Em carta divulgada pelo The New York Times, profissionais da saúde avaliam que fala e ações de Trump mostram sua instabilidade emocional
São Paulo – Um grupo de 35 psiquiatras,
psicólogos e assistentes sociais de diferentes instituições e
universidades, como Harvard e Columbia, classificou o presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, como “incapaz” de servir com segurança no cargo de presidente pela instabilidade emocional notadas em seus discursos e ações.
A constatação foi publicada em uma carta divulgada pelo jornal The New York Times. Nela, o grupo liderado por Lance Dodes,
ex-professor de psiquiatria da Harvard Medical School, e Joseph
Schachter, ex-diretor da Associação Internacional de Psicanálise, fez
uma breve análise de alguns dos traços comportamentais mais evidentes de
Trump.
“As falas e ações demonstram a inabilidade em tolerar visões
diferentes das suas, levando a reações raivosas”, consideraram os
profissionais. “Suas palavras e comportamentos sugerem uma incapacidade
profunda em simpatizar. Indivíduos com esses traços distorcem a
realidade para que ela se encaixe em seu estado psicológico, atacando
fatos e aqueles que os transmitem (jornalistas e cientistas). ”
“Em um líder poderoso, esses ataques tendem a aumentar, enquanto o seu mito pessoal de grandeza parece se confirmar”.
Embora exista um entendimento da Associação Americana de
Psiquiatria que desencoraja esse tipo de avaliação de figuras públicas, o
grupo crê haver “muito em jogo para continuar em silêncio”. Por essa
razão, os profissionais decidiram se manifestar no espaço que a
publicação reserva para a publicação de artigos de opinião.
Preocupações
A carta do grupo vem dias depois que o senador democrata Al Franken (Minessota) revelou à rede de notícias CNN que já existe uma preocupação entre alguns de seus colegas do Partido Republicano sobre a saúde mental de Donald Trump.
“Ele mente muito, ele diz coisas que não são verdade”,
explicou o político , referindo-se ao episódio em que Trump disse que
milhões de pessoas teriam votado ilegalmente nas eleições presidenciais.
Contudo, não há evidências
de que isso tenha acontecido. “Isso não é a norma para o presidente dos
Estados Unidos ou qualquer ser humano”, pontuou Franken.
Em dezembro de 2016, semanas antes de o republicano assumir o
posto, um trio de psiquiatras (dois da Universidade de Harvard e um da
Universidade da Califórnia) já havia se manifestado sobre o tema em uma
carta escrita ao então presidente Barack Obama e que foi obtida pelo site de notícias Huffington Post.
Nela, recomendaram que Trump recebesse uma avaliação
psiquiátrica completa. “Seus sintomas de instabilidade mental –
incluindo a grandiosidade, impulsividade, hipersensibilidade e desprezo a
críticas, inabilidade de distinguir fantasia da realidade – nos faz
questionar a sua aptidão para assumir as imensas responsabilidades do
cargo”, escreveram.
Para os aliados do magnata, no entanto, essas preocupações são infundadas. “Se ele é louco, é louco como uma raposa”, disse à CNN
Chris Ruddy, amigo pessoal de Trump e CEO da NewsMax Media. “Eu não
subestimaria suas habilidades”, disse ele em resposta aos comentários
sobre a saúde mental do atual presidente.