terça-feira, 6 de março de 2018

BRDE libera R$ 33,2 milhões para cooperativas gaúchas


Recursos serão investidos em ampliações de unidades

 

Da Redação

 

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BRDE libera R$ 33,2 milhões para cooperativas gaúchas


Contratos de financiamento do Banco Regional do Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que somam R$ 33,2 milhões, foram assinados nesta segunda-feira (5), durante a 19° Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque (RS). O ato de assinatura ocorreu no estande da instituição, no Parque de Exposições, com a presença do vice-governador José Paulo Cairoli. Os contratos vão viabilizar recursos para investimentos em duas cooperativas e duas empresas gaúchas. Em fevereiro, o BRDE liberou R$ 45 milhões para cooperativas do Paraná (veja mais detalhes aqui). 

Cairoli (na foto, ao centro) agradeceu ao banco pelo investimento e às cooperativas por acreditarem no Estado do Rio Grande do Sul. "Acreditem no nosso projeto. Ele é voltado para aqueles que mais precisam. Estamos em um trabalho de transformação para o futuro das gerações", ressaltou. O presidente financeiro do BRDE, Odacir Klein, disse que a Expodireto é uma promotora e o banco é um financiador de inovação, de produtividade e de desenvolvimento econômico. "Esses contratos visam à inovação para armazenagem, para movimentar safras, para aumentar a produtividade", garantiu.


Cooperativas e empresas beneficiadas


O financiamento de R$ 6,7 milhões será destinado para a ampliação da capacidade de armazenagem da empresa Três Tentos Agroindustrial nos municípios de Capão do Cipó, Fortaleza dos Valos, Joia, Entre-Ijuís e Santa Bárbara do Sul. Para a Cooperativa Tritícola Santa Rosa (Cotrirosa), a contratação do financiamento de R$ 9,5 milhões servira para a ampliação da capacidade de recebimento e de armazenagem de grãos, com a aquisição e a instalação de silos armazenadores em quatro filiais, em Tucunduva, Santo Cristo, Cândido Godói e Ubiretama.

Conforme o diretor industrial e de desenvolvimento da Ipacol Máquinas Agrícolas, Luis Carlos Parise, os recursos de R$ 6 milhões serão utilizados para o desenvolvimento de uma linha de máquinas Colhedoras de Forragem Autopropelidas (CFA), com tecnologia nacional, no município de Veranópolis. Para a Coagrisol Cooperativa Agroindustrial, a contratação do financiamento foi no valor de R$ 10,6 milhões, para investimentos em 15 unidades de recebimento e armazenagem de grãos. O diretor financeiro da Coagrisol, Paulo Regis Correa, revelou que a cooperativa passa por um processo de reestruturação e novo modelo de gestão. Para ele, o investimento vem para somar. "Esse é o momento de fazer novos investimentos, que há anos não fazíamos, e que vai beneficiar seis mil produtores que representam mais de 30 mil pessoas", estimou. 

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Terminal em Paranaguá sacia o apetite dos chineses?


Milton Pomar analisa os movimentos da CMPort no Paraná

Por Milton Pomar

redacao@amanha.com.br
Terminal em Paranaguá sacia o apetite dos chineses?, questiona Milton Pomar


A China está avançando sobre o Brasil com a voracidade que lhe é peculiar, desde que começou a sua longa marcha, há pouco mais de 20 anos, para se tornar a maior economia mundial. Como a estratégia das empresas chinesas segue a estratégia maior do país, e o Brasil é um parceiro estratégico para a China, por razões mais que óbvias, continuarão investindo aqui na compra de portos, aeroportos, agroindústrias, reservas de petróleo, minas de ferro e de outros metais, usinas de etanol, e o que mais houver interessante e barato – a expressão “bacia das almas” está em desuso, mas o seu significado permanece vivo entre nós, infelizmente. 

Notícias sobre investimentos de grande porte se sucederão nos próximos meses, pois os chineses retomaram o ritmo em relação ao Brasil. A compra do terminal de contêineres de Paranaguá (veja mais detalhes aqui), o porto pelo qual entram e saem milhões de toneladas de fertilizantes e de soja, negociadas há muitos anos pelo “pool” de cooperativas do Paraná,, pode ser apenas a primeira. Esse negócio, de R$ 3 bilhões, mais R$ 1 bilhão prometidos em investimentos no porto, terá fortes implicações para a agricultura brasileira, historicamente à mercê de custos elevados de logística, decorrentes do modelo rodoviário dominante. 

