quarta-feira, 24 de maio de 2017

Consumidor Apela por Tempo - Indústria Precisa Focar em Praticidade



 Consumidor Apela por Tempo












Pesquisa recente, da GFK, constata que a cada 10 pessoas, três (31%) preferem ter mais tempo do que dinheiro, enquanto apenas uma (9%) discorda disso. Essas e algumas outras revelações da pesquisa mostram que há uma oportunidade de mercado para produtos oferecerem melhor qualidade de vida aos consumidores e tornar as tarefas diárias mais simples e rápidas. "O que a gente vê é que as pessoas têm cada vez menos tempo para os cuidados pessoais e o consumidor está cada vez mais preocupado com isso. 

Então o que a gente enxerga como tendência são produtos e serviços que levam o consumidor a desejar mais praticidade em suas tarefas diárias, ou seja, uma experiência mais positiva. A indústria precisa apostar ainda mais nisso", explica Eliana Lemos, diretora da área de inovação na América Latina da GFK em entrevista exclusiva ao Jornal Giro News.


Trabalho da Indústria já é Perceptível


  Para Eliana, o trabalho da indústria nesse sentido, é perceptível. "A gente percebe uma preocupação muito grande em levar praticidade ao consumidor. Já existe, por exemplo, Frutas e Snacks em embalagens práticas que não precisam de refrigeração e podem ser consumidos em trânsito ou levados como lanches para o trabalho ou escola; temperos prontos que facilitam o preparo de alimentos; panos de limpeza semi-descartáveis; esponja que promete remoção de manchas sem uso de produtos químicos e sem riscar. São vários exemplos", afirma.  Além de produtos, as marcas também podem diferenciar-se de seus concorrentes ao transformar seus processos de compras em verdadeiras experiências para seus clientes.


Pesquisa Mundial

 A pesquisa, realizada em 17 países com 22.000  entrevistas sondou duas vertentes: "Prefiro ter mais tempo do que mais dinheiro" e "Experiências são mais importantes que posses". Além dos 31% que preferem mais tempo a dinheiro e dos 9% que preferem o contrário, a pesquisa mostrou ainda que 44% dos entrevistados acreditam firmemente que as experiências são mais importantes que as posses e que apenas 3% discordam disso. 

Essa preferência por mais tempo do que mais dinheiro é especialmente importante para as pessoas na China (41%), Brasil (37%) e Argentina (32%). Outra informação extraída da pesquisa é que dinheiro se torna relativamente mais importante para aqueles com mais de 60 anos, enquanto o tempo é mais importante para pessoas entre 20 e 30 anos de idade.

http://www.gironews.com/informacoes-de-fornecedores/consumidor-apela-por-tempo-42673/

terça-feira, 23 de maio de 2017

Eletrobras mantém planos de venda de ativos apesar de crise


O presidente da companhia admitiu que o cenário do país pode impactar em alguma medida as metas da estatal

 




São Paulo – A Eletrobras continuará trabalhando em seus planos de privatizar subsidiárias e vender ativos para reduzir dívidas mesmo com o agravamento da crise política no Brasil, disse nesta terça-feira o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr..

Apesar disso, ele admitiu que o cenário do país pode impactar em alguma medida as metas da estatal.
O executivo estava em Nova York e participava de diversas reuniões com investidores para apresentar o programa de desinvestimentos da companhia quando surgiram as acusações dos donos da empresa de alimentos JBS contra o presidente Michel Temer e o senador Aécio Neves, que levaram o Brasil novamente a um momento de forte tensão política.

Segundo Ferreira, as reuniões promovidas nos Estados Unidos estavam todas lotadas na última quarta-feira, demonstrando forte interesse na empresa, mas no dia seguinte, após as notícias, o clima era de “preocupação” e busca por informações.

Ainda assim, ele garantiu que a empresa seguirá com o cronograma e deverá encontrar interessados em comprar os ativos que deseja colocar no mercado.

“Não há nenhum comprometimento, seja na agenda de privatizações, seja na venda de ativos. O que sempre preocupa é se o ambiente político acaba arrastando o ambiente econômico… a gente acaba tendo mais dificuldade de fazer isso pelo menos nos preços que se poderia atingir”, disse Ferreira.

“Num processo de venda (de ativos) em energia, por óbvio esses ativos ficam mais valorosos se a economia cresce mais”, explicou ele, que falou com jornalistas após evento da Universidade Mackenzie, em São Paulo.

