
formalizará nesta terça-feira sua candidatura durante uma conferência do
Fórum de paris dedicada à dívida.
“O Brasil tem importantes dívidas nos países em desenvolvimento. Para
nós, é uma evolução muito positiva. É um sinal de adesão às regras
internacionais e um sinal sinal da evolução do peso dospaíses emergentes
na governança mundial”, afirmou.
Desde o início do ano, por ocasião de seu 60º aniversário, este fórum
de credores mostrou sua intenção de abrir-se aos grandes países
emergentes, que estão cada vez mais presentes no mercado da dívida
soberana, uma iniciativa apoiada pelo FMI.
Como a Coreia do Sul, que se uniu ao grupo em junho passado, o Brasil
fazia parte dos países observadores do Clube de Paris, uma condição
indispensável para poder ter acesso ao grupo.
“O objetivo para o Clube de Paris é que o maior número de países
credores participem nos acordos, a fim de tratar da dívida da forma mais
eficaz para os países que assim precisarem”, explicou Renaud-Besso.
O Brasil se converterá no 22º membro do Clube de Paris, do qual foi devedor durante muito tempo.
Como credor, o país participou, no entanto, nas 65 negociações entre os credores e a instituição financeira.
A adesão da Coreia do Sul e do Brasil acontece depois da compra em
massa de obrigações de países emergentes por parte dos grandes
emergentes nos últimos anos.
Os novos membros devem respeitar os critérios do Clube de Paris, entre eles a solidariedade e o intercâmbio de dados.
O fórum, fundado em 1956, é um grupo informal de países
industrializados, entre eles França, Estados Unidos, Alemanha, Japão e
Suíça.
Seu objetivo é permitir “aos credores cobrar suas dívidas atrasadas, e
encontrar uma solução rápida e eficaz para as crises da dívida
soberana, segundo a própria instituição.
Outros três países emergentes gozam do mesmo estatuto e poderão, portanto, integrar o fórum: China, Índia e África do Sul.
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