Paranaguá é o segundo maior porto do Brasil, uma referência na exportação de produtos agrícolas do Paraná e Mato Grosso do Sul, por exemplo. Ao ser vendido para a China Merchants Port, com a “benção” da Frente Parlamentar de Logística de Transporte e Armazenagem, em evento no Congresso Nacional em fevereiro, o porto de Paranaguá passa a integrar a estratégia chinesa em relação à compra de alimentos no mundo, de redução de custos de logística e de intermediação, via compra direta e fornecimento dos meios de transporte.

Empresas chinesas quando tomam uma decisão é porque já estudaram o assunto exaustivamente. Daí a possibilidade de serem verdadeiras as informações que circulam no Paraná a respeito das novas investidas da CMPort, sobre a área de Imbocuí, vizinha a Paranaguá, para construção de um novo porto, e sobre a Rumo Logística, para terem também o modal ferroviário de 12 mil km dessa empresa, que atende de São Paulo ao Rio Grande do Sul, ganhando escala e consequentemente competitividade. 

 http://www.amanha.com.br/posts/view/5228


A crise acabou?


 

Alta de 1% no PIB de 2017 e criação de 78 mil postos de trabalho em janeiro confirmam retomada da economia após

 Crédito: Claudio Gatti
 OTIMISTA Fernanda de Figueiredo, na piscina do imóvel que comprou em São Paulo: “Acredito na melhora da economia” (Crédito: Claudio Gatti)

 
A julgar pelas notícias da última semana, a crise econômica é coisa do passado. O prolongado e doloroso ciclo de recessão que perdurou de 2015 a 2016, anos em que o Produto Interno Bruto (PIB) ficou negativo em 3,5%, ainda está longe de ser superado, mas os principais indicadores mostram que o País voltou a crescer. Em 2017, o PIB fechou em 1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou o dado na última quinta-feira. 

A taxa juros é a mais baixa da história (6,75%). A inflação, em 2,2% ao ano, está abaixo da meta do Banco Central e o setor público obteve em janeiro superávit de R$ 46,9 bilhões — o melhor resultado desde 2001, quando a série histórica foi iniciada. Na indústria, o crescimento foi de 2,5% em 2017, contrastando com as quedas de 6,4% em 2016 e 8,3% em 2015. 

Até o índice de desemprego, que se mantinha estacionado na preocupante casa de 12,2%, dá sinais de queda, com a criação de 77.822 mil novas vagas em janeiro, algo que não ocorria desde 2012, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Ainda que a positividade dos dados não se reflita de forma prática na melhoria das condições de vida dos brasileiros, os indicadores confirmam que a confiança no País voltou. Prova disso é a Bolsa de Valores de São Paulo estar registrando recorde após recorde neste início de ano.


EM ALTA A indústria automotiva cresceu 20,1%: retomada do poder de compra puxa o consumo (Crédito:Jose Patricio)

Então por que ainda persiste a sensação de que o fim da crise é quase uma utopia? “A gente vê que, de uma maneira geral, a economia vem melhorando. Mas é uma melhora lenta e gradual” afirma o economista Marcel Grillo Balassiano, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Uma das razões para a lentidão da retomada é a o efeito destruidor da recessão no biênio anterior, o que, na prática, colocou a economia no mesmo patamar que estava em 2010.

  Com o avanço do PIB no ano passado, avançamos para o cenário de 2011. É muito atraso para recuperar de uma vez só. A única vez que o PIB brasileiro ficou negativo por dois anos seguidos foi logo após a crise de 1929, e mesmo assim, em níveis menores. Estudos do próprio Ibre/FGV apontam que deverão ser gerados em 2018 entre 700 mil e 1 milhão de postos de trabalho.

“A única vez que o PIB caiu duas vezes seguidas foi logo após a crise de 1929. Em 2017 tivemos o primeiro ano pós-recessão” Marcel Grillo Balassiano, economista do Ibre/FGV
Somada aos juros baixos e à inflação sob controle, a recuperação do emprego irá aumentar a renda das famílias e estimular o consumo, aquecendo ainda mais a economia. A recuperação das vendas já é significativa na indústria automobilística, que cresceu 20,1% em 2017 e segue no mesmo ritmo este ano. Otimistas com esse cenário de retomada, empresas de outros setores também voltaram a fazer grandes aportes. É o caso da OLX, plataforma de compra e venda online, que vai investir no Brasil R$ 200 milhões em tecnologia e inovação neste ano, segundo presidente Andries Oudshoorn.