A Eletrobras já anunciou um plano de vendas de fatias em ativos de geração e transmissão de eletricidade para levantar até 4,6 bilhões de reais, que serão utilizados para pagamento de dívidas.
Em apresentação recente, a estatal estimou que pode obter 2,2 bilhões de reais com as vendas de ativos em energia em 2017 e mais 2,4 bilhões de reais em 2018.


Continuidade


O presidente da Eletrobras também evitou comentar especulações sobre sua continuidade à frente da estatal, caso as denúncias contra Michel Temer ganhem força a ponto de inviabilizar a continuidade do atual governo.

“Vim aqui para fazer um trabalho de resgate e recuperação da Eletrobras que está em curso… meu mandato vai até abril de 2019. Claro que sou indicado pelo controlador, o governo brasileiro, mas não vou especular sobre a saída de um ou de outro”, disse.

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse algo semelhante ao ser questionado sobre o assunto na semana passada. Afirmou que pretende cumprir seu mandato até abril de 2019.

O CEO da Eletrobras afirmou que o governo Temer vem apoiando a reestruturação da estatal e mudanças nas regras do setor elétrico para favorecer a atração de investidores, em um movimento conduzido pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

“O ministro é muito importante nessa agenda, torço para que ele continue, assim como o presidente Temer”, afirmou.

O PSB, partido de Coelho Filho, passou a apoiar a renúncia de Temer após as últimas acusações contra Temer, e por isso tem defendido que o ministro entregue o cargo.

Mas Coelho Filho disse à Reuters nesta terça-feira que irá continuar no ministério mesmo após a decisão de sua legenda. Segundo ele, o momento de crise política no país exige “lealdade” e sua saída não contribuiria para melhorar o cenário.

A permanência de Coelho Filho garante que técnicos do alto escalão do ministério também continuem no governo.




MPF e Grupo J&F retomam negociação de acordo de leniência


As conversas iniciadas em fevereiro haviam sido interrompidas em decorrência de um impasse em relação ao valor da multa a ser paga



Brasília – A Força-Tarefa da Operação Greenfield divulgou um comunicado na tarde desta segunda-feira, 22, para informar que as negociações para um eventual acordo de leniência entre o Ministério Público Federal (MPF) e o Grupo J&F, controlador da JBS, foi retomado.

De acordo com o MPF, as conversas iniciadas no mês de fevereiro foram interrompidas na noite da última sexta-feira, 19, em decorrência de um impasse em relação ao valor da multa a ser paga.

A leniência é o acordo de delação da pessoa jurídica.

Na pessoa física, sete executivos da J&F já assinaram acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR).

O MPF propôs o pagamento de R$ 11,169 bilhões, em dez anos. O valor é equivalente a 5,8% do faturamento obtido pelo grupo econômico em 2016.

Já os representantes da J&F fizeram duas contrapropostas: a primeira de R$ 1 bilhão, o que equivale a 0,51% do faturamento registrado no período, e a segunda, de R$ 1,4 bilhão.

Ambas foram rejeitadas pela Força-Tarefa da Greenfield. Segundo o MPF, a Lei anticorrupção (12.846/13) estabelece que a multa em acordos de leniência deve ter como parâmetro porcentual que varia entre 0,1% e 20% do faturamento.

Na nota, o MPF esclarece ainda que a multa imposta no acordo de leniência não inclui o ressarcimento de eventuais prejuízos causados aos cofres públicos.

Leia íntegra da nota:


“A Força Tarefa da Operação Greenfield informa que as negociações para um eventual acordo de leniência entre o MPF e o Grupo Econômico J&F foi retomado nesta segunda-feira (22). As conversas iniciadas no mês de fevereiro foram interrompidas na noite da última sexta-feira (19), em decorrência de um impasse em relação ao valor da multa a ser paga.

O MPF propôs o pagamento de R$ 11,169 bilhões, em dez anos. O valor é equivalente a 5,8% do faturamento obtido pelo grupo econômico em 2016. Já os representantes da J&F fizeram duas contrapropostas: a primeira de R$ 1 bilhão, o que equivale a 0,51% do faturamento registrado no período, e a segunda, de R$ 1,4 bilhão. Ambas foram rejeitadas pela Força Tarefa da Greenfield. A Lei anticorrupção (12.846/13) estabelece que a multa em acordos de leniência deve ter como parâmetro percentual que varia entre 0,1% e 20% do faturamento.

O MPF esclarece ainda que a multa imposta no acordo de leniência não inclui o ressarcimento de eventuais prejuízos causados aos cofres públicos.”


