quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Petrobras avaliará negociar contratos com Sete Brasil


Sete Brasil propôs retomar as negociações com a Petrobras para tentar viabilizar os contratos de afretamento de sondas

 





Rio – Em audiência realizada na terça-feira, 21, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a empresa Sete Brasil propôs retomar as negociações com a Petrobras para tentar viabilizar os contratos de afretamento de sondas para a estatal.

A proposta vai ser avaliada pela diretoria da estatal, que terá um mês para informar se quer retomar as negociações ou não.

A audiência de terça fez parte do processo de recuperação judicial da Sete Brasil, que entrou em crise desde que a Petrobras se negou a levar adiante o projeto de afretamento de 29 sondas para o pré-sal.

A estatal questiona, sobretudo, os valores previstos nos contratos, embora seja uma das sócias da Sete Brasil.

O objetivo do encontro era promover uma mediação entre as duas, mas a Sete Brasil preferiu recorrer à negociação direta, sem intermediários.

A empresa de afretamento tem pressa para chegar a um acordo com a Petrobras, porque, com o projeto suspenso, o dinheiro em caixa é escasso e sua sobrevida, curta.

Para se manter de pé, cortou funcionários, vendeu móveis e computadores e reduziu o escritório, antes de três andares, a um pequeno ambiente onde se mantêm menos de 20 empregados.

Já a Petrobras não tem pressa em chegar a um acordo com a Sete Brasil. Com a queda do preço do petróleo, iniciada em 2014, seus projetos de exploração perderam urgência. 

PDG pede recuperação judicial


Construtora PDG acaba de soltar um fato relevante na CVM confirmando o pedido e explicando os motivos que a fizeram chegar a tal estágio

 






São Paulo – Depois de longos períodos de maus resultados, a construtora PDG entrou hoje com pedido de recuperação judicial, na comarca da capital paulista.

Ao mercado, a empresa acaba de divulgar um fato relevante na CVM – e as ações já responderam quase que imediatamente com uma alta de 4% (a alta brusca fez com que os papéis fossem suspensos do pregão às 10h28).

No comunicado, a empresa explica detalhadamente os motivos que a levaram a tal estágio.

Em agosto de 2015, a companhia iniciou um processo de reestruturação de dívidas para reforçar o fluxo de caixa e otimizar a estrutura de capital das 500 sociedades do grupo.

Um ano depois, a companhia fechou um acordo com Bradesco, Itaú Unibanco, Caixa e Banco do Brasil para prorrogar pagamentos de juros e amortização da dívida bilionária, na época de R$ 1,5 bilhão – hoje, ela já passa de R$ 7 bilhões.

O acordo ainda previa a concessão de um novo financiamento para cobrir despesas gerais e administrativas da PDG e, sem ele, era impossível a companhia seguir com o negócio.

Em julho, o Banco Votorantim também topou renegociar os créditos que tinha com a empresa. Os problemas, no entanto, seguiram aumentando, parte pela má administração de recursos, parte pela piora da situação do mercado imobiliário como um todo.

A última cartada da construtora foi contratar, em novembro, a um novo assessor financeiro, a RK Partners, para começar novamente uma nova rodada de negociação. Na mesma data, mudou o comando da empresa: saiu Márcio Trigueiro, entrou Vladimir Kundert Ranevsky, ex-OSX, especialista em negócios complicados. 

Mais uma vez, não deu certo e analistas de mercado eram unânimes em dizer que era apenas uma questão de tempo para que a companhia pedisse recuperação, fato que pode mexer com o setor inteiro.


Construção arriscada


A PDG chegou a ser uma das maiores construtoras do país, com uma carteira bilionária de terrenos e imóveis e operações espalhadas por vários estados do país.

Criada por ex-sócios do Banco Pactual, a construtora deu um salto em 2010 ao comprar a Agre, empresa do investidor Enrique Bañuelos que, por sua vez, havia incorporado Abyara, Agra e Klabin Segall.

