segunda-feira, 14 de maio de 2018

Lush fechará lojas no Brasil pela segunda vez e vende itens com desconto


Até o fechamento, produtos estarão à venda pela metade do preço nas lojas da marca de cosméticos

 




São Paulo – A Lush, empresa britânica de cosméticos e conhecida pelos seus sabonetes, acabou de anunciar que fechará sua operação no país até o dia 20 de junho. Até lá, os produtos serão vendidos pela metade do preço nas lojas da marca, exceto a linha Charity Pot e acessórios.

“Adoramos atendê-los e gostaríamos de agradecer toda a paixão e entusiasmo de vocês sobre nossa marca ao longo desses anos”, afirmou a marca em sua página no Facebook.

Não é a primeira vez que a companhia anuncia sua saída do país. Depois de chegar ao Brasil em 1999, ela fechou, em 2007, suas mais de 25 franquias. Retornou em 2014, com planos para abrir mais de 30 unidades. Não foi dessa vez.

A companhia tinha cinco lojas, todas no estado de São Paulo: nos shoppings Pátio Higienópolis, Center Norte, Morumbi, Iguatemi Campinas e uma loja de rua, no bairro Jardins. Esta também funcionava como um SPA, a primeira da América Latina a contar com o serviço.

Fundada em 1995, seus produtos não são testados em animais, vegetarianos e feitos de forma artesanal. Entre os itens mais vendidos no país, estava o hidratante Dream Cream, a máscara facial Mas of Magnaminty e o sabonete facial Coal Face.

China Three Gorges faz proposta de US$10,8 bi pela elétrica EDP


Proposta exclui os 23% de participação da companhia estatal chinesa na elétrica portuguesa

 






Lisboa – A companhia estatal chinesa China Three Gorges divulgou nesta sexta-feira uma oferta para assumir o controle da maior empresa portuguesa, a Energias de Portugal (EDP), oferecendo um prêmio de quase 5 por cento sobre o preço de fechamento das ações da elétrica.

O valor total da proposta é de 9,07 bilhões de euros (10,83 bilhões de dólares), excluindo uma participação de 23 por cento já detida pela CTG na companhia, disse em comunicado nesta sexta-feira em Lisboa a empresa chinesa, que é a maior acionista da EDP.

Reportagens que indicavam a EDP como um possível alvo de aquisição por grandes companhias estrangeiras da Europa têm circulado há mais de um ano, período durante o qual a CTG continuou a aumentar sua participação na empresa, o que culminou na oferta de 3,26 euros (3,89 dólares) por ação da empresa.

A CTG disse em seu anúncio preliminar sobre a oferta que quer chegar a pelo menos 50 por cento das ações com direito a voto mais uma ação ordinária na companhia. Ela também ofereceu 7,33 euros por ação da unidade de energia eólica da companhia, EDP Renováveis, um valor abaixo do preço de fechamento, de 7,84 euros.

O valor de mercado da EDP é de quase 11,4 bilhões de euros, pelo fechamento desta sexta-feira. A empresa atende cerca de 10 milhões de clientes do mercado de eletricidade e 1,6 milhão de clientes de gás natural e possui mais de 330.000 km de linhas de transmissão de energia.

O governo português não tem objeções à proposta, disse o primeiro-ministro Antonio Costa a jornalistas mais cedo nesta sexta-feira.

A EDP não comentou de imediato.

A EDP é a maior companhia de Portugal em ativos e possui negócios também no Brasil, na Espanha e nos Estados Unidos.

As ações da EDP Brasil, controlada pela companhia, fecharam em alta de 15,56 por cento nesta sexta-feira devido às notícias sobre a oferta chinesa.

Uma eventual fusão dos negócios da CTG no Brasil com a unidade local da EDP criaria a maior empresa de geração privada do país em capacidade instalada, ultrapassando a francesa Engie.

GP Investments investe US$ 60 mi em empresa de marcas de consumo


Aporte na companhia The Craftory será realizado pela subsidiária Spice Private Equity

 




São Paulo  – O grupo de private equity GP Investments anunciou nesta sexta-feira que sua subsidiária Spice Private Equity assinou um contrato para investir até 60 milhões de dólares na empresa de bens de consumo The Craftory.

Junto com outros investidores, a Spice garantirá cerca de 300 milhões de dólares à The Craftory que a GP qualificou como empresa de investimentos dedicada ao apoio de novas marcas disruptivas no setor de bens de consumo.

