quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Famastil Ferramentas e Prat-K oficializam fusão





Incorporação deve reduzir o custo fixo em torno de 15% 

Da Redação
redacao@amanha.com.br

 Famastil Ferramentas e Prat-K Utilidades, de Gramado (RS), formalizam fusão

A Famastil Ferramentas e a Prat-K Utilidades, de Gramado (RS), formalizaram oficialmente a fusão das duas empresas. Com o acordo, a Famastil incorporou a Prat-K e agora as duas marcas passam a ser uma única empresa: a Famastil Prat-k Móveis e Ferramentas Ltda. A incorporação vinha sendo estudada desde que a Famastil reassumiu 100% do controle acionário da empresa, ao comprar as cotas da Forjas Taurus, de Porto Alegre (RS), que detinha 35% das ações da Famastil. “Depois que adquirimos as cotas da Taurus em junho de 2016, os sócios passaram a ser os mesmos nas duas empresas e não tínhamos mais porque ter tudo duplicado. Como ficaria mais fácil operacionalmente fazer a incorporação no final de um exercício, optamos por fazer em 31 de dezembro”, explica Giuliano Tissot, diretor da Famastil e da Prat-K. 

Segundo ele, o foco principal agora é a redução de custos operacionais com a Famastil Prat-k Móveis e Ferramentas, além da diminuição de burocracia que favorecerá os clientes, uma vez que o faturamento de Famastil e da Prat-k estarão em uma única nota fiscal. “Unificaremos compra de materiais, produção, faturamento e todos os demais processos. A expectativa é reduziremos nosso custo fixo em torno de 15% com a incorporação”, revela Tissot. 

Fundada em 1953, a Famastil Taurus Ferramentas se tornou uma das maiores empresas em ferramentas e jardinagem do Brasil. A empresa surgiu pelas mãos dos ferreiros Eduardo e Luis Tissot, que perceberam uma oportunidade em fabricar ferramentas manuais. Com o passar do tempo, a companhia foi diversificando sua produção e focando no empreendedorismo, expandindo suas atividades no país com o objetivo de qualificar o processo de distribuição de produtos internamente e para o exterior. A Prat-K Utilidades surgiu em 1999, com o objetivo de criar soluções inteligentes em organização e proporcionar bem-estar à vida das pessoas. Líder no segmento de prateleiras na América Latina, a marca oferece um mix de produtos que traz mais design, praticidade e funcionalidade para os ambientes. 


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Uma tacada lá, outra cá





Enquanto mantém investimentos no exterior, a Weg aproveita novas oportunidades de negócio para avançar no Brasil

Por Laura D´Angelo
Enquanto mantém investimentos no exterior, a Weg aproveita novas oportunidades de negócio para avançar no Brasil


Hoje, praticamente 60% da receita da Weg vem do exterior. Uma das estratégias da empresa é aumentar para 30% a produção fora do Brasil. Por essa razão, as aquisições mundo afora tem sido frequentes. No ano passado, a Weg comprou a Bluffton Motor Works, estreando no setor de motores nos Estados Unidos. Também em 2016, a companhia de Jaraguá do Sul anunciou a aquisição do negócio de turbinas eólicas da também norte-americana Northern Power Systems. 

As movimentações no exterior, no entanto, não significam qualquer descuido da fabricante catarinense com as operações nacionais. Mesmo com a recessão brasileira, a Weg tem se mantido atenta para capturar a maior parte das (escassas) oportunidades de negócio que surgem atualmente no mercado interno. Foi assim no segmento de energia. Em meados de dezembro, a Weg anunciou aquisição do controle acionário da multinacional TGM, fabricante de turbinas e transmissões, de Sertãozinho (SP). No mercado desde 1991, a TGM tem também unidades em São José dos Campos, Maceió e Nuremberg, na Alemanha. Gera cerca de 1 mil empregos diretos e no ano passado obteve receita líquida de R$ 238 milhões. A TGM é líder brasileira no fornecimento de soluções e equipamentos para acionamento de geradores de energia elétrica com foco em energia renovável em termelétrica e eólica.  

