Todos os componentes da taxa de investimento cresceram em dezembro,
afastando dúvidas sobre o ritmo da retomada da economia e indicando que
as perspectivas para 2018 são mais favoráveis. Até a construção civil,
cuja recuperação está atrasada em relação à dos demais setores, deu
sinais positivos, segundo o Indicador Ipea Mensal de Formação Bruta de
Capital Fixo - FBCF relativo a dezembro e ao quarto trimestre de 2017.
Entre novembro e dezembro, o crescimento da
taxa de investimento foi de 4,2%, com ajuste sazonal. Entre os meses de
dezembro de 2016 e de 2017, o avanço foi de 2,4%. No quarto trimestre
de 2017, o aumento foi de 1,7% em relação ao trimestre anterior e de
3,3% comparativamente ao quarto trimestre de 2016. São estimativas
reveladoras das tendências recentes, mostrando que as empresas investem
mais para atender à demanda crescente apontada por outros indicadores.
O consumo aparente de máquinas e
equipamentos, por exemplo, obtido com base na produção industrial
doméstica excluídas as exportações e incluídas as importações, aumentou
4,2% entre novembro e dezembro, favorecido pelo crescimento de 5,6% do
volume de importações.
Entre os últimos trimestres de 2016 e de
2017, o aumento do consumo aparente de máquinas e equipamentos foi de
11,3%. O de importações chegou a 16,2% no mesmo período, embora em 12
meses esse indicador ainda seja negativo em 8,3%. A construção civil
avançou 0,9% entre o terceiro e o quarto trimestres de 2017, mas em 12
meses ainda exibiu taxa negativa de 5,2%. Com o alto peso da construção
civil na formação de capital, a retomada do setor ajudará a FBCF a
mostrar um resultado geral mais vistoso em 2018.
Não se deve ignorar que o crescimento dos
investimentos só ganhou força no último semestre e que ele se dá a
partir de base de comparação baixa. Mostra disso é que, quando se
comparam os últimos 12 meses com os 12 meses anteriores, a variação da
taxa de investimento ainda é de -2%.
Mas mais importante é que parece ficar para
trás um longo período de recuo do investimento. Segundo o Ipea, a FBCF
declinou moderadamente entre 2012 e 2014 e despencou em 2015 e 2016.
Agora, cabe esperar que a necessidade de modernizar o parque industrial,
introduzindo tecnologias novas e mais eficientes, ajude a dar ímpeto ao
investimento (O Estado de S.Paulo, 26/2/18)
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