No ano seguinte, os lançamentos da construtora chegaram a 9 bilhões de reais em valor geral de vendas, fazendo com que ela desbancasse grandes companhias tradicionais do setor, como Cyrela e MRV, do reinado imobiliário brasileiro.

Porém, assim como a grande maioria das empresas do setor, a PDG passou a sentir os desafios de ter crescido demais, criado expectativa demais, em meio a um surpreso cenário de crise para o mercado.

Assim como as concorrentes, a PDG havia expandido os negócios para regiões Nordeste do país e por isso terceirizado boa parte das obras que vendia na planta. O descontrole dos canteiros gerou o atraso na entrega de obras e o descompasso entre o planejado e feito das grandes construtoras do país.

“Todas sofreram naquela época. Mas a PDG sofreu mais porque tinha investido alto na expansão e o tombo, assim, foi maior”, afirmou um empresário do setor em dezembro.
  
 

Senado aprova Alexandre de Moraes como novo ministro do STF


Indicado pelo presidente Michel Temer, ele passou por sabatina na CCJ e teve nome aprovado no plenário do Senado





São Paulo — Alexandre de Moraes foi escolhido hoje no Senado como o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), para ocupar a vaga que antes pertencia ao ministro Teori Zavascki, morto em um acidente de avião em Paraty, no Rio de Janeiro.  Com isso, ele se tornará o 27º jurista a assumir uma cadeira da corte desde a redemocratização.

Indicado pelo presidente Michel Temer (PMDB), Moraes passou na terça-feira (21) por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, onde sua indicação foi aprovada por 19 votos a sete. Na manhã de hoje, o plenário da Casa também aprovou o nome de Moraes para o cargo por 55 votos a 13. 

Nos próximos dias, a nomeação de Moraes deve ser publicada no Diário Oficial da União pelo presidente Temer. A partir de então, será agendada a cerimônia de posse, que ocorre no plenário do STF com presença de autoridades dos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), além de convidados.

Segundo a assessoria de imprensa do STF, não há um prazo determinado no regimento para que a cerimônia de posse aconteça. Considerando a posse dos últimos ministros, o tempo varia, em média, de 5 a 30 dias entre a nomeação no D.O.U. e a cerimônia de posse. O ministro Edson Fachin, por exemplo, foi nomeado no dia 25 de maio de 2015 e tomou posse no dia 16 de junho do mesmo ano.

Quando assumir o cargo, Moraes herdará todos os processos que pertenciam a Teori, com exceção da Lava Jato, que está sob a responsabilidade do ministro Edson Fachin desde o início deste mês. No entanto, o ex-ministro da Justiça terá o papel de revisar os processos que estão no âmbito da operação. Portanto, nas votações no plenário do Supremo sobre a Lava Jato, deve ser o segundo a votar, atrás apenas de Fachin.


Indicação polêmica


Após ser indicado ao cargo, ele enfrentou uma série de críticas pela proximidade com o governo e também teve que se desfiliar do PSDB – partido ao qual estava ligado desde que foi secretário do governo de Geraldo Alckmin em São Paulo -, já que a Constituição não permite que um ministro do Supremo tenha ligações partidárias.

Formado em 1990 pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), também fez doutorado em Direito Constitucional (1998 a 2000) e livre-docência (2002) pela mesma instituição, segundo informações publicadas em seu currículo lattes. 

Em sua tese de doutorado, ele defendeu que candidatos ligados ao governo não pudessem concorrer ao cargo de ministro do Supremo por causa do conflito de interesses com o Executivo, que indica o nome para a vaga. Dezessete anos depois da tese, se tornou ministro do STF após ter trabalhado como ministro da Justiça do governo Temer. 

Moraes também integrou outros governos em São Paulo. Ele trabalhou como secretário de Transportes e de Serviços da cidade de São Paulo (2007 – 2010), na gestão Gilberto Kassab (PSD), e secretário de Defesa e da Cidadania (2002 a 2005) e de Segurança Pública (2014 a 2016) do governo Geraldo Alckmin.