Apesar de representar apenas 5% da receita, o segmento de tintas e vernizes tem sido outro ponto de interesse da empresa para se firmar como importante player quando a economia voltar a engrenar. A Weg tem apostado na expansão da sua participação no setor de autopeças, no qual figurava, até pouco tempo atrás, como um fornecedor secundário. “Temos conquistado market share. Estamos buscando novos clientes, até porque os antigos estão em dificuldade”, revela Luis Fernando Oliveira, gerente de relações com investidores, para quem a estratégia de maior diversificação feita neste momento melhora o poder de reação diante da esperada recuperação do mercado interno neste ano. 



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ABF Anuncia as Maiores Redes de Franquia do País


Estudo Anual
Estudo Anual
Estudo Anual
 
 
A ABF - Associação Brasileira de Franchising - lançou hoje (12) um estudo que revela as 50 Maiores Marcas de Franquias no Brasil por unidades. Representante oficial do franchising brasileiro, a entidade reúne atualmente 1.300 associados que respondem por cerca de 60% do faturamento do setor. As dez maiores redes de franchising do país, segundo o estudo, são: 1º O Boticário com 3.730 unidades; 2º Subway com 2.153 unidades; 3º Cacau Show com 2.045 unidades; 4º AM PM Mini Marketing com 2.039 unidades; 5º Colchões Ortobom com 2.011 unidades; 6º McDonald's com 1.016 unidades; 7º Jet Oil com 1.516 unidades; 8º Lubrax com 1.475 unidades; 9º Kumon com 1.375 unidades e 10º BR Mania com 1.255 unidades. 


Prévia do Desempenho de 2016 e Projeções para 2017
 
 
Segundo a entidade, o faturamento do setor em 2016 deve crescer 8% em relação ao ano anterior, passando de R$ 139,593 bilhões para cerca de R$ 150 bilhões. E a projeção é que a receita em 2017 cresça de 7% a 9%. Em unidades, o setor prevê que tenha havido uma expansão de 3,1% no ano passado, atingindo 142 mil pontos de venda. Em 2016, houve uma redução de 1,1% no número de redes ante 2015 e a projeção é que ele se mantenha estável neste ano, com cerca de 3 mil marcas. 


Setor de Alimentação é o Mais Representativo
 
 
  Ainda segundo os dados da pesquisa, um dos mais consolidados e, individualmente, o mais representativo, o segmento Alimentação domina a lista das 50 maiores marcas de franquias no Brasil, com 36% das redes, a seguir estão os segmentos Serviços Educacionais com 18% das marcas listadas; Moda com 14% das redes, e Saúde, Beleza e Bem- Estar com 12% das marcas.  


http://www.gironews.com/franchising/estudo-anual-40930/

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

As lições de Cláudio Galeazzi, perito em salvar empresas


Responsável por algumas das maiores reestruturações do país, como GPA e BRF, consultor fala sobre liderança, gestão e a perpetuidade dos negócios




São Paulo – Por onde começar a reestruturar uma grande empresa para que ela volte a crescer? Claudio Galeazzi, ícone das reestruturações no Brasil, responde sem pestanejar:

“Sabe aquele funcionário insubstituível, que sabe tudo sobre a história, os números e os valores da companhia? Pois é ele o primeiro a ser cortado”, disse ele, durante o HSM Expo 2016, que acontece em São Paulo.

Em sua opinião, os insubstituíveis são os que, com tanto conhecimento, poderiam ter feito alguma coisa para salvar o negócio e não o fizeram por falta de competência ou por apego.

“Muitas vezes é difícil reconhecer que o que fazíamos e dava certo no passado, hoje já não funciona mais”, afirmou ele. “O duro é quando o insubstituível é o fundador”, brincou.

Depois de identificar – e demitir essas pessoas – o próximo passo é buscar os líderes da empresa. Não são diretores ou gestores, nem os que mais produzem.