“A The Craftory oferece tal amplificação através do foco em três habilidades: criação e narrativa das marcas, uso das plataformas de ativação digital e ganho de escala de forma eficiente”, diz trecho do documento do GP Investments.

Segundo o documento, a The Craftory terá sede em Londres e se concentrará na compra e expansão de marcas de consumo de alto crescimento, com receitas de mais de 10 milhões de dólares nas áreas de saúde e beleza, cuidados pessoais, higiene pessoal, comida saudável, cerveja, vinho e drinks, chá, café e refrigerantes, chocolate, artigos para casa, perfumes e pet care.
 

Grupo asiático ganha exclusividade para comprar brasileira Lwarcel



Grupo da família Trecenti tenta há anos atrair investidores para levar a cabo seu plano de expansão


Grupo familiar do interior paulista, antes considerado um ativo de pequeno porte, ganhou relevância após opções de aquisição ficarem mais restritas no País; gigante April agora é a favorita para levar a Lwarcel, que já negociou com várias outras empresas.

O grupo asiático Asia Pacific Resources International Holdings (April) está em negociações avançadas para comprar a companhia paulista de celulose Lwarcel, do grupo Lwart, segundo apurou o ‘Estado’. O ativo, avaliado em aproximadamente R$ 2 bilhões, é hoje um dos poucos disponíveis para processos de aquisição no Brasil, na esteira da megafusão entre Fibria e Suzano, anunciada em março, e da compra da Eldorado pela Paper Excellence, no ano passado.

A Lwarcel, que era considerada pouco relevante no setor, mudou de patamar após a fusão entre Fibria e Eldorado, que ainda depende de aprovação, e a compra da Eldorado, que pertence ao grupo J&F, pela Paper Excellence, a ser finalizada no segundo semestre.

Nos últimos meses, os donos da companhia de celulose chegaram a conversar com diversos grupos, incluindo a Suzano – antes da fusão com a Fibria – e as portuguesas Altri e Navigator. Após a redução das opções disponíveis em celulose no País, a Lwarcel virou alvo de grupos asiáticos, que querem garantir produto para abastecer o continente, em especial a China.

Fundado em 1975, o grupo Lwart, do qual a Lwarcel faz parte, é também proprietário de um negócio de rerrefino de óleo combustível, que aproveita lubrificantes usados de automóveis e maquinários.


Mercado.  


O momento é favorável para o setor de celulose, segundo Carlos Farinha, vice-presidente da consultoria Pöyry. “É um momento positivo para exportar a partir do Brasil, tanto pelo preço do produto quanto pelo comportamento do câmbio”, diz. O cenário de preço deve seguir positivo, diz o executivo, porque não há previsão de inaugurações de fábricas de tamanho relevante no horizonte.

O interesse em aquisições, explica Farinha, é alto porque os grandes grupos não querem ter de reunir ativos florestais – o que, além de custar dinheiro, leva tempo. O executivo diz que comprar uma unidade acaba sendo mais barato do que construir uma fábrica do zero.

Procurada, a RGE informou que a companhia está sempre monitorando oportunidades de negócio e que não falaria sobre especulações de mercado. A Lwarcel disse que não comenta processos em andamento .

(O Estado de S.Paulo, 12/5/18)

Trump diz que vai ajudar chinesa ZTE a “voltar aos negócios”


Anúncio de Trump marcou uma grande reviravolta, dada a posição dura de Washington sobre as práticas comerciais da China

 




Washington/Pequim – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu ajudar a empresa chinesa ZTE Corp a “voltar aos negócios rapidamente”, depois que um bloqueio dos EUA fez a companhia asiática interromper suas operações.

O anúncio inesperado de Trump no domingo marcou uma grande reviravolta, dada a posição dura de Washington sobre as práticas comerciais da China que colocou as duas maiores economias do mundo em rota para uma possível guerra comercial.

Fontes com conhecimento do assunto afirmaram que Pequim exigiu que a questão da ZTE fosse resolvida como pré-requisito para discussões comerciais mais amplas com os EUA.

“Empregos demais perdidos na China. O Departamento de Comércio foi instruído a resolver isso!”, escreveu Trump no Twitter, afirmando que ele e o presidente chinês, Xi Jinping, estavam trabalhando em uma solução para a ZTE.

O Departamento de Comércio dos EUA proibiu no mês passado companhias norte-americanas de venderem produtos para a ZTE por sete anos como punição depois que a companhia chinesa foi descoberta vendendo ilegalmente produtos dos EUA para o Irã e a Coreia do Norte, quebrando um acordo de 2017. A descoberta ocorreu durante uma investigação promovida pelo governo Barack Obama, antecessor de Trump.