Na gestão Kassab, acumulou, além do cargo de secretário, a presidência da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da São Paulo Transportes (SPTrans), o que lhe rendeu a alcunha de “supersecretário”. Chegou a ser considerado como um nome provável para suceder Kassab na prefeitura, mas se desentendeu com o prefeito e deixou todos os cargos que ocupava no município.

Ao longo de sua vida, ele conviveu ainda com a pecha de “advogado do PCC”. O próprio Moraes já afirmou que tudo não passa de um mal-entendido. A história surgiu após o escritório ao qual ele pertencia advogar para a Transcooper, cooperativa de vans, empresa acusada de lavar dinheiro para o crime organizado. Moraes afirma que renunciou a todos os processos nos quais estava envolvido quando assumiu a Secretário de Segurança Pública de São Paulo.

Moraes começou a carreira como promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo em 1991. Permaneceu no cargo até 2002, quando pela primeira vez se tornou secretário no governo estadual de São Paulo. Em maio de 2005, deixou o cargo de secretário de Defesa e da Cidadania para ingressar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em 2004 e em 2005, foi ainda presidente da antiga Febem (atual Fundação Casa).


Secretário de Segurança de SP


À frente da SSP em São Paulo, recebeu críticas pelo excesso do uso de forças policiais contra manifestantes em protestos na capital paulista. Ele chegou a afirmar que protestos precisavam notificar o governo antes da sua realização. E disse que o uso de bombas de gás foi uma ação “absolutamente justificável” por parte da PM. Mais tarde, chamou protestos contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff de atos de guerrilha e afirmou que manifestantes tinham atitude criminosa.

Além disso, enfrentou outra polêmica: sob sua gestão, a Polícia Civil, subordinada à SSP, descobriu e prendeu o hacker responsável por clonar o celular da primeira-dama, Marcela Temer. O criminoso foi condenado em outubro do ano passado a cinco anos de prisão.


Ministro da Justiça


No ano passado, se tornou ministro da Justiça do governo Michel Temer, deixando o cargo de secretário em São Paulo. Já como ministro, Moraes afirmou que iria erradicar a maconha (comércio e consumo) do Brasil. Antes disso, ele havia chamado a atenção com um vídeo em que  ele aparece cortando alguns pés de maconha no Paraguai. Críticos ao então ministro afirmavam que enquanto o mundo muda sua política de drogas, Moraes abraça uma visão ultrapassada. Argumentavam alguns que, mesmo com caminhões de dólares, os EUA não tinham sido capazes de fazer esse trabalho.

Durante as Olimpíadas, convocou uma entrevista coletiva para falar sobre uma investigação de uma suposta célula do Estado Islâmico em território brasileiro que planejava ataques durante os jogos. No entanto, durante a entrevista, o ministro se contradisse em diversos momentos, como quando falou sobre uma caça articulada entre forças policiais a terroristas e em seguida afirmou que os presos eram “amadores” e “sem preparo”.

No início deste ano, enfrentou uma das piores crises penitenciárias da história do país. Ele foi acusado de ter demorado para lidar com o problema. Um momento de desconforto foi quando Moraes foi desmentido sobre não ter recebido um pedido de ajuda do estado de Roraima para lidar com problemas carcerários. O então ministro da Justiça havia afirmado que Roraima não solicitou ajuda. Depois da divulgação de documentos oficiais, teve de admitir que havia sido procurado pela governadora Suely Campos.

Além disso, após a primeira rebelião, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), descartou a possibilidade de duelo entre facções, mas foi desmentido pelo governador do Amazonas, José Melo, que confirmou que o massacre havia sido resultado da briga entre o 
Primeiro Comando da Capital (PCC) e a Família do Norte (FDN), grupo criminoso ligado ao Comando Vermelho (CV).

Deixou o cargo no meio da crise, após ser indicado para a vaga no STF, o que lhe rendeu ainda mais críticas sobre não ter conduzido bem a situação das penitenciárias no país.

Mais recentemente, foi acusado de ter cometido plágio em um de seus livros, Direitos Humanos Fundamentais, obra de 1997, ao reproduzir trechos do livro do ex-juiz espanhol Francisco Rubio Llorente sem fazer citação ao autor original. Por meio de sua assessoria, o ministro afastado disse que as citações do livro constam na bibliografia anexa. 