“São aqueles com carisma e liderança que, quando compram a ideia do turnaround, são como religiosos convertidos, capazes de entenderem todo o plano e engajarem toda a equipe a acreditar na empresa de novo”, explicou.

Geralmente, conta Galeazzi, os melhores líderes e, principalmente, a mudança de postura frente aos desafios surgem do segundo escalão das companhias e não da gerencia e diretoria.

“As pessoas que estão ali sabem dos problemas cotidianos, apesar de não saberem como resolver ou não terem coragem de dar a opinião sobre as mudanças necessárias”, contou ele.

Para o consultor, quanto mais alto o nível hierárquico em uma empresa, maior o medo do novo, do desconhecido. “O que é um problema para um negócio que precisa se renovar”, garantiu.


Nunca linear


Galeazzi ganhou o “carinhoso” apelido de Mãos de Tesoura depois de trabalhar no turnaround do Grupo Pão de Açúcar, em 2008, quando a varejista cortou muitas pessoas como parte de sua reestruturação.

“Naquela época, quase apanhei do Abilio Diniz e de alguns diretores por reduzir o capex em R$ 700 milhões, com grandes cortes de gente e custos, para investir em abertura de lojas, aumento de estoque e alongar a dívida”, contou ele.

No fim, deu certo. A rede conseguiu mercado em um momento complicado para a concorrência e a economia.

Para ele, esse é um bom exemplo de como as empresas precisam prever crises mesmo que sejam em horizontes distantes. “A vida empresarial nunca é linear”, comentou.

Outra regra de ouro, segundo ele, é sempre estar atento aos sinais de que a empresa vai mal. Queda nas vendas, aumento de estoque, dívida, custos e despesas são os mais óbvios.

“Me surpreende que muitas companhias sabem que vão mal, mas preferem arranjar justificativas válidas, como colocar a culpa no tempo, na crise, no governo”, afirmou ele. “Isso é mais fácil do que assumir que não souberam ou não quiseram resolver seus problemas”.

A visão da empresa tem um papel importante na estratégia, mas nunca pode se sobrepor ao negócio em si, defende Galeazzi.

“Não existe cultura que resista a três tapas bem dados”, disse ele. “Não acredito que ela prevaleça em uma empresa em declínio”.

Como exemplo, o consultor citou a BRF, a gigante do setor de alimentos que ele comandou por um bom tempo. Fusão entre a Perdigão e Sadia, a empresa determinava o que era para ser produzido, de qual jeito e com qual preço, de acordo com o setor em que atuava.

“Tivemos de reverter isso rapidamente, porque o mercado quem define são os consumidores”, afirmou ele.

As estratégias, então, passaram a serem desenhadas pelas áreas de marketing, pesquisa e consumo – e a BRF voltou a liderar o setor.


Ego e escolha


Antes de abrir sua consultoria de reestruturação, há mais de vinte anos, Galeazzi atuou como executivo e presidente de multinacionais.

Quase viu seu negócio ruir antes de começar a estudar profundamente como dar uma guinada novamente. “Aprendi na prática”, diz ele.

Além de saber exatamente o que sugerir para as empresas que o procuram para pedir ajuda, o consultor conta que o desafio é também o de lidar com o ego dos empresários.

“A vaidade deles é alta e justificável porque, em grande parte, construíram suas empresas do nada e passaram por muitos percalços, o que lhes dá a sensação de invencibilidade”, disse.

A dificuldade dessas pessoas está em aceitar ideias diferentes e vindas de alguém de fora, naquele momento delicado por qual estão passando.

“A mudança só é possível quando existe neles uma real vontade de resolver”, conta.

Para ele, os empresários que vivem de um passado bem sucedido – e um presente incerto – têm de aceitar ajuda. “É preciso se atualizar e também saber das suas limitações como dono ou presidente de um grande negócio” afirma.

O ego também pode atrapalhar as grandes companhias na busca de um líder dentro delas – em especial, nas familiares.

