“A janela de oportunidade está prestes a se fechar
novamente. Nunca estivemos tão perto de um acordo. Daqui até o fim de
março ainda há quatro semanas”, disse Machnig em uma entrevista à AFP, à
margem de uma reunião dos 28 ministros de Comércio da UE em Sofia.
A partir de abril, quando começar os preparativos para eleições brasileiras, as negociações com o Mercosul ficam mais difíceis.
O secretário de Estado francês se mostrou mais prudente
quanto à necessidade de concluir rapidamente as negociações, destacando a
necessidade de um “acordo equilibrado”.
“O Mercosul deve vir à UE com propostas mais fortes,
pensamos no setor automobilístico, no setor agrícola com indicações
geográficas protegidas, no setor de laticínios, porque nós temos, no
mundo agropecuário, interesses muito fortes para fazer valer. A conta
ainda não está fechada”, disse à AFP.
A comissária europeia de Comércio, Cecilia Malmström, disse
em coletiva esperar que as negociações avancem nesta rodada em Assunção e
indicou a possibilidade de viajar ao Paraguai neste fim de semana.
“Obviamente, queremos um bom acordo, é fundamental”, afirmou.
No setor automobilístico, o Brasil aceitaria reduzir
significativamente as tarifas aduaneiras sobre os carros europeus, desde
que eles incluam uma parte significativa de peças fabricadas no
Mercosul, cerca de 80%.
Os europeus, entretanto, aceitam um taxa máxima de entre 45% e 50%.
Lemoyne reafirmou a preocupação da França “com as normas
sanitárias e fitossanitárias” dos produtos agropecuários. “Está claro
que o consumidor europeu deseja que os produtos recebidos respeitem um
certo número de condições impostas a nossos produtores”, afirmou.
Entre os integrantes da UE, França e Irlanda são os mais preocupados com
potenciais repercussões negativas do acordo para seus setores
agropecuários, sobretudo devido à importação de carne bovina do
Mercosul.
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