SÃO
PAULO (Reuters) - A EDP Brasil, empresa do grupo português Energias de
Portugal, deverá concluir até abril operações para a compra de uma
participação relevante na elétrica estatal catarinense Celesc, disse a
jornalistas nesta quarta-feira o presidente da companhia, Miguel Setas.
A
unidade brasileira da EDP anunciou em dezembro um acordo para a compra
de uma fatia de 14,5 por cento na Celesc detida pela Previ, fundo de
pensão dos funcionários do Banco do Brasil, por 230 milhões de reais. A
participação representa 33 por cento dos papéis ordinários e 1,9 por
cento dos preferenciais.
A operação deverá ser concluída
na primeira semana de março, quando a EDP Brasil então lançará uma
oferta pública de aquisição (OPA) voluntária para comprar até mais 32
por cento das ações preferenciais da Celesc em circulação no mercado.
“No final de abril, se tudo correr bem, essa transação estaria concluída”, afirmou Setas.
Ele
defendeu ainda que o investimento na Celesc, visto no mercado como uma
aposta na futura privatização da empresa, será um bom negócio mesmo se a
elétrica seguir com controle estatal.
“Não
temos nenhum horizonte temporal para a privatização... achamos que esse
investimento, pela sua dimensão e pelas condições em que está sendo
efetuado, é de baixo risco, e no nosso ponto de vista se justifica e se
rentabiliza mesmo que não haja um cenário de privatização”, afirmou.
Ele
afirmou que a Celesc deverá ter uma boa melhoria de desempenho nos
próximos anos e ressaltou que o Estado de Santa Catarina possui um bom
ambiente de negócios para investidores.
“A escolha de
Santa Catarina para nosso investimento é uma escolha que tem a ver em
participar com a qualidade do ambiente institucional no Estado... foi
algo que nos chamou a atenção e nas nossas prioridades de investimento
nos levou a tomar essa decisão”, explicou.
Controlada
pelo governo de Santa Catarina, com 50,2 por cento das ações ordinárias e
20,2 por cento no capital total, a Celesc é responsável pela
distribuição de eletricidade no Estado e possui ativos em geração e
transmissão.
TRANSMISSÃO
O presidente da EDP
Brasil disse que a companhia também seguirá buscando oportunidades de
crescimento em transmissão de eletricidade, onde estreou em 2016, ao
arrematar uma concessão em um leilão do governo, mas com um menor ímpeto
devido à elevação da competição no segmento.
A
companhia arrematou mais concessões de transmissão em 2017 e agora soma
1,3 mil quilômetros em linhas a serem construídas nos próximos cinco
anos, com investimento estimado de 3,1 bilhões de reais.
“Nossa
intenção é continuar a avaliar oportunidades que vão aparecer nos
próximos leilões, mas a impressão também é que o ambiente competitivo na
nossa avaliação é muito intenso, muito acirrado.
Portanto nossa
expectativa é relativamente moderada com relação a novos investimentos
em curto prazo... somos exigentes com a rentabilidade”, afirmou Setas.
Ele
destacou que o primeiro empreendimento da companhia no setor, que
precisa ser entregue em agosto de 2020, teve a licença ambiental de
instalação emitida sete meses antes do esperado. A companhia já estimava
anteriormente concluir a linha com 10 meses de antecedência.
“Tendemos a ser conservadores nessa soma, mas se tudo correr bem temos 17 meses (de antecipação)”, disse Setas.
“A
expectativa que temos é que os bons resultados que tivemos em geração,
de antecipar as usinas que construímos, sejam transponíveis para o
segmento de transmissão. E começamos bem”, adicionou.
Por Luciano Costa
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