quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Compra da Ale pela Ipiranga pode elevar preços, diz Cade


Essa alta nos preços dos combustíveis, acrescentou o órgão, ocorreria em função "do aumento do poder de mercado da Ipiranga




São Paulo – A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) concluiu em parecer divulgado quarta-feira que a compra da distribuidora de combustíveis Ale pela Ipiranga, da Ultrapar, pode resultar em elevação de preços na distribuição e na revenda.

Essa alta nos preços dos combustíveis, acrescentou o órgão, ocorreria em função “do aumento do poder de mercado da Ipiranga e da elevação da possibilidade de atuação coordenada das empresas do setor”, dominado por quatro companhias (BR Distribuidora, da Petrobras; Raízen, da Shell e Cosan; Ipiranga e Ale).

Segundo o parecer da Superintendência, os mercados mais afetados pela operação são os de gasolina, diesel e etanol.

“Por essa razão, a operação foi impugnada para análise do Tribunal do Cade, órgão responsável pela decisão final sobre a aprovação, reprovação ou adoção de eventuais remédios que afastem os problemas identificados”, afirmou o órgão em nota.

O acerto da compra da Ale pela Ipiranga, por 2,17 bilhões de reais, foi anunciado em meados do ano passado.

Procurada, a Ipiranga não se manifestou imediatamente sobre o assunto.

As determinações do tribunal podem ser aplicadas de forma unilateral ou mediante acordo com as partes, acrescentou o comunicado.

O ato de concentração foi notificado em 19 de setembro de 2016, e o prazo legal para a decisão final do Cade é de 240 dias, prorrogáveis por mais 90.
 
 

Reeleito, Maia é alvo de inquérito sigiloso da Lava Jato


O pedido de investigação partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), baseado em mensagens trocadas entre Maia e o empresário Léo Pinheiro, em 2014



Brasília – O presidente reeleito da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é alvo de um inquérito sigiloso no Supremo Tribunal Federal (STF).

O pedido de investigação partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), baseado em mensagens trocadas entre Maia e o empresário Léo Pinheiro, dono da OAS, sobre uma doação de campanha em 2014.

Como não houve doação oficial registrada, a procuradoria suspeitou de caixa dois. O procedimento chegou oculto no STF no meio do ano passado e não é possível saber em que fase está a investigação.

Rodrigo Maia foi citado no suposto anexo da delação do ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho à força-tarefa da Lava Jato, vazado em dezembro.

Melo contou que, em 2013, pediu a Rodrigo Maia que acompanhasse a tramitação de uma medida provisória que dava incentivos a produtores de etanol e interessava a empreiteira.

“Durante a fase final da aprovação da MP 613, o deputado, a quem eu pedi apoio para acompanhar a tramitação, aproveitou a oportunidade e alegou que ainda havia pendências da campanha de prefeito do Rio de Janeiro em 2012. Solicitou-me uma contribuição e decidi contribuir com o valor aproximado de R$ 100 mil, que foi pago no início do mês de outubro de 2013”, afirmou.

Melo também falou que Rodrigo Maia lhe pediu uma doação de R$ 500 mil em 2010. “O deputado me pediu e transmiti a solicitação a Benedicto Júnior. Sei que o pagamento, no valor de R$ 500.000,00, foi atendido sob a condução de João Borba”, disse o delator.

Rodrigo Maia, quando o conteúdo da delação foi vazado, afirmou que todas as doações recebidas foram legais e declaradas ao TSE e disse que nunca recebeu vantagem indevida para voltar qualquer matéria na Casa.

Ele também foi alvo de uma condenação eleitoral, pois era presidente do Diretório Nacional do DEM em 2010, quando as contas do partido foram rejeitadas.

O partido foi condenado a restituir R$ 4,9 milhões aos cofres públicos e teve suspensos repasses de cotas do fundo partidário por três meses, mas o parlamentar não sofreu punição.
 
 

13 empresas impactadas pelas políticas de Donald Trump


Políticas protecionistas e impostos sobre a importação de bens vindos do México abalaram montadoras

 




São Paulo – Donald Trump está há menos de duas semanas no comando da Casa branca, mas já levantou grandes debates, manifestações e críticas.

Políticas protecionistas e impostos sobre a importação de bens vindos do México abalaram montadoras. A Ford chegou a cancelar seus planos de abrir uma fábrica no país.

Já o decreto que restringe a entrada de pessoas vindas de sete países de maioria muçulmana fez com que empresas, principalmente de tecnologia, se manifestassem e criassem ações de apoio aos imigrantes.

O novo presidente dos Estados Unidos se comunica bastante através do Twitter e, às vezes, apenas 140 caracteres já são suficientes para derrubar as ações de uma companhia.

Para o presidente do grupo Fiat Chrysler (FCA), Sergio Marchionne, essa forma de estabelecer políticas e influenciar nas decisões das empresas é algo novo. “É um novo território para todos nós. É uma nova forma de comunicação e acho que vamos ter que aprender a responder”, disse.