UBS acerta compra da Consenso, maior multi-family office do país

 

 

O UBS se torna, assim, o mais recente banco suíço a apostar no crescimento do setor de private banking no país

 






O UBS Group concordou em adquirir participação majoritária na Consenso Investimentos, maior multi-family office independente do país, segundo comunicado por email.

O UBS se torna, assim, o mais recente banco suíço a apostar no crescimento do setor de private banking no país.

“Essa transação vai permitir ao UBS acelerar sua expansão no Brasil e demonstra seu comprometimento de longo prazo com o crescimento da gestão de fortunas nesse mercado-chave”, disse Alejandro Velez, chefe da área de gestão de fortunas do UBS na América Latina, no comunicado. Ele não quis dar detalhes de preço para a transação, que a companhia espera finalizar no início do terceiro trimestre.

Bancos suíços como Julius Baer e Credit Suisse Group apostam na continuada expansão do setor de private banking no Brasil. O total de fortunas sob administração teve alta de 19 por cento em 12 meses até fevereiro, para R$ 863,6 bilhões, segundo dados da Anbima.

A Consenso, com 60 empregados e R$ 20 bilhões sob gestão, foi fundada em 2003 pelos ex-sócios do Banco BBA Creditanstalt, comprado pelo Itaú em 2002.

A empresa tem sede em São Paulo e escritórios no Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte. O UBS tinha 250 funcionários e R$ 8 bilhões em fortunas sob gestão antes de adquirir a Consenso.

Este conteúdo foi originalmente publicado na Bloomberg.


Lula é acusado de 10 crimes de corrupção e 44 de lavagem

As acusações têm relação com a denúncia apresentada no caso do sítio de Atibaia

 



Na denúncia criminal apresentada nesta segunda-feira, 22, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso do sítio de Atibaia (SP), o petista é acusado por 10 atos de corrupção e 44 atos de lavagem de dinheiro, no esquema de corrupção descoberto na Petrobrás pela Operação Lava Jato. O petista ainda pode ter que pagar R$ 155 milhões, com os demais acusados, pelos supostos crimes.

Terceira acusação formal na Justiça Federal, em Curitiba, o Ministério Público Federal afirma que as empreiteiras Odebrecht, OAS e Schahin reformaram a propriedade, Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), como forma de pagar propinas a Lula. A propriedade do imóvel, registrado em nome de dois sócios dos filhos, e que a Lava Jato diz ser de Lula – que nega – não integra a denúncia.

Investigadores da força-tarefa, em Curitiba, reuniram elementos que consideram provas de que empreiteiras Schahin, Odebrecht e OAS pagaram R$ 1,02 milhão em reformas do sítio de Atibaia, no interior de São Paulo.

Segundo a denúncia, a Odebrecht e a OAS pagaram propinas no valor total de R$ 155 milhões a partidos políticos da base de Lula, relativas a 7 contratos firmados com a Petrobras.

“Esses valores (R$ 155 milhões) foram repassados a partidos e políticos que davam sustentação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente o PT, o PP e PMDB, bem como aos agentes públicos da Petrobras envolvidos no esquema e aos responsáveis pela distribuição das vantagens ilícitas, em operações de lavagem de dinheiro que tinham como objetivo dissimular a origem criminosa do dinheiro”, afirma a força-tarefa da Lava Jato.


Esquema


A Lava Jato imputa a Lula atuação efetiva no esquema de cartel e corrupção que vigorou de 2004 a 2014, na Petrobras – e teria sido espelhado em outras áreas do governo, como contratos do setor de energia, concessões de aeroportos e rodovias.

Com base em uma sistemática padrão de corrupção como “regra do jogo”, empreiteiras, em conluio com agentes públicos e políticos da base, PT, PMDB e PP, em especial, desviavam de 1% a 3% em contratos das estatais. Um rombo de pelo menos R$ 6,2 bilhões, só na Petrobras.

Além de ser apontado como um dos “mentores” da sistemática de desvios, Lula teria recebido “benesses das empreiteiras Odebrecht, OAS e outras”, ocultas nas reformas do sítio e do apartamento tríplex do Guarujá (SP) – com processo já em fase final.

A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Federal ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em primeira instância e deve decidir se abre novo processo ainda esta semana.

Defesa


A defesa do petista afirma que o sítio não pertence ao ex-presidente e que tudo que ele teria para esclarecer sobre a propriedade já foi dito por Lula.

O criminalista José Roberto Batochio, ao longo do inquérito, ressaltou que o sítio está registrado em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna que já “declararam e apresentaram documentos que comprovariam a propriedade do imóvel e a origem dos recursos para sua compra”.