A punição cortou o acesso da ZTE a importantes componentes como chips, fazendo a segunda maior fabricante de equipamentos para telecomunicações da China anunciar na semana passada a suspensão de suas principais operações.

Durante negociações comerciais no início deste mês, o vice-premiê da China, Liu He, afirmou ao secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, que a China não continuará com discussões bilaterais mais amplas a menos que Washington concorde em reduzir as sanções contra a ZTE, afirmaram duas fontes.

“A mensagem foi de termos de resolver a questão da ZTE antes de continuarmos com as negociações”, disse uma das fontes.

Ambas as fontes afirmaram que a China estava inclinada a aceitar em princípio importar mais produtos agrícolas dos EUA em troca de Washington reduzir as penalidades sobre a ZTE.

Em 2017, a ZTE pagou a 211 exportadores dos EUA 2,3 bilhões de dólares, afirmou um representante da companhia na sexta-feira.

O governo dos EUA lançou a investigação sobre a ZTE depois que a Reuters publicou em 2012 que a companhia tinha assinado contratos para envio de produtos de hardware e software avaliados em milhões de dólares para o Irã. A ZTE depende de empresas norte-americanas como Qualcomm, Intel e Google. Companhias dos EUA fornecem 25 a 30 por cento dos componentes usados nos produtos da ZTE, que incluem celulares e equipamentos para redes de telecomunicações.



Startups elevam ganhos do agronegócio

Thiago Martins
Empresas desenvolvem tecnologias que transportam a revolução 4.0 para o campo e ajudam a otimizar produção, controle e manejo.

As agrotehs, startups que oferecem tecnologias voltadas ao agronegócio, estão ajudando a impulsionar ainda mais o segmento responsável por 22% do PIB nacional, que em 2017 foi de R$ 6,6 trilhões.

Enquanto algumas oferecem soluções que contribuem com o aumento da produtividade, outras auxiliam na tomada de decisão, analisando grande volume de dados.

Entre elas está a CowMed, de Thiago Martins, que monitora e avalia questões nutricionais, sanitárias e reprodutivas de vacas. “Brinco que nosso grande negócio é expressar a ‘opinião’ da vaca para o produtor.”

A tecnologia é embarcada em coleira usada pelos animais. “O equipamento emite dados sobre o comportamento de ruminação, que é indicador da saúde animal.” O desenvolvimento do produto começou em 2010 e foi lançado há dois anos.

“O idealizador foi meu pai. Ele é professor universitário e foi fazer doutorado em Portugal. Na Europa, conheceu sistemas de monitoramento de vaca chamado pedômetro. Na volta, sugeriu que eu, aluno de engenharia mecânica, e Leonardo, meu irmão, aluno de engenharia elétrica, iniciássemos pesquisa sobre o assunto.”

Atualmente, a tecnologia atende 50 propriedades. “Depois que a solução chegou ao mercado, percebemos a necessidade de assessorar o pecuarista na interpretação dos dados e passamos a oferecer plano de monitoramento de saúde e bem-estar animal”, conta.

Ele mantém equipes que acompanham e interpretam dados 24 horas por dia. “Quando identificamos que algo está errado emitimos alerta ao proprietário.”

Segundo ele, pelas variáveis dos dados, muito mais que dar alertas, as vacas dão ‘opinião’. “Identificamos, por exemplo, quando estão se preparando para parir, quando estão com estresse térmico, se estão gostando da comida ou prestes a ficar doentes. Com base nessas informações, os pecuaristas tomam medidas preventivas e evitam o adoecimento dos animais.”

Ele conta que um cliente reduziu em 50% a taxa de descarte de animal por ano. Já a produção de outro produtor passou de 28 litros de leite por vaca/dia, para 38 litros por vaca/dia.

“Não é milagre, é que agora os produtores ‘escutam’ as vacas e elas estão felizes, por isso, entregam mais qualidade.” Até o final do ano a empresa espera monitorar 20 mil animais. Hoje, monitora quatro mil.


Pesquisa


Pós-doutorado em genética e manejo de culturas agrícolas, o CEO da Smartbreeder, Eder Giglioti, atua há 25 anos na área de pesquisa.
Legenda: Eder Giglioti


“Sempre busquei uma solução inteligente para otimizar a performance e a gestão do manejo das plantações, porque os produtores gastam muito com insumos para controlar doenças, pragas e fazer adubação.”