Desde que foi indicado, Moraes passou a se reunir com senadores antes da sabatina, com o objetivo de obter apoio à sua candidatura. No início deste mês, ele passou por uma sabatina informal no barco do senador Wilder Morais (PP-GO). Participaram da sessão outros sete senadores. Dois deles são membros da Comissão de Constituição e Justiça—órgão que fez a sabatina ao até então candidato a magistrado do STF. Outros dois eram suplentes na mesma comissão.

Na sabatina formal de ontem na CCJ, foi questionado por 40 senadores ao longo da sessão. Mas, em uma sessão considerada morna, o ministro licenciado não se deparou com muitas situações constrangedoras. Evitou responder poucos temas, como o pedido de explicações de sua relação com o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha.

Entre os desafios que enfrentará daqui por diante no Supremo – e sobre os quais foi questionado na sabatina de ontem – está provar que terá independência do Executivo e imparcialidade para julgar as ações que envolvem nomes ligados ao governo.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Volare registra desempenho recorde nas exportações






Unidade de negócios da Marcopolo cresceu cerca de 80% em 2016


Da Redação
redacao@amanha.com.br
 Volare, unidade de negócios da Marcopolo, registra desempenho recorde nas exportações em 2016


A Volare (foto), unidade de negócios da Marcopolo e fabricante de veículos leves para o transporte de passageiros, registrou desempenho recorde nas exportações no ano passado. O resultado contribuiu para ampliar a presença da marca em importantes países da América Latina, África, Oriente Médio e Ásia. Com volume de 445 unidades exportadas para 21 países (melhor resultado já obtido), a fabricante alcançou crescimento de cerca de 80% em relação a 2015, quando exportou 254 veículos para 14 países. Os novos mercados foram Camarões, Colômbia, Costa do Marfim, Emirados Árabes, Guatemala, Hong-Kong, México e Miamar.

“Com a grande expansão registrada em 2016, a Volare passou a contar com rede de distribuidores com vendas e pós-vendas em 38 países”, enfatiza Rodrigo Bisi, gerente de exportação da empresa. “As exportações representam mais de 30% do total de veículos vendidos pela Volare em 2016, percentual expressivo e inédito”, destaca o executivo. Para este ano, a marca pretende intensificar a sua participação nesses mercados conquistados e aumentar o volume de veículos exportados em 20%.  

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Rolls-Royce propõe acordo de leniência ao governo

 

 

A empresa é investigada na Operação Lava Jato por pagar propina em troca de contratos com a Petrobras

 







Brasília – A empresa britânica Rolls-Royce negocia com o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) um acordo de leniência, espécie de delação premiada de pessoa jurídica, por meio do qual se compromete a confessar ilícitos, colaborar com investigações e ressarcir prejuízos ao erário.

O objetivo é manter a possibilidade de participar de licitações e firmar contratos com o poder público.
 
As tratativas com a empresa estão em fase inicial, segundo confirmou fonte do Ministério da Transparência ao jornal O Estado de S. Paulo.

A iniciativa é parte do esforço da empresa para adotar um programa de integridade (prevenção e combate à corrupção).

A Rolls-Royce é investigada na Operação Lava Jato por pagar propina em troca de contratos com a Petrobras.

Em delação premiada, o ex-gerente da Diretoria de Serviços da estatal http://exame.abril.com.br/noticias-sobre/rolls-royce/Pedro Barusco admitiu ter recebido suborno para assegurar à empresa o fornecimento de turbinas de geração de energia para plataformas de petróleo.

A Rolls-Royce já havia firmado um acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) em janeiro, que prevê a devolução de R$ 81,1 milhões à Petrobras.

O valor corresponde aos lucros líquidos obtidos pela empresa em seis contratos, somados ao valor pago a intermediários que atuaram ilegalmente a seu favor e a uma multa, prevista na Lei de Improbidade.

Os termos do acordo, no entanto, não alcançam a relação com o governo, que precisa ser tratada com a Transparência.