“Pós crise”


Não é só o grande empresário que aposta. Por acreditar na tendência de valorização no longo prazo, a administradora paulistana Fernanda Pirajá de Figueiredo, 52 anos, acaba de comprar um imóvel na Vila Mascote, bairro de classe média em São Paulo. “Acredito na melhora da economia e a hora de comprar apartamento é antes que os preços subam novamente”, afirma. Também os cariocas Guga Weigert e Rodrigo Lasmar resolveram investir mais de R$ 7,5 milhões em um empreendimento dentro do Jockey Club do Rio de Janeiro, que será inaugurado no sábado 10. Para o CEO Dante Seferian, da Construtora e Incorporadora Danpris, de Osasco (SP), “este é um bom momento para adquirir imóveis, principalmente pelas condições de pagamento oferecidas, em que se pode usar recursos próprios como o FGTS e opções como crédito imobiliário, financiamento e consórcio imobiliário.” Tanto é que o setor de equipamentos para construção civil foi o que mais cresceu em 2017: 40,1%.
Gestor da Golf Invest, braço da XP Investimentos, a maior do País, o economista Shan Butler diz sentir que há espaço para um bom crescimento e que o investidor brasileiro já se prepara para o pós-crise. “Ele teve que buscar alternativas e acabou migrando para plataformas que dividem as aplicações e remuneram melhor. Há sinais de reaquecimento da economia, agora vai depender só da política. Se permitirem, vai melhorar”, diz Butler. Para os analistas, a certeza de que a crise realmente acabou depende ainda da eleição. O economista Marcel Grillo Balassiano, do Ibre/FGV, acredita que o mercado reagirá na medida em que os candidatos pró-reformas forem ganhando força nas pesquisas. “Quando a gente souber o presidente eleito e qual política econômica vai prevalecer em 2019, a incerteza vai passar”, afirma.

https://istoe.com.br/a-crise-acabou/


Líderes e cientistas de 15 das mais poderosas empresas do mundo ensinam como inovar

 

"Apostamos na contramão das expectativas, numa cultura corporativa baseada na coragem".







Rob Kowalski, Novartis - Diretor Global de Assuntos Regulatórios


O grupo suiço Novartis aposta no big data e na inteligência artificial para descobrir novas fórmulas para um mundo que fica mais velho. Para trafegar no movediço território das enfermidades, a empresa mete a mão no caixa e cultiva uma cultura que valoriza, mais que o risco a coragem de cada colaborador.

Baixe a matéria no link abaixo.


 https://www.novartis.com.br/news/lideres-e-cientistas-de-15-das-mais-poderosas-empresas-do-mundo-ensinam-como-inovar

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

EDP Brasil prevê concluir operações de compra de fatia na Celesc em abril

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SÃO PAULO (Reuters) - A EDP Brasil, empresa do grupo português Energias de Portugal, deverá concluir até abril operações para a compra de uma participação relevante na elétrica estatal catarinense Celesc, disse a jornalistas nesta quarta-feira o presidente da companhia, Miguel Setas. 

A unidade brasileira da EDP anunciou em dezembro um acordo para a compra de uma fatia de 14,5 por cento na Celesc detida pela Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, por 230 milhões de reais. A participação representa 33 por cento dos papéis ordinários e 1,9 por cento dos preferenciais.

A operação deverá ser concluída na primeira semana de março, quando a EDP Brasil então lançará uma oferta pública de aquisição (OPA) voluntária para comprar até mais 32 por cento das ações preferenciais da Celesc em circulação no mercado.

“No final de abril, se tudo correr bem, essa transação estaria concluída”, afirmou Setas.

Ele defendeu ainda que o investimento na Celesc, visto no mercado como uma aposta na futura privatização da empresa, será um bom negócio mesmo se a elétrica seguir com controle estatal.

“Não temos nenhum horizonte temporal para a privatização... achamos que esse investimento, pela sua dimensão e pelas condições em que está sendo efetuado, é de baixo risco, e no nosso ponto de vista se justifica e se rentabiliza mesmo que não haja um cenário de privatização”, afirmou.