Segundo ele, pela complexidade de cada cultura, os produtores perdem 40% do investimento, porque não acertam onde, como e quando usar os insumos de maneira ideal.

“Assim, fazem mais aplicações de produtos e o volume de adubação tem de ser maior. E por não fazerem o manejo adequado, não atingem a produtividade ideal.”

Giglioti ressalta que vivemos a quarta revolução da agricultura. “É revolução da informação, mas mais que informações precisas, o produtor precisa tomar decisões assertivas e isso é possível por meio de modelagens matemática e algoritmos.”

A plataforma desenvolvida pela Smartbreeder utiliza tecnologia de big data, inteligência artificial, dados em nuvem e conhecimentos de biologia, física, medicina e estatística.

“Trabalhamos com essa camada de inteligência e orientamos os produtores. As recomendações incluem desde o dimensionamento de equipe necessária para uma ação até locais onde há cultura de bicho-da-seda, apiários e assentamentos. Analisamos mais de 100 milhões de dados”, afirma.

A plataforma foi desenvolvida e validada ao longo de seis anos e chegou ao mercado no final de 2015. “A solução já foi empregada em dois milhões de hectares de cana-de-açúcar e ajudou a aumentar a produção em seis milhões de toneladas.”

Giglioti tem como meta, até 2019, atender 300 mil hectares de plantações e chegar a 1,5 milhão de hectares em 2020.


Queimada


“O nível de perdas de plantações e florestas atingidas por incêndios é muito grande e todo o sistema de detecção e controle sempre foi feito manualmente, contando com apoio da sociedade”, afirma o CEO da Sintecsys, Rogério Cavalcante.


Legenda: Rogério Cavalcante


Para sanar o problema, a empresa desenvolveu algoritmo e utiliza câmeras acopladas em torres para detectar focos de incêndio localizados em um raio de até 15 km de distância.

“A tecnologia é 100% nacional e consiste em câmera que gira 360º em busca de fumaça. Ao identificar um foco de fumaça é emitido alerta para o operador do sistema, que realiza a triangulação de imagens e obtém a coordenada do foco.”

Segundo ele, a tecnologia reduz o tempo de detecção de 40 para cinco minutos. Além disso, reduz em mais de 90% o tempo de duração do incêndio e em 100% a aplicação de multas ambientais. “Oferecemos o sistema por meio de locação.”

A empresa está no mercado desde 2016 e espera crescer 60% este ano em contratos assinados. “Dentro de dois anos pretendemos começar o processo de internacionalização, porque já existe demanda.”

Cavalcante destaca que o produto também pode evitar catástrofes ambientais provocadas por incêndios, como as que ocorrem nos Estados Unidos, Austrália e Portugal.

Segundo ele, para ter acesso ao serviço o proprietário investe R$ 6,9 mil por mês. “Um único ponto é capaz de monitorar a propriedade inteira, porque abrange cerca de 20 mil hectares. Os proprietários podem se unir e adicionar novas torres ao sistema, abrangendo área cada vez maior.”


Empresa monitora territórios para orientar tomada de decisão


No mercado há dez anos, a plataforma Agrotools, de Sergio Rocha, é uma startup que cresceu e conquistou inserção nacional e internacional. A empresa desenvolveu sistema que identifica à distância o que acontece em um determinado território.



Legenda: Sergio Rocha


“Em um país com dimensões como o nosso é importante ter informações sobre as áreas de interesse de nossos clientes, para que eles saibam se ela está sofrendo consequências das mudanças climáticas ou se é apropriada ao plantio de soja, milho, algodão etc.”

Ele diz que isso é possível usando a tecnologia geomática – técnica que integra todos os meios usados para a aquisição e gerenciamento de dados espaciais, como cartografia, mapeamentos digitais, sensoriamento remoto, sistemas de informações geográficas, hidrografia e imagens de satélite.

“Um dos alicerces da empresa é a nossa capacidade de traduzirmos essas informações, que resultam em webmaps. Além disso, nesses dez anos, colecionamos muitos dados, suprindo a carência de dados na área de agronegócio existente no País.”

Ele afirma que a empresa faz curadoria e arquiteta esses dados de maneira que respondam a algum desafio do agronegócio em áreas como cadeia de suprimentos, crédito, seguro ou mesmo em relação a compliance. “O agronegócio moderno não admite mais a produção em área que prejudique as futuras gerações ou que demande a destruição de florestas.”

