União Europeia e 14 países também suspenderam a importação do produto e seus derivados
As autoridades de Hong Kong decretaram o recolhimento de toda
a carnes e derivados procedentes dos 21 frigoríficos brasileiros
investigados na Operação Carne Fraca. A medida foi anunciada poucos dias
depois de o governo local suspender a importação de carne brasileira
sob suspeita. Ao detalhar a decisão para jornalistas, o secretário para
Alimentação e Saúde, Ko Wing-man, afirmou que as últimas informações
fornecidas por autoridades brasileiras sugerem que “o risco à segurança
alimentar não pode ser totalmente descartado”.
De acordo com
Wing-man, técnicos do Centro de Segurança Alimentar identificaram mais
uma fábrica nacional que importou produtos derivados da carne
brasileira, além das cinco que já tinham sido identificadas. O
secretário não informou qual o volume de carne brasileira bovina, suína
ou de frango, bem como de seus derivados, pode estar, hoje, à disposição
dos consumidores e comerciantes de Hong Kong.
Quanto aos produtos
embarcados com destino a Hong Kong antes do próprio governo brasileiro
embargar as exportações dos 21 frigoríficos sob suspeita, o secretário
disse que eles ficarão retidos na chegada ao porto até que as
investigações sejam concluídas. Wing-man também não precisou quanto
tempo durará a suspensão, mas garantiu que a população será devidamente
informada sobre todo o processo. Considerado um dos maiores mercados
para a carne brasileira, Hong Kong já tinha proibido, na terça-feira
(21), a importação de carne brasileira congelada e refrigerada.
Outros países
Pelo
menos 11 países suspenderam temporariamente a importação de carne
brasileira e seus derivados, após vir a público as suspeitas de
irregularidades pontuais na fiscalização do setor. Já a União Europeia e
outros três países optaram por embargar apenas as compras dos 21
frigoríficos alvos da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia
Federal na última sexta-feira (17), ou de parte dessas empresas.
Segundo
o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), até a
deflagração da operação policial, as carnes bovina, de frango e suína
nacionais e seus derivados eram exportados para mais de 150 países. A
média de embarque diário do Brasil para o exterior até então era de US$
63 milhões. Quatro dias após a notícia da suspeita de que ao menos 21
frigoríficos podem ter colocado à venda carne adulterada e produtos
irregulares, o total embarcado na última terça-feira (21) caiu a apenas
US$ 74 mil.
Segundo o Mapa, até a noite de quarta (22), os
seguintes países tinham suspendido temporariamente ou desautorizado o
desembarque de carne e produtos cárneos procedentes do Brasil: China;
Chile; Egito; Argélia; Jamaica; Trinidad Tobago; Panamá; Catar; México e
Bahamas, além de Hong Kong, que tem o status de Região Administrativa
Especial da China.
Interditados
No
Brasil, os três frigoríficos interditados pelo Ministério da
Agricultura pertencem às empresas BRF e Peccin. Na unidade da BRF de
Mineiros (GO), é feito o abate de frangos, e nas plantas da Peccin em
Jaraguá do Sul (SC) e em Curitiba (PR) são produzidos embutidos
(mortadela e salsicha).
http://www.amanha.com.br/posts/view/3768