Confira nas imagens 13 empresas que foram impactadas pelas políticas de Donald Trump.

Dona do Veja quer comprar a dona do Sustagen por US$ 16,7 bilhões


A Reckitt Benckiser divulgou que está em conversas avançadas para adquirir a Mead Johnson Nutrition

 






São Paulo – A Reckitt Benckiser, fabricante dos materiais de limpeza Veja e Vanish, além dos preservativos Durex e das pastilhas Strepsils, divulgou nesta quinta-feira (2) que está em conversas avançadas para comprar a Mead Johnson Nutrition, fabricante do suplemento alimentar Sustagen.

O valor total da aquisição seria de cerca de 16,7 bilhões de dólares (algo em torno de 52,6 bilhões de reais).

Cada ação da Mead Johson seria comprada por 90 dólares, pagos em dinheiro, um prêmio de cerca de 30% sobre valor de cotação dos papéis antes de a operação ser divulgada.

A negociação está em fase de due dilligence (investigação de informações) e discussão de contrato, segundo a Reckitt.

A compra deve ser financiada com uma combinação de dinheiro em caixa e dívida.

A companhia alerta, porém, que não há garantias de que o acordo seja de fato fechado.

A britânica Reckitt Benckiser tem diversas marcas de produtos de limpeza, higiene e medicamentos no portfólio. Nos 9 primeiros meses de 2016 (últimos dados disponíveis), ela teve uma receita líquida de 7,13 bilhões de libras, um aumento de 9% na comparação anual.

Os itens de higiene pessoal compõem a maior parte das vendas (42%). O setor de alimentos, que ganhará reforço se a compra da Mead Johnson for concretizada, responde por 4% do faturamento líquido.

Ela tem 37.000 funcionários no mundo.

Já a americana Mead Johnson vende mais de 70 produtos, entre suplementos e alimentos para dietas especiais, principalmente para crianças.

Em 2016, sua receita líquida chegou a 3,7 bilhões de dólares, crescimento de 8% frente ao ano anterior.
 
 

Hackers derrubam site de presidente do Senado e divulgam dados


Grupo atacou site de novo presidente do Senado e divulgou informações do parlamentar. Eleito para presidência do Senado, Eunício já foi citado na Lava Jato





São Paulo – O grupo de hackers Anonymous Brasil anunciou nesta tarde que derrubou o site de Eunício Oliveira, novo presidente do Senado. Além disso, o grupo divulgou alguns dados pessoais do senador.

A informação foi publicada pelo coletivo em sua conta do Facebook. EXAME.com tentou acessar o site oficial do novo presidente do Senado, mas constatou que ele está, de fato, fora do ar.

“Site do Senador Eunício Oliveira #offline por tempo indeterminado”, escreveu o Anonymous Brasil sem seu Facebook.

 


 Poucas horas depois, uma nova publicação foi feita com um link para um arquivo contendo informações sobre o político. Além de informações como CPF e endereço, está lá uma lista de bens do senador.

A listagem de bens, aliás, é a mesma fornecida pelo parlamentar em sua inscrição para sua campanha de 2010 (ano no qual foi eleito senador pelo Ceará).

No material divulgado pelo Anonymous Brasil, Eunício aparece com bens totalizando mais de 36 milhões. 

Outra, publicada em 2014, no entanto, traz um total de 99 milhões de reais em bens. Em 2014, Eunício Oliveira foi candidato a governador do Ceará, o que o obrigou a divulgar uma lista atualizada de bens.

 

Polêmicas


O Anonymous Brasil afirma ter deixado o site fora do ar e divulgado dados pessoais do senador como protesto. Eunício Oliveira foi citado durante delações premiadas da Operação Lava Jato.

Em uma das mensagens, o grupo de hackers incentiva que pessoas liguem para o telefone do senador para questiona-lo sobre seu envolvimento com propinas.


Hackers trancam quartos de hotel e exigem resgate em bitcoin


A propriedade estava em sua capacidade máxima, com 180 hóspedes, quando o ataque ocorreu

 





São Paulo – Hóspedes de um luxuoso hotel na Áustria passaram por momentos de pânico na semana passada após serem impedidos de entrar em seus quartos. A confusão foi causada por hackers que invadiram o sistema de chaves eletrônicas do Romantik Seehotel Jaegerwirt, um hotel com diárias de até 530 dólares, e pediram resgate em bitcoin para liberar as fechaduras do local.

O pedido chegou via e-mail, segundo o The New York Times. O gerente de hotel Christoph Brandstätter contou à publicação que a mensagem dos hackers exigia um pagamento de dois bitcoins, ou cerca de 1.800 dólares. Caso o resgate não fosse pago até o final do dia (22 de janeiro), o valor dobraria.

“Estávamos em nossa capacidade máxima, com 180 hóspedes, e decidimos que era melhor ceder”, explicou Brandstaetter. “Os hackers foram muito insistentes.”