“O erro de empresas familiares é que muitas vezes o DNA do empreendedor fundador não é transmitido aos herdeiros”, afirma.

Na opinião de Galeazzi, o ideal é promover pessoas que já estão na corporação e são bem preparadas, com mentalidade aberta. “Mas, se a escolha for ruim, seja ágil”, alertou.


Ninguém é tão bom


A premissa de entrar mudo e sair calado de reuniões é adotada há anos pelo consultor que orienta os presidentes das empresas que atende a fazer o mesmo.

A vontade de muitos executivos em contribuir com reuniões estratégicas acaba por fazer com que poucos consigam concluir ideias do começo ao fim, disse Galeazzi.

Além do que, saber que não se sabe de nada é uma lição e tanto, ele garante.

“Um CEO que pensa saber todas as respostas, está ou estará com um negócio em crise”, afirmou.

“Por mais que você pense ser bom, te asseguro, você não é”.

A capacidade de renovação foi o que motivou GE e Apple, por exemplo, a seguirem em frente, se modernizarem, argumentou o consultor. A falta dessa habilidade foi o que fez grandes negócios do país, como Mappin e Mesbla, desaparecem.

“Reconhecer suas limitações é importantíssimo para a superação”, afirmou ele. “Saber se transformar é essencial para a vida de qualquer gestor”.

Por que Donald Trump pode ser desmoralizado pela Coreia do Norte


O presidente eleito diz que não deixará o país desenvolver uma arma capaz de atingir os EUA, mas ainda não disse qual será o plano para isso

 




NOVA YORK — “A Coreia do Norte acaba de declarar que está nos estágios finais de desenvolver uma arma nuclear capaz de atingir partes dos EUA. Não vai acontecer!” Em exatos 140 caracteres (em inglês), o máximo permitido pelo Twitter, Donald Trump colocou uma espada sobre si mesmo, na noite de segunda-feira 2, antes até de assumir a presidência. Agora, ou cumpre a sua ameaça, de conter o incontível regime de Kim Jong-un, ou se arrisca à desmoralização sofrida por Barack Obama no Oriente Médio, ao advertir a Síria, em 2012, de que o uso de armas químicas seria uma “linha vermelha”, e não fazer nada depois de seu emprego pelo ditador Bashar Assad contra a própria população.

Em seu pronunciamento de Ano Novo, no domingo, Kim celebrou: “Pesquisa e desenvolvimento de armas de tecnologia de ponta estão progredindo ativamente e fortalecendo nossas capacidades de defesa, e inclusive testes de lançamento de foguete balístico intercontinental no último estágio de preparação têm sido continuamente bem-sucedidos”. O ditador advertiu: “A menos que os EUA e seus vassalos (Coreia do Sul e Japão) parem as ameaças nucleares, as chantagens e os exercícios de guerra que realizam bem diante de nossos narizes, a República Popular Democrática da Coreia continuará aumentando suas capacidades militares para autodefesa e ataque preventivo com ênfase principal na força nuclear”. E continuou com frases costumeiras, do tipo “precisamos esmagar o inimigo resolutamente”, etc.

No passado, ameaças desse tipo do regime norte-coreano caíram no vazio e sua retórica bizarra, com referências a glórias imaginárias de um país cuja população passa fome, são alvo de piada. Mas os especialistas têm levado mais a sério a capacidade militar do país, que no ano passado realizou dois dos cinco testes nucleares de sua história — um em janeiro e outro em setembro, o mais poderoso de todos — e mais de 20 lançamentos de mísseis balísticos. A sustentação da dinastia socialista, fundada pelo avô de Jong-un, Kim Il-sung, em 1948, depende da constante percepção de ameaça de inimigos externos.