“Quem é dono de um imóvel, é quem consta no cartório de registro de imóveis. Não obstante essa prova material, se quer dizer que o imóvel pertence ao presidente Lula.

Seria o esmo que dizer que a Torre Eiffel pertence a qualquer um de nós”, disse. A defesa do ex-presidente também nega que ela seja proprietário do apartamento no Guarujá.


Há 12 anos, irmãos da JBS já protagonizavam gravação polêmica



Há 12 anos, irmãos da JBS já protagonizavam gravação polêmica
Legenda: Os irmãos Wesley Batista (esq.) e Joesley Batista (dir.), donos da JBS
Há 12 anos, Joesley Batista sofreu na carne uma ação semelhante à que protagonizou no Palácio do Jaburu, vinda a público na semana passada.

Desta vez, foi ele quem levou o gravador a uma reunião com o presidente Michel Temer; em 2005, o aparelho estava em outras mãos.
 
Na ocasião, ao lado do irmão José Batista Junior, então um dos proprietários do frigorífico Friboi, foi alvo de uma gravação clandestina.
 
Era o início da ampliação do grupo, que, com dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), adquiria unidades frigoríficas em dificuldades financeiras.
 
Ao comprar, assumia as dívidas das empresas, mas pedia ao banco dinheiro extra como capital de giro para gerir os negócios do frigorífico em dificuldades.
 
Uma série de reportagens publicadas na Folha em 2005 revelou que, em gravação, os donos da Friboi admitiam formação de cartel no setor de carne e ilegalidades nos contratos com o BNDES.
 
José Batista Junior dizia, no registro gravado, que o seu frigorífico e outros três determinavam os preços de mercado do boi gordo.
Seu irmão Joesley Mendonça Batista, por sua vez, reconheceu ter contrato de gaveta com o BNDES. 

A informação apareceu em gravação de conversa feita por executivos do frigorífico Araputanga, à qual a Folha teve acesso.

Foram muitos os percalços enfrentados pelo Friboi, mas nada que comprometesse o avanço rápido da empresa.
 
De um lado, Batista Junior, com pretensões de ser governador de Goiás pelo PSDB, viu o sonho se desmilinguir.
 
De outro, a empresa foi acusada de fazer exportações para a União Europeia e para Rússia por meio de um expediente: a fim de enviar carnes não autorizadas para essas regiões, usava um número de SIF (Sistema de Inspeção Federal) de um frigorífico de uma área liberada.
 
À época, tanto o BNDES como o Friboi e os demais frigoríficos envolvidos no escândalo refutaram as acusações.
 
A grita de pecuaristas e varejistas fez que a Câmara de Agricultura exigisse a suspensão de novos empréstimos do BNDES —até então em R$ 568 milhões— para o Friboi, o que, todavia, não surtiu efeito.
 
Além disso, Câmara e Senado resolveram criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito Mista, que, porém, não foi adiante. Parlamentares disseram que as irregularidades existiam, mas as discussões prejudicariam a imagem do Brasil no exterior.

Nascia ali a escalada exponencial do Friboi no mercado interno e externo. A ausência de discussões sérias naquele momento deu asas ao surgimento da maior empresa de carnes do mundo.
 
Embora a fita tenha sido periciada por Ricardo Molina, da Unicamp, Wesley Mendonça Batista, outro sócio do Friboi, disse, à época, que ela era uma montagem.

 (Folha de S.Paulo, 23/5/17)

China quase dobra taxa de importação de açúcar, para 95%


1-China quase dobra taxa de importação de açúcar, para 95% 


Os chineses praticamente dobraram sua taxa de importação de açúcar nesta segunda-feira, 22, notícia que deve movimentar ainda mais os futuros da commodity na Bolsa de Nova York (ICE Futures US).

O Ministério do Comércio da China informou que uma investigação apontou que as importações prejudicaram gravemente a indústria local.

A partir de agora, a taxa que incide sobre as compras externas além da cota de 1,95 milhão de toneladas por ano vai ser elevada de 50% para 95%. Depois de um ano, a taxa vai cair para 90%; em dois anos, para 85%. Entretanto, o imposto sobre o açúcar dentro da cota permanecerá em 15%. A China é a maior importadora mundial de açúcar.

Combinadas, as importações oficiais e ilegais subiram 60% nos últimos três anos até setembro de 2016, estimou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As compras externas oficiais para a safra atual, que vai até 30 de setembro, estão projetadas em 3,5 milhões de toneladas.