Ele afirmou que a Celesc deverá ter uma boa melhoria de desempenho nos próximos anos e ressaltou que o Estado de Santa Catarina possui um bom ambiente de negócios para investidores.

“A escolha de Santa Catarina para nosso investimento é uma escolha que tem a ver em participar com a qualidade do ambiente institucional no Estado... foi algo que nos chamou a atenção e nas nossas prioridades de investimento nos levou a tomar essa decisão”, explicou.

Controlada pelo governo de Santa Catarina, com 50,2 por cento das ações ordinárias e 20,2 por cento no capital total, a Celesc é responsável pela distribuição de eletricidade no Estado e possui ativos em geração e transmissão.

 

TRANSMISSÃO


O presidente da EDP Brasil disse que a companhia também seguirá buscando oportunidades de crescimento em transmissão de eletricidade, onde estreou em 2016, ao arrematar uma concessão em um leilão do governo, mas com um menor ímpeto devido à elevação da competição no segmento.

A companhia arrematou mais concessões de transmissão em 2017 e agora soma 1,3 mil quilômetros em linhas a serem construídas nos próximos cinco anos, com investimento estimado de 3,1 bilhões de reais.

“Nossa intenção é continuar a avaliar oportunidades que vão aparecer nos próximos leilões, mas a impressão também é que o ambiente competitivo na nossa avaliação é muito intenso, muito acirrado. 

Portanto nossa expectativa é relativamente moderada com relação a novos investimentos em curto prazo... somos exigentes com a rentabilidade”, afirmou Setas.

Ele destacou que o primeiro empreendimento da companhia no setor, que precisa ser entregue em agosto de 2020, teve a licença ambiental de instalação emitida sete meses antes do esperado. A companhia já estimava anteriormente concluir a linha com 10 meses de antecedência.

“Tendemos a ser conservadores nessa soma, mas se tudo correr bem temos 17 meses (de antecipação)”, disse Setas.

“A expectativa que temos é que os bons resultados que tivemos em geração, de antecipar as usinas que construímos, sejam transponíveis para o segmento de transmissão. E começamos bem”, adicionou.


Por Luciano Costa

Presidente da Embraer espera concluir discussões sobre parceira com Boeing neste semestre

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SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (Reuters) - O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, espera que as discussões sobre uma parceria com a Boeing sejam concluídas neste semestre, independente de um resultado favorável ou negativo para uma aliança das empresas. 

“Não temos uma data específica para concluir, mas é necessário que uma resolução seja atingida rapidamente porque não podemos ficar mais muito tempo nisso”, disse Silva durante cerimônia de certificação tripla do novo jato de passageiros da Embraer, o E190-E2.

Questionado se as empresas poderiam concluir as discussões neste semestre o executivo respondeu afirmativamente.

Silva afirmou que não se encontrou ainda com o novo ministro da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, mas disse acreditar que nem a troca no comando da pasta, nem o cenário eleitoral podem representar obstáculos às negociações com a Boeing.

“Tem toda uma equipe técnica do governo estudando isso. Tem muitas áreas específicas (do governo) envolvidas.”


Por Alberto Alerigi Jr.

Quarta Revolução Industrial aguarda sinal do 5G

 O piloto Fernando Alonso participa de debate sobre a Quarta Revolução no Mobile World Congress
A previsão é que  até 2025 a área coberta pelo 5G abrangerá 40% da população mundial.


É inegável o sentido de urgência em qualquer debate relacionado à chamada Quarta Revolução Industrial, mas as discussões eclipsam um fato: a tecnologia que vai acelerá-la ainda não chegou ao mercado. Trata-se do chamado 5G, capaz de conectar internet ultrarrápida a todo tipo de coisa.

Ainda que demonstrações pontuais tenham sido feitas  —a última dela na Olimpíada de Inverno em PyeongChang, na Coréia do Sul, em fevereiro—, a previsão é que o processo comercial comece apenas no ano que vem. A definição técnica do padrão aconteceu apenas recentemente.

Além disso, a própria GSMA, a entidade que congrega as teles, prevê que sua expansão será mais lenta do que a do 4G, a tecnologia mais avançada atualmente, por falta de investimentos em rede e incertezas operacionais em vários países.

Tema do Fórum Mundial de Davos há dois anos, a Quarta Revolução Industrial tem protagonizado várias discussões no Mobile WorldCongress, principal feira do setor de telecomunicações, que ocorre nesta semana em Barcelona.