Jong-un completa 33 anos neste domingo e, no ano passado, seu aniversário foi celebrado com um teste nuclear dois dias antes, em 6 de janeiro. Nesta sexta-feira, milhares de pessoas se reuniram na Praça Kim Il-sung, em Pyongyang, gritando slogans como “vida longa ao camarada Kim Jong-un” e “vamos acelerar os avanços vitoriosos do socialismo”. Um membro do Partido Comunista discursou: “O povo deve encarar o pronunciamento de Ano Novo de Kim Jong-un como um lema de vida e luta”.
Depois de se reunir com representantes dos governos da Coreia do Sul e do Japão, o subsecretário de Estado americano Antony Blinken atestou o aperfeiçoamento da capacidade bélica norte-coreana: “Eles aplicam o que aprenderam à sua tecnologia e ao próximo teste, e na nossa avaliação temos visto uma melhora qualitativa nas capacidades deles no último ano como resultado de um nível de atividade sem precedentes”.

Com suas armas nucleares e seus mísseis de alcance cada vez maiores, na vizinhança de dois aliados importantes dos EUA, a Coreia do Norte é um problema em si mesmo, mas por trás dela está a China, sem cujo apoio o regime norte-coreano já teria caído há muito tempo. O primeiro tuíte de Trump foi ao ar às 21h05. Pouco mais de 40 minutos depois, às 21h47, ele continuou: “A China tem tirado montantes maciços de dinheiro e riqueza dos EUA em um comércio totalmente unilateral, mas não ajuda com a Coreia do Norte. Legal!” No dia seguinte, o porta-voz da chancelaria chinesa, Geng Shuang, disse, em entrevista coletiva, que os esforços de Pequim de evitar tensões na Península da Coreia são “amplamente reconhecidos”, e emendou: “Esperamos que todas as partes evitem declarações e ações para escalar a situação”.

Embora o governo de Barack Obama concorde que a China poderia pressionar mais Pyongyang, fontes do Departamento de Estado americano disseram à rede de TV CNBC que não concordam com a avaliação de Trump de que a China não está cooperando em relação a seu aliado.

Desde 2006, a China, que tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, tem permitido a aprovação de uma série de sanções econômicas contra a Coreia do Norte, em reação a seus testes nucleares. A última, aprovada em novembro, como resposta a um teste realizado em setembro, impôs um corte de mais de 60% nas exportações de carvão norte-coreano, além das vendas de cobre, níquel, prata, zinco e de estátuas de bronze. Isso representa uma perda de cerca de 800 milhões de dólares, o equivalente a um quarto da receita de exportações do país. A resolução foi resultado de intensas negociações entre os governos americano e chinês.

O especialista chinês Tong Zhao, do Centro Carnegie-Tsinghua para Política Global, em Pequim, observa que houve um esfriamento nas relações entre os dois governos: “A China está frustrada com sua incapacidade de pressionar a Coreia do Norte”.

A linha oficial de argumentação chinesa é a de que é melhor manter a parceria, ainda que a Coreia do Norte não siga as diretrizes de Pequim, do que isolar seu regime. “As relações da China com a Coreia do Norte são complexas”, escreveu o pesquisador Evans Revere, em um estudo da Brookings Institution, de Washington, publicado em outubro. “Mas o critério de Pequim é que é melhor manter um problemático aliado norte-coreano na superfície do que arriscar o que poderia resultar se pressionassem Pyongyang duro demais.”


O fator americano


De qualquer forma, a alternativa ao regime norte-coreano interessaria menos ainda à China: a unificação da pensínsula, sob um governo sul-coreano, aliado próximo dos EUA. Os especialistas na região concordam que não interessa à China, que responde por 90% do comércio da isolada Coreia do Norte e representa seu cordão umbilical, a instabilidade causada pelo seu regime.

A agressividade de Pyongyang tem provocado aumento da presença militar na região dos Estados Unidos, que mantêm cerca de 30.000 soldados na Coreia do Sul. Em julho deste ano, os americanos instalaram baterias antimísseis Thaad (iniciais para Defesa de Alta Altitude Terminal). Embora o sistema sirva para defender a Coreia do Sul de seu vizinho do norte, sua instalação incomodou profundamente a China, que o vê como uma neutralização de seu poderio nuclear e também como plataforma de espionagem militar sobre seu território.