A própria Rolls-Royce entregou ao MPF resultados de uma investigação interna, promovida por escritório especializado, confirmando o envolvimento de seus agentes em corrupção.

O acordo firmado com o MPF é parte de um acerto internacional, pactuado também com autoridades dos Estados Unidos e do Reino Unido, que prevê o desembolso de R$ 2,6 bilhões.

A empresa relatou às autoridades desses países detalhes sobre pagamentos feitos a intermediários em outros onze países, além do Brasil.

O Ministério da Transparência, questionado pela reportagem, informou que a legislação não o autoriza “a registrar a existência ou não de processos de leniência, nem de processos de investigação”.
 

GE vende mais 205 MW em turbinas eólicas no Brasil

 

O negócio é importante para a fabricante por ser fechado pouco após a queda da demanda por eletricidade no Brasil 

 








São Paulo – O conglomerado norte-americano GE fechou contrato para a venda de 205 megawatts em turbinas eólicas no Brasil, em negócio com a Companhia de Energias Renováveis (CER) que prevê a entrega de 82 máquinas para um complexo a ser construído na Bahia, disse um executivo da companhia à Reuters nesta segunda-feira.

O negócio é importante para a fabricante por ser fechado pouco após a queda da demanda por eletricidade no Brasil em meio à maior recessão em décadas levar o governo federal a cancelar em cima da hora um leilão para contratação de novas usinas eólicas e solares que havia sido agendado para dezembro.

“Para nós, foi um contrato realmente importante, trouxe um grande alívio. Esse volume nos ajuda a passar esse momento até um próximo leilão realmente acontecer… tirando esse projeto da CER, as oportunidades agora estão mais limitadas”, disse à Reuters o líder da GE para energia eólica na América Latina, Jean-Claude Robert.

O executivo estimou que a GE deverá fechar o ano com quase 5 gigawatts em máquinas instaladas no país, número que a manterá como líder no mercado eólico brasileiro.

Ele também ressaltou que as turbinas negociadas com a CER são a primeira venda no país de um novo modelo, com 2,5 megawatts em capacidade instalada, ante 1,7 megawatt da versão anterior do equipamento.

“Para nós era importante ter esse volume extra (em contratos) e também começar a comercializar essa máquina nova para o mercado brasileiro”, disse Robert.
O valor do negócio não foi revelado.

 

Desafio de curto prazo


Um baixo volume de contratação de energia eólica no Brasil em 2015 e o cancelamento do leilão de 2016 criaram um cenário bastante desafiador para os investidores e fornecedores ligados ao setor nos próximos anos, segundo a GE.

A empresa e outros fabricantes de equipamentos, como Vestas e Acciona, investiram em unidades locais nos últimos anos para atender um índice de nacionalização dos equipamentos exigido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao financiar projetos eólicos no país.

Agora, as empresas disputam um mercado que subitamente encolheu e ainda não tem definida uma projeção de retomada.

“O que foi leiloado nos últimos dois anos não é suficiente para sustentar os investimentos que foram feitos no Brasil. Precisamos de volume. Sem volume, toda essa história, que não só a GE, mas que a indústria fez, pode ser fragilizada”, afirmou Robert.

Apesar do alerta, o líder da GE para energia eólica no Brasil garantiu que a empresa tem um horizonte de investimento de longo prazo para o país.

“A GE vai continuar acreditando no Brasil… mas obviamente companhias que não têm essa musculatura da GE podem ser desafiadas de uma maneira maior”, disse Robert.

Ele também comentou que espera um movimento dos investidores e fornecedores do setor em geral para convencer o governo a realizar um leilão neste ano. “Com certeza daqui a pouco vamos precisar de energia de novo”, afirmou.


Sinochem pode vender fatia no campo de Peregrino, em Campos


 

Negócio levaria o conglomerado estatal a deixar um ativo que já foi considerado chave no passado devido aos baixos preços do petróleo





Cingapura / Nova Déli / Pequim – A petroleira chinesa Sinochem estuda a venda de sua fatia de 40 por cento no campo brasileiro de Peregrino, na Bacia de Campos, afirmaram à Reuters quatro fontes com conhecimento do assunto, em um negócio no qual o conglomerado estatal poderia deixar um ativo que já foi considerado chave no passado devido aos baixos preços do petróleo.