No evento, a melhor síntese sobre a revolução talvez tenha sido feita por Sue Siegel, principal executiva de inovação da GE. Ela elencou três pontos:
1 - a economia passa de um modelo centralizado para um distribuído. “Você recebia energia elétrica de uma central; agora pode instalar um painel solar.”
2 - investimento (o capex, no jargão administrativo) perde força em relação a gasto operacional (o chamado opex). “Um exemplo é a Uber. Você compra a viagem, não o carro.”
3 - aparelhos estáticos dão lugar aos conectados. “É dado sobre dado, para todo lado.”

A primeira Revolução Industrial começou no século 18, impulsionada pela máquina a vapor. A segunda, na virada do século 19 para o 20, teve como símbolos a eletricidade e o telefone. A terceira, a partir do final do século 20, gravitou em torno do computador pessoal e da internet.

O ciclo que está a ponto de começar deverá se basear em inteligência artificial, internet das coisas, robôs, drones e sensores.

“Uma questão chave da Quarta Revolução é que ela acontece enquanto todas essas tecnologias estão surgindo e colidindo entre elas”, afirma Mohamed Kande, vice-presidente da PwC.

Uma das consequências esperadas é que fiquem ainda mais borradas as fronteiras entre as indústrias --como as antes demarcadas entre empresas de tecnologia e as de mídia ou bancária.

De modo a demonstrar esse sentido de urgência dos novos tempos, o Mobile World Congress deste ano elencou como principal nome de sua programação o piloto Fernando Alonso, bicampeão mundial da F-1, justamente num debate sobre a Quarta Revolução, nesta terça (27).

Laboratórios históricos de tecnologias que acabam chegando ao dia-a-dia, os carros de F-1 conhecem há tempos um elemento aue passará a ser central para a indústria: a comunicação maciça de dados da máquina para uma central distante.

“Alonso vive no 5G há 17 anos”, brincou Zak Brown, diretor-executivo do Grupo McLaren, numa referência ao tempo de carreira do piloto na F-1.

Mas também aí está um exemplo de como no mundo real a coisa ainda não vai tão engrenada assim.

A conexão firme de veículos a outros aparelhos ainda está no estágio de ser exemplo de estande de feiras, como demonstra o caso levantado por Charles Myers, CEO da Airgain, empresa especializada no assunto.

“Vi aqui em Barcelona demonstrações de carro vai a uma garagem, troca de redes e a conectividade não muda”, explicou ele.

Resolvida a conexão em escala da infraestrutura, da qual o 5G é o principal ator, ainda que não o único, haverá brutal explosão da produtividade, previu Siegel, da GE.

Pela previsão da GSMA, até 2025 a área coberta pelo 5G abrangerá 40% da população mundial (Folha de S.Paulo, 28/2/18), 28/2/18)


Não há mais divisão entre conteúdo e tecnologia, diz executivo


Legenda: Iflix, espécie de Netflix dos países emergentes


Avaliação é de presidente da iflix, espécie de Netflix dos países emergentes.
A convergência entre conteúdo e tecnologia chegou a tal ponto que há quem diga que não existe mais linha nenhuma a separar um lado e outro.

É o caso de Mark Britt, CEO da iflix, uma espécie de Netflix dos países emergentes. Criado em 2014 na Malásia, o serviço se expandiu pelo Sudeste Asiático e pelo Oriente Médio, somando mais de 6 milhões de assinantes.

As páginas de interação com o usuário, editadas inteiramente por algoritmos, são prova disso, afirma ele. O que não quer dizer que a curadoria esteja congelada pela matemática —mas também a evolução dela está submetida aos números da audiência. “Faço e aprendo, faço e aprendo”, afirmou Britt durante o Mobile World Congress, principal feira do setor de telecomunicações, que ocorre nesta semana em Barcelona.

A seu lado, um executivo do Facebook foi um pouco mais cauteloso. Tanto a produção tradicional de conteúdo quanto os algoritmos são importantes no que é entregue para o consumidor, defendeu JasonJuma Rossa, diretor de estratégia de tecnologia e telecomunicações da empresa para a Ásia. “É como querer fazer uma distinção entre parte direita e parte esquerda do cérebro”, afirmou.