Chen Hai, vice-diretor do Departamento de Assuntos Asiáticos da chanceleria chinesa, esteve na semana passada em Seul, e visitou grandes empresas sul-coreanas, como a Samsung e o Grupo Lotte, conglomerado que atua em diversas áreas. Sua mensagem foi bastante clara, segundo reportagem do jornal Financial Times: ou o governo sul-coreano retira o Thaad, ou as empresas do país vão sofrer represálias na China. O ministro das Finanças sul-coreano, Yoo Il-ho, denunciou a adoção de barreiras comerciais não-alfandegárias pela China contra produtos sul-coreanos a partir de julho.

Para o especialista Cai Jian, do Centro de Estudos Coreanos da Universidade Fudan, em Xangai, a China tem condições de exercer pesada pressão econômica sobre Seul: “A economia coreana se apoia fortemente nas exportações para a China. Até agora as penalidades ainda são de uma escala muito pequena e a maioria ainda não foi tornada pública. Mas eles vão aumentar as punições. Se os sul-coreanos não mudarem de rumo, Pequim os fará pagar um preço alto”.

Um estudo feito no ano passado pelo Instituto EUA-Coreia, da Universidade Johns Hopkins, de Washington, considera que “a cooperação chinesa é essencial” para a solução do conflito na Península Coreana. Mas pondera que essa cooperação já não é garantida, com as tensões no Mar do Sul da China, onde o país disputa territórios e influência com os vizinhos da região; a busca de projeção dos EUA na Ásia e a instalação do sistema Thaad.

Com Trump, isso se torna ainda mais difícil. O comércio com a China foi um dos principais alvos de seu campanha. O agora presidente eleito ameaçou impor tarifas de importação de até 45% sobre os produtos chineses. A nomeação de Robert Lighthizer para o cargo de representante para o Comércio confirma essa prioridade. Advogado, Lighthizer tem atuado em processos da indústria siderúrgica americana contra os concorrentes chineses. E tem defendido uma mudança do Partido Republicano em relação ao comércio, em favor de uma posição mais protecionista. Nos anos 80, no governo de Ronald Reagan, como vice-representante para o Comércio, ele conduziu a guerra comercial contra o Japão, que em certo sentido desempenhava o papel hoje ocupado pela China, de potência industrial asiática emergente.

No dia 2 de dezembro, Trump pisou no calo mais sensível dos chineses, ao conversar pelo telefone com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, colocando em xeque a política de “uma China”, sagrada para Pequim, que implica o não reconhecimento do governo taiwanês.

Diante do alvoroço causado pela inédita conversa, Trump tuitou: “A China nos perguntou se era OK desvalorizar sua moeda (tornando difícil para nossas empresas competir), taxar pesadamente nossos produtos que entram no país deles (os EUA não os taxa) ou construir um enorme complexo militar no meio do Mar do Sul da China? Acho que não!” Uma semana depois, em entrevista à Fox News, ele disse que entendia perfeitamente as implicações de seu gesto, repetiu as queixas contra a China e acrescentou uma: “Francamente, eles não estão nos ajudando com a Coreia do Norte”.

Uma das reclamações que Trump tem repetido contra a China simplesmente não procede: na verdade, o Banco Central chinês tem despendido consideráveis reservas para tentar conter a queda de sua moeda, o yuan ou renminbi, para evitar pressões inflacionárias por meio do aumento dos preços dos produtos importados. Mas Trump e seus assessores não costumam ligar muito para esse tipo de “detalhes”.

Os especialistas discutem qual seria a forma mais eficaz, do ponto de vista dos Estados Unidos, de lidar com a Coreia do Norte e com seu poderoso aliado chinês. O governo americano poderia buscar uma relação construtiva com a China, para pressionar ainda mais Pyongyang, por meio de sanções econômicas. Mas o fato é que isso tem sido feito de forma progressiva desde 2006, sem o resultado esperado.