Rocha conta que a Agrotools tem linha de produtos só de compliance. “Atestamos, por exemplo, que o produtor não tem trabalho escravo, não está em área indígena, não desmata, não ocupa área de preservação. Usamos a geotecnologia para isso. Esse tipo de informação vira atributo e estratégia de vendas para toda a cadeia.”

A empresa tem entre seus clientes grandes varejistas que querem entender a origem dos produtos de seus fornecedores.

“Não orientamos o produtor sobre como melhor aproveitar o território, mas sim como aquele território está sendo tratado. Nossa agenda é fora da porteira. Os clientes utilizam esses dados para saber se podem acessar crédito melhor, seguro mais adequado, ou atrair comprador de melhor qualidade e obter melhor preço”, afirma.

“Usamos inteligência de dados para melhorar o posicionamento do produtor. Nosso ator principal é o território, que é o conector disso tudo.”

Rocha diz que mais de 15% das maiores empresas do agronegócio são atendidas pela Agrotools – bancos, seguradoras, indústrias, trades etc. “Eles, por sua vez, têm milhares de fornecedores. Nós os ajudamos a saberem mais sobre esses fornecedores.”

O empresário afirma que as informações fornecidas contribuem com a tomada de decisão dos clientes e com a transformação digital desses negócios. “As grandes corporações conseguem ser mais automatizadas e entender para quem estão dando crédito ou de quem estão comprando. Assim, criam grau de entendimento do risco mais qualificado.”

O negócio possui escritório na Argentina e já atendeu clientes de diversos países. “Vendemos a inteligência dos dados para determinado objetivo.”

Rocha diz que o mundo tecnológico que estava muito distante do mundo agro está se aproximando com muita velocidade.

“Isso estava represado e agora está vindo com grande velocidade. Há dez anos, falávamos praticamente sozinhos e ficávamos roucos ao tentar mostrar que a revolução agro 4.0 estava para acontecer. Agora, já aconteceu de fato e fomos um dos indutores. Lideramos o mercado de utilização de dados.”


 (O Estado de S.Paulo, 13/5/18)

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Divisão de áreas da Embraer com Boeing prolonga negociação, dizem fontes


Empresa brasileira avalia implicações em caso de separação de unidade de jatos comerciais, venda de seu controle e divisão do portfólio de jatos executivos

 




São Paulo – A decisão de separar a unidade de jatos comerciais da Embraer, vender seu controle e dividir o portfólio de jatos executivos, ajudou a ganhar apoio do governo brasileiro para uma operação entre as duas empresas, mas criou outras dores de cabeça, segundo as fontes.

Os negociadores estão agora analisando detalhes dos contratos de serviço de longo prazo entre as empresas e como distribuir os milhares de engenheiros da Embraer, muitos dos quais migraram entre projetos militares e civis durante a carreira.

Representantes da Boeing e da Embraer não responderam imediatamente a pedido de comentários sobre o assunto.

As empresas anunciaram no mês passado que estavam em negociações para criar uma nova companhia focada em aviação comercial, o que excluiria a divisão de produtos militares da Embraer e “potencialmente” sua unidade de jatos executivos. Isso ajudou a superar as preocupações do governo sobre o controle soberano dos programas militares da Embraer. O governo tem poder de veto sobre decisões estratégicas da empresa.

“Estou bastante otimista”, disse nesta semana o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, responsável pela força-tarefa que supervisiona as negociações, quando questionado sobre a negociação. “Está em estágios avançados e deve ser resolvido este ano.”

A proposta original da Boeing, uma aquisição direta da Embraer, poderia já estar concluída e tem se mostrado mais desafiador fazer uma oferta que exclua a área de defesa da fabricante brasileira de um eventual acordo, disseram fontes.

Os jatos de 70 a 130 assentos da Embraer, que competem com o programa C-Series projetado pela canadense Bombardier, respondem por cerca de 60 por cento da receita da Embraer e por quase todo o lucro operacional da fabricante brasileira.

A divisão de defesa da Embraer mal obteve lucro nos últimos anos, uma vez que o governo brasileiro cortou gastos militares em um esforço para fechar déficit orçamentário.

A Embraer também vem perdendo dinheiro com uma nova linha de jatos executivos, já que esse mercado continua estagnado.

As empresas ainda não chegaram a uma decisão final sobre a inclusão da unidade junto com a divisão de jatos comerciais em uma nova empresa, na qual a Boeing teria cerca de 80 por cento de participação, segundo duas fontes.