A discussão atravessou mais de um debate no evento. Em uma mesa nesta terça (27), o diretor do Story[X], o laboratório de inovação do jornal “The New York Times”, disse que a fusão já é realidade.

“Não há uma diferença clara entre máquinas e pessoas”, afirmou Marc Lavallee. “Eu recebo uma mensagem de um robô, e isso pode ser uma máquina, ou ao menos parcialmente uma máquina. Nós [o NYT] somos cada vez mais uma empresa de tecnologia.”

Dois exemplos vistos na feira são ilustrativos dessa mistura entre conteúdo e tecnologia —sem que necessariamente a segunda tome o lugar do primeiro.

Um deles é o da BT, antigamente conhecida como British Telecom, operadora inglesa de telefonia.

Há cinco anos, a empresa criou a BT Sport, uma divisão para competir no mercado de compra de direitos de transmissão de eventos esportivos, área em que os investimentos precisam ser robustos.

Por que isso? Porque o que dirige tudo é o conteúdo, diz AndrewHaworth, diretor de estratégia e consumo da BT Sport. “O esporte está transformando a marca da BT. É um benefício que não existe quando provemos banda larga.”

Outro é o da Jukin Media, empresa de Los Angeles que se especializou em descobrir vídeos “que estão a ponto de viralizar”, como definiu a diretora Jean Coffey.

Para isso, a empresa desenvolveu técnicas para calcular o potencial do conteúdo, contatar o dono dele —muitas vezes um cidadão comum—, remunerá-lo de alguma forma e a partir daí monetizar esse material.

No fundo, usa tecnologia para tentar sistematizar o caos das redes sociais e construir um modelo de negócios aí. “Uma indústria não pode ser construída em cima de acidentes”, afirmou ela (Folha de S.Paulo, 28/2/18)

Tecnologia separa o 'comprar' do 'fazer compras'

Legenda: Visitante faz foto com smartphone durante o Mobile World Congress, em Barcelona

Comprar é o ato de adquirir produtos necessários e fazer compras é um processo mais prazeroso.

“Comprar” e “fazer compras” serão ações de diferença cada vez mais nítida por causa da tecnologia.
É o que afirmam executivos que trabalham diretamente no varejo ou em áreas relacionadas a ele.

Segundo essa definição, comprar envolve, por exemplo, o ato de adquirir produtos necessários para a vida no dia a dia, um processo com o qual o consumidor gostaria de perder o menor tempo possível.

Já “fazer compras” é um processo mais longo, de escolha, tentativa e erro, e também prazeroso.

“Gostaríamos que algo que nos faz feliz fosse totalmente automatizado?”, pergunta Ann-Sofie Isaksson, especialista em marketing da Ikea.

“Comprar pode ser algo automatizado”, diz Pernilla Jonsson, que encabeça o laboratório de pesquisa ao consumidor da Ericsson, fabricante sueca de aparelhos de telefonia. “Já no caso de fazer compras, a tecnologia entra para melhorar a experiência do consumidor.”

Isso não quer dizer que o ato de “fazer compras” deva ser realizado apenas fisicamente, diz ela. 

“Pode ser digital. Os consumidores ficam horas e o horas online.”

Um exemplo da própria Ikea é um aplicativo de realidade aumentada, para melhorar a sensação do consumidor que quer escolher algum produto para sua casa.

Mas também no caso da loja física a tecnologia vai mudar a maneira como as coisas são feitas.

Exemplo disso foi mostrado no World Mobile Congress pela Intel e pela Telefónica: a loja da Dufry (free shop) no terminal mais moderno do aeroporto de Barajas, em Madri.

Ela é modulada para fazer com o que ambiente responda ao consumidor, estimulando-o a parar na loja ou fazer com que se interesse por determinado produto.

É o que Carlos Marina, executivo da empresa espanhola, chama de “momento ópera”.

“Se há muita gente, aumentamos o volume da música. Dependendo do voos que vão sair, podemos oferecer [em telões] produtos que costumam atrair pessoas daqueles países de destino, promovendo determinada marca.”

Outra mudança tecnológica com grande impacto no varejo é o uso da voz, cada vez mais frequente nas buscas da internet.

“Isso tem implicações óbvias para o comércio”, diz Giulio Montemagno, gerente europeu da Amazon Pay. “A tecnologia será cada vez mais contextualizada, e o consumidor terá mais caminho para se integrar com as marcas” (Folha de S.Paulo, 28/2/18)