Para o especialista em assuntos nucleares Jeffrey Lewis, diretor do Programa de Não-Proliferação do Leste Asiático, de Monterey (Califórnia), as pressões econômicas só “têm o efeito de fazer os EUA e seus aliados sentirem que estão fazendo alguma coisa, enquanto a Coreia do Norte desenvolve seus mísseis balísticos intercontinentais”. Tong Zhao, do Carnegie de Pequim, concorda: “Não vejo como a Coreia do Norte suavizará sua posição. Eles vêem a contenção nuclear como absolutamente crucial para assegurar a sobrevivência do país. Só depois que a tiverem, destinarão recursos para a economia”.

John Delury, professor de assuntos chineses na Universidade Yonsei, em Seul, reconhece que não há mais opções no campo econômico para pressionar Pyongyang: “A Coreia do Norte é difícil de punir porque tem tão pouco a perder”. É diferente do Irã, compara ele, que tem uma economia integrada à da Europa e uma classe média que sofreu com as sanções impostas pelo Ocidente, levando o regime às negociações que resultaram no acordo nuclear do ano passado.


Solução militar? 


Claro que os EUA podem recorrer à solução militar. Mas, apesar da imensa superioridade militar americana, isso não seria indolor. Estudos de cenário feitos pela consultoria Stratfor mostram que a artilharia convencional norte-coreana teria condições de destruir parcialmente alvos no norte da Coreia do Sul e em Seul. Alguns mísseis podem atingir também o Japão.

Os norte-coreanos também têm um arsenal químico, que está só parcialmente em condições de emprego — cerca de 150 ogivas de mísseis — mas que também pode causar um dano psicológico, por seus efeitos. Acredita-se ainda que o país tenha de duas a cinco ogivas nucleares prontas para uso. 
Ainda que apenas uma delas furasse o Thaad e atingisse uma grande cidade sul-coreana, o efeito seria “catastrófico”, pondera o estudo da Stratfor.

Mesmo não acreditando em sanções econômicas, especialistas como Delury não descartam a possibilidade de uma negociação entre os governos de Trump e Kim. Em junho, durante a campanha, Trump chegou a dizer que gostaria de se encontrar com Kim: “O que diabos há de errado em conversar?” Delury acha que esse “é o caminho”, e que a declaração foi um momento “brilhante” de Trump: “Ele tem os instintos certos. Você pode imaginar Trump em Pyongyang de uma forma que não pode imaginar Hillary Clinton”.

Tudo é possível. Mas brigar com Pequim talvez não seja a forma mais fácil de chegar até Pyongyang.

Trump diz acreditar que Rússia está por trás de ciberataques


Trump disse que essas invasões "nunca voltarão" a ocorrer a partir do momento em que ele chegar à Casa Branca, no dia 20 de janeiro




Nova York – O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu nesta quarta-feira que a Rússia esteve por trás dos ciberataques realizados ao longo da disputa eleitoral que terminou com a vitória do magnata no pleito do dia 8 de novembro do ano passado.

“Hackear é ruim e não deveria ter ocorrido”, afirmou Trump em entrevista coletiva em Nova York, ao se referir aos relatórios de inteligência que indicam que os ataques cibernéticos russos puderam beneficiar o candidato presidencial republicano.

“Sobre o ataque virtual, acredito que foi a Rússia”, acrescentou Trump, em posição que destoa de opiniões anteriores nas quais se mostrava resistente a aceitar que a Rússia estivesse por trás de ataques cibernéticos, que afetaram principalmente o Partido Democrata.

O presidente eleito afirmou que os Estados Unidos estão sofrendo ciberataques de “todo o mundo, seja da Rússia, da China, qualquer” lugar.

Mesmo assim, Trump disse que essas invasões “nunca voltarão” a ocorrer a partir do momento em que ele chegar à Casa Branca, no dia 20 de janeiro.

