São Paulo – Toda vez que você pensar que não tem dinheiro para o seu negócio, lembre-se da história deste empreendedor: aos 56 de idade, Wilson Giustino é o dono do Cebrac, uma rede franquias de cursos profissionalizantes que faturou 180 milhões de reais em 2015.
O negócio, que tem 149 unidades, foi iniciado “com pouquíssimo dinheiro,
cheques pré-datados e muita confiança de que daria certo”, lembra o
empreendedor. Isso porque, quando iniciou a rede, Giustino ainda estava
se recuperando financeiramente de um dos momentos mais difíceis de sua
vida. Poucos anos antes, ele perdera tudo num assalto em São Paulo.
Na época com apenas 22 anos, Giustino tinha uma joalheria em São
Paulo, o seu primeiro negócio. Mas a loja foi alvo de bandidos e o
empreendedor perdeu todo o investimento. “Levaram tudo, o ouro que eu
tinha ali e as joias de outras pessoas que estavam para ser consertadas.
Fiquei com um prejuízo equivalente a 1 milhão de reais na época”,
lembra.
Desse valor, ao menos 300 mil reais referiam-se a itens de outras
pessoas – portanto, precisariam ser devolvidos. “Conversei com os
clientes, expliquei a situação e disse que pagaria, mas não sabia
exatamente quando. Levei um ano para conseguir começar a quitar”, conta.
Sem dinheiro, o empreendedor se mudou para Campinas e lá saiu em
busca de um emprego urgente. Encontrou uma vaga como vendedor de uma
escola de informática, uma área totalmente diferente da que ele estava
acostumado. “Fui parar nesse ramo por acaso, por necessidade mesmo. Eu
estava desesperado.”
Apesar de novo para ele, o negócio se mostrou promissor e Giustino
decidiu abrir ele mesmo uma escola de informática. “Meu chefe na época
me ajudou. Comprei tudo com cheque pré-datado”, lembra. A unidade foi
aberta em Poços de Caldas, Minas Gerais.
Alguns anos depois, a escola abriu seu leque de atuação com cursos de
secretariado e contabilidade. “Começaram a aparecer muitos cursos de
informática, então eu precisava mudar”, afirma.
A abertura de novos cursos veio em 1995, foi um sucesso e deu origem
ao que hoje é o Cebrac (Centro Brasileiro de Cursos), uma rede que
oferece aulas nas áreas de administração, saúde, tecnologia, línguas,
dentre outros.
Com 93 unidades ativas e mais 56 já com o contrato assinado, a rede
espera faturar 190 milhões de reais neste ano, contra 180 milhões no ano
passado.
Para Giustino, os jovens empreendedores que desejam ter sucesso
devem, em primeiro lugar, acreditar no negócio que pretendem iniciar.
“Eu sempre pensei positivo. Nunca comecei algo pensando ‘e se der
errado?’. Já acreditava desde o início que daria certo. Acho que essa
confiança é muito importante. Também procuro me afastar de quem pensa
negativo”, afirma.
Outra dica é começar pequeno. “Se a pessoa for esperar ter um monte
de dinheiro, fica meio difícil. Tem muita coisa que se pode começar com
pouco dinheiro”, aconselha.
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