Diretor avalia que investimentos privados serão
importantes
Da Redação
redacao@amanha.com.br
A estabilização
da economia brasileira é um cenário possível a partir da nomeação de uma equipe
econômica com credibilidade para combater os desequilíbrios fiscais. Esta é a
avaliação de Rafael Guedes (foto), diretor geral da Fitch Ratings no Brasil,
convidado a palestrar na quinta-feira (17) durante a cerimônia de premiação do
tradicional ranking GRANDES & LÍDERES – 500 MAIORES DO SUL, desenvolvido
pela Revista AMANHÃ e PwC.
No entanto, Guedes ressalta que ainda há muitos
desafios a serem enfrentados pelo Brasil em 2017.
“Para o retorno do
crescimento será necessário aportar recursos em infraestrutura, atrair
investimento privados e reduzir endividamento do setor público”, argumenta. Na
visão de Guedes, a Operação Lava Jato continuará a produzir incertezas enquanto
o desafio político será interromper a antecipação da agenda eleitoral de 2018.
Olhando
para os próximos dez anos, o diretor da Fitch traçou dois cenários para o
Brasil. O positivo prevê uma média de crescimento de 1,7%, média de superávit
primário de 1,6% do PIB, inflação média anual de 5,8% e taxa de juros nominal
efetiva de 11,1%, em média - todos estes números para o período 2016-2025. Já o
cenário pessimista estima uma década recessiva - economia encolhendo em média
0,4%, déficit primário de -0,1% do PIB, inflação de 6,8% e taxa de juros
nominal efetiva de 13,5%.
Entre os fatores que podem contribuir para o pior
cenário estariam uma possível incapacidade do governo em implementar medidas
para conter o aumento da endividamento público ou mesmo uma severa erosão das
reservas internacionais, que hoje são um trunfo do Brasil. Já uma melhora na
implementação de políticas e progresso nas reformas, que sustentem a confiança,
os investimentos e a perspectiva de crescimento, colaborará para o cenário
positivo.
Porém,
esse caminho poderá ser árduo – e demorado. Nada menos que 10 de 19 países
rebaixados para grau especulativo voltaram a ter grau de investimento após 6
anos, em média. Entre eles estão Croácia, Islândia e Colômbia.
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