Trump disse ser necessário reconstruir os laços com a Rússia devido à “horrível” relação que existe entre ambos os países atualmente.

“A Rússia pode nos ajudar a lutar contra o Estado Islâmico”, comentou Trump na entrevista coletiva.


Confortare; Esto vir! Ou: O que está acontecendo com a masculinidade dos homens?





Publiquei um texto ontem, com base num artigo de Matt Walsh, que teve bastante repercussão. Trata-se de como os pais precisam ensinar seus filhos como ser homem. Uma mensagem um tanto óbvia para qualquer pessoa com algum bom senso e com mais de 40 anos. Mas vivemos em um mundo “líquido”, com mudanças abruptas ocorrendo a cada geração, como consequência de uma intensa campanha ideológica da esquerda, aquilo que se chama “revolução cultural”.

Respondi a muitos libertários que se sentiram ofendidos, atacando um espantalho em vez de mim (o texto não tinha uma só ofensa para com os gays), com nova publicação no Facebook, com uma notícia que é uma verdadeira aberração, de um menino com apenas oito anos cuja própria mãe levou para se maquiar de drag queen, sendo que o site da notícia, com o logo do grupo Abril, considerava “lindo” aquilo tudo. Na mensagem, constatei:


blog
Muitos libertários não entenderam meu texto sobre os pais ensinarem seus filhos como ser homem de verdade. Fizeram coro ao tal do “mentor”, julgando-o ofensivo aos gays. Não! O buraco é bem mais embaixo. Sob ataque está mesmo a masculinidade, o próprio conceito de virilidade. E há uma subversão completa de valores, que não pode ser ocultada sob o manto do “PNA” (princípio de não-agressão). Esses libertários estão agindo como inocentes úteis da esquerda…


Peguei até leve. Muitos desses libertários são idiotas úteis da esquerda mesmo. Um “isentão” como o tal “mentor”, que defende apenas bandeiras de esquerda, mal deve acreditar que consegue seduzir de forma tão fácil uma legião de “libertários” nessas horas. O politicamente correto tem cegado muitos, infelizmente.
Pois bem: gostaria de recomendar a todos essa palestra do Padre Paulo Ricardo, justamente sobre o assunto, mostrando por que é tão importante que os pais ensinem a masculinidade aos seus filhos homens. A abordagem é biológica, cultural e religiosa. A mais relevante, creio, é mesmo a cultural: a civilização ocidental não chegou aonde chegou – e não devemos cair na ladainha “progressista” de que seu legado é terrível – com base em homens “delicados” e “efeminados”, e sim com base na coragem, na virilidade, no sacrifício. Vejam ao menos os primeiros trinta minutos, antes da parte de perguntas:

 https://www.youtube.com/watch?v=6WyVLNjNZy4&feature=youtu.be


Acredito que mesmo um libertário possa compreender isso e vislumbrar o “big picture”, em vez de se agarrar de forma fanática ao “PNA” como se fosse a pedra filosofal, o único princípio válido da humanidade. É preciso amadurecer. E, com isso, ficará claro o que está em jogo nessa campanha “progressista” de afeminar os homens, tornar a sexualidade algo cada vez mais precoce, banalizar a pedofilia, pregar o hedonismo, como se todos os “desejos” fossem igualmente saudáveis, como se o homem tivesse que dar vazão a todos os seus apetites, sem freio algum, sem filtro algum.

Falta a muitos a tal coragem, virtude essencial para se construir e também preservar uma civilização que mereça tal nome…

PS: Recomendo meu curso online “Civilização em Declínio“, até porque diante de tais imagens de “meninos” bancando o “Boy George” aos oito anos sob o consentimento dos pais e aplausos da mídia, não resta dúvidas de que algo deu mesmo muito errado e que precisamos resgatar certos valores urgentemente.


Rodrigo Constantino


http://rodrigoconstantino.com/artigos/confortare-esto-vir-ou-o-que-esta-acontecendo-com-masculinidade-dos-homens/