O malware utilizado pelos hackers para atacar as fechaduras eletrônicas da propriedade é um ransomware. Esse tipo de software maligno sequestra o computador da vítima e cobra um valor em dinheiro pelo resgate. Geralmente, o pagamento é pela moeda virtual bitcoin, pois é muito difícil rastrear o criminoso que irá receber o valor.

O ransomware codifica os dados do sistema operacional para que o usuário não tenha mais acesso. Depois, ele emite uma notificação para avisar que o computador está bloqueado e que será possível usá-lo novamente mediante um resgate.

Em janeiro de 2016, o Kaspersky Lab descobriu um ransomware brasileiro que emitia uma janela similar ao pedido de atualização do Adobe Flash Player. Quando o usuário clicava no link, o vírus infectava o PC e sequestrava os seus dados.

O grande problema com este tipo de malware é que, uma vez que a máquina é bloqueada, é quase impossível remover o vírus – afinal, a pessoa não tem acesso ao sistema. Assim, a solução é se prevenir para não sofrer ataques. A melhor maneira de se proteger é atualizar o antivírus com frequência e programa-lo para “caçar” esse tipo de ameaça.

A gerência do hotel na Áustria, no entanto, não quer mais saber das fechaduras eletrônicas. Após a recuperação do sistema, o gerente do hotel afirmou que a propriedade voltará a utilizar fechaduras tradicionais. “O jeito mais seguro para não ser hackeado é ficar offline”, comentou Brandstaetter.

De acordo com o governo dos EUA, o número de ataques de ransomware quadruplicou em 2016, para uma média de quatro mil por dia.


Atualização:

Ao contrário do previamente informado, nenhum hóspede ficou preso no hotel. Os quartos apenas ficaram trancados devido à ação dos hackers. A informação foi corrigida.

Trump quer mudar até a taxa de desemprego; entenda por quê


A taxa oficial é de 4,7%, mas o presidente já deu estimativas próprias variando entre 25% e 42% - e isso não é por acaso.



São Paulo – Acontece amanhã, dia 03, a primeira divulgação da taxa de desemprego americana após a chegada de Donald Trump ao poder, apesar dos números ainda serem do período Obama.

A expectativa é de poucas mudanças em relação aos 4,7% registrados em dezembro – mas o presidente já deixou claro que não confia no que é divulgado.

“Não acreditem nesses números espúrios”, disse Trump a apoiadores no ano passado. Em várias ocasiões, deu estimativas próprias variando entre 25% e 42%.

Na semana passada, um repórter perguntou qual era a taxa para o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, e ele respondeu que o presidente estava mais focado em melhorar a vida das pessoas do que em estatísticas.

Steven Mnuchin, indicado de Trump para Secretário do Tesouro e ainda não confirmado, disse nas suas audiências que “a taxa de desemprego não é real. Eu viajei no último ano. Eu vi isso.”

A questão é que não existe apenas uma taxa de desemprego, e sim seis – todas calculadas pelas mesmas pessoas, com os mesmos padrões e a mesma periodicidade.


As diferentes taxas


A mais usada desde a Segunda Guerra Mundial, e atualmente em 4,7%, considera a porcentagem de pessoas que procuraram emprego e não encontraram nas últimas 4 semanas.

Se foram considerados aqueles que procuraram e não acharam emprego no último ano, mas não nas últimas 4 semanas, o número sobe para 5,7%.

É essa que passaria a ser enfatizada nos comunicados oficiais, de acordo com uma reportagem recente do Washington Examiner.

A medida mais abrangente é daqueles que gostariam de ter emprego de período integral mas só encontram aqueles de meio período, que está próxima de 10%.

Bernie Sanders, que disputou a indicação à presidência pelo Partido Democrata, defendia em sua campanha que essa era a “taxa real”.


Narrativas


Os economistas já olham para todos esses números de qualquer forma, mas mudar a ênfase teria o efeito psicológico de fazer o problema parecer maior.

A discussão também importa porque entre os planos de Trump estão promover cortes de impostos e um grande programa de infraestrutura.

Se a economia já estiver sólida e próxima do pleno emprego, como dizia Obama, mais estímulos tendem a causar alta da inflação e necessidade de juros mais altos.

A narrativa que Trump quer enfatizar é que o mercado de trabalho ainda tem espaço a ser ocupado: ele diz que há “96 milhões de pessoas que querem um trabalho e não conseguem”.

Esse é o contingente de pessoas fora da força de trabalho, que soma atualmente 62% da população do país, três pontos percentuais a menos do que quando Obama assumiu. A dúvida é até que ponto essa queda é conjuntural ou estrutural.

Esse grupo inclui donas de casa, estudantes e outras pessoas que podem não estar trabalhando por escolha – mais um sinal de prosperidade do que de problema.

Isso sem falar nos aposentados, um grupo que só cresce na medida em que a população envelhece, o que acontece em todo o mundo desenvolvido (e no Brasil).