A indústria brasileira – que em 2017 voltou a crescer depois de três
anos de queda – está vendo a recuperação se disseminar. O crescimento da
produção industrial, no ano passado, foi além do setor automotivo,
principal responsável pela retomada da indústria. Segundo estudo do
Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), com base
em dados do IBGE, 58 dos 93 segmentos – 62% do total – apresentaram
resultados positivos.
O movimento foi maior no quarto trimestre, quando 66 ramos avançaram em ritmo superior ao registrado no mesmo período de 2016. A disseminação do crescimento tem relação com o encadeamento entre setores, alavancado especialmente pelo setor automotivo.
O movimento foi maior no quarto trimestre, quando 66 ramos avançaram em ritmo superior ao registrado no mesmo período de 2016. A disseminação do crescimento tem relação com o encadeamento entre setores, alavancado especialmente pelo setor automotivo.
A produção de veículos respondeu por metade da alta de 2,5%
registrada pela indústria no ano passado. O bom desempenho acaba se
refletindo em outros segmentos, como o de equipamentos de áudio e vídeo,
borracha e plástico, têxteis e metalurgia. “O sinal é positivo e
disseminado. Há um conjunto de desdobramentos e de relações
intersetoriais que vão além do que a gente identifica como setor
automotivo”, diz o economista-chefe do Iedi, Rafael Cagnin.
Mas não é só a cadeia em torno da produção de veículos que
tem se beneficiado. Fabricantes de equipamentos de informática, por
exemplo, ou de comunicação também cresceram no ano passado. Na zona sul
de São Paulo, uma fabricante de leitores de código de barras registrou
um faturamento 20% maior em janeiro deste ano, na comparação com 2016.
“Se continuar assim, vamos precisar rever o planejamento para o ano”,
diz Marcos Canola, sócio e diretor comercial da Nonus.
Isso não significa, no entanto, expansão nem contratação de
funcionários, porque ainda há capacidade ociosa. Durante a crise, a
empresa reduziu a equipe pela metade, para 40 pessoas, cortou
investimentos, fechou um depósito e segurou reajustes. Com a melhora dos
resultados, que começou a aparecer no fim do ano passado, Canola está
um pouco mais animado. Em abril, a Nonus participará de uma feira de
negócios na China, depois de quatro anos de fora. “Não é para engatar
uma quinta marcha, mas não dá para ficar parado”, diz o empresário.
Os movimentos conservadores da indústria têm o objetivo de
se preparar caso a recuperação seja maior. Os dados do Índice de
Confiança da Indústria (ICI), da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostram
que o otimismo dos industriais ainda avança muito devagar. A prévia do
índice de fevereiro, divulgado sexta-feira, 23, aponta avanço de 0,2
ponto, para 99,6 pontos. Se confirmado, será o maior patamar desde
outubro de 2013. “Essa recuperação é gradual, embora tenha ganhado
tração. Não dá ainda para dizer que o setor está otimista nem muito
confiante”, diz a coordenadora da Sondagem da Indústria da FGV, Tabi
Thuler Santos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário