De acordo com executivo, essa aposta estaria em linha com a estratégia da empresa de ser a líder no segmento de até 150 assentos
São José dos Campos – A Embraer está
estudando entrar no mercado de turboélices, aeronaves de menor porte
que costumam ser operadas em rotas regionais, afirmou Rodrigo Souza e
Silva, vice presidente de Marketing da divisão de Aviação Comercial.
De acordo com o executivo, essa aposta estaria em linha com a
estratégia da empresa de ser a líder no segmento de até 150 assentos.
“Com o E2, estamos nos posicionando na faixa de cima. O que estamos
olhando agora são aviões menores, de outras capacidades ou outros
segmentos”, disse a jornalistas após evento da empresa.
Silva conta que a Embraer tem interagido com vários clientes, que vêm
com bons olhos a possibilidade de a empresa trazer um produto para esse
mercado. Potencial existe, já que as aeronaves disponíveis hoje são
consideradas antigas, e há grande espaço para ganhos de eficiência e
redução de custos operacionais na indústria. “Se lançarmos, vai ser com
tecnologia igual ou superior à do E2”, diz Silva.
Caso venha de fato a seguir com o projeto, a Embraer desenhará um
produto para concorrer diretamente com o ATR 72, da fabricante francesa
ATR, e com o Dash 8 Q-400, da Bombardier – ambos com capacidade para
cerca de 70 assentos. O principal mercado para o eventual turboélice da
companhia seria o da Ásia Pacífico, aponta Silva. “Seria um bom
complemento, em termos estratégicos, ao E2”. Os E-Jets são produtos
fortes principalmente nas Américas, Europa e China.
O executivo ressalta que este é um projeto ainda em estágio bem
preliminar, visando o médio e longo prazos. Mas conta que há um grupo de
trabalho se debruçando em estudos de mercado e análises técnicas para
tornar essa uma oportunidade viável para o futuro. “Mas, agora, nosso
foco é vender e integrar a família E2.”
A primeira entrega da nova geração dos E-Jets está prevista para
abril deste ano. O primeiro E190-E2 pertencerá à Widerøe, maior
companhia aérea regional da Escandinávia, que pretende começar a voar
comercialmente com o jato logo após a entrega. O próximo modelo da
geração a entrar em atividade é o E195-E2, o maior deles – quem receberá
o primeiro jato, no primeiro semestre de 2019, é a companhia aérea
Azul. Por último, fica o E175-E2, com entrega prevista para 2021.
Porém, a entrada do E175-E2 no mercado norte-americano – um dos
maiores do mundo – permanece incerta devido à chamada “cláusula de
escopo”, uma determinação do sindicato local de pilotos que impede que a
nova aeronave da Embraer opere regionalmente no País.
Segundo Rodrigo Souza e Silva, a companhia continua acreditando que,
com a chegada das aeronaves, mais eficientes e modernas, ao mercado, uma
renegociação com os pilotos tome um tom mais favorável. Ele reforça,
porém, que há potencial para a aeronave em diversos outros mercados além
dos Estados Unidos.
Silva foi questionado sobre o andamento das negociações da Embraer com a Boeing, mas não quis fazer comentários.
A Embraer entregou nesta quinta-feira, 22, duas aeronaves à holandesa
KLM. Os jatos, um E175 e um E190, serão operadas pela KLM Cityhopper,
subsidiária da empresa que atua em aviação regional.
Com essa entrega e mais três programadas para os próximos meses, a
Cityhopper completa uma frota de 49 jatos, todos da Embraer. Segundo o
Warner Rootliep, diretor da Cityhopper, as aeronaves da brasileira são
ideais ao modelo de negócios da companhia, que demanda flexibilidade e
eficiência.
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