Empresas donas de shopping centers estão vendo uma forma de crescer gastando menos: os outlets
São Paulo – Neste momento de crise, o setor de outlets – centros de compra que vendem produtos com desconto – está preparando um salto vigoroso nos próximos anos.
Empresas conhecidas pelos shopping centers tradicionais, como a
General Shopping e a Iguatemi, estão concentrando seus esforços de
expansão no segmento.
Como o consumidor está com o orçamento curto e não existe a previsão
de uma virada rápida da economia, o varejo parece ter entendido que,
para conseguir crescer, terá de oferecer boas barganhas.
Especializada no segmento, a Associação Brasileira de Outlets (About)
espera que o setor praticamente dobre de tamanho até 2019. Só para o
ano que vem, a consultoria prevê a inauguração de mais quatro
empreendimentos.
A projeção é que essas aberturas inflem o faturamento do setor em 40%
no próximo ano, para R$ 4,5 bilhões. Ao fim de 2019, a expectativa é
que o País chegue a 22 outlets, dez a mais do que a quantidade atual.
Embora o mercado de outlets seja bem menos desenvolvido do que o de
shopping centers – que já tem mais de 500 empreendimentos no País,
segundo a Abrasce, entidade que reúne empresas do setor -, as companhias
estão vendo nos centros de desconto uma forma de crescer gastando
menos.
Segundo Sérgio Zukov, diretor de operações da Iguatemi, construir um
outlet novo custa R$ 150 milhões, enquanto o desembolso para um shopping
center pode chegar a R$ 300 milhões.
‘Cartilha’
Atualmente com 17 shopping centers no portfólio, a Iguatemi não tem nenhuma nova inauguração neste setor nos próximos três anos.
Dona de um outlet em Novo Hamburgo (RS), a companhia prevê mais três empreendimentos do gênero para os próximos anos.
O executivo diz que a companhia segue de perto a cartilha clássica
desse tipo de empreendimento, criada nos EUA nos anos 1980: construções a
custos baixos, fora do centro das cidades e em regiões de alta
concentração de renda.
Um dos novos empreendimentos da Iguatemi será inaugurado em Porto
Belo, cidade que fica na região de Florianópolis. A ideia é atender aos
turistas que queiram incluir pelo menos um dia de compras na temporada
de verão.
“Já estamos testando isso em Novo Hamburgo. As operadoras de turismo
já incluem, nos pacotes para visita a Gramado, um dia de compras no
outlet”, conta.
Entre as empresas mais tradicionais de shopping center, no entanto, a General Shopping saiu na frente quando o assunto é outlet.
Ela é dona do primeiro empreendimento do renascimento do setor no
País – o Outlet Premium da Rodovia dos Bandeirantes, em Itupeva (SP).
A companhia tem hoje quatro outlets em operação e prevê dobrar essa
quantidade até o fim de 2018, segundo Alexandre Dias, diretor-presidente
da General Shopping.
O executivo não revela onde as novas unidades serão instaladas, mas
diz que todas seguirão o padrão estabelecido pelo Outlet Premium,
presente também no Rio de Janeiro, em Salvador e em Brasília.
Essa padronização revela uma estratégia diferente do que adotou a
companhia nos shopping centers. A empresa tem shoppings de grande porte
(caso do Internacional Shopping Guarulhos), voltados à classe C,
temáticos (como o Auto Shopping Internacional) e até de bairro. No
terceiro trimestre, a companhia se desfez de dois shoppings do
portfólio.
Com a experiência que adquiriu no ramo, Dias conta que duas decisões
são fundamentais na construção de um outlet: a localização e o mix de
lojas.
“Não adianta construir um empreendimento em uma estrada cercada por
uma região pobre. Se o mix de lojas for inferior, o outlet também não
vai ‘performar’ bem.”
Diferença
R$ 150 mi é o valor médio para a construção de um outlet de grande porte
R$ 300 mi é quanto pode custar um novo shopping center, em média.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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