A empresa de petróleo e produtos químicos fechou a compra de sua atual participação junto à norueguesa Statoil por 3,07 bilhões de dólares em 2010 –vencendo uma série de rivais chinesas em busca de ativos de alta qualidade. A Statoil detém os outros 60 por cento de Peregrino, que é o maior campo de petróleo pesado operado pela companhia fora da Noruega.

Duas das fontes com conhecimento do assunto disseram que a Sinochem está se movendo para vender a maior participação em óleo e gás que detém no exterior –com capacidade para produzir 100 mil barris por dia –em meio a uma revisão de seus ativos para refletir a queda dos preços do petróleo nos últimos dois anos e meio.

Com isso em mente, disse uma das fontes, a Sinochem está lançando o processo de venda com um grande desconto em relação ao preço pago pela companhia na compra do ativo.

“Peregrino tem sido uma história de sucesso para a Statoil, não apenas tecnicamente, mas também financeiramente. O ativo oferece muito valor e tem um bom operador com a Statoil”, disse Horacio Cuenca, diretor de pesquisa de upstream para a América Latina na consultoria de energia Wood Mackenzie.

As expectativas de longo prazo para os preços do petróleo e os investimentos necessários nos próximos dois a três anos para desenvolver a segunda fase de produção de Peregrino determinarão o valor de qualquer possível venda de participação no ativo, afirmou Cuenca.

O processo para vender a participação brasileira ainda está em fase inicial e uma decisão final dependerá de como as negociações progridem, disseram as fontes familiarizadas com o assunto. As fontes falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizadas a discutir o tema publicamente.

A Statoil preferiu não comentar.

Em uma resposta por e-mail, a assessoria de imprensa da Sinochem disse que a companhia “tem monitorado uma grande quantidade de oportunidades de negócios no mercado e está pronta para reajustar e otimizar sua estrutura de ativos no momento certo”. A Sinochem acrescentou, no entanto, que não faz comentários sobre projetos específicos.

Duas fontes disseram que a intenção da Sinochem de vender a participação foi compartilhada com a indiana Oil & Natural Gas Corporation. A ONGC não respondeu a pedidos de comentário.

Uma fonte disse que a fatia também deve ser oferecida a outros compradores internacionais, incluindo algumas empresas japonesas e a Kuwait Foreign Petroleum Exploration Company, que comprou a participação da anglo-holandesa Shell no campo de gás tailandês Bongkot por 900 milhões dólares no mês passado.

 

SINOCHEM – Gestora de ativos?


A possível venda da participação no campo de Peregrino– localizado a 85 km da costa brasileira– ocorre em um momento em que os preços do petróleo rondam os 50 dólares por barril, bem abaixo das máximas de anos recentes. Essa tendência também levou outros competidores da indústria a considerar a venda de ativos antes valorizados.

“A Sinochem está reajustando sua estrutura de ativos em energia”, disse um veterano da indústria de Pequim familiarizado com a estratégia da empresa. “Como uma produtora de petróleo de médio a pequeno porte, a exposição a ativos de custo mais elevado, como em águas profundas, tornou-se excessivamente desafiadora”.

“A empresa se vê mais como uma gestora de ativos. Isso se tornou mais claro sob a nova administração”, disse o executivo da indústria, referindo-se ao presidente do conselho da Sinochem, Ning Gaoning, que assumiu o cargo no ano passado.

A potencial venda da participação em Peregrino vem também antes da segunda fase do desenvolvimento do projeto, que deve demandar aproximadamente 3,5 bilhões de dólares, com a produção dessa nova fase prevista para o fim da década.

A segunda fase deve agregar cerca de 250 milhões de barris de reservas recuperáveis a Peregrino, que atualmente contém uma reserva estimada entre 300 milhões e 600 milhões de barris de óleo recuperável.