A elevação foi resultado de uma investigação feita pelo governo, iniciada em setembro passado, que visou apurar o crescimento rápido da presença de açúcar produzido no exterior dentro do país. A investigação veio após reclamação de produtores chineses de que as baixas taxas estavam prejudicando suas margens.

Com a elevação dos tributos, os custos de importação podem subir, reduzindo os envios da commodity à China, um dos maiores compradores de açúcar, e elevando os estoques globais do produto em um momento em que a produção deve ser recorde. Os preços do açúcar na China, cuja produção interna não consegue abastecer nem metade da demanda, são mais do que o dobro do preço global.

Isso torna a importação mais viável, mesmo com uma tarifa de 50%. Mas o aumento de impostos agora vai "desestimular as importações", disse Charles Clack, analista do mercado de açúcar no Rabobank, já que tende a tornar o açúcar importado muito menos competitivo comparado com o produzido internamente (Dow Jones Newswires, 22/5/17)


2- China impõe tarifas de importação sobre açúcar e pode prejudicar Brasil


A China anunciou nesta segunda-feira (22) que irá impor pesadas taxas sobre importações de açúcar, após um movimento de usinas domésticas em prol da medida, mas especialistas dizem que a regra pode não ser o suficiente para conter o fluxo do produto barato para o maior importador do mundo.

A regra, que deverá afetar cerca de um terço das importações anuais de açúcar da China, introduz uma tarifa extra para os próximos três anos sobre embarques que o governo disse que "impactam seriamente" a indústria doméstica.

O movimento pode prejudicar importações procedentes dos maiores produtores como Brasil e Tailândia, uma vez que reduzirá a diferença entre os preços chineses e os internacionais. O açúcar na China custa quase o dobro dos preços no mercado de Londres.

Mas operadores dizem que as tarifas maiores devem também impulsionar mais contrabandos nas fronteiras ao Sul da China, enquanto algumas importações junto aos grandes produtores podem ser embarcadas por meio de países terceiros, excluídos das tarifas.

O açúcar é um dos poucos setores em que a China luta para competir, dados custos maiores de sua produção por meio de pequenas propriedades. O país produz cerca de 10,5 milhões de açúcar de cana e beterraba ao ano, mas importa outros 3 milhões. Pequim ainda combate cerca de 2 milhões de toneladas ao ano em contrabandos, disseram fontes.

"É claro que isso vai apoiar a indústria doméstica por algum tempo", disse um operador na China. "[Mas] o mercado global de açúcar bruto só precisa cair um pouco abaixo de 15 centavos" para tornar lucrativo importar para a China.

Os preços globais do açúcar bruto eram negociados um pouco cima de 16 centavos de dólar por libra-peso nesta segunda-feira.


REGRAS
 

A China atualmente permite 1,94 milhão de toneladas em importações de açúcar com uma tarifa de 15%, como parte de um acordo com a Organização Mundial do Comércio.

Importações além disso têm uma tarifa de 50%. E as regras desta segunda-feira impõem uma tarifa adicional de 45% para essas importações no atual ano fiscal, segundo nota do Ministério do Comércio da China. A tarifa total, assim, vai para 95%, uma alíquota que cairá para 90% ano que vem e 85% no ano seguinte.

As medidas também devem elevar a pressão para que Pequim venda mais de suas reservas estatais para evitar que a oferta fique limitada e eleve os preços.

Os futuros do açúcar inicialmente caíram mais de 1% com as notícias, mas depois reduziram perdas, com operadores interpretando o movimento, que ficou em linha com uma proposta inicial apresentada em abril, como muito brando para conter os embarques.

A Tailândia, terceira maior produtora global, minimizou o impacto.

As usinas do país têm custos de embarque para a China muito menores que seus rivais Brasil e Austrália, disse o presidente do conselho da Corporação de Usinas de Açúcar da Tailândia, Viboon Panitwong, que não espera que a tarifa afete significativamente as exportações do país (Folha de S.Paulo, 23/5/17)


3- Tarifa extra chinesa para açúcar reduzirá importações e afetará Brasil


Uma tarifa adicional chinesa para importação de açúcar reduzirá as compras do produto pela China e consequentemente afetará o Brasil, o maior exportador global do produto, afirmou nesta segunda-feira o diretor-executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Eduardo Leão, em teleconferência para comentar o assunto.

Segundo ele, a tarifa deverá reduzir em 28 por cento as importações totais pela China, enquanto as exportações anuais brasileiras para o país asiático deverão cair em 800 mil toneladas.

A China, que já cobrava até 50 por cento sobre as importações, anunciou nesta segunda-feira uma tarifa adicional de 45 por cento.

(Reuters, 22/5/17)

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