André Gerdau projeta investimentos na
infraestrutura do país, o que pode aumentar a demanda para a maior empresa do
Sul
Por Marcos Graciani
graciani@amanha.com.br
Responsável
por um terço do faturamento da Gerdau, os Estados Unidos foram o tema principal
da coletiva de imprensa desta quarta-feira (09) sobre o resultado trimestral da
companhia. O diretor-presidente da fabricante de aço, André Gerdau Johannpeter
(foto), se mostrou otimista com os rumos que Donald Trump pretende dar ao país
– especialmente em investimentos no setor de infraestrutura. “A expectativa é
que ele faça um bom governo e gere empregos. Na sua plataforma de campanha,
Trump deu muita ênfase ao fato da necessidade de se investir na infraestrutura,
o que afetará positivamente o setor do aço”, opina Johannpeter.
O líder
da maior companhia da região, de acordo com o ranking 500 MAIORES DO SUL,
publicado por AMANHÃ em parceria com a consultoria PwC, não acredita que Trump
tomará atitudes protecionistas contra empresas estrangeiras sediadas nos
Estados Unidos. “Não vejo isso com preocupação, pois somos um player como
qualquer outro e estamos lá desde 1999. Mais que um governo, o importante é que
as instituições sejam fortes”, declarou Johannpeter. O executivo exemplificou a
situação contando que a Gerdau, juntamente com um pool de empresas do setor,
entrou com um pedido de análise no departamento de comércio norte-americano
para que o órgão investigue o crescimento da importação de vergalhões. A alta
frequente do produto nos últimos dois anos tem prejudicado as produtoras de aço
estabelecidas nos Estados Unidos. “A entidade está analisando se é um caso de
dumping para, então, tomar as medidas cabíveis”, disse. Johannpeter também
acredita que o republicano não fará mudanças em acordos comerciais já
consolidados como o Nafta, bloco econômico formado por México, Canadá e Estados
Unidos em 1992.
Resultados
A Gerdau encerrou o terceiro trimestre com receita líquida de R$ 8,7 bilhões,
uma redução de 27% em relação ao mesmo período do ano anterior. O valor é
decorrente dos menores volumes vendidos em todas as operações de negócio do
grupo. As vendas físicas apresentaram queda de 21% frente ao terceiro trimestre
do ano anterior, totalizando 3,7 milhões de toneladas, enquanto a produção de
aço foi de 3,9 milhões de toneladas, volume 7% inferior ao terceiro trimestre
de 2015. No terceiro trimestre, o lucro líquido consolidado ajustado foi de R$
95 milhões, uma redução de 51% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos
nove primeiros meses do ano, o lucro líquido alcançou R$ 293 milhões (veja os
principais indicadores na tabela ao final desta reportagem).
Segundo o mercado, embora o resultado tenha vindo relativamente fraco, e abaixo das expectativas, já era esperado que o terceiro trimestre ainda fosse um período desafiador para a companhia. “Mantemos nossa visão positiva sobre a empresa, que deve apresentar melhoras operacionais a partir do próximo ano com base em um número maior de obras de infraestrutura e possivelmente retomada dos indicadores de construção civil e varejo, tanto no Brasil como nos outros países em que opera. Vale ressaltar que se for confirmado maior investimento no segmento de infraestrutura nos Estados Unidos, a companhia se beneficiará dessa melhora”, projeta a XP Investimentos em relatório.
Segundo o mercado, embora o resultado tenha vindo relativamente fraco, e abaixo das expectativas, já era esperado que o terceiro trimestre ainda fosse um período desafiador para a companhia. “Mantemos nossa visão positiva sobre a empresa, que deve apresentar melhoras operacionais a partir do próximo ano com base em um número maior de obras de infraestrutura e possivelmente retomada dos indicadores de construção civil e varejo, tanto no Brasil como nos outros países em que opera. Vale ressaltar que se for confirmado maior investimento no segmento de infraestrutura nos Estados Unidos, a companhia se beneficiará dessa melhora”, projeta a XP Investimentos em relatório.
Gerdau
digital
Na área de inovação digital, a Gerdau recentemente fechou uma parceria inédita
com a GE Digital. A empresa está sendo a primeira na indústria de aço mundial a
implantar um sistema de monitoramento e diagnóstico on-line, que utiliza
avançadas ferramentas de análise de dados para antecipar possíveis falhas nos
equipamentos e realizar manutenção preventiva. “A implantação de
iniciativas diferenciadas, como o projeto com a GE Digital, já é resultado da
evolução digital que estamos vivendo. Esse projeto está gerando ganhos
importantes para as nossas usinas no Brasil, como aumento da eficiência
industrial e redução de custos”, afirma Johannpeter. Estão sendo instalados 30
mil sensores em mil equipamentos de 11 plantas no Brasil, que permitem o
monitoramento do desempenho dos equipamentos em tempo real.
Informações
selecionadas
|
3º Tri
16
|
3º Tri
15
|
Var.
(em %)
|
9M 16
|
Var.
(em %)
|
Vendas
(Mil Toneladas)
|
3.668
|
4.669
|
(21)
|
11.759
|
(10)
|
Receita
Líquida (R$ Milhões)
|
8.699
|
11.925
|
(27)
|
29.032
|
(12)
|
Margem
Ebitda (%)
|
13,8
|
10,8
|
11,5
|
||
Lucro
Líquido ajustado (R$ Milhões)
|
95
|
193
|
(51)
|
293
|
(60)
|
http://www.amanha.com.br/posts/view/3083
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